Poesia Harmonia
SONETO DE IMPROVISO
Vem desse ar seco do cerrado
Um soneto tangido pelo vento
Que retumba do ipê frondado
Brisando odor no pensamento
Uma canção mágica de alento
Tal qual um afago resbuscado
Desfolhado em encantamento
Inebriando o estro engasgado
Um sopro de tão suavemente
Sentido, tão leve se presente
Que a alma sente sem perceber
É visão poética e contundente
Que traz fascinação para gente
Bela, que no encanto a de haver
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano
POETA
O poeta voa em seu turbilhão,
e as asas de seus poemas
um dia... Pousarão no chão.
Antonio Montes
Sexta-feira
Ultimo dia
Despedida
Ultimo beijo
Seu cheiro
E agora?
Onde te encontrar ?
Quando o terei em meus braços novamente?
Amanhã
Nunca
Quem sabe?
Quem vai me beijar com tanta intensidade?
Quem vai me olhar com tanta profundidade?
Quem?
Saudade
Coração apertado
Lembranças, apenas lembranças
Foi bom
Foi bom enquanto durou
Obrigada
Por tudo ou por nada
"Agora você está presa"
Estou, e sempre estarei
Presa a você, e com você.
NOITE TENSA
Tensa noite, noite...
Uma sombra no canto
... Gritos, pedido de socorro
ladrar de cachorro
estampido, estouro
ao escuro, desencanto.
Cidade ao pé do morro
um desencanto desacato
eu cato um olhar arregalado
catando medo, olho
Pela brecha, do segredo
eco se calam.
Ao golpe da foice tenso...
Boca se fecha sem fresta
e ao secreto, tudo se dissipa,
com o primeiro tempo.
Antônio Montes
CHORA!
Se você quer chorar, agora
Então chora
Não precisa agora...
Esconder o seu chorar.
Esconder só porque...
nesse momento
os olhos do tempo
se faz aurora.
Se você quer chorar
n'essa hora, chora!
Pode chorar...
Chora sem demora...
não é feio o choro
quando chora por amar.
Antonio Montes
"" Eu sei que você pensa em mim
nas noites em que o sono não chega
nas lembranças que a mantém ardente
no querer
eu sei que morde os lábios de saudade
imagina nossos corpos quentes
e se contorce de prazer
eu sei que de vez em quando
suas mãos passeiam e se aninham,
a deixando louca
eu sei, não diga que não
sei também que quer brindar o beijo
afogar o desejo, curtir a tensão
sei que nessa hora,
me chama de bandido,
cafajeste, vagabundo, gostoso, de amor
e na cama imagina,
geme, grita, vira menina
enfim
eu sei que de vez em quando você goza
pensando em mim...
JUNHO
Mês do arraial
Frio e quentão
Mês tradicional
Festa e emoção
Casal em ritual
O amor aportou
Se avexe, não:
- Junho já chegou!
... não sei o que vem pela frente,
com fé, Deus, cuida da gente!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
MINHAS ASAS
Faça... Pode fazer
o que quiser fazer, faça
... Com as minhas asas.
Mas, é triste te informar
que você nunca irá... Nem
voará com a minhas asas
Se quer sonhar, pode sonhar
mas nunca irá acordar para voar.
Antonio Montes
DUVIDAS COM A MORTE
Morte, oh morte... Ninguém quer lhe beijar
... Mas você beija... E beija sem amar!
Em sua anciã insaciável, beija e leva
e quando acaba de beijar... Deixa lagrimas,
saudade e sentimentos de trevas.
Morte, oh morte!
Que mania é essa de ser insatisfeita?!
Anda, lado a lado como se fosse sombra,
não dar ouvidos a nada e ainda
assombra o ato no qual estronda,
como se fosse bomba.
Morte... Você poderia me dizer...
Com qual cor jeito e forma, você vai
me convencer? Como vem quando vem?
Poderia me dizer, se quando vir
irá me levar de: dia, noite, tardinha
ou será ao amanhecer?
Estarei serio, triste, ou na alegria?
... Tirar, você me tira, sua caduca...
Mas nunca tira as minhas duvidas.
Não me tome por mal gosto
... Me diga com qual rosto
você vem buscar o meu gosto?!
Em qual meio irá me pegar?
estarei dormindo, ou acordado?
Em qual estação será?
Será sol ou será chuva...
Dá para tirar, as minhas duvidas!
Com certeza você veio da ditadura
ou faz parte de algum planalto
planeja sem dizer, e aprova
e quando menos percebemos...
Já fazemos parte do seu fardo.
Antonio Montes 01/06/17
O QUE FICOU?
Perguntaram-me,
o que ficou do meu amor...
Ficou o gosto de flores
nas haste do meu jardim,
aroma de chuva molhada
na varanda do meu verão.
O arco-íres de cores...
Sob o céu da minha saudade
o riso da nossa alegria
no quarto da recordação.
Ficou, eu... E a solidão
e a tritura dos meus sentimentos
as recordações de uma paixão
em um mundo, triste e tenso.
Ficou as lagrimas da vida
molhando o ar meu amar
e, todas as musicas preferidas
que choro ao escutar.
Do nosso amor ficou você
imperatriz dos sonhos meus
e a tristeza desse querer
depois do seu triste adeus.
Antonio Montes
MENINA SOLTA
A menina que nunca foi minha
um dia, foi de João...
Singela, de amor inocente
em labaredas de paixão.
Com chamego perenal
decaída em sua chama
Maria ainda pequena
tinha seu fogo carnal.
A menina que nunca foi minha
já tinha doce, já tinha rima
corpo de mulher, ar de menina
por paixão, já tinha sina.
Era doce como pólen
atraindo, colméia de abelhas
tinha sua pele mole
em seu fulgor de centelha.
Antonio Montes
PELOS SONHOS ANÔNIMOS
Clamo hoje pelos sonhos esquecidos
Os mais desejados e sempre dilema
Os que no ter não foram pertencidos
Nem citados ao menos num poema
Pouco lembrados e incompreendidos
Solitários que até nos causam pena
Nos fazendo chorar nos fados vividos
Falidos entre o prazer e a dor suprema
Assim perdidos nos traços da história
Desistidos e tão poucos na memória
Criando ilusões do tempo já passados
Clamo que revividos possam ter vitória
Que assim possam ter e ser divisória
Hoje, no fazer, para serem realizados
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano
COMO EU
João! João vive como eu...
Pobre assalariado,
fincado no emprego
comida, todavia simples
desagregado da liberdade
nunca tem tempo!
Para viver em total felicidade.
João, mora como eu...
Mora em casa simples...
As vezes desmorona,
as vezes seu bairro se alaga...
João paga... Paga, esgoto,
luz, paga água...
Comida, bebida
condução e aluguel
paga tudo, nunca tem nada!
O João passa como eu...
Sempre na falta do mundo
passa por emprego, pela fome
passa por ai com esperança
passa desempregado
passa até mesmo...
A vergonha de ser homem, homem
em um país que os mandantes
são lobisomens e esses animais
tem auxilio para tudo, tudo...
Até mesmo para desviar
todo o nosso tesouro, e depositar...
Nas terras de outros homens
João morre?
Sim! Sim, o João morre como eu...
Sem dinheiro para ser enterrado,
bramura silenciosa
poucas lagrimas... Morre em
uma casa desprovido de riqueza
sobre uma cama apertada,
duas tabuas como mesa
e bocas bocejando p'ra você...
Coitado, uma pessoas tão boa!
Homem integro
um nobre ser.
Antonio Montes
Liberto
Com livre teor poético
Cheiro de café
puro expresso
pão com manteiga
e boas risadas
até dizer chega
sem pieguices
esteja amar
seja meiguice
é agradável ao paladar
MEU CASTIÇAL
No fundo do nosso castiçal
... Havia peixes, sereias,
havia jardins com pássaros e pétalas de flor
... Até céu havia...
Céu com estrelas e lua!
Havia lençol prateado
No qual para ti registrei
sentimentos de amor enluarado
que de saturno lhe dei.
No fundo do castiçal que eu te dei...
Havia até uma batalha
de corais no fundo do mar.
Corais cheio de cores
arco-íres e beija-flores...
Transbordando com meu amar.
Antonio montes
Não quero tua beleza simplesmente
Desejo-te
que venhas perfumada, colorida
Assim serás mais que perfeita
Não quero apenas tua mão me acenando
Te quero me esperando de volta
Impaciente e atrevida.
Não posso somente ouvir nossa canção
Quero vivê-la, dança-la.
Curti-la sempre
Não posso de ti ter o mínimo
Pois menino sou e quero o máximo
Nem menos nem mais
Quero ser o que de repente e para sempre
corpo quente
Que ao teu lado vai ficar
FLOR DO PECADO
A minha flor do pecado
são beijos doces molhados
com corpo todo tremendo
com fôlego todo afobado.
São buchichos ao ouvidos
sofreguidão com segredo
muitos afagos atrevidos
e chamegos sob enredos.
A minha flor do pecado
é a silhueta do corpo seu
frenesi, bobo abestalhado
zunindo no tino meu.
A minha flor do pecado
treme e geme o coração
me deixa assim estonteado
desembestando em paixão.
Antonio Montes
"" Olho distante para entender a vida
é claro que não tenho projeção
há um mar azul em minha frente
há um brilho no olhar
existe um fardo pronto para ser levado
cheio de ouro e pétalas preciosas
o cavalo do doutor está brilhando
mas não entende a jornada
a vida me deu atalhos
e eu escolhi ir sozinho
depois que a beleza resolveu sumir,
não quis seguir o mesmo caminho
nasceu o sol e espera-se a chuva
terra seca não brota nada no chão
é manhã de outono
tempo de estiagem em meu coração...
"" Metade de mim te ama loucamente
a outra metade espera tua chegada
para te amar completamente...""
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