Poesia Gaucha

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A mulher carioca

A gaúcha tem a fibra
A mineira o encanto tem
A baiana quando vibra
Tem isso tudo e o céu também
A capixaba bonita
É de dar água na boca
E a linda pernambucana
Ai meu Deus, que coisa louca
A mulher amazonense
Quando é boa é até demais
Mas a bela cearense
Não fica nada pra trás
A paulista tem a erva
Além das graças que tem
A nordestina conserva
Toda a vida e o querer-bem...

E a mulher carioca
O que é que ela tem?
Ela tem tanta coisa
Que nem sabe que tem

Ela tem um corpinho
Que mais ninguém tem
Ela faz um carinho
Melhor que ninguém
Ela tem passarinho
Que vai e que vem
Ela tem um jeitinho
De nhen-nhen-nhen-nhen

Ela tem, tem, tem...

A Voz Do Silêncio

Paula Taitelbaum é uma poeta gaúcha que acaba de lançar seu segundo livro, Sem Vergonha, onde encontrei um poema com apenas dois versos que diz assim: "Pior do que uma voz que cala/É um silêncio que fala".

Simples. Rápido. E quanta força. Imediatamente me veio a cabeça situações em que o silêncio me disse verdades terríveis, pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidades.

Um telefone mudo. Um e-mail que não chega. Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca. Silêncios que falam sobre desinteresse, esquecimento, recusas. Quantas coisas são ditas na quietude, depois de uma discussão. O perdão não vem, nem um beijo, nem uma gargalhada para acabar com o clima de tensão. Só ele permanece imutável, o silêncio, a ante-sala do fim.

É mil vezes preferível uma voz que diga coisas que a gente não quer ouvir, pois ao menos as palavras que são ditas indicam uma tentativa de entendimento. Cordas vocais em funcionamento articulam argumentos, expõem suas queixas, jogam limpo. Já o silêncio arquiteta planos que não são compartilhados. Quando nada é dito, nada fica combinado.

Quantas vezes, numa discussão histérica, ouvimos um dos dois gritar: "diz alguma coisa, diz que não me ama mais, mas não fica aí parado me olhando". É o silêncio de um mandando más notícias para o desespero do outro.

É claro que há muitas situações em que o silêncio é bem-vindo. Para um cara que trabalha com uma britadeira na rua, o silêncio é um bálsamo. Para a professora de uma creche, o silêncio é um presente. Para os seguranças dos shows do Sepultura, o silêncio é uma megasena. Mesmo no amor, quando a relação é sólida e madura, o silêncio a dois não incomoda, pois é o silêncio da paz. O único silêncio que perturba é aquele que fala. E fala alto. É quando ninguém bate a nossa porta, não há recados na secretária eletrônica e mesmo assim você entende a mensagem.

Martha Medeiros
Crônica "A Voz Do Silêncio", 1999.

Nota: Texto originalmente publicado na coluna de Martha Medeiros, no website Almas Gêmeas, a 1 de novembro de 1999.

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Ela gostava tanto das flores que de tanto olhar, cheirar,
Escolher, colher e acolher acabou ficando com os seus
Odores e cores e assim atraindo amores de beija-flores,
Cheinhos de mil biquinhos de beijos e sabores de desejo!
Guria da Poesia Gaúcha

Sou gaúcha! Uma prenda com orgulho! Guardo comigo, carinho e amor pelas minhas raízes.
Tenho sangue campeiro, coração apaixonado por esta cultura, com pouco me sinto feliz. Aquele chimarrão que esquenta a alma, uma longa troteada com o mais belo potro, um churrasco do tipo e pessoas boas para compartilhar os melhores risos.

Na adolescência me disseram que opostos se atraem, só
Que na adultescência descobri que os dispostos é que se
Atraem, e que os opostos se distraem e depois se traem!
Guria da Poesia Gaúcha

VOCÊ TEME MUDANÇA

Por que prefere seguir lagarta e rastejar do que se
Metamorfosear, virar borboleta e conseguir voar?
Guria da Poesia Gaúcha

Será que merece ser chamado de Homem, o
Covarde, cafajeste que te pega, não se apega,
Que socialmente sempre te nega, que carrega
Coração de pedra, que se faz de homem gentil,
Mas que no fundo é só um imbecil, que sempre
Que pode vem, te come, não te assume e some?
Guria da Poesia Gaúcha

Embora saibamos que a morte é uma parte da vida,
Parece que jamais estamos preparados o suficiente,
Quando aparece bem na nossa frente, se encarrega,
Carrega doente e desaparece com a gente da gente!
Guria da Poesia Gaúcha

Na verdade, de que adianta ter a faca
E o queijo na mão quando não se tem
Mais um fio de vontade, de motivação?

Sou apenas um verso liberto, sem nexo, diverso, reverso,
Convexo e inverso neste complexo universo desconexo!
Guria da Gaúcha Poesia

Se você é egoísta, comodista, folgado e covarde não cases,
Pois construção leal de união legal pede doação, dedicação,
Compreensão, perdão, criatividade, coragem e boa vontade!

Não vejo a menor possibilidade até porque
não tenho boa vontade e nem disponibilidade
para quem não me merece, já que igual não
me oferece a mesma prioridade de verdade!
Guria da Poesia Gaúcha

CHIMARRÃO

Tradição forte, que vai do sul ao norte,
e que de mão em mão, leva o amargo
mais doce de um gaúcho coração!

SIMPLES ASSIM

Por que amo escrever?
Amo escrever porque é
Mais que um ofício, é
Um vício, porque sinto
Que a poesia não tem
Fim em mim, e o porquê
Bem, eu não sei te dizer,
Mas talvez seja porque
O escrever para mim
Significa mais que viver,
Significa jamais morrer!
Guria da Poesia Gaúcha

ATÉ BREVE

Quando estamos apaixonados a vida fica tão
leve e bonita que nem mesmo na partida um
até breve vira em sinônimo de despedida !

ILUSÃO

Ilusão eu achar que família é assim,
Um por todos, todos por um, sempre,
Sempre que preciso for, independente
Se o objetivo que une é de amor ou dor.

Afinal, foi pura ilusão eu achar que ao
Valorizar lar, que ao honrar a raça teria
A graça de igual ser tratada pelo homem
Que tem meu sangue e igual sobrenome.

Ah como eu quisera orgulhar-me agora de
Não ser anônima, de ser mais uma em uma
Família, dos tantos loucos uns pelos outros,
Do que menos uma numa família de poucos.

Ah! Que triste ilusão eu achar que por teres a
Mesma origem pudesses um dia evitar que eu
Tivesse vertigem e achar que porque viemos do
Mesmo ventre fôssemos mesmo gente da gente.

Mas, não, não foi ilusão quando usei a palavra
Mano e não vi a tua mão estendida, quando eu
Gritei a palavra irmão e não fui ouvida, quando
Toquei o teu coração e vi o teu trocado em vida.

Ah! Que desilusão senti quando não pude contar
Contigo como amigo, afinal vi o ledo engano até
Do cartório que registrou o igual sobrenome num
Homem desumano neste plano como meu mano!
Pedaços de Mim, página 46, 1999

Nessa vida de campereada
vou seguindo o meu caminho
mas não trilho sozinho
levo comigo a minha amada,
minha parceira de estrada
fonte de amor e carinho.

Inserida por julcemarluiz

Poesia Gaúcha

Ser tradicionalista

Ser tradicionalista é ser do
Rio Grande do Sul.
Ser tradicionalista é gosta das danças dos ctgs.
Ser tradicionalista é gosta de toma chimarrão e de
Comer churrasco.

Ser tradicionalista é gosta do grenal.
Ser tradicionalista é gosta de poesias, de musicas gaúcha.
Ser tradicionalista é gosta de cavalo e de rodeio.

Ser tradicionalista é gosta do enart.
Ser tradicionalista é gosta da semana farroupilha.
É esperar a chegada da chama crioula.
Ser tradicionalista é colocar uma pilcha
Bem gaúcha.

Ser tradicionalista é ter um
Campo pra fora.
Ser tradicionalista é ser
Gaúcha e gaúcho de verdade.
Ser tradicionalista é ter o coração na
Cores verde,vermelho e amarelo.
Ser tradicionalista é gostar de ir pra fora.

Ser tradicionalista é gosta do céu azul.
Ser tradicionalista é nascer nesse campo do nosso
Rio Grande tradicionalista gaúcho.

Mulher gaúcha

Mulher gaucha, prenda faceira
De rara e grande beleza
É prenda prendada, moça educada
Orgulhosa de sua terra mantém viva a tradição
E ensina a seus filhos o amor por este chão,

Tu que és filha desta terra
Sabe do teu valor,
Trás a luz do mais belo luar
Estampado no teu olhar.

Em verso prosa e canção,
Já exaltei o teu sorriso...
Desvendei o teu feitiço
E perdi meu coração,

Teu olhar caborteiro é um laço certeiro
Que prende e me desarma
Beleza maior não se viu
Por todo o meu Brasil

É tu formosa morena
Mulher gaúcha, mulher prendada
Tua beleza e ressaltada
E tua coragem invejada.

A força da terra do pampa fertiliza o ventre teu
Que semeia e prolifera a alma do meu rio grande
Mulher que sabe onde nasceu
Nesta terra abençoada, não se nasce pra nada!

Altiva por natureza, guerreira por devoção
Corajosa com certeza, não fugiu da peleja
De garrucha no ombro e espada na mão
Já lutou, defendendo este chão

A Linda mulher gaúcha
Das pedras é o diamante
Da espada é o aço
Da água o ribeirão
Da terra é a semente
Que germina este chão!

Bendita mulher gaúcha beleza da minha terra
Quero te ver sempre bela nos bailes do meu rincão
Alegrando nossa terra, honrando a tradição

Nos cabelos uma flor...branca, amarela ou vermelha
O vestido bem rodado levanta poeira do chão
E trás mais alegria aos fandangos de galpão.

Tempestade gaúcha

Gotas errantes
imitam vanera
Caem dançantes
sem eira nem beira

Um vento criança
recorda sanfona
Fissura de dança
me vem logo à tona