Fábio Sexugi

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O Big Brother é um Big Self. E, caso assinasse o pay-per-view, Sartre atualizaria sua afirmação: 'o inferno somos nós mesmos'.

Parafina

De vez em quando
minha fé resmunga
reclamando

Inconstância súbita
me questiona
me põe em dúvida
me indaga

Mas meu pavio
não se apaga
segue aceso
e embora ileso
em chaga

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Tenho medo de poucas coisas. Mas, a que mais me incomoda é a ameaça da velhice.

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Não quero perder aquilo que mais admiro na juventude: a inquietação.

Deus permita que daqui uns tempos eu possa olhar para uma foto minha destes dias e dizer-me, sem peso na consciência, que mantive viva a inquietação: essência da juventude.

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A juventude é inquieta. E é somente a inquietação da juventude que nasce aquilo que é belo, que é bom.

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Só os jovens podem mudar o mundo.

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Insônia

Céu lustroso
sem nuvem alguma
Um grilo ocioso
conta as estrelas
uma por uma

Brasilidade

Meu País de enredo inacabado:
uma prosa de Deus,
um poema do Diabo.

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Visitantes recentes

O que querem insistentes
e que buscam [me perscrute]
os "visitantes recentes"
que vasculham meu Orkut?

E por que tal descaso
em me deixar só pegadas?
Se me visitam por nada,
o fazem só por acaso?

Quem serão esses vultos
que me deixam inquieto?
Serão amigos secretos
ou inimigos ocultos?

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Miopia



Serão dez ou serão onze
os seus óculos de bronze?
Por favor ou por astúcia,
não reponham tal minúcia
na estátua que verseja.
Não permitam que ela veja
que a maldade que profana
ultrapassou Copacabana.

Cerejas enchem os olhos, não a barriga.

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Quem vai a Roma não vaia Roma.

Peabiruta

Eu peregrino
dia por dia,
longa romaria

Eu peregrino
no pó, no espinho
durante o caminho

Eu peregrino
aspirando outros ares
da terra-sem-males

Eu peregrino
piso a terra laranja
que meu pé desarranja

Eu peregrino
e se às vezes me exalto
não prefiro o asfalto

Eu peregrino
em rastros inteiros
de outros romeiros

Eu peregrino
Faço irmão o destino
e irmãs as estrelas
e mesmo sem vê-las
Peregrino

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Estiagem

O sol volta radiante
Leva a chuva lacrimosa
Deixa tudo como antes

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Chuva

Nuvem densa no céu
A água que invade
são gotas de saudade

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Tempestade gaúcha

Gotas errantes
imitam vanera
Caem dançantes
sem eira nem beira

Um vento criança
recorda sanfona
Fissura de dança
me vem logo à tona

Rituais e homenagens póstumas não apagam traições. Estátuas não compensam torturas. Letreiros luminosos em prédios edificados com grana pública não ofuscam isolamentos cruéis. Jardins no centro não limpam cusparadas. Isso não basta.

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Construir um belo obelisco a pacifistas regionais não basta. É mísero! Insensatez! Para homenageá-los, seria preciso construir a paz e a justiça pela qual lutaram, e não monumentos apenas.

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Não basta pregar uma placa para um militante idealista numa salinha. Isso é nada! Importa tirar do túmulo seus ideais, levar suas idéias adiante.

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Não basta beatificar um mártir. É muito pouco. É preciso imitar-lhe a coragem, a perseverança e ajudar outros corajosos e perseverantes em suas lutas, para que não precisem conhecer o batismo de sangue.

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Plaquinhas de bronze? Estátuas? Nomes de avenida? Tudo isso vale muito pouco.

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Quero menos cruzes e mais Cirineus.

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Tributo aos amigos

Meu coraçao peabiruta
Gratidão fertiliza
E obrigado tributa

Aos meus caros amigos
Que de forma precisa
Me abrandam perigos

E dividem comigo:
Piadas
Brinquedos
Problemas
Torpedos
Cachaça
Segredos
Suas preces
Seus medos

Aos amigos de berço
Aos amigos de acaso
Aos amigos de terço
Aos amigos de passo

Aos amigos à vista
Aos amigos a prazo
Aos amigos de trampo
Aos amigos de aço

Aos amigos grandes
Aos amigos pequenos
Aos amigos sinceros
E aos mais ou menos

E a quem do meu lado
Peregrina essa estrada
Um abraço apertado!
Uma Skol bem gelada!

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Algea, eleison!

Que é a dor,
senão fria corrente
que une os mortais?

Que é o amor,
senão medo pungente
de murmurar ais?

É a dor quem desenha
os santos e os pecadores.
É ela a mesma senha
nas prisões e nos andores.

Pois santidade e imperfeição
têm nas veias mesmo sangue:
São filhas da aflição,
paridas num mesmo tanque
cujo nome é coração.

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