Poesia Felicidade Drummond
A SOMBRA DUM PEQUIZEIRO
Fugi da sequidão
do mormaço, do calor grosseiro
busquei, na beira do ricão
a sombra de um pequizeiro
O fumo no céu embaçado
ar poeirado, era paragem
e na imensidão do cerrado
o horizonte, uma miragem...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Setembro, 2017
Cerrado goiano
Tributo ao amor…
(Nilo Ribeiro)
Sono curto,
mas, acordei feliz,
para fazer este tributo,
à mulher que eu sempre quis
amor prometido,
verdadeira dádiva,
a Deus sou agradecido,
a Ele honro esta página
chegou na hora certa,
chegou com todo frescor,
deixei a porta aberta,
para chegada do amor
um amor destinado,
o mais belo presente,
com laço veio enfeitado,
enfeitar o coração da gente
vem do alto esta oferenda,
a mais nobre lisonja,
que o amor transcenda,
assim o coração sonha
o amor que traz alegria,
o amor que traz benesse,
deixo de fazer poesia,
pois na verdade é uma prece
“Obrigado Senhor
pelo mais lindo amor”…
O BRASIL ILUMINADO
O BRASIL ILUMINADO
Eu vi uma luz de grande intensidade
cortando o céu do BRASIL, iluminando
os homens de boa consciência na
pratica do bem comum .
Uma luz intensa e continua , vi! essa
luz de um ponto , elevado da minha
consciência , de um ponto favorável
protegido pela luz...
A luz ia é vinha sem pressa ...
riscava o céu do BRASIL!
OS homens que eram tocado
pela luz , se elevavam junto
a min !
com uma consciência tranquila
vendo a luz , passando é elevando
os homens de bem!
O BRASIL se tornou iluminado
a noite se tornou dia com
tanto luz...
Os iluminados passaram a ter
luz própria , foram muitos iluminado
nessa noite linda!
AS trevas não falo dela!
pois se iluminou com
tanta luz...
AS trevas quando entra
a luz ela se desfaz !
vejo esses homens iluminado
todos os dias! vejo sua luz de
longe , feliz desses homens
iluminado , neles estão a
esperança do BRASIL .
VOZ DO SILÊNCIO
O silêncio brada vazios inconfessos
Num linguajar da emoção em espera
Desatados da tribulação tão megera
Tecendo sensos selvosos e travessos
No silêncio escoa solidão em esfera
Soprando suspiros turvos e espessos
Dos enganos emudecidos e avessos
Do tormento, ásperos, tal uma tapera
É no silêncio que se traga a memória
Desfolhados das sílabas da estória
Do tempo, despertando os momentos
Tal o vento, o silêncio é uma oratória
Que verborreia o pensar em trajetória
Nos lábios lânguidos, frios e sedentos
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Setembro de 2017
Cerrado goiano
Houve um dia em que falamos dialetos tão nossos
Houve o som, o tom e o sonho
Uma estrada perdida e senhas desapercebidas de então
SOBRE NÓS
Um livro do mestre Leminski e um outro poema do jovem Hafiz
Tudo que tínhamos: um jardim e amor pleno mergulhado em dias de chuva e de sol...
Estou em momentos desorientais, tão íntimo, tão tímido quanto Monet, Debusy e seus quartos de tom.
(Letra de música/trecho)
SORRISOS
Na singularidades de cada
um! me perco no meu próprio
ser!
Com rostos desbotados , sem
aparente razão para sorrir...
Se levanta a tempo antes da
noite cair , penumbra um sorriso
viajante ! Ao meio de tantos risos
opacos ...
no sublime sorriso que se espande
ao olhar brilhante de uma amante
desnuda...
o sorriso que lutava para não
desabrochar , se estende largo...
de fácil inspiração .
INESQUECÍVEL
Passei pelos passos teus,
e n'aquele espaço, eu senti
o teu cheiro, vi o seu olhar!
Um sorriso seu me fez voltar.
... Eu disse um dizer...
Um adeus, um olá
Tudo ok!
Como vai...
Eu gostaria que fosse, meu bem,
e andássemos, pelos meridianos,
dos anos e dos planos...
E com meus braços, te abraçar
e nos abraçar com a vida...
Viver contigo, te amar, me amar,
acalentar essa vida tão frigida.
Depois que eu te vi...
eu não consigo andar só,
o que faço é sonhar contigo
e todavia, não paro de te lembrar,
eu gostaria de lhe ter, para aliviar
... As retas, e as tortas voltas,
do meu caracol.
Antonio Montes
"Cadê toda aquela magia...
Onde foi parar o carinho?
Cadê os sonhos, os desejos...
E a vontade de estar pertinho?
Em algum ponto do caminho,
Acabamos nos perdendo...
E o que era tão bom...
Aos poucos foi se dissolvendo...
Queria poder acreditar
Que era só um sonho...
E logo vou acordar..."
"" Você foi muito previsível, nunca me perderia
com alguém assim, se reinvente, pode ser que o mundo lhe dê outra chance...
HERÓIS
Meus heróis se foram...
Muitos tomaram o trilho dos seus sonhos
e debruçaram diante dos seus próprios atos,
hoje, vagam através de nossas teclas fictícias
e são debruçados sob pergaminhos das
historias gráficas, para serem fixados sob
mentes ingênuas das novas heras.
Em seus sonhos... Profundezas erguem-se,
bandeirando seus nomes sob pedras
de mármore, enquanto seus restos...
Se fundem sob o consistência do seu molde.
Agora, interno do abismo universal...
São degustados pelos paladares bacterianos
e seguem se esvaindo sobre os ventos
do impiedoso tempo.
Antonio Montes
MARCOS MEDONHO
Um carinho de dedo,
no gatilho do brinquedo do mal
Uma ficção seguida de aperto...
Tiro... Um giro no espelho do tempo,
vida estilhaçada, desalento...
Um sentido de uma vida pervertida
assim, perdida por nada!
Tártaros de sonhos,
marcos medonhos...
Um cair de crepúsculo raro
um conto, minguado junto a magia
uma vara de códon, uma fada,
Aquilo?! Tudo aquilo, por nada!
Antonio Montes
AGORA
o cerrado tornou-se anuário
um conflito de cada vez
um desvario diário
e no calendário, vário, era o mês
foi então que o tempo eu vi
num número, na saudade
uma dor, que na dor eu senti
cada sabor, amor, tudo banalidade
pois, o hoje é aqui...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Setembro de 2017
Cerrado goiano
Eu amo um país queimado pelo sol
A terra de planícies arrebatadoras,
De cadeias de montanhas irregulares,
de secas e chuvas e inundações.
Meio morto…
(Nilo Ribeiro)
Parte de mim morreu,
quando você partiu,
não dissemos nem adeus,
e meu mundo ruiu
morreu a alegria,
não fiz mais poesia,
a noite ficou sombria,
choro durante o dia
morreu o sentimento,
não ficou a paixão,
não há contentamento,
tudo foi pro caixão
o que ficou vivo…???
apenas a lembrança,
o amor exclusivo,
muita esperança
a vontade de te ver,
de te abraçar,
de te pertencer,
de te amar
vou sobrevivendo,
tento não sucumbir,
continuar escrevendo,
não desistir
vida que segue,
morte que abate,
amor que renegue,
amor que combate
não rio, não choro,
sentimento disperso,
a poesia é ancoradouro,
com ela eu converso…
Linda grafia mortal
Se pudesse fazer
O que queria
Nada teria
E se a liberdade fosse um presente
A perderia
Continuando contente
Eu poderia ajudar
A manter as rosas
Tão singelas e chorosas
As quais tenta se importar
A sociedade manda
O patriarca comanda
Nós caímos nessa roda
Que gira e degola
Cada espírito
Desenhos do martírio
Não estremeço
A essência ainda não floresceu
O zumbido da grandeza
Para você e eu
É o mais lindo pensamento
Que já nasceu
Nele retiro o intento
Me ajoelho
Enfrentarei cada tronco caído
Grito e prometo
Cada passo teu é destituído
Esqueça as preces guardadas
A chuva lava os erros
As enganações pintadas
Durante a noite padeço
Os sonhos meus
São complicados
Abarrotados nos olhos teus
Lhe imploro
Viva com teus povos
Todas as almas dignas de maldição
Partes obscuras da minha oração
A Senhora dos Túmulos observa
O vaivém da tacanha mocidade,
Que despreza a virtude e a verdade
E dos vícios se mostra fiel serva.
Porém, nada no mundo se conserva:
Sendo a vida infinito movimento,
É a Morte um novo nascimento;
A inveja é o túmulo dos vivos –
O herói repudia esses cativos,
Galopando o Cavalo Pensamento.
Os olhos quando se amam,
Atraem como os brilhantes,
A lembrança traz saudade
Desses mimosos instantes,
Que o amor dormiu no leito
Dos corações dos amantes.
NOITE
Cai a noite no planalto
Vinda de lugar algum
Estrelas lá no alto
O anoitecer no dejejum
De um quarto vazio
Além da janela, a cidade
Brasília, num luzidio
A magia é divindade
Ruas desertas, silêncio vadio
O dia foi embora, majestade
Sentado num canto, já é tardio
Cai a noite na cidade!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Setembro de 2017
Brasília
