Poesia Ei de te Amar Vinicios de Morais
AMARGAS MENTIRAS
Ando descalça no caminho da vida
Onde nada me pertence nada é meu
No coração das emoções assumidas
E num labirinto que se perde na mente
Paro para ouvir-me, para ver-me ou
Para deixar-me ir na frustração dos erros
Dados meus talvez em aceitar a tristeza
A dor das amargas mentiras perdidas
Chafurdadas na merda como poeira seca
Envoltas numa bolha de tantos sentimentos
Confiança cuidada nos abraços por asas
Congeladas do tempo entre as cinzas
Mas ainda assim levanto-me nos poços
Onde cerca-me as trevas ignorada pela
Minha vontade do sentir sem os apelidos
Ardósia que fuma um cigarro, da fome
Saturada distante, solitária de seu interior
Sombras, sensação de frios em abandono
Abstrata transparência da aparência vivida
Como as luas cheias na certeza dos marés
Sem perturbar ou recusar os teus ombros
Que desaparecem como todas as lágrimas
Impedidas de voar numa pausa sinfónica
De um passado enraizado na dor poetiva.
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ENQUANTO
Enquanto as folhas arderem
Enquanto espero o teu carinho
Enquanto espero a janela para te ver
Enquanto espero na ânsia de te ter
Enquanto sonho em estar contigo
Enquanto o pesadelo virar sonho
Enquanto me perco escrevo
Enquanto escrever seja como droga
Enquanto o vício não me detenha
Enquanto o calar seja um muda palavra
Enquanto o veneno seja necessário
Enquanto os fragmentos se juntem
Enquanto os recantos de ti sejam colhidos
Enquanto as margens do rio virem silencio
Enquanto o encantamento esteja na alma
Enquanto o meu coração jamais se cale
Enquanto sejam as tuas palavras como rio
Em nenhum momento eu me senti vazia, sozinha.
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EU SÓ QUERO
Eu só quero um pedaço da tua vida
Eu só quero um pedaço dos teus sonhos
Eu só quero a eternidade de teu olhar
Eu quero só abraçar-te contra o meu peito
Eu quero sentir os teus braços nos meus quadris
Eu quero o paraíso do teu belo e viril corpo
Eu só quero os teus insanos desejos por mim
Eu quero que a nossa cama transborde de carícias
Eu quero os teus beijos quentes na minha boca
Eu quero ser a tua cúmplice em tudo que fazemos
Eu quero a tua respiração na minha boca e pescoço
Eu quero as tuas mãos perdidas no meu corpo
Eu só quero a tua nudez como a chuva no inverno
Eu quero o nosso quarto com o fogo da paixão
Eu só quero ouvir dos teus lábios sussurrar-me
- Amo-te - " Tu és minha vida querida"
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BEIJO
Atrai-me o sol da manhã
Quando entra pela janela
Inundando o nosso quarto
De tantos prismas coloridos
Nos ecos de todas as cores
Pintadas a mão numa aquarela
Tela onde pinto que amo-te
Nos versos que eu já fiz
Para ti de várias cores
Por não suportar ver-te infeliz
E num beijo que arrepia
Que deixas no meu pescoço
Percorre sutilmente a espinha
Sem pressa todo o meu corpo
Arremesso em desejo no meu ser
Beijo dado tatuado no meu corpo
Do teu amor que me ofereces
Atrai-me os raios de sol que entram
Pelas frescas da janela do nosso quarto.
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TECLADO SONHO
Procuro no mundo
Um sitio que só existe
Nos meus sonhos
Na ilusão que se perde
Dos labirintos esquecidos
Que rasgam o meu peito
Deixando-me a sangrar
Quero mergulhar em ti
Para fugir deste pesadelo
Sentir o aroma no ar
Do teu cheiro em mim
Como desejo ter-te aqui
Para perder-me no mar
Entre as suas enormes ondas
Desejo entre sonhos teclados
Com os dedos de sentimentos
Que deixas no meu corpo, de ti.
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AFAGAR
Vens subitamente
Banhado de esperança
Levando todos os medos
Das minhas malditas trevas
Vens de mansinho
Sussurrando ao meu ouvido
Palavras doces envolventes
Vens como a brisa do mar
Afagar os meus finos cabelos
Presentear-me dos teus beijos
Vens aninhar-te no meu colo
Entre os meus braços
Conhecer todos os meus passos
Vens molhar os teus lábios
No sabor da minha boca
Para nunca a esqueceres.
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NEVE DE PLUMAS
A minha cama é de plumas brancas
Na ardósia da serra branca de neve
O vento rasga-nos a alma lá em cima
Trememos de medo, de frio, só se ouve
O assobio do vento ou será o uivo do lobo
Perdidos nas fragas do nosso tormento
Apaga-nos o medo, a solidão, o cansaço
E as nossas noites tornam-se longas
Nas memórias que nos assaltam a mente
Rosas que se deixam morrer no jardim
Que se desfolham no vento caídas no chão
Das noites de tempestades já tão nossas.
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NUNCA TE DIREI
As palavras que eu nunca te direi
Estão impressas no livro do esquecimento.
Deixei-as escritas em branco no papel de cores
Forradas com as lágrimas que já deitei fora
Com sentimentos tão puros e tão verdadeiros
Que transcendem a minha pobre alma
Num toque de uma pena na minha alva pele
Das palavras impressas que eu nunca te direi.
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ANCORADA
A solidão é o meu mundo
Apenas quando não há lua no céu
Eu sou aquela que vive ancorada
A tua cintura no amor de um poema
Escrevo poesia com os meus lábios
No teu corpo, a fazer amor contigo
Amparada do teu belo sorriso
Beijo-te num suspiro a meia-noite
Molhado-te a tua pele num ato de loucura
Nostálgica memória, dos teus beijos
Pensamento pecaminoso entre as tuas folhas
Rompe as glórias do céu de em segredos
Noite de lua cheia, parada no tempo me encontro
Poesia feita do seu coração, da tua vida
Para ir a cada meia-noite amar-te loucamente
Como uma voz silenciosa na tua carne.
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LOBO
Lobo meu
Alado amado
Uiva num grito
Nas minhas palavras
Que não se calam
Falam e falam
Lobo aflito sem lua
Feroz contido
Grunhido de amor
Calado despido
De amor acometido
Parido de dor
Nas luas cheias
Sem rumo, perdido
Espreme nos cantos
Da minha saudade
Evapora nos pingos
Da chuva, da vida
Lobo ferido, calado
De coração magoado
Nos sentimentos
Sem uivo é só lamentos.
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ESCRAVO
Cravo os meus olhos
Nos teus olhos, no teu corpo
Desta tentação desatinada
Sangue que uiva através
Do meu corpo ao teu
Seios que são cerejas doces
Onde ficaste preso
Nos segredos meus, teus
Beijos dados dos teus lábios
Na textura doce da minha pele
Desejos nas pétalas das rosas
Entre as tuas folhas e o meu perfume
Desejo-te nas ondas do calor do teu corpo
Numa tarde de loucura em chamas vivas
Escravizando-te nas asas da minha imaginação.
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PÉS DESCALÇOS PASSOS FURTIVOS
Pés descalços em passos furtivos
A chuva cobre-me na indecisão do tempo
Horas reprimidas na sonolenta noite
Instantes de esperas que escraviza a força
No silencio estremece o caminho da alma
Reticências cúmplices nos passos furtivos
Beijo faminto de um solitário ceifador
Que prega na escuridão da nossa mente
Amanhece por caminhos desconhecidos
Nas esquinas dos pensamentos sombrios
De devaneios surdos em pérolas perdidas
Insensatez desejada entre as rimas das palavras
Tatuada no contorno da alma dos pés descalços
Passos furtivos do lobo refém no corpo adormecido
Entre por leves caminhos nas margens do rio que tenho
Palavra sussurrada de gestos, de anseios noturnos
De estrelas, nas noites e nas manhãs desvanecidas
Pés descalços horas reprimidas na sonolenta noite
A chuva cobre-me os meus passos furtivos.
MÁGICO LIVRO
Sou um livro mágico
Que tu nunca leste, nem iras ler
Páginas recheadas de amor
Sou uma história que não conheceste
Disfarcei-me num livro de amor
Mas tu nem te deste ao trabalho
De olhar, de o abrir de o tentar ler
Se ao menos o tivesses lido
Terias amado e entendido o meu amor
Recebi abraços, sem ser os teus
Afinal escolheste outro caminho
E morreste sem teres lido
Ou vivido esse amor.
VERDADEIRO SILÊNCIO
Sem fingimentos em ser verdadeiro
Começo sempre pelo meu silêncio
Quando quero construir palavras
Letras deixadas na minha mente
Ando cansada da sinceridade das pessoas
Elas fingem muito bem, bem até demais
Confundem a mente de qualquer pessoa
Há horas em que tu já não sabes distinguir
Se falam verdade ou não
Tenho que de deixar
- de acreditar nas pessoas assim
Eu, não sei é fingir
Não posso dizer que sinto, sem sentir
Não posso dizer que sim, só para agradar
Não quero falar quando
- o meu momento pede silêncio
Não sei fingir em muitas situações
Eu até tento
- mas sou um verdadeiro desastre
Quem é transparente paga um preço alto
Mas meus amigos
- é um preço muito bem pago.
Pinta, amor
Era um sinal que Deus me deu
- unindo o meu coração ao teu
Nas cores do nosso amor
- Vem, amor, pintar o teu nome
Com a tua língua na minha pele
Já tão deserta e seca de palavras (...)
Pinta, amor, desenhando o teu amor no meu coração.
SOLETRO SEMPRE
Soletro esta minha inquietude
No nevoeiro da redonda terra
Entre a insensatez dos espinhos
Rosas que perfuram a carne branda
Pálpebras exaltadas no corpo
Devastação do fogo nas madrugadas
Há uma gestação feita de medo
No sangue derramado das palavras
Pétalas de mentira nas lágrimas de sangue
Delírio dos olhos nas palavras impróprias
Cobertas estão as portas na falácia da morte
Sepultura feita de ouro no vicio, na voz
Nas pétalas das rosas cruas de um quadro
Soletro as letras num precipício de palavras
Num fôlego abreviado de fartos espinhos.
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