Poesia do Preconceito Vinicius de Morais
SOU
Sou uma negra cruz na serra
Onde o luar reflete escuridão
Um triste espirito que murmura
Sou um dubia luz na fraga escondida
Uma triste noite que bate no monte
Sou um espectro fugindo do carcel
Uma sombra escura perdida na serra
Do silencio lúgubre que esta minha alma
No luto de falecias que vive em mim
Sou as lágrimas que choro ser querer
No incenso branco na névoa escura
Passo as noites em claro sem conseguir dormir
Penumbra que desvanece no frio do corpo
São os vultos que desmaiam no crepusculo
Sou um rochedo esquecido no mar
Uma mortalha ferida dos cânticos das sereias
Sou um fantasma num corpo morto
Desfeito na encosta pelos verdes lameiros
Sou talvez a velha esperança de alguém
No seu leito de morte em sofrimento
Sou uma tremula lágrima vertida na cruz
De uma fé que me faz subir a serra na escuridão.
Afago as prosas
Escrevo versos
Num livro
De poemas
Numa folha aberta
Ao amor poético
No sentido verbo
Da poesia.
EU VOU
Vou amar sem me perder
Sem me cruxificar
Vou sobreviver
Espairecer até morrer
Para demonstrar
O que vive em mim
Deixar sair sem nada sentir
Deixar fluir sem me repetir
Fugir das prisões
Libertar-me dos grilhões
Vou tentar fugir mas de ti
Nunca sou assim, crescer amar
Vivi com intensidade
Todos os momentos
Aprendi amadurecer
Coloquei no meu coração
Tudo que senti
Deixar andar sem nada esperar
Aceitar o que está
Para vir sem nunca duvidar.
SABES
Amei-te
Sem saber quem eras
Onde estavas
Tocaste-me com a ternura
Num louco desejo
Envolveste-me com as tuas mãos
E no teu corpo descubro
O sorvo dos teus lábios
Quero mais de ti, quero tudo
Amei-te sem saber quem eras
E a quem pertencias
No fim descubro que eras meu
Só meu que me pertencias
Sim a mim.
QUERO
Quero ter-te
Quero amar-te
Como se não
Houvesse mais nada
Deste meu querer
Que me torna submissa
Amando-te
Mais do que cobiço
Quero ter-te
Quero amar-te
Mais de mil vezes
Que vivi matei e morri
Desejando-te.
SIM
Cobre-me
Com teu calor
Revela-te a mim
Pois tenho sede
Tenho fome
Fome de ti
Invade o meu corpo
Deseja-me
Dilacera-me
Domina-me
Aquece-me no Fogo
Que me queima
Loucamente
Na Vontade de sentir
A tua boca na minha.
SÃO LONGAS
São longas as noites
Que passo sem dormir
Insónias noturnas
Nestas trevas profundas
Não sei o que sentir
A dor persiste, insiste
Na escuridão é que reflicto
Sobre o que tenho sido
Sinto-me a morrer devagar
Lentamente, sem querer morrer
Nesta minha punição que me fere
Que sangra,rasga-me no peito
Que me dilacera e tortura
Com intensidade na pele
E se propaga no corpo
Destas malditas insónias dolorosas.
EU SOU
Sou um corpo caído no chão
Num coração seco de alma vazia
Que esconde as mágoas da vida
Sou um corpo deixado no chão
Entre as traições e desilusões
Sombras que a vida deixou no profundo
Desgosto marcado dos sonhos perdidos
Sou um corpo preso com cadeado
Com a alma magoada algemada de insónias
Das carícias perdidas nas noites esquecidas
Sou um corpo torturado pelas insónias
Dum pesadelo sem correntes na alma
Que grita bem alto liberdade
Sou um corpo morto de frio
Deixado numa qualquer calçada
Perto do mar pleno de emoções
Sou um corpo que arde em paixão
De tanto amor que deu em vida
E agora renasce para voltar a amar.
TALVEZ SOU
Sou o meu próprio carrasco
Despojada de palavras lidas
Num livro jamais escrito
De sonhos gigantes
Nos confins da alma
Fazendo dos nãos talvez sins
Limites de alguns instantes
Letras cativas de solidão
Busquei na procura das virgulas
Perdidas dos que se desejam
Nas carnais sensações que despertam
As palavras despidas de desejo
Carrasco de corpos sôfrego de letras
Pontos das páginas escritas
De despidos corpos amando-se
Entre as sedentas repetidas páginas
Nos profanos sentimentos
Que se tentam libertar nas letras
Entre o meu próprio carrasco
Carne, corpo, sentimento
Escrita num livro jamais lido.
VIVO
Vivo à sombra
De uma flor
Que não é minha
Mas que me cativa
Vivo na promessa
De um amor
Porque sei
Que é verdade
Vivo no respirar
De uma rosa
Quando me pico
Nos seus espinhos
Vivo feliz
No silêncio
Das palavras
Como uma flor.
A MINHA
A minha alma está seca
De lentes quadradas
De soltas alegrias
De risos perdidos
De vazios insondáveis
De sonhos violáveis
Doi-me o corpo que mendiga
Perdão, perdão que não consegue
Alcançar de tanto procurar
Nos sonhos perdidos
De uma alma seca, a minha claro.
VIDA
Que a vida
Seja sempre
De seda _ Cetim
Chita _ Chiffon
Algodão _ Lã
Veludo
Não importa a textura
Mas sim que seja
Feita de retalhos
De alegria
Com a felicidade em mim.
Amei-te como se fosses a lua
Beijei-te como se fosses as estrelas
Apenas desejei ser astronauta
Para amar-te e beijar-te sempre
_ Que eu quisesse.
Ensina-me a esquecer-te
Como me ensinaste a amar-te
Antes que a trovoada te leve
Para longe de mim meu amor
Chora _ Canta
Dança _ Ri
Ama
Passa o batom
Bebe um café
Calça saltos altos
Deixa de existir e vive
Tu mereces ser feliz.
SERENIDADE 🌹
Vem, serenidade cobrir a minha longa fadiga
Das dores que me destroem o corpo
Vem, serenidade faz com que os sentimentos
Sejam palavras de silêncio dos beijos que não dei
Pois ver-te é tocar-te com o fulgor da alegria
Nos desenhos que persistem em desejo
Vem, serenidade que a felicidade cobre com amor
Todos os meus desejos, aqueles que vou sentindo
Quando estou contigo sem ter limites para sonhar.
ENCONTRA-ME AMOR 💕
Descobre-me na madrugada dos teus sonhos
Como se de um doce se tratasse
E lambuza-te com os dedos
Numa trégua de morte que enfrentas
Em todos os caminhos que rasgas
Em direcção ao meu peito
Numa doce loucura
E bebe o vinho doce da hera da minha língua
Respirando faminto nesta ânsia
De rasgadas vestes em delírio
Num desejo perfumado de vendavais
Toma-me agora que o meu corpo se incendiará
E juntos seremos fogo nesta madrugada dos teus sonhos
MEMÓRIAS ENCONTRADAS 🌺
A casa velha continua muito bela
Apesar dos anos que vai passado por ela
Paredes de pedra de cal já gasta
As árvores são versos que a terra
Escreve no céu e os pássaros fazem casa
Entre as memórias curtas de verão
Da casa velha poucas lembranças guardo
Mas sim dos fantasmas que oiço
E que nas suas caves ainda habitam
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