Poesia do Carlos Drumond - Queijo com Goiabada

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⁠MULHER

Mulher, você sabe dizer a coisa certa
Com uma palavra me desperta
Para um novo amanhã.

Mulher, você sabe fazer a coisa certa
Determinada e discreta toma sua posição.
Mulher, você que organiza minha vida
Me dá paz, me dá guarida
Neste imenso coração.

Mulher, você que sempre esquece as desavenças
Não discute as minhas crenças
Sempre dá o seu perdão.

Mulher, você que sempre está junto ao meu lado
A caminhar de braços dados, numa mesma direção.

Eu sem você sou rancho velho abandonado
Terra infértil, chão cansado
Não produzo mais o pão.

Inserida por EvandoCarmo

⁠COMO SER UM ESCRITOR

Você só será um escritor de fato, um escritor de verdade, capaz de causar todo tipo de reação ao leitor, como dor, sofrimento, raiva, desespero, prazer e riso, quando for capaz de escrever tudo que pensa de si mesmo, dos outros e do mundo. Quando for capaz de escrever tudo que viveu, tudo que se lembra dos sonhos e desejos abortados, quando for além da barreira da razão, do fantástico, do imoral, do perigo, do impróprio, e do absurdo, só então poderá se considerar um escritor. Caso contrário será apenas um aprendiz, um sonhador, no máximo um jornalista, cronista medíocre da vida real.
Evan do Carmo 18/02/22

Inserida por EvandoCarmo

⁠O SAMBA NÃO PODE MORRER,

Eu faço samba noite a dentro
Não perco tempo
Espero raiar o samba

Já fui um bamba
Na ladeira da Rocinha
A letra é minha,
Só me falta a melodia.

O samba se harmoniza
Mas não morre
Quem me socorre
É a poesia

Se alguém perguntar por mim
Diz que subi o morro
Pra cantar com o meu povo
Um samba novo, pra lançar no carnaval.

Do fundo do quintal
Escuto a voz de um coral
A me dizer, que o samba não pode morrer.
Que ele precisa renascer.

Que é preciso ver de novo
A alegria deste povo
Na Estácio, na mangueira.
Na ladeira da Rocinha
Já fui um bamba, hoje o samba
É quem dita a minha vida.

Na ladeira da Rocinha
Subi o morro para cantar
Junto com povo
Para aprender um samba novo
Para lançar no carnaval.

Inserida por EvandoCarmo

⁠OUTRORA TIVE MEDO DA GUERRA

Outrora tive medo da guerra
Pois lia nos livros, via nos filmes. Quão desesperador era fazer parte dela, fosse como vítima ou agressor.

A guerra é o último estágio da bestialidade humana, conclusão de que o embrutecimento não é animal e sim humano.

Animais não jogam bombas letais sobre os filhos dos seus irmãos.

A guerra é obra prima do espírito egoísta, que faz morada
na consciência dos homens.

Outrora tive pavor da guerra, contudo sempre achei que não veria, com mesmos próprios olhos seu avanço sobre os inocentes..

Cheguei a duvidar dos livros e dos filmes, onde ela me parece tão cruel e desnecessária.

A guerra, às vezes até parece poética, quando os heróis nos conquistam com discurso de bravura e nacionalismo.

Mas a guerra existe fora dos livros e dos filmes, hoje vejo em alta definição sua força e realismo, sua estupidez sobre as crianças da Ucrânia.

A guerra é real, ela acorda pais e mães para fugirem dos ataques noturnos, a guerra é hoje nosso maior enredo de uma epopéia trágica e realista .

Evan do Carmo

Inserida por EvandoCarmo

Qual o motivo da guerra?
Senhor, me ajude a entender
Se a vida é tudo que temos
Por quê muitos precisam morrer?

Ao nascer nos tornamos iguais
Numa luta comum pra viver.
Imitamos a vida do pais
Que esperam da vida colher.

Ver crescer as crianças saudáveis.
Ver o mundo se desenvolver.
Trabalhando em busca da paz
Todos querem o amor entender.

Não entendo senhor a razão
Pela qual se destrói a esperança, nem porque se agride um irmão.
Se somos todos iguais nesta vida.
Triste vida.
Não existe amor sem perdão.

Evan do Carmo

Inserida por EvandoCarmo

⁠ELA FINGIA

Ela fingia entender o que eu dizia
Ela fingia saber o que não sabia
Enquanto eu tentava explicar
Enquanto eu tentava explicar
Sobre o caos deste mundo
Sobre a falta de amor
Sobre a busca da paz
Sobre o inferno e a dor
Na sua ilusão panteísta
Não havia lugar pra razão
Tudo é culpa de Deus
O sofrer redenção
Mas ela sempre aceitou minha fantasia.
Ela sequer perguntou sobre a minha ironia
De me achar tão sabido
E o sentido da vida não ter entendido
Que segundo ela era viver
Bem distraído.
Que segundo ela esquecer o mal sofrido
Enquanto eu tentava explicar
Enquanto eu tentava explicar
A filologia, a antropologia
A democracia, Voltaire e Platão.
Ela nada sabia de astrologia
Nem de poesia, Pessoa ou Drummond.
Mas ela sempre aceitou minha fantasia
Ela sequer perguntou sobre a minha ironia
De me achar tão sabido
E o sentido da vida não ter entendido
Que segundo ela era viver
Bem distraído
Que segundo ela esquecer o mal sofrido.

Inserida por EvandoCarmo

⁠Em todos os caminhos
há pedras e espinhos
em outroshá rios e montanhas
mas o caminho do poeta
é cimentado sobre
cobras e aranhas.

Inserida por EvandoCarmo

A MUSA

⁠A musa sempre abusa
da erudição,
ao descrever ao poeta,
um poema ou canção.

Vai alem do que pretende
do que espera a emoção,
ela diz de forma clara
que deseja ser razão.

Mas o poeta iludido
se trai por contradição,
pensa que ama poesia
quando ao certo o que queria
era fugir da perdição,

Ser escravo da beleza,
mas seu ato de nobreza
dispensa a resolução,
escreve o que não entende,
muito menos compreende
de onde vem a inspiração.

Inserida por EvandoCarmo

⁠Em busca de sentido encontramo a dor, por isso o grande poema deve ser composto de dor, precisa identificar a dor e oferecer sentido...

Por meio da arte encontramos o sentido, não o sentido da vida, mas o sentido necessário para suportar a dor de viver, e a dor produzida pela consciência da nossa fragilidade mortal.

Antes havia um vazio, a ausência de sentido, depois conhecemos a dor, então inventamos a arte para suportar a verdade.

Inserida por EvandoCarmo


Soneto da distância

Minha amada vive muito longe de mim
No mais alto monte da saudade
Tão distante deste mar sem piedade
Onde habito sem sossego até fim

Onde vivo e morro de desejo
Não suporto sofrer tão mal assim
Nunca pude sequer lhe dar um beijo
Para ter seu corpo quente junto a mim

Dois amantes que a sorte condenou
Ao destino fatal do abandono
A distância se impôs e ordenou

Que jamais pudessem se encontrar
Nesta estrada sem rumo sul ou norte
Onde o amor se consome até a morte.

Inserida por EvandoCarmo

⁠MUSA DO MAR

Sempre que você me olha
o meu corpo treme desejo
desejo de lhe abraçar
desejo de lhe dar um beijo.

Lembro aquele dia
nós dois e do pôr do sol,
seu corpo bronzeado
eterna poesia..

Você, musa do mar
divino pão dourado
e eu pobre mortal
escravo do pecado
Pierrot sem fantasia.

Inserida por EvandoCarmo

⁠FOLHA MORTA

Se a minha boca não te surpreende
se o meu corpo não te satisfaz,
o que te falta, para ir embora,
seguir teu rumo, me deixar em paz?

A vida a dois não é cláusula pétrea
se for por força de obrigação
o amor definha, vira folha morta
logo um se despede, outro fecha a porta
finda toda rota de contradição.

Inserida por EvandoCarmo

⁠Último estoico

Sou amante da beleza,
sem extravagância
sem pudor, sem arrogância.
Amo a beleza sem medida,
fico preso a contemplar
uma noite, um luar,
ou uma tarde em despedida.
Mas no que tange ao meu prazer
sou estoico a perecer
nesta geração desvalida.

Inserida por EvandoCarmo

⁠Os homens têm o mesmo espírito, quando o assunto é ter certeza, sobre que palavras devem ou não proferir.
Só um verdeiro sábio mede o efeito do que diz antes de falar.
Só um sábio perfeito, e na carne não há sabedoria perfeita que impeça um homem de ferir quem lhe escuta.

Inserida por EvandoCarmo

⁠Não somos nada, poeira cósmica, partícula de pó,
vivificados pelo espírito santo
da vaidade..

Tudo que fazemos é em busca de aprovação, de aplausos
de Deus ou dos homens.

Quando deveríamos ser movidos por amor, por fazer o bem, não por interesse, mas isso não acontece com ninguém..

No final tudo é uma questão de estímulo e recompensa.

Inserida por EvandoCarmo

⁠A PROVA DO MITO

O tempo é o crisol onde se forja o mito. Se ele permanece por três gerações há possibilidade de ser infinito.

Mas como são frágeis as asas de Ícaro, a cera é matéria que protege o rito.
O sol que aquece também incendeia, a fênix mergulha no éter-conflito, por que renascer para outra jornada, se a alma cansada perdeu seu apito?

A prova exige firmeza e coragem, há um céu aberto, um raio de sol, um trabalho árduo para refazer tudo que caiu, o povo esqueceu, a lógica dormiu.

Assim renasce o mito, um “tudo que é nada”, com outra empreitada para terminar na terra-arrasada, erguer pontes que foram destruídas pela voz da mídia, tão cara e vendida, sempre repetida, e pelas mãos sujas da justiça cega, ora preterida.

Há três gerações que não esqueceu, do bem que plantou, e do mal que colheu.

Um povo oprimido pela intolerância, jovem e criança parou para ouvir, um tio que fala dos anos esquecidos, onde houve paz, respeito e bondade, hoje só saudade recorda quem viu.

O mito está vivo, será que ativo irá prosseguir?

Inserida por EvandoCarmo

⁠Amar não é comum,
querer que dois
se tornem um.
quando acontece amor assim
tudo é começo,
sem meio e fim.

Inserida por EvandoCarmo

⁠MIGALHAS


Deixe eu lhe dar
só as migalhas
do meu amor
do meu querer.

Pois se lhe der
tudo de mim
sereium fardo
pra você.

Diz o poeta
com razão
que amor demais
dá combustão.

Acende o fogo
da paixão
e toda chama
um dia apaga.

Inserida por EvandoCarmo

⁠"O poeta é um fingidor".
Mente tão decentemente
Que parece que não mente
Quando fala de amor.

Os que escutam sua fala
Na vida passam a pensar
Que o que de fato vale
É a ilusão de amar.

Como se possível fosse
Entender falsa razão
Daquele que ama e mente
Que pensa que finge e sente
Que engana o coração

Inserida por EvandoCarmo

⁠Sobre as novelas, são de fato obras de arte, contudo há um exagero ideológico supra apaixonado em defesa de comportamentos. É aí que pecam, diretores e autores da
@tvglobo Tratar de temas sensíveis em horário impróprio...

Inserida por EvandoCarmo

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