Poesia do Carlos Drumond - Queijo com Goiabada

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⁠Poesia espelhada ao contrário do poema Negra, de Carlos Drummond de Andrade. Um exercício...

Branco

O sinhô branco tem tudo
o sinhô branco manda em todos:
__ Negros, vão carpir arar
aguar
extrair carregar estocar no celeiro
empacotar
subir paredes
rachar lenha transportar
limpar os sinhozinhos
fêmeas para servi-lo
parir.

O sinhô branco manda em tudo
tudo que seja tudo tudo mesmo
até o minuto final de vida de seus escravos
(único tempo que têm para se libertar)
enquanto o sinhô branco desde sempre
libertado está!
Agosto/ 2022

Inserida por hidely_fratini

Hoje é dia de seu aniversário

Sonhos, fantasias são intenções da realização
Então sonhe com a quimera do coração
Com a força que tem o amor
Goze da alegria do presente que é viver
Sorria mais, ame mais, tenha mais prazer
No olhar amigo, no abraço fraterno
Que mais este aniversário,
seja em suas lembranças eterno
Com que lhe é caro,
aquelas na cumplicidade refréns
PARABÉNS!

Feliz aniversário!

Ser diferente é igual

No mundo da diversidade
O olhar é singular
A mesma é a oportunidade
De ser feliz, de amar
Nada nem ninguém é normal
O bom é estar, se manifestar
Ser diferente é igual
Só assim faremos a diferença
E tudo será mais legal...

Luciano Spagnol

Ubuntu

Nós
Eu e tu
Somos uma só voz
Somos "bantu"
Entre todos, diversos
Se sozinhos diminutos
Somos controversos
De vários atributos
Nunca sós, rima e versos
Desigual nunca absolutos
Seremos se formos
Na vida, afetos são frutos
"Eu sou porque nós somos."
Amor e amado, serão condutos...

Luciano Spagnol

Borboleta

Metamorfoseia borboleta
Ensina a conjunção ranheta
A transformar a solidão
Em acontecimento, e então...
Desenhar o dia com companhia
Alegria
Emoção com euforia
Sonhos e fantasias
Coonestando o coração
Com amor e paixão...

Voa belas borboletas
De asas multicoloridas
Brancas azuis e pretas
Glorificando esta vida
De chegada e partida
Em diversidade e brio
Colorindo o estio
Com felicidade, harmonia
Provocando na alma arrepio...
E na inspiração poesia.

Luciano Spagnol.

CIDADE SORRISO

Em minha memória, uma saudade
Dos tempos de outrora, um aviso
Daqui fui, aqui voltarei, realidade
Uma mineira cidade, cidade sorriso
Onde sempre fui, territorialidade
De minha alma, aqui sou indiviso...

Neste um universo, versa a beleza
Gente de minha história, de contos
Em um recital duma incrível pureza
Poesia nas velhas cadeiras, pontos
Seresteiros cheios de doce certeza
Nada ali é pequeno. São confrontos!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

MINAS

Eu sou de lá das bandas das Minas Gerais
Das boas estórias, nossas, vou confessar
Terra do povo mineiro, bão, pra se admirar
Leite tirado na hora, roça, e seus arraiais

De volta à estrada das pedras, a retornar
Se daqui parti, voltar é bão, bão demais
Apreciar os planaltos e as estradas Reais
Pão de queijo, broas de milho pra assar

Tem, também, pamonhas e os milharais
Lavorando o cerrado, o caboclo a lavrar
É do Triângulo, donde são meus currais

Imenso céu, as lembranças, põe a sonhar
Araguari, cidade natal, e os velhos locais
É saudade passo a passo disputando olhar

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017

Legado

Os poemas sempre ficam
São guardamos na emoção
Quem escreve os ratificam
No entendimento do coração
Quem os lê se transformam
E viram parte da narração...

No fado eu invento
Tento sonhos em rima
As trovas meu alento
O leitor minha estima
É desafio é energia
Motivação esgrima
Espelhado na poesia

Luciano Spagnol

ESPAÇO VAZIO (soneto)

Há ilusão seca tão desfolhada
No apertado do amor ignorado
Nas lágrimas no olho chorado
No vento de uma dor soprada

Assim, tão só e tão esgotado
Com a alma ao vento, levada
A revelia, e sem mais nada
O olhar vai ao chão, atado

Só se vê silêncio no peito
Sem rima, sem poesia, leito
Apenas o ritmo com arrepio

E neste tal suspiro tão sujeito
Que fala, respira, tira proveito
A emoção é um espaço vazio...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano

NÔMADE

Venho de longínquas terras, do mar
Peregrino no cerrado, místico errante
Em busca do meu eu, de me achar
E neste chão novo, fui caminhante

Assim, no encanto eu fiz o instante
No olhar e no coração, sob o luar
E na diverso do sertão inconstante
O fascínio me ensinou como amar

E neste aroma delicioso sonante
De vagante ao pouso, pus a ficar
Nos dias felizes aqui tão distante

Trouxe no peito o nômade sem par
Formosa vontade no bem suplicante
Cá aterrando no horizonte deste lugar

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

⁠Sorriso

Hoje acordei e olhei para a fresta da janela do meu quarto
E vir um feixe de luz lindo entrando
Corri para ver pensando ser o sol
Me enganei, era seu sorriso!

(27 DE FEVEREIRO)

Dia e mês que levo os anos
Nas costas, cada vez maior
Sem fronteira e sem planos
Nos males e sonhos o suor

Levo com cuidado esta data
Num rígido e reto itinerário
Afinal não é ouro nem prata
Mas é especial no calendário

Nunca posso dar um até mais
Pois veloz já é naturalmente
Triste é ficar sentado neste cais

E sempre deixo um posposto pendente
Pois ficar mais velho, são fatos anuais
E ser lerdo, retarda receber o presente

Coração no Varal

Meu coração
Está pendurado no quintal
No varal, secando as lágrimas de aflição
Pingando agrura funeral
No sol, na chuva ao relento
Com a emoção amachucada
Frágil ao vento
Rangendo no peito de um jeito cinzento.

Luciano Spagnol

Da saudade

Saudade palavra agridoce
Contigo o mel e o amargo
Na secessão é tão precoce
No desengano desencargo

Da solidão

A solidão não é estar só
Seu silêncio é necessário
Tem seu charme seu xodó
Quietos no nosso breviário
Ter solidão é de ti sentir dó
E não ter qualquer destinatário

Da tristeza

De ti triste tristeza
Só nos traz incerteza
Afasta o belo da beleza
Ora nos traz profundeza
Ora nos traz aspereza
Que seja então breve
E nas tuas ruínas, leve

Da sabedoria

A sabedoria filha do entendimento
Tão desentendida pelos homens
Homens de guerras e sofrimento
Na ganância de ter bens
Como se fossemos dono de alguma coisa, somos momento.

Da alegria

Da alegria trago o sorriso
Gargalhar se faz preciso
Pro fado se fazer conciso
E o pleno prazer indiviso

Do amor

Do amor se espera encanto
Sem se frustrar na emoção
Do outro se quer santo
Se santo não é o coração
Então se cria o espanto
E no espanto a desilusão
Mesmo assim, queremos tanto, tanto...

Luciano Spagnol

Coração

Tu não sabes nada!
Sofre por impulso
Anuncia a estrada
Pulsa no ato do expulso
Acelera e contagia
Sonha, e tem o avulso
Sentimento, com ousadia
Fazendo-se de recluso
Na certeza da batida certa
Acredita, sendo tão confuso
Ai então fica alerta
Se desperta
Me sustenta
Apimenta
E volta a ser placenta
Frágil, cheio de ilusão
És tu coração!

Luciano Spagnol

Dia do médico

Ser médico...
É dar de si eternamente
Partilhar a dor do doente
Torna-lo confiante e forte...
É ser presente na vida e na morte.

Louco

Na alegria escarno a tristeza
Incógnito fico a rir e a chorar
Esta é minha louca realeza
Doido, verso e reverso o poetar

Cada desatino de ser violador
Chora a minha total lucidez
De um insano no seu fingidor
Onde mascara a loucura de vez

Se existir é que é muito louco
Então existo mais que o viver
Ser louco ainda é muito pouco
Nos acertos do normal saber

Sem rumo, louco, afortunado
Desatinado e cheio de muafo
Da vida, vivo para ser amado
De amor, louco, sem parágrafo
(Quero da loucura ser inventado!)

Araguari

(Parodiando "Cante lá que eu canto cá" de Patativa do Assaré)

Ô Araguari, arguem já te poetô
Eu sempre tenho poetado
E ainda poetando eu tô
Cadquê, chão amado
Ocê é trem bão dimais
E óio aqui os sêus mistério
Tão difícil, decifrá jamais
Tal arrilia é tão sério
Que o poeta proseia, proseia
E ainda fica o quê proseá...

SONETO DUM PISCIANO

Sou peixes, das águas da emoção
dum olhar profundo, sou cardume
que bóia na nascente do coração
das irrigas condoídas, e de nume

Ter zelo e dedicação, sua missão
doar-se num dos lados do gume
alma encharcada de expressão
gota a gota, afeto com perfume

Banha o outro nas tuas chagas
içando doçura nas tuas austagas
peixes, místico servidor do amor

Neste mar, e com suas dragas
devora a tirania, e as pragas...
Do zodíaco, eterno sonhador!

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

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