Poesia do Carlos Drumond - Queijo com Goiabada

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À MINHA MÃE

Sei que a saudade, mãe! é bastante...
A esta, que não estou mais a teu lado
O aperto no peito, sentir, é constante
Vazio em vazio, um coração repicado

Aflição! Recordação! a cada instante
Ter... Volver, é um perceber replicado
De lembrança, no suspiro soluçaste
De ti, a falta, do teu amor tão amado

Minha mãe! Minha mãe! só saudade!
Estou com saudade! Cá lamentando
Passo a passo, a mais dura realidade

E aqui nestes versos tão maltrapilho
Minhas mãos, trêmulas, chorando
Lacrimejam saudades de teu filho...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

RESPOSTAS NO AMOR

Amo... vejo envasado em nobre sentimento
Todo o meu ser em fulgor, a alma em união
Contempla-me a glória, inteireza na emoção
Ame! - E deixe o mal com o seu sofrimento!

Sofro... quando me encontro em desilusão
De espinhos, arranhão, então fique atento
O desdém que humilha, não há argumento
Pois, o contento, se deixa levar pela paixão

Se tem irrisão, perdoe, o perdão é prece
Árduo é o caminho, e perverso a injúria
E ter um bom alívio é o que se esquece

Amor... amar... amo, trova dum profeta
Ao coração enriquece, sem ser luxúria
A eterna inspiração do ser, de ser poeta!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, outubro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

QUEIRA

Olha-me! O teu amor sincero, venerando
Entra-me o peito, como uma doce razão
De brando e suave, sentimento, entrando
No meu viver, fazendo laços no coração

Fale-me! Só de amor e de amor, quando
Falas, deixando cálidos tino na emoção
E aos toques, carícias, no tocar radiando
O bem nobre que só traz pródiga afeição

Olhe-me! Fale-me então! Multiplicando
Sempre, sempre com ternura galanteia
Agora, agora com o cuidado que cintila

E enquanto me flamejas de ti, forjando
Em seu fulgor, o sabor da carícia cheia
Queira! o cortês amor que d’alma destila

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

Há vida vivente e tem quem se ausente
Há olhar carente e tem quem não importa
Há afeto latente e tem quem não sente
Existe na loucura de ser gente... Horta
de insanidade
Neste silencioso desdém, cerrada é a porta,
a humanidade
A valia está muito além do poder
Pois até mesmo a razão é vaidade
Surdo são os ruídos mudos dum gemer
Num egoísmo posto no altar
Cambiando o amor pelo ter...
Sem ter amor para cambiar!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO NA MADRUGADA

No cerrado, numa certa madrugada
Sem saber se parava ou caminhava
Se me desiludia ou se me encantava
Só sabia que a quimera estava calada

Aí, a aflição que a saudade recordava
Num céu desmarcado e de mão dada
Com a solidão, ali tinha hora marcada
E o silêncio então, comigo devaneava

Ouvi o vento na janela dando pancada
Ansiando entrar, e então, assim ficava
Repetindo num bate e bate a chamada

E a madrugada que o sono desprezava
Grafava dor, aperto, lágrima derramada
Num soneto, no qual, só suspiro coava

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, 17/05, 04'35"
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

CERRADO PÁLIDO

Cerrado pálido, em meu poetar
Vem, e com mais cor, por favor
Esconder o sufocante amargor
Porque desbotou o meu versar

Aí, o meu pobre senso criador
Cuida que é menos o tal pesar
Por estar tão pouco a celebrar
A emoção, vida, sangue, calor

Pois... livre é o teu vento a chiar
D'alma o pensamento quer amor
E o aflitivo peito, só quer chorar

Que há de agora, aí, dizer o autor
Pendente na dor e, chora o olhar
Se do zelo só queria ser um valedor

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, abril, 05'30"
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

O POETA

O poeta
É um mago ator
Tira de sua maleta
Trilhas de dor e amor
Encenando com a caneta
Atos com cheiro e sabor
Da criação
Para o ledor,
espectador...
Assim, nesta atuação
Dum eterno amador
Desfia fantasia da imaginação...
Em cenas, como autor.

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

MÁSCARA DE CARNAVAL

Máscara de Carnaval...
És da folia aguerrida,
não és fingida...
Pulsa, faz-se gente,
brilha, não mente,
da alvorada ao poente...
Na quimera presente.
Afinal,
é CARNAVAL...

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2018 fevereiro
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Á Virgem Santíssima

A teus pés, tal fé de incerteza,
O coração cheio de inquietude.
Posto o meu olhar de solicitude,
No teu doce alento de pureza...

Mais que piedade, é plenitude,
Que nem sei se há mais riqueza.
Tal o amor, tal luz, tal grandeza,
Que ao nosso clamor, servitude...

No rosário, desfio minha rudeza.
Mãe feita de perdão, pura beleza,
Cheia de graças, a reza primeira...

Da paz, divina piedosa dolorosa,
Silenciosa, fita-me assim chorosa...
Auxílio em nossa hora derradeira.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, setembro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

AS PAIXÕES

As paixões se expiram como um nevoeiro
São como versos que saem do pensamento
Em vapor de aromas dispersos, por inteiro,
De ilusões, tais plumas voejando pelo vento;

São como tintas que caem de um tinteiro
Tal o pó ressequido no cerrado sedento,
Em um toque são absorvidos tão ligeiro
E tão ligeiro vivem em um só momento...

Mas os verdadeiros, os correspondidos
O “sim” que fica, o “Okay!” que alucina,
Estes ao coração nunca serão sofridos,

Abrasam-nos o ouvido, não são temidos:
Ficam no peito, e numa euforia assassina,
É afeto, é agrado, e ao amor são permitidos.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Setembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

GRILHÃO

Por que hei, desta solidão, o memorial
Por que hei, do silêncio, o chamamento
Se o caminho tem o seu início e o final
E o fado nunca é só descontentamento

Fosse possível ser apenas um ato fatal
Depois de tanto e tanto aborrecimento
A vida seria apenas passagem acidental
E no acaso não teríamos o sentimento...

Vária lembrança no tempo, nunca lento
De vias que nos parecia uma eternidade
E que nos foi reservado no esquecimento

Por que? Me encadeias sem piedade
No grilhão do vil ignoto e do tormento
No cárcere dum martírio da saudade?

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
25 de setembro, 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

TÉDIO

Sobre o meu poetar, como uma sina
Tal ave de rapina, pesa a monotonia
Despovoando os versos, na surdina
Ilustrando a poesia de turva predaria

Oh! Escrever no silêncio, e inquilina
A solidão, sem sonho e sem alegria
Sem uma idéia e sensação cristalina
Faz o tédio ao poeta sua companhia

Ah! Deixar de fantasiar este ensejo
O pensamento no vão, a alma fria
Se a luz está escura e assim velada

Como posso avivar o meu desejo?
Se dorme numa catedral tão vazia
E lá fora a vida está abandonada!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
30 de setembro, 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

Subversiva

A solidão
Quando vem
Respeita nada não...

Nem lembranças tem.
Quando ela fica sem noção
Há suspiros, também.

De qualquer de seus abismos
Desconhece o coração
E é cheia de egoísmos

Relincha
Nos seus fanatismos,
Então, a alma guincha.

Só depois da sofregdão
Reconsidera: no silêncio
E deixa a ventura na mão
Em um poema sombrio...
De farta imaginação.
No vazio!

E promete incendiar a razão.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Paráfrase Ferreira Gular

Inserida por LucianoSpagnol

CAOS

No fundo do meu eu, o meu efeito
São noites, entardecer e alvoradas
Enlevos, suspiros e dores sepultadas
Devaneios engasgados no meu peito

Retas alongadas, curvas e lombadas
Mas, de repente, o esperado desfeito
Refeitos, rajadas do eu ser imperfeito
Clamor, as regras, retintim das ciladas

E nos motins, glórias e nada absoluto
Choro e hosana... Com o dito estrovo
Numa sina dum salmo agreste e bruto

E há no poetizar, de que me comovo
Gritos, festa, agonia, meu eu matuto
Incertezas, e o recomeçar de novo!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, outubro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

PASSARINHO

O passarinho, pelo céu, passa
Entre galhos, voo, mansinho
Desliza toda a sua graça
És livre no seu livre caminho

Na secura do cerrado, reaça
Entre tortos galhos, seu ninho
Num canto de encanto, bocaça
Aveludando a aridez num alinho

Lá, cá, acolá, na frente, na regaça
Em bando, passarinho, sozinho
És leve, garrido, como a cassa
Em galhos macios ou de espinho

Voa deslizante, de braça em braça
No campo, praça, qualquer cantinho
O passarinho, bom prol nos faça!
Ás, lento, alto ou baixinho, passarinho...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
28 novembro, 00’25” – 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Banana

Ah! A banana...
da terra
prata
ouro
delicia soberana

Na roça
no quintal
minha, sua, nossa
preferência nacional

Ah! A banana...
Capital!
Que da Mãe Terra emana

Viva o bananal...
natureza, prana
fortuna tropical

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
39/004/2020, cerrado mineiro

copyright © Todos os direitos reservados.
Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

nascente

nem dia ainda é
nem escuridão
nesta hora de silêncio, fé
o sono já em vão
e a alma já de pé
mansidão

neste momento aflito
agoniada a solidão
que suspira num agito
num grito, em oração
será meu este delito
ou será do coração?

não importa a importância
não importa o cravo
o amor é relevância
o poeta da poesia escravo
a poesia pro poeta substância:
prosa, cria, aroma, desagravo...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
setembro de 2019
Araguari, Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

Pequizeiro no caminho

Há um pequizeiro ali
No cerrado, solitário
Onde canta a Juriti,
Num doce cenário...

Onde o vento, venta bom
Onde o tempo tem razão
E o coração cala no tom,
No horizonte do sertão...

Cá tudo é calma, espera
Quem testa, a alma adoça
O gosto é de quimera,
E o povo, gente da roça...

Na poesia, agridoce canção
Deste seco chão, de cheiro
De primavera, de inspiração,
No caminho, há um pequizeiro...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Setembro de 2018
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DE CARNAVAL (de outrora)

Distante da folia, o cerrado me afigura
A saudade como um saudoso tormento
Lembrar dela é uma sôfrega tal tristura
Esquece-la é nublar o contentamento

Ausentar de ti é a mais pura amargura
Todo momento é gosto sem fomento
Máscaras sem brilho nem alegre figura
Uma fantasia no samba sem afinamento

E no saudosando os tempos de outrora
Enquanto fugaz vão-se os anos, enfim
O que tenho pra agora, só silêncio afora

De toda a diversão a quietude em mim
É regente, pois já não sou parte da hora
E meu carnaval vela o traje de arlequim

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Carnaval
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

BOCA DA NOITE

na boca da noite, calar-se
o cerrado se cafua
o sol fustigado
a lua nua
o céu estrelado...
Anoitece, e o dia recua.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

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