Poesia do Carlos Drumond - Queijo com Goiabada

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⁠Causa ofego saber que
Somos apenas sacos de carne
Isolados num planeta
Pequeno e perdido e que
Nada disso faz sentido algum
Sabendo que há muito o que
Se descobrir
E estamos limitados à seres finitos
E sem consciência Universal!

Inserida por edgi_carvalho


Há uma abrangência
de saberes
em cada manhã
um novo nascimento
novos passos
novas cores
& consciência.

Inserida por AllamTorvic

⁠Não deveria ter beijado você.
Nem ter olhado no fundo dos teus olhos .
Nem deitar na maciez dos teus braços.
Nem sentir o pefume do teu ventre.

Não deveria ter me deixado apaixonar tão facilmente.
Por alguém que a outra pertence ...

Não deveria ter pedido que voltasse e dado aquele beijo de saudade, quando estavas indo embora.

Com aquele carro estacionado em meu portão ..
Pra te levar pros braços dela.
Pra me deixar na solidão.

Não deveria ter beijado a tua boca
Não deveria ter deixado me tocar...

Poque teu toque forte e ao mesmo
tempo doce, fez meu desejo o teu desejo despertar. então..

Nós nos perdemos para sempre uma na outra ...
Embora agora, eu que seja a outra da canção.

Inserida por Bia-Domingues

⁠O Chefe dos Enganos

No trono da ilusão, o chefe se ergue,
Com um sorriso calculado, a verdade engole,
Entre mentiras e promessas, sua voz preenche,
Os vazios de um governo que a ética não recolhe.

Em seus olhos, o brilho de uma máscara fina,
Que oculta o vazio e a corrupção latente,
Cada decisão, um engano, uma linha,
De um jogo sujo onde a justiça é ausente.

Os fundos desviados, o poder mal empregado,
São moedas para o luxo e para o prazer,
Enquanto o povo sofre, esquecido e desolado,
Sem saber que o engano é o que o faz padecer.

O chefe dança no palco da impunidade,
Com uma coreografia de desvio e egoísmo,
E a verdade é uma sombra de vanidade,
Que se esconde atrás do seu cínico altruísmo.

Mas em cada mentira, há um grito abafado,
Em cada promessa, um lamento não dito,
E o chefe dos enganos, em seu poder desmedido,
Enfrenta o vazio de um futuro incerto e falido.

Ergam-se as vozes, desafiem o engano,
Que a verdade se levante e a justiça prevaleça,
Que o chefe pague pelo seu ato insano,
E que a liberdade e a verdade finalmente nos apareça.

Inserida por emeldito_covany

QUENTE CAFÉ.
Por favor me sirva um café quente. Quente a ponto de queimar os dedos ao contato agressivo com a xicara. Para que eu precise asoprar com carinho, por um período de tempo, até poder saborear sem perder o calor. E ao beber que possa aquecer meu estômago, minha alma. Que o cheiro liberado pela fumaça me faça sentir a nostalgia dos inúmeros cafés tomados antes de ir para a escola. Que o embaraço causado no meu óculos me impesa de ver essas dores do presente, Mas que ao sair, esse café me de forçar para continuar.
Me sirva um café como o amor!
Que É quente. Mas que assusta aqueles apressadoes que nao sabem se queimar. Que não tem a paciência para "asoprar" (suspirar e sussurrar palavras de carinho) para então alcançar o calor desejável a sua alma. Que não sabem tocar a xícara (corpo) e sentir sua temperatura. E não saboreiam o beijo molhado e quente. Tão pouco sabem enxergar no embassado causado na vista por esse sentimento nostálgico.
Me sirva, vida, um café verdadeiramente quente!

Inserida por Louko

Venha ver a pessoa sem rumo,
Venham ver a pessoa sem direção,
Pra onde ela vai essa é a questão.
Quando tentou se achar,
Mas mesmo assim não conseguiu se encontrar.
Deixou tudo aquilo que quis fazer,
E hoje nem sabe o que quer ser.
Julgou ser tão capaz,
Mas não sabia que ficava tão pra trás.

Inserida por DeadfelizorDeadtrist

Dizia ser livre e apaixonado,
Mas quando notou estava abandonado.
Ele estava só,
Nem notou que ele mesmo se fez o nó.
Criou um caminho tão sozinho,
Apenas abandonou tudo no caminho.
Fez de si a própria morte,
Ele construiu a própria má sorte.

Inserida por DeadfelizorDeadtrist

Sou fruto dos extremos.
Da fusão, não sou meio termo.
Passeio entre a serenidade e a força;
entre o norte e o sul.
Sou ser medroso de ter medo.
Sou sede de água da vida.
Entre protetora e protegida, sossego minha alma na redenção.

Inserida por lavinialins

Por maior que seja um escritor, ele jamais será capaz de

expressar em papel e tinta, toda a percepção que tem na alma.

Pois os sentimentos são ardilosos e não se deixam revelar

totalmente em palavras. Eles fazem essa exigência justamente

para se tornarem sensações únicas em cada ser. (Ana Paula Gervoni)

Inserida por ana_paula_gervoni

Estatística

Escrever poemas não vale
um corpo caído no asfalto.
Sinais de sangue no sapato.
Riso apagado no ato.

Escrever poemas não vale
a memória dos inimigos da
horda jogados na caldeira
dos silêncios.

Escrever poemas não vale
a noite incômoda e feroz
dos que dormem cobertos
de luas e estrelas.

Escrever poemas não vale
um único segundo de um
dia inteiro penando
injustiças…

Escrever poemas não vale
a primeira sílaba da palavra
morte – derradeira dormida
do corpo e da alma.

Não vale o poema. Não
vale o silêncio sob o manto
dormente das milícias.

Não vale a outra face
navalhadano tapa. Não
vale a pele do mapa.

Não vale a trapaça
da dor, ferida aberta
na couraça.

Inserida por pensador

Essa sensação
que a porta vai abrir

e que o seu abraço
derramado no meu
abraço derramado

vai molhar o piso

Inserida por pensador

não existem feridas
que não cicatrizem
mas a marca funda
de um olhar amargo
dói como a dor
de um bicho esmagado

Inserida por pensador

citação

não vou falar de nós
vou falar da última conversa que tive no elevador
bom dia
o tempo vai virar
imagina no verão
vou falar dos agapantos brancos e lilases
que só dão flor em novembro
e morrem rápido
vou falar da nova receita que inventei
com quinoa e passas
aprendi a gostar de passas
não largo mais no canto do prato
para você
vou falar de uma raça nova de cachorro que vi
atravessando a rua para não pisar na sua calçada
um pelo meio desgrenhado
seu cabelo depois do banho
vou falar da poesia que li no livro que ganhei de aniversário
pela idade que você não testemunhou
no jantar que você não foi
e falava sobre uma boa ideia para um poema
quase te achei uma boa ideia
você, uma frase que encontrei num caderno antigo
que achei que tivesse escrito
naqueles dias de tantas horas
e tantos beijos
mas era uma citação
que não era minha

Inserida por pensador

Fogo Fátuo

Enquanto caminhávamos
parei um pouco dentro de mim
e me invadiu tua brusca mocidade.
Algo em ti pungiu-me:
a teu lado, as casas,
o ar, o amigo apodreciam e
tu, sozinho, ileso pairavas no momento.

Inserida por pensador

Corpo

quantas cidades
te percorrem passo a passo
antes de entrar nos mil lares
que te aguardam
é mesmo preciso usar sapatos
porque não gastar na pedra
uma pele que se lixa longe do
tacto
dentro do ônibus os dias
viajam sentados
em meio a ombros colados
túneis esgoto bichos
sorvetes coxas anúncios
uma criança um adulto
modelam a cidade
na areia
longe

perto do coração onde
uma cabeça gira o
mundo
correndo na grama a sombra
de quantos assistem sentados
enquanto das traves pende
o corpo de um de todos
enforcado
enquanto as orelhas ouvem
ouvem
e não gritam
há um fora dentro da gente
e fora da gente um dentro
demonstrativos pronomes
o tempo o mundo as pessoas
o olho

Inserida por pensador

Não amiga não temas
meu coração;
é apenas um chapéu surrado
que humildemente estendo
para colher um pouco de tua alegria
de tua graça distraída
de teu dia

Inserida por pensador

Estou em mim
Estou no outro
Estou na coisa que me vê
e me situa

Diante de mim
Diante do outro
Diante da coisa
Está a morte

Inserida por pensador

Alegria

Borboletas desaparecem
no porão
Na sala enorme
iluminada
flores se expandem
em meio a vozes moças
alegres
Guirlandas de flores,
de ar
Basta tocar uma delas
(é um sonho)
para que de cada flor
surjam de novo
as borboletas
a voar
seu voo de papel —
amarelo

Inserida por pensador

FRUTOS DO ACASO

Tal como tudo
o cheiro do lápis acabado de afiar
vai-se embora.
No cinzeiro
a ponta do cigarro que arde
desperta o cedro.
Tal como tu
o cheiro regressa.

Inserida por pensador

morri
pouca gente apareceu
caixão aberto, batom
seco

três
amigos fizeram homenagem
enquanto despedaçava a
terra

segui
alguns andando pela rua
minutos depois do
enterro

ouvi
quando disseram
que nunca me conheceram
a fundo

Inserida por pensador