Poesia do Carlos Drumond - Queijo com Goiabada
Quero porque te quero
Nas formas do bem-querer.
Querzinho de ficar junto
que é bom de fazer doer.
Eh Pagu eh!
Dói porque é bom de fazer doer.
Tapuia
As florestas ergueram braços peludos para esconder-te
A tua carne triste se desabotoa nos seios
recém-chegados do fundo das selvas.
Pararam no teu olhar as noites do Amazonas
mornas e imensas
E no teu corpo longo.
ficou dormindo a sombra das cinco estrelas do Cruzeiro.
O mato acorda no teu sangue
sonhos de tribos desaparecidas
- filha de raças anônimas
que se misturam em grandes adultérios!
E erras sem rumo assim pelas beiras do rio
que os teus antepassados te deixaram de herança
O vento desarruma os teus cabelos soltos
e modela o vestido na intimidade do teu corpo exato.
À noite o rio te chama.
Chamam-te vozes do fundo do mato.
Então entregas à água
demoradamente
como uma flor selvagem
ante a curiosidade das estrelas.
Sim
Sim. Chega o tempo.
Que dores e tristezas,
Diminuirão. Mas não
Agora. O sonho acaba
De começar.
A infinidade o universo
Conhecido terá mudado,
Os paradigmas de conhecimentos.
A educação dos desejos.
E a reafirmação da inteligência.
Frente aos desejos e forças instintivas.
Mas não agora. O agora é o começo.
O agora. É como entendemos o tempo
Passar. O agora é; como internalizamos;
Nossos sentidos. E extintos; de realizações.
Muitas coisas; realmente não fazem sentido.
E buscamos não ver. Não por egoísmo?
Mas por ignorância e medo.
Um mundo. Não se muda assim tão rápido.
Evoluir, involuir. A mente não consegue
Captar essas transformações e torná-las
Conscientes no tempo e espaço.
Mas as descobertas ocorridas nos últimos
Anos. Potencializou a capacidade de alcançar
E melhorar o estado aumentado de bem-estar.
Sem muitos choques de pensamentos e medos.
Razão e coração caminhando juntos.
Para novas descobertas, desafiadoras.
Sim. O Amor venceu.
Apesar de tantos desaforos, as incongruências
Dos seres Humanos, só encontrarão contendas,
Nos universos digitais. E a consciência encarnada.
Triunfará reinante nesse e noutros planetas.
Refletindo o sol que carrega todo o alimento
Para o Universo. E tudo chegará.
Onde precisar chegar.
Sempre foi um sonho
Que queria realizar
Foram tantos pensamentos
Que eram impossíveis externar
De repente
Por você me apaixonei
Foi um erro que cometi
E cometeria outra vez
Só por ser inteligente
E bondoso coração
Que facilitou na conquista
Pois chamou minha atenção
Te respeitar
É o que mais quero
Por isso se eu te pedir em namoro
É um sim que espero
Você é,
Estressada meiga e as vezes impaciente,
De atitudes extraordinárias
E de beleza atraente
Se a mais bela estrela falasse,
Falaria seu nome
Pois ele é belo,
Igual o seu sobrenome
Tudo que queria alcançar
Dedicadamente alcançou
Porém em uma coisa não deu sorte,
E foi o amor
Mas a vida é breve
E você ainda pode apreciar
Pois há tantas belezas
Em homens que ainda sabem amar.
Ao falar com você,
Vem sobre mim uma boa sensação,
Sensação essa
Que me chamou a atenção
Seus olhos são como uma luz cintilante
sorriso é radiante,
Seu jeito e sua beleza
Mais que cativante,
Se a lua fosse uma pessoa
Se apaixonaria por você,
Pois só em te ver
Já queria te ter
Se eu fosse o mais belo entre os homens,
Só pensaria em te ter
Mas se eu tentasse e te tivesse,
Jamais queria perder você
Se o velho ditado não fosse considerado um dogma
Viraria algo também não questionado
E tudo de bom,
Externaria e não ficaria guardado
Mas ele existe
E nada posso fazer
Mas o bom mesmo é está aqui,
E falando com você.
( Querer não é poder "ditado popular" )
Sei que já não me quer
Nem um minuto mais
É triste saber
Mas te quero demais
Por não pensar
Me precipitei
Briguei com você
Mesmo estando certa outra vez
Faria tudo para te conquistar
E acalmar meu coração
Pois sem ti não sei viver
Vivo uma extrema solidão
Não quero mais sofrer
Além de você mais ninguém
Pois você foi a melhor
E a que sempre me fez bem
Espero seu perdão
Pois sei que nada foi em vão
Não vou te esquecer
Dê-me tua mão
Ao pé dum calvário
De uma rosa, uma pétala pendia inerte
E, incerta, murmurava então: "Será que vou?"
Súbito veio o vento, e a pétala lá voou,
Abandonada às dúvidas que o medo verte.
Dir-se-ia que, naquele terrível cenário,
Repousara ela, tímida, ao pé de um calvário.
"Eu era tempestade, você veio, sou calmaria.
E hoje? Sou tempestade.
Eu era frio, você veio, sou calor.
E hoje? Sou frio.
Eu era tristeza, você veio, sou felicidade.
E hoje? Sou tristeza.
Eu era escuridão, você veio, sou luz.
E hoje? Sou escuridão.
Eu era solidão, você veio, minha companhia.
E hoje? Sou solidão.
Eu era algo sem rima, você veio, sou poesia.
E hoje? Não tenho mais rima.
A saudade é minha sina.
Ah, aquela menina.
Você veio, você se foi.
Hoje só me resta na memória as lembranças do que eu era antes de nós dois..."
Poesias, textos, frases em bares, mares
Copo cheio, coração transbordante, instante
Sonhos, realidade planejada
Vida que segue dirigida, digerida
Vírgula, ponto, pronto
Sobre nós? Parei de escrever
Espero o agora, o momento de ver, viver
25
Tocado
o coração logo se agita
e arqueja 'Amor'
um peixe alucinado que tenta
tirar seu fôlego da carne do ar
E não há ninguém ali para escutar sua morte
no meio das moitas tristes
por onde o mundo passa em riste
numa efusão de atrasos e de asfalto
Oh era uma primavera
de folhas de peles selvagens e flores de cobalto
enquanto cadillacs caíam como chuva entre as árvores
encharcando com demência os relvados
e de cada nuvem de imitação
escorriam multidões múltiplas
de sobreviventes de nagasaki desasados
E ao longe perdidas
flutuavam xícaras
repletas com nossas cinzas
Em toda a minha vida jamais deitei com a beleza
confidenciando a mim mesmo
seus encantos exuberantes
Jamais deitei com a beleza em toda a minha vida
e tampouco menti junto a ela
confidenciando a mim mesmo
como a beleza jamais morre
mas jaz afastada
entre os aborígenes
da arte
e paira muito acima dos campos de batalha
do amor
15
Correndo risco constante
de absurdo e morte
toda vez que atua em cima
das cabeças da audiência
o poeta sobe pela rima
como um acrobata
para a corda elevada que ele inventa
e equilibrado nos olhares acesos
sobre um mar de rostos
abre em seus passos tIma via
para o outro lado do dia
fazendo além de entrechats
truques variados com os pés
e gestos teatrais da pesada
tudo sem jamais tomar uma
coisa qualquer
pelo que ela possa não ser
Pois ele é o super-realista
que tem de forçosamente notar
a verdade tensa
antes de ensaiar um passo ou postura
no seu avanço pressuposto
para o poleiro ainda mais alto
onde com gravidade a Beleza
espera para dar
seu salto mortal
E ele um pequeno
homem chapliniano
que poderá ou não pegar
aquela forma eterna e bela
projetada no ar
vazio da existência
Aquela "fosforescência sensual
na qual se deliciava minha juventude"
jaz agora quase atrás de mim
como uma região de sonhos
onde um anjo
de hálito ardente
dança como uma diva
por veias estranhas
pelas quais o desejo
perscruta e lamenta
E dança
e dança ainda
e ainda avança
O trem
Para Torquato Neto
às três da madrugada
penso que o trem se esqueceu
de mim
mão gelada
louca disparada
– seria esse o meu fim?
Poema do infinito
tâmaras maduras em teus quadris
corpo em flor de anis
escapa vivo num torso místico:
todo o profano
Aruanda é aqui
nesta cama
os olhos gotejam no balde
a liberdade melancólica da lua
sempre só
num silêncio-móbile
que Patti Smith canta:
você seria uma asa no céu azul
em sua escuridão
finally we are no one
pergunto-me se isso não seria o fim do horizonte
Estrela-do-mar
Para Lis
que espetáculo é a palavra crepúsculo!
labirinto-oceano
estrela cadente que valsa céu abaixo
segredos de água-viva
do navio projeto-me em concha, um par de mãos dadas
vieira-vênus:
(explosão da aurora)
que palavra é estrela senão chuva?
Não sei andar na chuva
muito mais que o tempo, dividir um guarda-chuva
atravessar sem medo, queda longe da parede
pega pela mão, a formiga
na outra, carrega-o
– tempo de costas
alguém disse: não sei andar na chuva
sendo um a menos
estampido são os gritos
no ritmo dos passos
alguém repetiu: eles eram muito felizes
ela, quinze anos
ele, os mesmos quinze
dividiam no guarda-chuva
a mesma tempestade
o riso insolente
o silêncio na xícara de café
beija o inverno delicado
não havia mais ninguém na casa
além do talher empoeirado
ainda da última visita
de um marido morto
a música que faz chorar
hoje só esconderijo
impossível viver numa casa onde não faz calor
frágua que forja lágrimas
onde a chuva não caminha
como dói a paisagem
quando o olho morre aberto
fica no meio um abismo vermelho da saudade
para entrar no sonho
e esperar que aconteça um milagre
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