Poesia do Carlos Drumond - Queijo com Goiabada

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⁠PRIMAVERA SEQUIOSA

Ó como a primavera caducou
Olha o cerrado, de letarga vida
- Ó chuvada, Vê! a triste ferida
No sertão, que a sorte faltou...

Tudo dorme, a ilusão perdida
Chora em derredor, chorou
A dor doída, que não rematou
E a forração que se fez abatida

Sequioso, que desdém o teu
Ó tempo, sem encanto seu
Sem canto, cor, sem graças

Quão desbotada a primavera
Sem hora, ó chuva em espera!
Ela que floresce quando passas...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06 dezembro de 2020 – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠CERTEZA

Este – o soneto da felicidade completa
Em que, poetando as horas de emoção
Sorri nas delineies, desfastio do poeta
Em um coração fiel e cheio de paixão

Este – o conteúdo de sensação, direta
Festeja, alucina, traz ventura na razão
Pondo a alma na completude, quieta
Cheios de harmonia e boa adoração

Este – o soneto da exaltação maior
Em que a frase terá aquele melhor
De tudo, pois é desprovido de dor

Este – poema dos poemas nascente
Que nos faz enamorados realmente
Este – é o verídico soneto de amor!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07 dezembro de 2020 – Triângulo Mineiro
paráfrase a João de Barros
8

Inserida por LucianoSpagnol

⁠[...]uma rosa

ser como a rosa
viver em quimera
bela, toda a primavera
da fragrância prosa
de pétala formosa
de ser especial
afinal,
uma rosa é uma rosa...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08 dezembro de 2020 – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO TÍBIO

Esqueça, te esquecerei. Qual a serventia?
Duma palavra, um oi, o silêncio e pranto
Te amei, gostava tanto, mas o encanto
Na sua ausência tornou-se sensação fria

Sabíamos que tudo acabaria, certo dia
Ou não, no entanto, pra que o espanto
Dum não, se não mais importa quanto
Se já na estranheza está a companhia

Então, neste soneto tíbio, um desejo
Se não vendo você, nada mais vejo
Ou sinto, bom, é não mais nos ver!

Assim, cada qual anda por sua vida
Se já teve a despedida, comovida
Não tem como perder no não ter....

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10/12/ 2020, 09’03” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠RENOVA

Caliandra, chuveirinho, pequi, lobeira
Florindo no cerrado pós a chuvarada
Maravilhando a renova por inteira
Do sertão pro verão tão camarada

E as águas cantam pela cumeeira
E as flores encantam na alvorada
Embalando a primavera Brasileira
Numa variação mística e encantada

Ao ritmo do rebento faz belo agora
Onde a sequidão vai nos longes fora
Longe da aridez, do vigor ausente

Os tons de esverdeado forte e pleno
Cobrindo o planalto, agora sereno
No ciclo vital de vida contundente

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
11/12/ 2020, 10’13” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠APENAS UM SUSPIRO

Na hora melancólica da luz poente
No cerrado, no ocaso do fim do dia
A voz de um desalento impaciente
Na sensação, um engano repetia

Na lembrança o lembrar ausente
Na dor, uma agonia que asfixia
O aperto em um tom crescente
Avivando o sentimento que jazia

E no entardecer o olhar morria
Nos perdemos de nós dois, fria
A saudade, no silêncio a cicatriz

Depois, sei lá depois, tudo calado
Vazio, sem vontade de ser amado
Pois, era apenas um suspiro, infeliz!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
12/12/ 2020, 08’59” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠O JATOBÁ DA PRAÇA

Rasgando o azul do cerrado
Copa densa, beleza colossal
Reina entre todas, encantado
O jatobá, é sombra, é casual

Afinal, o seu porte escultural
É vida, cor, sabor imaculado
Gosto exótico, fruto espiritual
Tem dinamismo, e é arrojado

Há mistério na sua ramagem
Juras de amantes, tatuagem
Entalhadas no tronco, ao léu

Ó jatobá! donairoso, de valia
Mergulha o sol por sua ramaria
Em pique esconde com o céu.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15/12/ 2020 – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠urucum...


alva é a flor
oráculo, ouriçado encantado
da culinária: - exótico sabor!
No cerrado comum
purpuro, rubente, vermelho na cor
no cacho mais de um...
esplendor
o URUCUM.


© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
12/ 2020 – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠FELIZ NATAL a toda a gente

Devoção, fé e esperança e na alma refrigério
Professo, o amor do Filho em seu nascimento
É uma alegria maior, é um bem sem mistério
E o que deu causa a isto um valioso portento

Ah! que alegria o seu Natal, divino ministério
Sim, Ele veio por nós! Se doou em sofrimento
Hei de levá-Lo no crer até o desfecho funéreo
E, tê-Lo na devoção e no capital sentimento

É o seu Natal, sejamos perdão e ternura
No escorço de Deus Pai, humilde criatura
Gratidão, e então, glorificá-lo fartamente

E, assim, fiel ao Verbo que foi anunciado
Honrando estes versos plenos ao amado
Menino Deus! Feliz Natal a toda a gente!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19/12/ 2020, 10’39” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO SÓ

Eu tenho pena da solidão
Tão só, tão falta, tão “inha”
Coitadinha, vive sozinha
Chorando na submissão

E tal como a erva daninha
Arrasta o ventre pelo chão
Em uma triste e nua ilusão
Que revés, catástrofe tinha

Ai nessa pesada frustração
Tem tristura na entrelinha
E um vazio oco no coração

Então, ô aflição, pobrezinha
Contigo pranteia a emoção
Soluçando a solidão minha

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Dezembro, 2016 - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

⁠UM TALVEZ

Sempre quis ter no afeto aquela felicidade
Recanto em que minh’alma estaria pausada
Deparasse, afinal, com a fé da cumplicidade
Demorando em uma longa e jovial jornada

Um sorriso virtuoso, assim, com verdade
Aquela palavra certeira e tão enamorada
Em que o coração pulsa cheio de amizade
E, tem caseira e boa conversa descansada

Ah, como é bom ter o alguém confidente
O que nos dá ouvido, os de beijo ardente
Consolo ao amor, e nele me completasse

Um talvez, mais de um, nenhum exato
Frechado pelo cupido, e fosse de fato
Pleno, sem que eu mais o procurasse!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21/12/2020, 18’57” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠INSATISFEITO

Cerrado, vivo tão só, na solidão
Aflige o peito, o peito em pranto
Distante ide o tempo, o encanto
Preso na tristura e na desilusão

Tão longe ando de ti, ó emoção
De ter-te no fado meu, no canto
Da prosa, amando tanto e tanto
Multiplicando, assim, a sensação

Ando calado, e inquieta a poesia
Desses desejos de mim ausente
Pelejo com o silêncio de cor fria

E nada me diz, nem o sol poente
Tudo é cinza e apagada a fantasia
Se sente querer, a força não sente.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22/12/2020, 17’54” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠O NATAL

Uma comunhão, noite boa e encantada
Noite cristã, e o presépio em distinção
Vem me relembrar toda está emoção
Fascinação, do Cristão em sua morada

Dias de menino, apreensão, a meninada
Mas, também, de virtude, de sensação
Ontem na idade, a magia em repetição
No sempre, noite zelosa, noite dourada

Nestes versos o presente e a lembrança
De hoje velho ao meu tempo de criança
Nasce o Nazareno, Deus Menino, Jesus!

Só me veio então este pequeno canto
Em ofertório ao acontecimento santo
O Natal! Meu ato de amor, fé e de luz.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/12/2020, 09’14” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO ANÔNIMO

Solidão, vivo tão só, numa bruteza
Onde o meu fado escoa em pranto
Longe do entusiasmo e do encanto
Numa prosa transvazando tristeza

Tão oca a poesia, cheia de incerteza
Num revés ensurdecedor, portanto
O sussurro da dor, dói tanto e tanto
Que o sentir ferido me faz ter viveza

Ando estonteado, perdido na ilusão
Calado, as noites de alvoroço ativado
E ausentes de sensação e de emoção

E me perco no gadanho do passado
Que esgatanha a afável recordação
Que arfa o falto, daqui do cerrado...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/12/2020, 21’38” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Nesta data querida
Que deu luz à vida
(a tua e do Salvador)
Vida essa que avança
Tem significado, tem valor
Parabéns! Na esperança
No amor
Neste dia tão especial
De comemoração
Afinal, também é Natal
Que tudo seja emoção
Paz e Bem no novo itinerário
Gratidão!
Feliz dia de Natal! Feliz Aniversário!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Dezembro de 2020, Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠GAUDEAMUS

Pulsa na noite bela que a luz baliza
o Natal, tão colorido e tão luzente
o dia que nasce a vida plenamente
santa, divina, amorosa e precisa

Vivo, o verbo há tempos se eterniza
divisa, por certo, um amor ardente
embora ao visível ausente, presente
estás na fé, na certeza, na doce brisa!

Noite de canto, de oração, de alegria
o suave espírito de confraternização
perdão ao invasor, em tudo, poesia!

E nesse encanto a sensação pelo ar
laços nos abraços plenos de emoção
alegremos! Nasce quem veio nos salvar!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
25/12/2020, 21’23” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Poema pra tempos de pandemia

A pandemia distanciou a quantia:
- de abraço, de estar ao lado
e nesta clausura fria
então, fizemos do fado compassado
na solidão, silenciosa melodia
porém, tudo passa tudo é passado
e nesta desafinada romaria
falante ou calado
tenhamos paciência, fé e calmaria
olhar diferenciado
pois, logo mais teremos autonomia
e nova tendência no dia a dia...
A quarentena fez valer a pena
revimos a formula da alegria
e que a valia não é pequena
quando a alma é amor e poesia!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30/12/2020, 08’37” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Canna Índica

[...]tal um flabelo
abanicando
imponente e belo
desabrochando
“canna índica”, facínio amarelo...


© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
01 de janeiro de 2021

Inserida por LucianoSpagnol

⁠INTERVALO

Te digo que da saudade que tenho
Toda a agonia para assim trovar-te
Entendas, então, foi só por ama-te
Que neste soneto chorar-te venho

Agora é só o suspiro que detenho
O afeto não é mais doce encarte
No coração, apenas parte a parte
Dum vazio que no olhar contenho

Noutro tempo era muita fantasia
Desfez em engano solto ao vento
Escorrendo pela sofrente poesia

Dor, também, doeu no sentimento
Provando do amor puro de magia...
Aí, notei que não era teu momento

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/01/2021, 13’33” - Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠⁠A TARDE

O clarão se esvai, a sombra declina
por sobre o sertão sem um alinho
e o sertanejo vindo pelo caminho
se desata no horizonte, sua rotina

A boiada no curral, mugi, rumina
a lobeira com flor e com espinho
o vento plana em um remoinho
no breu que cai atrás da colina

Flutuam estrelas no amplo céu
O galo canta, triste, no cercado
E a luz da escuridão se faz réu

E passam, as saudades, ao lado
fantasmas de recordação ao léu
na languidez da tarde no cerrado

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06/01/2021, 18”14” - Rio de Janeiro

Inserida por LucianoSpagnol

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