Poesia de Professor X Aluno
"" Poesia cantarolou ao dia
E pela noite se apaixonou
Sonhando profundo dizia
Que ao amor se entregou.
Caminhou serena em versos
Buscando sempre a quem diga
Perdida em traços incertos
A mercê de sua própria sina.
Poesia... Lamento chorado
Que a noite em pranto soluçou
Num lamento frio e danado
Que o dia em festa, enxugou.""
Oscar.
“” Fui à poesia
Dizer o que queria
Na pressa de desvendá-la
Encontrei-a escondida
Nem meias palavras
Apenas vultos
Do sutil encontro de versos
No papel, as letras ousavam.
Zombavam de seu insano algoz
Driblavam-me para escapar do intento
E lento, coloquei-me a soletrar.
Até que olhei ao lado
E vi a sombra de um poeta.
Que ria
Cada vez que eu corrigia
O texto.
Num pretexto
De algo bom compor
Madruguei
E acordei
Com a folha indo embora levada pelo vento...””
Éramos noite
Do nada uma luz brilhou
Trazendo as cores que nossos sonhos
Em poesia concretizou
Éramos estrelas
Em noites de luar
Visões de infinitos
De se olhar
Éramos pensamentos
Daqueles que viajam na mente
E de repente
Viramos solidão
“” Pra que tanta poesia
Se a melodia da vida é amar
Por que tanta euforia
Se na verdade é preciso sonhar
Então é longa a noite que temos
E suponho
Que o dia
Será de sonho também...””
Ser poesia é disfarçar a emoção
Camuflar o desejo
Entre palavras se perder
Ser assim não é defeito
É um jeito diferente
.... De amar
Ser o que não se pode
... mudar
Ser poesia é o mundo
Inacabado, em obras
Pronto pra recomeçar
Poesia é coisa séria
Não é matéria
Pra se consumir
Mas é encanto
Perfeito no coração
Que insiste em florir...
A POESIA QUE ANDA NO AR
Não te quero ver.
Enquanto em ti não houver,
Pombal aberto
De pombas a voar
Nos céus de sal,
Na paz com abraços
Estilhaços
De abraçar
A poesia que anda no ar,
Como estrelas prenhes
De estrelar.
Nos céus do mar
A abarrotar
Por inventar
Nostalgias,
Sem alegrias
De escrever
Para agradar.
É que depois,
Vem a inveja
Negra cereja
E a poesia anda no ar
Aos tombos.
Sem destino,
Porque o poeta é pequenino.
(Carlos De Castro, in Poesia Sem Censura Em Portugal Existe, no Brasil Não, em 03-09-2022)
FRUSTRAÇÃO
Já não sei escrever...
Deixei de saber pensar.
A poesia deixou de me amar
E fugiu de mim sem eu ver
Nem poder mais versos ditar.
Que tábua agora para me agarrar
Nas ondas alterosas deste mar,
Se ela foi para não mais voltar
À inspiração dorida do meu penar?
Poesia vagabunda, iracunda, reles
A minha, que só contemplas aqueles
De sacrossanto nome já firmado
Nos anais dos teus egrégios brasões
E afundas sem mais remissões,
Os que querem só escrever um fado.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 16-01-2023)
POESIA FRIA
Que fria,
A minha poesia…
Até parece que no meu inverno
Interno,
Ela deveria
Hibernar
E ficar
Sempre naquele letargo,
Sem me dar o amargo
De continuar
A enregelar
Corações
Quentes,
Amantes
Diferentes,
De outras poesias
Menos frias
De emoções,
Porque a minha,
Coitadinha,
Tão mesquinha,
Vive só de ilusões.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 15-02-2023)
Se gosta verdadeiramente de poesia e antes de consumi-la, deve primeiro agitá-la, sentir-lhe o cheiro a pureza natura e só depois tragá-la, bebê-la, em dose própria, de preferência, sem outra adição de fármacos.
Contraindicações: Pode, por vezes, causar mal-estar, náuseas, tonturas, diarreia, a chamada caganeira à moda antiga, vómitos que podem trazer sapos engolidos há muito tempo e, pior ainda: síndromas de inveja mesquinha que pode causar "Onicofagia" é o termo médico e técnico para nomear o hábito de roer as unhas, podendo ser das mãos ou até mesmo dos pés. Às vezes, esse hábito passa a não ser de apenas roer as unhas, mas também roer a ponta dos dedos (e sei lá mais de quê...digo eu!)
Última prescrição: Deve ser só administrada em SOS, quando o paciente está mesmo em ânsias extremas de injeção da dose habitual...
A poesia não sacia a fome de estômago, mas alimenta a alma e o espírito
àqueles que os tiverem ainda.
POESIA PRENHE
Muitos,
Que tudo fazem
E desfazem
Para emprenhar a doce
E tão amarga
Presa ou solta à ilharga
Senhora bela - A poesia.
Sem nome de pai,
De mãe ou de tia,
Pelo menos nada consta
No cartão de cidadania.
Basta-lhe ser poesia
Pura, rebelde e arisca,
Não deixar copular
Macho ou fêmea,
Ou qualquer outro artista
Que só lhe quer levar a palma.
Gosta de preliminares,
De beijos e doces olhares
Sussurros loucos ao ouvido,
E embriaguez na alma.
Adora longos coçares
E muito depois então
É que abre as pernas
Para ejaculares
E te dar um dia
Um filho da poesia.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 08-06-2023)
O HOMEM DO POEMA
Sempre que escrevia, agoirava:
Não vale nada!
Que poesia mais chanfrada!...
Talvez namoro ou derriço,
Ou grito agudo de lamento
Daqueles que a alma vomita
Numa sensata heresia,
Enquanto lhe resta tempo?...
Mas quando o poema nascia
Na transpiração suarenta
Do corte da placenta
Do filho que foi dado à luz,
Entre coxas de sofridão,
Na mais completa escuridão
Onde só se via a cruz,
O homem chorava então,
Já não agoirava e dizia:
Eis a minha poesia
Tão modesta, tão pequena,
Saída da minha pena...
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 11-10-2023)
Se o pensar e a poesia
Fosse carne no churrasco,
Tanta gente engoliria
O pitéu, mesmo com asco.
(Carlos de Castro, in Há Um Livro Triste Por Escrever, em 15-06-2024)
DEFECAÇÕES DE OUTRORA E DE AGORA
Eu era um poeta
Pateta
Sem saber
Como defecar a poesia.
Agora, que julgo saber,
Escrevo sem ser poeta
Só de ver e ler
Como escrevem a poesia,
Defecada,
Com cheiro
Por inteiro,
A nada.
Salvam-se alguns da fornada.
Quase como fúnebre elegia,
A mim, só me apetece dizer:
Ó arte da fantasia
Do pensar e escrever,
Minha irmã poesia,
Diz-me: se és tudo, ou nada!
(Carlos de Castro, in Há um Livro Triste Por Escrever, em 23-09-2024)
A nossa mídia...
“A poesia e o poeta já quase nem se enxergam, nas distancias se perderam, dificuldades tamanhas aquele que escreve apanha, não lhe sobra o porvir, das belezas da poesia, o poeta pai da cria/poemas a se extinguir, nada se é o poeta se a mídia tão incerta, não ver o teu existir”..
(Zildo De Oliveira Barros)
Brota!
Uma poesia, uma realidade,
Um mundo aberto, imaginações e diversas interpretações sendo narradas, citadas ou comentadas,
O despertar de uma janela de conhecimentos escondidos, o saber absorvido cuidadosamente de um fato, um ato, uma memoria ou outra situação, por vezes recebidos com emoção pelos leitores,
O peso ou o alívio saindo das costas, o concreto sendo devidamente explicitado e depois a caneta sofrendo com as dores do abandono,
Mais uma poesia nasce berrando ao soprar dos ventos da madrugada.
Escrita tangível
Naquilo que foi dito um pedaço das minhas memorias foi soprado e virou poesia.
Segurando uma linha e agulha fiz remendos do que já vivi e após dias costurando nasceu uma grande historia real.
Abri espaço para o novo mais ainda não tinha me separado do passado,
cantei as melhores músicas, recebi as lembranças com tamanha responsabilidade, fui hospitaleiro com cada momento.
De tanto lembrar eu reproduzi, me teletransportar foi a opção para um mundo só meu e teu.
Para tudo! Os teus olhos lindos congelaram o tempo e as barreiras naturais do senso comum.
Deixastes teus sorrisos e o teu cheiro numa caixa embrulhada de presente e quando abri foi mágico.
O vento soprou mais uma vez, a lua se escondeu nas nuvens, o que prevaleceu na sanidade foram os sentimentos que vagam como vagalumes na tua direção.
Você é poesia!
O teu cheiro tem poesia, a nossa conexão ganha vida a cada segundo.
No meio de um voo tive a impressão de está entre as cadeias de montanhas do Nepal, as nuvens eram tão altas, quanto brancas; o frio, o silêncio e você se faziam tão presentes.
Da janela vi o nosso mundo passar incrivelmente detalhado, ali vive o nascimento de outra teoria, entendi que a velocidade da luz não tem tanto domínio em relação aos sons, as memorias e a saudade, esse poder pertence a nós quando queremos trava-lo por qualquer motivo sentimental que seja.
Seguindo no voo o vale das nuvens que dei o nome de himalaias ficaram para trás, mas você continua sendo carregada aqui no meu coração controlando o tempo.
Poesia na veia
Poesia é um Pensamento criativo expressado em linhas claras e objetivas; as vezes nasce da passagem rápida de um trem bala mental; a principal exigência entre o lápis e o caderno é ter uma imaginação fértil e poderosa.
Pode ser um conto, um canto, a história de um abraço, um beijo ou até mesmo um engano; ela expressa a vida e a morte, a dor e a sorte, a paz e o amor, assim como o medo e o terror.
Na poesia, a cultura é ascendente, reluz energia positiva, cresce e pega formas diferentes em cada mente que aprecia; tem seu peso intelectual reconhecido; nos seus versos carregam a sabedoria de mentes fortes que imortalizam pessoas, situações, vivencias, sonhos, amores,etc.
Eu vivo, eu canto, eu danço, eu viajo, eu desejo, eu amo, eu acredito; então eu paro, penso e escrevo.
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