Poesia de Professor X Aluno
Ressignificar
No fundo do poço, onde a luz se esconde,
onde os dias são sombras e o silêncio responde,
há um chão que parece fim, o último passo,
mas nele, começa a força, o abraço.
Caída ali, conheço as rachaduras,
as que vêm de fora, as que vêm de dentro.
Sou tudo que quebrou, que a dor revelou,
mas sou também a que, ferida, se levantou.
Aprendo a olhar o escuro sem medo,
a ver que do fundo renasce um enredo.
O peso vira impulso, o breu vira abrigo,
e eu, que me vi perdida, torno-me amiga.
Ressignificar é dar cor ao vazio,
é fazer do cansaço um novo pavio.
É saber que as quedas são caminhos, não perdas,
e que de todo o fim nasce a esperança das veredas.
Então subo, devagar, mas inteira,
um novo olhar, sem pressa, verdadeira.
Do fundo do poço, recrio a saída,
e transformo em luz o sentido da vida.
Ganhei uma urupema
para fazer um Acaçá
com todo o amor
que existe e existirá,
Agora só falta mesmo
para ficar perfeito
alguém vir para cá,
Tudo em mim está
acontecendo do jeito
igual que contigo está.
A vida mudou,
o rio secou,
Não me lembro
do último Abunã
que a gente tomou,
Só sei de gente
que perdeu toda
a vergonha,
e ainda não encontrou.
Tomar as cicatrizes
do seu interior,
Beijar uma por
uma com amor,
Embora ainda você
esteja resistente
e me evitando,
Continuo serenamente,
embora não negue
ainda curiosa,
Para nas tuas mãos
entregar o jasmim
branco do jardim
do meu coração.
O sino do Mosteiro
convoca para orar
honrosamente as Vésperas
pela salvação da Palestina
e de outros povos em guerras,
Daqui para frente não quero
mais que ele e os sinos de outros
mosteiros se dobrem
como os sinos de Hemingway,
Só sei que continuo
no mesmo caminho para que
a paz encontre a vez,
Quem sabe quando chegar
este dia a gente possa falar
de amor com calma e sensatez.
A alvorada vem sobre nós,
a Ara macao cruza o céu
escuto a sua palavra de mel
e tudo isso faz festa em mim.
Não tenho interesse em nada
que me tire fora daquilo
que diminua o amor na rota
para ser sua no destino.
Estar com os pés descalços,
com uma flor na orelha
e deixar leve e livre a cabeça.
Somente viver o quê temos
para viver sem nenhuma pressa
é o quê no final realmente interessa.
Todo mundo se esquece
que antes da saideira
tem sempre a abrideira,
Um alguém há de
amar uma vez na vida
queira ou não queira
(Poema da sexta-feira)
(As vezes)
As vezes penso
Quando olho para ela
E digo a mim mesmo
É melhor fazer nada!
Mas quando ela olha para mim
As vezes penso
Dizendo a mim mesmo
É melhor fazer alguma coisa
a rua em silêncio!
a anestesia da dor
que não existe.
a lembrança que não volta
a saudade apertando
coração-solidão.
Buscar na casta
do japó o Acaé-Raisaua
para recordar a lenda,
Para quem sabe surpreender
com um novo poema,
Porque no final o amor
sempre há de ser a sentença.
Quando o balanço
das palmeiras de Açaí
fizerem o acalanto
sou eu que estarei
o seu coração ocupando,
E assim você descobrirá
de vez que está me amando.
Tudo depende do momento
que se escreve um poema
que pode ser de paz
ou virar um Acangapema,
O quê importa é o quê
se deseja ser capaz.
(O restante o tempo faz)
Colocaste um Acangatara
em mim e os teus olhos
dentro dos meus olhos,
Assim inteiro passaste
a morar nos meus sonhos.
Em meio à devaneios, minha alma pôde descansar em uma praia de ventos álgidos que faziam do meu sangue, gelo.
Meus pés puderam passear pela areia quente e solitária, não havia ninguém ao meu lado.
Era um privilégio escutar a canção das ondas, era um privilégio a ausência de voz que não fosse a minha.
A boa solidão, como eu digo, é um privilégio.
Carta de redenção
Dizem que nenhum homem pode se arrepender de seus pecados
E continuar como se não houvesse acontecido nada
Mas as coisas que ouço são diferentes
E sei que no fundo serve apenas para me lembrar
Que cada um terá seu dia, de glória ou julgamento
Percebo que os espíritos me intoxicam.
Observo-os infiltrarem-se em minha alma sem sucesso
Eles tentam dizer que é tarde demais para mim
Mas sei que todos acreditam que esse é o sinal
De que estou voltando para casa...
Eu juro que vou viver para sempre
Digam ao meu criador que ele pode esperar
Estou cavalgando em vida, para algum lugar ao sul do Céu
Talvez em busca de redenção.
É dia de julgamento lá em casa, por isso volto...
Uma vez me prometeram absolvição
Mas sei que no fundo há somente uma solução para os meus pecados.
Tenho que encarar meus fantasmas
E saber sem nenhuma ilusão
Que somente um de nós vai para casa de novo
E eu culpo este mundo
Por tornar-me um homem pecador, sendo eu um homem bom
Se o demônio fizer o que quiser
Vou acabar entrando no Céu
Por que este mundo é o culpado por me fazer um pecador
Mas juro que vou viver para sempre
Depois que voltar para casa
Por que tenho dívidas a pagar e um julgamento marcado lá em casa.
Peço ao Senhor, tenha misericórdia
E guardo uma prece nessa carta para quando mais precisar dela.
Para o Pai, Filho e o Espírito Santo
E a assino, PECADOR, Sem nome.
Quando eu encontrar meu criador
Será que ele fechará o livro dos corações que parti?
Ou será que ele irá embora e me deixará viver para sempre?
Quem ler amiúdemente essa carta assim, pode até parecer que é uma carta de redenção.
Mas na verdade é o primeiro passo para a transcendência.
Pecador, sem nome(Edgi Carvalho).
Ver o Sol nascer e de pôr
em companhia do amor,
No alto das montanhas
onde o Tocororo faz ninho.
Mesmo sem saber quem
és e quando vens,
Percebo a sua existência
como deuses me cantassem.
Quando o Tocororo cruzar
o nosso caminho daí terei
a certeza da mensagem.
No final que não haverá,
saberemos que um ao outro amorosamente pertencerá.
Estou sempre ao redor
de cada passo teu
com todo o meu amor
tal qual o Acauã que
místico e zeloso
protege o seu destino
de todo o inimigo.
Sempre reverencio
o Feijão-fradinho
que não pode faltar
no nosso Acarajé
e em outras receitas
assim como a fé,
Só sei que um
para o outro não é
nenhum pouco diferente,
Viver sem o nosso
carinho nunca dará pé.
Assim pode se chamar
peixes a Garça-branca,
Testemunho que Acará
na mesa faz festança,
e é o famoso Acarajé
que Azeite de Cheiro
não pode nunca faltar
quando for preparar,
Igual abraço seguido
com os seus beijos
sempre que a gente
vier a se encontrar,
o quê nos importa
é a imensidão de amar.
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