Poesia Danca de Mario Quintana
Dança das Fitas
Tem gente que acha
que é o mastro
da Dança das Fitas
e que pode falar
o quê vem na cabeça,
Não se esqueça
que o mundo gira,
e que amanhã é outro dia.
Na dança das folhas
que caem no chão
para uns é libertação,
e nelas vejo um ritual
místico de renovação
em todo Outono Austral.
O quê quero e não quero
eis a diferenciação,
Com os olhos fixos
nos astros do Hemisfério
e no espiritual mistério.
O Condor que guarda
a direção do caminho,
na proteção dele confio
porque o Sul é o meu destino.
Louro-branco
Dança o Louro-branco
saudando o tempo,
Compreendo que guerra
é guerra entre exércitos,
A paz que eu dou é a mesma
que de ti quero receber,
E se por acaso não receber
de volta vou insistir
enquanto continuar a viver.
Sou forte, sou forte
Como uma serpente no peito
Uma serpente raivosa
Que de dor dança
Grita e chora.
Tenho nas mãos
Pedaços de sangue
Réstias de paixão
Na alma fatias de sonhos
No rosto risos partidos
Migalhas de amor próprio
Na garganta a voz surda
Nos olhos constelam estrelas líquidas
Nos lábios soluços e prantos
E na beleza do delírio
O sol morre afogado nas lágrimas
Assim de repente
Levanto como um facho
Esculpida pela renúncia
Agarro "balaio" de história
De beijos e equívocos
Exponho para o céu.
Ponho o meu vestido
Vestido dourado dos meus filhos
Com mão na cintura
Carrego a fraqueza
De alegria que rasgou-me
E sangrou-me nas palavras.
Sou forte, sou forte
Tão forte sou que
Desconheço a minha força
Glória Sofia 2-7-2020 11:27
Caleidoscópio
Pela fresta observo a dança das cores
nos vidros recortados.
Separam-se, aglutinam-se,
desenham maravilhas
Como se bailassem calçando sapatilhas.
A cada movimento, uma surpresa,
a mesma flor concebida com destreza,
em seguida se espalha e se desfaz.
Por trás de seu processo giratório,
o caleidoscópio avisa:
a forma é fugaz e imprecisa
e o colorido de hoje é provisório.
Comparação
A vida é uma dança desengonçada
No salão do infinito que somos.
O sabor das coisas insípidas,
A casa que nos esconde,
O sorriso que nos camufla,
O sonho que nos move...
Tudo, tudo é nada
Se comparado à comida domingueira
De minha falecida avó.
Quero crescer, vó, mas onde?
Aonde?
Ah quem não se perde na mulher que dança
Nada é mais lindo que a mulher que dança
Nada pode ser mais lindo que a mulher que dança
Ela flutua com sólida precisão, mas flutua,
ela é rarefeita, bem feita, perfeita
Ela tem imã no pé,
que não a deixa encostar
no chão
E entre cruza e descruza de pernas,
ela mistura cisão com fusão
Ela mexe com a cintura, e também com meu
Coração, que pula pula pula e sai pela boca
Eu vejo a mulher que dança, e penso em nada,
porque me perco naquela visão
Ela é só sensualidade,
embalada numa canção
Eu amo a mulher que dança,
Eu quero a mulher que dança
O corpo da mulher que dança
ahh é pura emoção,
ele é todo desenhado a mão
Ah se eu pego a mulher que dança,
é cama dança e paixão
É carnaval no meu coração
É sorriso até morrer,
é dança sem dança no chão
Como uma estrela que dança nua
No teu íntimo Universo,
Tenho o sublime compromisso
De ser explícito desejo,
Para ser consumido por você
Sempre que te der vontade.
Entre nós habita uma magia
No nosso exílio submerso,
Vive um precioso engajamento
De ser liberdade
Sem rotina e sem cobrança,
Para vivenciarmos a liberdade.
Sem reverso e com contentamento
De subverter nossas rotinas,
Temos o gosto até pelo perverso
Não temos limite e pudor,
Absortos em nossas magias
Para brindarmos a cada momento.
Pude observar a [dança]
- do sol e do luar -
No oceano de amar,
Para seguir a luz
De quem me ama...,
E de mim nunca se cansa.
Destarte, posso tanto,
- em segredo -
Sagrado com afeto,
Espalhar este canto.
Pude passar a tarde
- de sol e luar -
A observar o mar,
Imaginando você em cena,
Ditando poesia suave,
E um sussurrar com [arte].
Evidente, nesta poesia
- intimista -
A deslizar nas areias
Palmilhando as conchas,
Para tomares conta,
E para quando abraçares:
- Roubares o meu beijo
Deslizando no canteiro
Escrevendo poesias boêmias
Com as pétalas das gardênias.
Na dança das horas confirma-se:
O calendário mostrou a sua força.
A paixão findou com o tempo,
O destino varreu-me com o vento.
O teu telefonema vale este poema,
Para dizer que nunca tive vocação
De "Carolina na janela" que por noites,
E, que por causa da tua indiferença:
Aguardei, aguardei com paciência
O baile da rosa e do beija-flor,
Eu vestida de fino perfume,
Poderia ter florescido o amor.
Eu fui reduzida ao teu caleidoscópio
Repleto de egoísmo, e talvez até de cinismo
Com a minha boa fé de moça você brincou.
Doravante, mais amadurecida
Não me farei de convencida,
Por causa da tua aproximação,
Destarte o que fazes da tua cor
De cravo e canela - morena,
Que vale muito mais de um poema,
Não vai virar mais a minha cabeça,
E nunca mais há de me fazer cair em tentação!
Eu sou dona do meu próprio destino,
Você não é mais um menino,
Não darei-te o meu tempo e o meu ouvido.
Porque eu encontrarei o Astro Rei
Que me trate com fino gaúdio,
Porque eu encontrarei o poeta
Que talvez não me escreva,
Mas que me invada com poesia.
Trazendo afeto e novo sentido a minha vida,
Coroando a minha madrugada de estrelas,
E vestindo-me de mil cometas e rendas
Com o fino afeto que as conchas são carregadas
Pelo mar do oceano de amar;
Entenda, quem não me fez feliz na juventude
Jamais me fará feliz na maturidade.
A DANÇA
Agora já tarda
O ponteiro não para
Sem intervalos nem pausa
entro na dança
Erro passos
Cometo delitos
E muito sem querer
Encontro o teu retrato
Não culpo a moldura
Então mudo o cenário
me acostumo com o ritmo
Se burlei o esquecer
Ele apenas retorna
No infringir do entardecer
debilidade
inflexível é o tempo, dança
que passa, Maria fumaça
deixando na lembrança
marcando a carcaça...
- tudo fica mais frágil
o ágil perde a esperança
as engrenagens pagam pedágio
e o pouco no mínimo, danos
neste naufrágio, um só adágio:
capengamos! que siga os anos!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
24/10/2019, quinta feira
Cerrado goiano
Pau de Fitas
Na auge da Festa Junina
quero ser a ventania que
enquanto dança o Pau de Fitas
balança as bandeirinhas
e nossas expectativas meninas.
Cruzar o seu encantador olhar
e com jeitinho de acarinhar,
quando a gente se encontrar
no Tramadinho ou no Trenzinho,
perceberá que és o meu amorzinho.
No Zigue-Zague não deixar
para depois assim será
quando no Zigue-Zague a dois
o calor do meu toque
carinhoso com o teu encontrar.
Quando a hora chegar
da Feiticeira a gente dançar,
a tua atenção despertar,
para a Rede de Pescador
encantar de vez o seu amor.
Dança Ratoeira
Dança da Ratoeira
que o mar acompanha,
Viva está a lembrança
que o peito alcança
da herança açoriana
da época que a gente
era feliz e criança.
A Dança da Ratoeira
Algo em nós já morava
com amor e paixão,
De longe a Dança da Ratoeira
atrai a nossa atenção,
Entramos sem permissão
e acabaram chamando
para o centro para cantar
e dançar a tradição,
Foi assim que você de vez
entregou o seu coração.
Bumba Meu Boi Canarinho
O Capitão avança, dança
e anuncia levantando
a alegria e a festança
que com ele vem chegando
para fazer a gente sacudida.
Bumba Meu Boi Canarinho
caiu no laço do Vaqueiro,
coitado, pobrezinho,
O Bumba Meu Boi agonizou,
e depois ninguém
mais ouviu se ele suspirou.
O Pai Francisco e a Mãe Catirina
estão preocupados
com o Dono da Fazenda
porque o Bumba Meu Boi Canarinho
era dos bois o preferido.
Pares de indígenas,
eles rapazes e elas meninas,
Junto com os Caiporas
acompanham o ritmo
dos músicos e a direção
que apontam os Caboclos.
O Cazumbá mantém
a ordem entre os Brincantes
enquanto a Burrinha
chora pela perda do querido
Bumba Meu Boi Canarinho.
O Dono da Fazenda foi
com fé atrás do Pajé,
E foi assim que ressuscitou
o Bumba Meu Boi Canarinho,
e todo o mundo pela rua comemorou.
O canto das cordas
No silêncio além da matéria,
onde o espaço é dobra e dança,
vibra uma corda invisível,
tecendo o mundo em esperança.
Ela canta sem voz, sem tempo,
no palco de onze dimensões,
como harpa em vácuo absoluto
ressonando antigas canções.
Seus fios não são de aço ou vento,
mas de pura equação,
laços que sonham ser tudo:
luz, gravidade e criação.
Numa dobra de Calabi-Yau,
o universo se esconde em flor,
cada pétala uma partícula,
cada simetria, um rumor.
E nós — poeira que pensa —
tentamos decifrar seu segredo,
mas talvez só escutemos o eco
do mistério que teme o enredo.
Pois a corda, em sua elegância,
não jura ser real ou verdade,
é talvez só uma hipótese bela,
nascida da nossa saudade.
Saudade de unir o que é tudo,
de fazer da física um poema,
onde cada partícula é verso
e o universo, um dilema.
Então seguimos — sonhadores —
entre buracos e brilhos quânticos,
escrevendo, com lápis de fóton,
as partituras dos campos românticos.
E se um dia ela se quebrar,
não será fim, será abertura:
a física, como a poesia,
vive da sua mais bela ruptura.
Minha intenção
é rara e clara,
É de coração,
cara a cara.
Que da renda
seja a dança,
Nela se prenda
com festança.
Girem os fios,
estalem os bilros
e o peito se renda.
Que assim seja
na Dança da Renda:
a gente se renda.
Rejeito o Deus da Guerra
insinuar a sua dança
seja na minha Terra,
no meu continente
ou em outro lugar
para tirar a paz da gente.
(Poema anti-guerra)
A dança do tempo
concede o gentil Ajuri
para cada momento,
Para cada um sempre
há de fazer o seu aceno.
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