Poesia Completa e Prosa
O despertar
Será possível essa visão?
Vejo algo tão belo e sincero
Será isso mesmo que eu espero?
Como pode haver algo assim
Nesse tempo nublado
Estou mesmo encorajado?
Acredito ser isso que eu espero
Tão sublime quanto o amanhecer
É ver essa linda flor florescer
Mesmo em seu dia mais triste
Nasce algo com esse requinte
Isso não é atoa
Pois com o vento sempre voa
A semente de um novo amanhã
Que nascerá tão belo
Como o sol amarelo
Que toca em sua janela
Buscando te mostrar
Que sempre poderá encontrar
Um novo amor para amar
E esse amor que vos digo
Jamais irá te enganar
É de dentro pra fora
E já está na hora
Onde a verdade te trará o libertar
Assim com o vento traz a semente
Estou lhe trazendo comumente
Este poema tão somente
Para que possa libertar a sua mente
Autor Rodrigo Monteiro
Haver
Gestos que a vida fez
o ouvido não quis ouvir
replicou mais de uma vez
e o olhar não pôs a sentir...
Falar, é fácil de dizer
crer, é que é difícil
a palavra tem poder
e entender, ofício...
Não se deixe dissuadir
a quem não diz tudo
mais vale muito sorrir
que um coração mudo...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
Eu nem sei o que é amor,
Acho que deve ser mais um objeto que vende no mercado,
Ou então uma comida nova que inventaram,e só encontra no restaurante mais caro...
Nem sei! Mas todo mundo fala dele,preciso ter uma experiência pra falar também...
Espero que seja algo bom,e que eu me sinta bem...
Esse tau de amor,já vi pessoas morrer por causa dele...
Pessoas com depressão...
Já ouvi até eu te amo de pessoas falando pra outra,
Sendo q a outra nem dava seu atenção...
Tenso!
E eu sei,mas essa é a Realidade
Você dá tudo por alguém,mas recebi só a metade...
Tem gente que diz eu te amo,como se fosse um bom dia,
Tem cara que diz eu te amo pra várias Mina...
Acha q isso é bonito? não é não! Iludir é prós fracos,os fortes assume e pega na mão
SINA DE POETA
A noite já chegou
e eu aqui estou
na solitude do silêncio
abro a porta
fecho os olhos
tua imagem vem
em minha mente
sinto teu perfume
e tuas mãos
te abraço no vazio
tudo é mera ilusão
abro os olhos
olho o céu
chamo por ti em vão
tudo é escuridão
fecho a porta
procuro um papel
uma caneta
e cumpro minha sina…
esta sina de poeta.
DESENCONTROS
Cheguei agora
fora de hora
te encontrei menina
minha sina...
sinos tocando
coração martelando
neste compasso
perdido me acho
divina paixão
essa (demência)
que com frequência
invade meu ser
em mais um querer
e agora Fulana
por horas insanas
te encontro a vagar
em meus pensamentos
injusto destino
que nos fez distantes
me trouxe tão antes!
ou te trouxe depois?
Receita de Feijoada
Junte gente, feijão, limão, cachaça
Tire o sal dos salgados, vá juntando
Os temperos, os molhos, encha a taça
De caipirinha e vá se temperando.
Não se esqueça do paio, da linguiça,
Da laranja, da couve e da farofa.
Leve tudo ao fogo sem preguiça
Porque gente com fome filosofa.
Faço assim uma boa feijoada
Com panela de barro na fervura
E torresmo tostado na fritura
Que não falte a cerveja bem gelada.
E que Deus, livre e guarde da azia
Os que comem feijão com poesia.
SONETO NAS ONDAS DO MAR
De todos os cantos, o encanto é pro mar
É atração mais forte, encontro profundo
Do vento, praia, do sol, de modo singular
Onde minh'alma se une ao querer rotundo
O cheiro da maresia me leva num segundo
Me tira lá do fundo da saudade a apertar
Poeto com afeto, donde o verso é oriundo
Me rapta nas ondas e, que me faz sonhar
A arrebentação é meditação a contemplar
Onde a lua nua torna estórias pra contar
E nas tuas areias eu me enfarinho jucundo
Neste amor, um amor robusto, de amar
Onde no teu horizonte muito fui segredar
És querido de todos as quinas do mundo (o mar) ...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro, 2016
Cerrado goiano
Linha
Eu poeto de mim, daqui
nesta câmera surreal
por este fio vocês dai
numa transmissão corporal
por esta linha dual, agruras
em diversas camadas
solidão sem gravuras
felicidades sem risadas
assim, nesta comunicação
de passa e repassa, a voz
camuflada de significação
em versos mansos ou feroz
que se imprime da emoção
num linguajar em cadência
lembranças e boa paixão
na alma em total evidência
em cada trova um avesso
do reverso do meu daqui
cada verso o meu confesso
para vocês daí...
Instantâneos do meu poeta imerso...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
O DEPOIS
Sobre a tela da vida passo o pincel, pintando o que não terei, perdendo um pouco de mim a cada pincelada;
Ninguém é preparado para morrer, mas sabemos que é loucura não esperar que um dia a pele ficara gelada;
Porque a vida se esvaia, perdemos o nosso ser e ainda como loucos temos esperança de para sempre viver;
Tentando se enganar para fugir da foice, um dia vamos ser levados e “o depois” nós logo vamos conhecer;
Quem sabe como vai ser? Eu digo que é melhor não saber, pois fugir só nos levará a uma tragédia maior;
Colhendo os frutos da vida secamos a nossa fonte, é necessário se alimentar, mas regue ela com o amor;
Então viva como se fosse se último dia, se de felicidade puder transbordar é melhor preparar o seu cálice;
Não vale a pena guardar mágoa, mesmo que não exista céu manchar seu legado com ódio só atrai a foice;
Não adianta limpar o corpo se a morte embaça a vida, Maquiando para disfarçar o horror de nosso mundo;
O Câncer real ninguém explica, a droga do ódio vícia tanto e é passada pelas gerações fadadas ao submundo;
O chão sujo de sangue é a maior prova da fragilidade humana, nos achamos maiores do que podemos ser;
Mas abrace o seu próximo como um símbolo de paz, quem plantar o amor a felicidade um dia ira colher;
A vida é mais do que um destino, construímos nossa própria história, fazemos as nossas próprias leis;
Reencarnar para corrigir nossos erros não funciona, se praticarmos o mal receberemos tempos difíceis;
Querer encontrar o sentido da vida é andar em círculos, se a vida são flores quero ela em meu jardim;
Esperando encontrar algo na caminhada, não sabemos o que é, mas queremos ficar maravilhados no fim.
Escorre no cerrado
Arrastam-se as manhãs
nos sulcados do cerrado
como verdadeiros titãs
Horizonte empoeirado
deitado no árido divã
lânguido e ressecado
Escorrem pelo ramalho
melancolia
.
.
negalho
.
.
dia
.
.
cascalho
.
.
poesia.
.
.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
versos do cerrado
chão agastado
ressecado poema
canto empoeirado
ventos em trema
no estro grudado
do cascalho sangrado
inspiração extrema
dum pôr do sol encovado
num horizonte com fonema
e galhos tortos poetado
no sertão árido com dilema
num cântico sulcado
dum poético ecossistema
choram os versos do cerrado
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
Desejo
Quem me dera ter vivido poeta
Ter olhos que veem a emoção
Mãos pra cantar a canção certa
Fazendo poemas da inspiração
Ah, quem me dera!
Saber rimar frases de amor
Compor rimas com quimera
E na quimera lapidar a dor
Quem me dera, ah!
Ter a estrofe certa pra paixão
Na quadra ter a sublime forma
E doces versos para o coração
Ah! Sonhador de ser poético
E neste sonho muito quisera
E o pouco que faço é sintético
Ser poeta? Ah, quem me dera!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
abril
(mirras)
folhas anunciam abril sem cor
vem vindo nas asas do vento
pássaros em gorjeios de louvor
metamorfoseando ao relento
acorda abril nas manhãs de outono
a natureza no ventre é transformação
espera o inverno pra ceder seu trono
assim vai o tempo em sua concepção
noites mais longas de melancolia
mais um abril passando por mim
suas árvores nuas escrevem poesia
transmudando e nunca pondo fim
(abril, mês de antúrio e estrelitzia.)
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
01/04/2016, 20'20"
Cerrado goiano
SORTE (soneto)
Na minha má sorte, a boa é pendente
Eu nunca inferi por que. Não entendia
Nos prados do fado estava ausente
Indaguei a vida por que era. Não sabia
Na quimera do meu dia, fui inocente
De uma tal timidez íntima e correntia
Que o passar do tempo foi em frente
E as venturas pouco tiveram cortesia
E assim, o sonho se fez bem distante
O vario momento me foi um instante
E por eles pouco soube dessuar valor
Sinto, sem, no entanto, ser dissonante
Que se fiquei ou se eu passei avante
O importante é que fui e serei amor...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano
SONETO TRANSVERSO
Nosso amor, é amor que não conheço
Teve começo nas quimeras do coração
Tal qual numa quadrilha de São João
Que no luar, o enredo nele foi expresso
Sem bilhete, ou ao violão uma canção
O nosso amor no rumo foi perverso
Sem adeus e, nem o perdão confesso
As palavras na palavra ficaram um não
Se choro aqui no soneto transverso
Choras aí na distância da separação
Assim, na saudade, tudo é submerso
É um vazio tão cheio de imensidão
Que não posso negar, este vil verso
Ainda cego da mais vesana paixão
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Janeiro, 14 de 2017
05'30"
Cerrado goiano
Arma sagrada
Fiz da minha fé vem Deus
A minha arma contra
Tudo que há de mal
Lá fora nesse mundão.
Tanta gente saindo e não
Voltando. Tanta gente
Inocente tombando
E ainda tem gente zoando.
Olho pela janela e vejo
Tanta maldade pela
Cidade. Tanta coisa
Ruim acontecendo,
Tanta gente boa morrendo
Oro, rezo. Clamo ti a Deus,
Meu Deus sua proteção
E paz ao meu coração
Enlutado pelos tantos
Que já se foram.
Rogo a ti: Senhor, livrai-me
De tudo que há de ruim lá
Fora. Abençoai-me e fazes
Dá tua oração o meu escudo.
Atemporal
Eu te amo, amo sem exceção.
Dizem que sou louca
Por tal declaração, mas não
Sabem do ano que carrego
Por você dentro do meu coração.
Para uns o amor é um fardo,
Mas que amor é esse
Que te leva para baixo.
Amor de verdade te leva,
Te leva para o alto, te eleva.
Para outros o amor é passageiro,
Onde estão somente de carona.
Caroneiros que são, não
Sabem, nem vivem o amor
Verdadeiro.
Digo a ti meu amor, que seja,
Apenas que seja amor.
Que seja infinito enquanto durar,
Porque juro a ti amor eterno.
Mesmo em face do teu pranto,
Farei das minhas lágrimas
O mar a te conduzir com
Amor e zelo até o fim.
arrogância
arrogante, foi fatal te deixar no quintal
exproba ferida
que uma sentença faz aqui infernal
ruminando a vida?
sem essencial, e tão brutal
querendo me por de partida
que não me pertence, não me é casual
querida!
(arrogância)
a tu o meu desprezo final.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano
Quem garante
que sou o que sou
Quando digo que sou?
Poderia ser isso...
Poderia ser aquilo
E poderia ser nada.
Poderia...
Poderia ser um peregrino do tempo
Penetrando almas e almas
Ventres e ventres
Até encontrar a combinação de moléculas
Quimicamente compartilhadas
Que pudessem formar corpo
Fragmento divinal da materialização dos deuses.
Entrelinhas
Rainha, princesa, anjo, donzela!
(Escrava patética, louca égua sem cela).
Meu bem, tratarei-te como flor
(ao desestruturar-te, perderás vida-cor)
e te amarei para sempre, não importa como for!
(De mim tu não escapas, sou teu senhor).
Adoro-te e apenas quero teu bem
(obedeça-me se não quiser sofrer além);
por isso, sou capaz de tudo para te proteger
(daqueles que conspiram contra tua submissão-dever).
Escuta-me, deixa-me penetrar no teu cérebro
e mostrar-te o que meus olhos veem
(a implorar por piedade, tua figura célebre)
afim de que percebas a beleza que tens
(os berros teus pelos vida-vermes).
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