Poesia Completa e Prosa

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Tarde aprendi
bom mesmo
é dar a alma como lavada.
Não há razão
para conservar
este fiapo de noite velha.
Que significa isso?
Há uma fita
que vai sendo cortada
deixando uma sombra
no papel.
Discursos detonam.
Não sou eu que estou ali
de roupa escura
sorrindo ou fingindo
ouvir.
No entanto
também escrevi coisas assim,
para pessoas que nem sei mais
quem são,
de uma doçura
venenosa
de tão funda.

ela come tangerina
com centenas de dedos
meditativos
empenhados na função
de descascar, separar um gomo
do outro
mas não mastiga, empurra
com a língua até a pele
descosturar
feito tecido ou papel
e romper
em suco

depois caminha pelos quartos
acaricia os cabelos das bonecas
muda a posição dos objetos
desliza dedos pelas paredes

até que cada canto da casa
cheire como os dias de verão

Quando perder
O medo de mudar
Encontro meu lugar
Sem querer

Quero mudar
O medo de lugar
Até não encontrar
Até perder

Eu já usei gravata, e até topete
Já joguei fora o meu trompete e os discos do Alceu
Eu já ganhei emprego e perdi o sono
Correndo atrás de um sonho que não era meu

Mas hoje eu larguei tudo e virei poeta
Eu não quero ser atleta, nem médico ou juiz
Eu moro numa ilha e tô me acostumando
Para quem nasceu chorando, até que eu tô feliz

Setembrisse

Há em mim uma agonia abrandada
Um ar indecente, instigante, polêmico
Um cheiro de álamo com ar excêntrico
Quando chega setembro voo aflorada
Pelas alvoradas me repagino matutina
Feito um pássaro da manhã mais libertina
Eu me reapaixono por minha pessoa
Me sinto gaivota sobre o mar que avoa
Então eu me setembro em setembrisse
Feito as águas arroladas em crispadura
Igual Hilda Hilst libertada em amavisse
Me beijo aspirante primaveral
Velejo flutuante além do meu portal
Me oceano e me faço vergéis frutíferos
Me amo tanto em jardins paradisíacos...
Nos desejos é onde libero mea-culpa
Dissicuto minha alma sem culpa d’utopia
Em setembro me primavero liberta
Relembro os ciclos me reitero poeta
Me reciclo em finura me rabisco poesia
Amor e loucura a setembrisse me planta
Ah!... Setembro floreiro que de flor me amanta...

AMOR SEM NEGAÇÃO...


Suplica-me que eu te esqueça
Se tudo o que faço é querer-te
Nesta terra de desavenças...
Como poderia eu esquecer-te?

És a sombra dos meus vendavais
O calor dos dias de sóis de verão
A temperança dos dias outonais
Como esquece-lo, amor, então?

Pede-me e te trarei a lua em poesia
Para enfeitar teu céu de negro véu
És meu amor de dor e alegria!

Deixa apenas que te ame assim...
Silenciosa e mansa; serei feliz
Por amar-te mais ainda que à mim.

Elisa Salles
(Direitos autorais reservados)

♚♚
"As vezes, quando tudo parece desmoronar
e não vemos uma luz para nos guiar o melhor
que podemos fazer é no aquietar, e ao contrário
de pensar no que nos faz falta darmos graça pelo
que sobejou.
A gratidão suscita força aos braços cansados
e trás o céu para nós, clareando os caminhos e
nos emprestando esperança e fé."

Pois Quero.

Quero te beijar como o sol beija o horizonte.
Quero te amar como a areia ama o Mar.
Quero te tocar como as raízes das arvores tocam a terra.
Quero me deitar ao seu lado como as sombras se deitam no chão.
Quero te Iluminar como a Lua faz.
Quero te cobrir como o lençol.
Te proteger como o maior dos Escudos.
Quero te ver viver como a vida.
Te ver cair pelo fracasso.
Te levantar como amigo.
Te beijar como amor.
Te amar como seu.
Ser seu como a Vida.

Agora é dia, posteriormente tarde e noite:
Descortina crepúsculos do dia e das trevas,
Contempla sol, contempla luar e estrelas.
Meio fóbico, em estado de trâmite:

Arroja-se nos cosmos, situa-se quirelas:
Aterrado pelo infinito e diversidade,
Opta por colapsos estelar por liberdade,
O indigente fenece pelo vão de aquarelas.

Meu fármaco é frívolo ante da enfermidade.
Débil para viver, expecto por vermes
Que devora a minha epiderme do caixão e

O que resta dos órgãos. Isso, seus infames,
Carcome essa carcaça e tal soturnidade.
Agora o exício é minha melhor idoneidade.

Há quem busque oque dá certo, sem considerar oque é certo.
Os fins não justificam os meios.
Na busca insana de ter sucesso muitos perdem se da essência, das raízes, da simplicidade suficiente e da sua própria convicção.
Alguns põe adubo a terra e esperam o crescimento natural, outros alteram geneticamente a planta afim do resultado de já
No final o produto a se consumir está contaminado.
Eu sou pelo simples e eficaz EVANGELHO, suficiente para salvar.

Adriano Vieira

Gaúcho nasceu para ser livre

Quem nasce sob as bênçãos deste chão
Trás no sangue a marca gaúcha de quem sabe pelear.
Ostenta com orgulho seu Rio Grande, sua herança...
Que trás estampado no peito todo o gaúcho desde criança.

Em cada “eu sou gaúcho” ecoa em liberdade
Mais que a voz é um grito corajoso e retumbante
De um povo heroico, aguerrido e bravo...
Gaúcho nasceu para ser livre, não há quem o faça escravo!

Mulher gaúcha

Mulher gaucha, prenda faceira
De rara e grande beleza
É prenda prendada, moça educada
Orgulhosa de sua terra mantém viva a tradição
E ensina a seus filhos o amor por este chão,

Tu que és filha desta terra
Sabe do teu valor,
Trás a luz do mais belo luar
Estampado no teu olhar.

Em verso prosa e canção,
Já exaltei o teu sorriso...
Desvendei o teu feitiço
E perdi meu coração,

Teu olhar caborteiro é um laço certeiro
Que prende e me desarma
Beleza maior não se viu
Por todo o meu Brasil

É tu formosa morena
Mulher gaúcha, mulher prendada
Tua beleza e ressaltada
E tua coragem invejada.

A força da terra do pampa fertiliza o ventre teu
Que semeia e prolifera a alma do meu rio grande
Mulher que sabe onde nasceu
Nesta terra abençoada, não se nasce pra nada!

Altiva por natureza, guerreira por devoção
Corajosa com certeza, não fugiu da peleja
De garrucha no ombro e espada na mão
Já lutou, defendendo este chão

A Linda mulher gaúcha
Das pedras é o diamante
Da espada é o aço
Da água o ribeirão
Da terra é a semente
Que germina este chão!

Bendita mulher gaúcha beleza da minha terra
Quero te ver sempre bela nos bailes do meu rincão
Alegrando nossa terra, honrando a tradição

Nos cabelos uma flor...branca, amarela ou vermelha
O vestido bem rodado levanta poeira do chão
E trás mais alegria aos fandangos de galpão.

Rio Grande do Sul

Aqui no Sul do Brasil
Onde o campo é mais verde
E o céu é mais anil.

Aqui coxilha, campo ou pago
Cidade, campanha ou rincão
A beleza pra todo o lado
Ressaltando este chão.

Aqui o vento é minuano
O tempo é campesino
Que aprende amar
Todo o gaúcho desde menino.

...aqui tempo e vento
Recitam a historia
Campeando campo afora!

DESEJO

O silêncio que brada, desnorteado
No cerrado, que a chorar me vejo,
O peito na dor que sofre, separado
Do outrora, na saudade me protejo.

Não me basta saber do passado,
Se, se amei ou fui amado; desejo
Mais que afeto simples e sagrado,
Quero olhar, laço e um doce beijo.

Ao coração que tolera, só ousadia
Não me acanha: pois maior baixeza
Não há que paixão sem ter o calor;

É a justa ambição que eleva a poesia
Ser poeta sempre e, na sua pureza,
Deixar seus versos cheios de amor.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
20 de setembro, 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

[A ROSA CONTINUOU SENDO A ROSA]

“Para a rosa mais bela;
Um vaso apropriado.
Onde de várias outras,
Foi a única privilegiada.

Não pela beleza
Nem mesmo pela cor.
Mais pelos detalhes
Que não mudou.

Não precisou ser uma “Pluméria”,
Nem mesmo uma “Orquídea”…
Mas pelo que sempre foi.
Diante de várias, se guardou.

Na casa do jardineiro
Um vaso apropriado
Recebe a rosa do jardim
Como sempre: entusiasmado!”

Felicidade

Me impressiona as histórias sobre Deus
Lindo, como Venus e Adonis
Amável, como um casal de plebeus
Porém triste como todos os Antonis

Deus, morto pelos seus filhos
Que não conseguem desistir da própria felicidade
para deixar outros felizes
Corram! Mas saiam dos trilhos
Você consegue manter sua sanidade
Sem perder suas raizes

Você não é o único
Carregue o peso de toda a dor
Não divida o peso!
Um sorriso feliz vale mais que seu sorriso triste e cínico
Espalhe o amor!
Não para você! Você é só uma Éfeso

Mas... Acredite no destino e o possua
Caminhe sobre o tempo em sua cifra
Quem sabe alguém não desista da felicidade pela sua
Até lá... Sofra!

MERGULHADO EM SI
(03.10.2018).

Entro em constante contato
Com a alma que não finje
E guarda todas as minhas inspirações,
Quando sou tocado por tal sintonia.

Então percebo estar envolvido pelo amor,
No qual vem a viver sem demora,
A brisa do vento a tocar o rosto
Que vejo mergulhado em si

A ARTE DE PAOLLA
(04.10.2018)

És que se levanta a luz das manhãs!
Com sorriso indiscutível ao tempo...
A ternura do ato de ser a própria arte,
Sendo as flores de um perfeito jardim.

Encantamento visto em seu sorriso expresso,
E impresso na sua maneira de atuar.
É certo o dia em que o encontro se dará
Na plenitude do coração de Paolla Oliveira.

A Arte de ter Razão

Tens razão numa coisa:
Era na arte que tinha razão.
És a arte uma razão?
A arte de Bonaparte não partiu de uma ilusão.
Tens na arte uma visão?
"Penso, logo existo", e Descartes tem a sua opinião.
És na arte que está a salvação daqui?
Do Surrealismo talvez, com seu Salvador Dalí.
Não concordo com seus argumentos!
Mas ainda não desenvolvi nenhum pensamento.
Certamente não me convenci!
De fato, não tentei persuadir, mas no que então podemos concordar?
Certamente no fato de sempre discordar.
De fato, há uma contradicão, pois, agora que você concorda, você me deu a razão.

Pensei que pudesse ser você...

Eu te desejo tanto na minha vida, que me engano...
em cada rosto eu tento te encontrar;
em cada gesto eu quero te cativar;
cada olhar, cada sinal, em cada tom de voz; tudo que eu venero em você...

mas não te encontro...

sinto como se você escorresse pelas minhas mãos
e eu não fosse capaz de impedir o acaso te levar pra mais longe...

Eu preciso te falar da vida que desejo para nós, dos filhos que teremos, do amor que vamos construir!

Mas não é simples...

Eu tropeço nas minhas andanças, eu me engano, eu me perco...

Me resta uma acanhada esperança de que você saiba no instante em que me ver, que eu sou seu;
que as batidas do seu coração, o arrepio da sua pele e a sua alma gritem que eu estou ali, logo a sua frente!

Que cada passo te traga mais perto de mim e, com aquela discrição impar, você apenas sorria para que eu, distraidamente, abra as portas da minha alma, para que você possa entrar pra sempre e habitar comigo!

vem ser minha!

vem!!!

Sentir saudade é tão gostoso, não tem por que evitar que o coração sinta mais uma vez as emoções do passado. Ela nos permite reviver aqueles momentos que marcaram nossas vidas.
A melhor maneira de apreciá-la; é permitindo o toque do passado.
Escutar mais uma vez as mesmas palavras, o mesmo toque, ambiente , cenário...
Seja um clima frio ou calor. Siêncio ou o ruído da chuva.
Reviva o que você quiser!
Absolutamente tudo pode acontecer no pensamento.