Allan Dias Castro

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Perdoar é trazer em si a solução.
Porque, se tudo tem dois lados, receber
Vai ser reflexo de oferecer perdão.

Allan Dias Castro
“Voz ao verbo”

Se pelo menos um verso meu,
Mesmo confuso, perdido,
Te fizer sorrir quando acabar de ler,
Tudo vai fazer sentido.
Porque vai ter sido um poema
Que me levou até você.

Allan Dias Castro
“Voz ao verbo”

E quem sabe eu seja só um cara falando em te levar
Pra onde nem eu mesmo conheço,
Só imaginando, desde o começo,
De tanta vontade de te ver.

Allan Dias Castro
“Voz ao verbo”

Tarja preta, pra mim, é censura.
Meu remédio sempre foi uma dose de loucura.
Uma dose de loucura, quer provar?
Provar o que e pra quem?
E se a cura for justamente
Não precisar provar mais nada a ninguém?

Allan Dias Castro
“Voz ao verbo”

O meu relógio eu joguei fora.
Cansei de perder tempo esperando a hora certa.
E essa liberdade é que apavora
Aquele cara que acorda sempre reclamando,
Mas nunca desperta.

Allan Dias Castro
“Voz ao verbo”

Quando você percebe
Que tem alguma coisa errada
Em acordar todo dia reclamando,
Nessa eterna insatisfação,
E foge dessa rotina, foge desse padrão,
Ainda vão dizer: “Esse cara é louco, só pode ser louco.”

E é aí que eu te iludo, porque os loucos podem tudo.

Allan Dias Castro
“Voz ao verbo”

Quem quer muito alguma coisa há muito tempo
E ainda não conseguiu realizar
Certamente já ouviu que é importante
Saber a hora de parar,
Entender o momento de desistir.
Mas eu entendi que é preciso parar
É de querer desistir a todo momento.

Allan Dias Castro
“Voz ao verbo”

Só a gente sabe a força do nosso sentimento
E todo recomeço duvida dos pontos finais.
Para quem só perde o sono pelo seu sonho,
É sempre cedo dizer que é tarde demais.

Allan Dias Castro
“Voz ao verbo”

Alguns sonhos são tão grandes
Que não cabem nos nossos medos,
Nos dos outros, muito menos.
Porque são imensos, são sonhos elefantes,
Que incomodam porque nos fazem não caber
Nos limites em que vivíamos antes.

Allan Dias Castro
“Voz ao verbo”

O sonho é seu e vai além do que você faz,
Pois te faz ser o que você é.
Por isso, mais do que ter,
É preciso ser esse sonho,
Para se tornar seja lá o que você quiser.

Allan Dias Castro
“Voz ao verbo”

Se não é o tempo do outro que te situa,
A hora certa é a sua.

Pra mim não faz diferença ser alguém na vida
Porque meu nome é Zé-Ninguém
Eu prefiro fazer a diferença na vida de alguém

Allan Dias Castro
“O Zé-ninguém”

Agradeço ao sol, aceito a chuva
Aprendi a agradecer, muito antes de pedir
Aceito o sol, agradeço à chuva
Ser feliz com o que se tem, não só com o que está por vir

Allan Dias Castro
“O Zé-ninguém”

Dói mas liberta, e a dor tem que passar para deixar a porta aberta

Mas se alguém duvidar do seu potencial, mande um cartão postal da lua

Peso de pluma de algodão, leve por não levar, Deixe o passado onde está,
Não leve mais pesar

Perdí o medo do perdão,
Sem culpa nem culpar.
Fiz do agora
O meu lugar,minha oração.

E se a saudade fosse bem-vinda será que entraria sem bater?
De qualquer forma eu mentira se eu dissesse que não vai doer e que logo vai passar.
É porque o tempo da dor é o passado, é a despedida sem aceno, é o telefone sem recado, é o ainda que não passa.
E ainda que não tenha mais nada encontra um espaço só para deixar aquele sorriso guardado.
Fazendo do peito um lugar pequeno deixando um coração enorme apertado.
Mas vivo e qual o motivo?
Só para a tristeza entender que já não tem onde ficar pois já me tirou o chão.
Então foi na memória que eu encontrei para morar.
Às vezes o que resta é viver de lembrança só para não morrer de saudade.
E mesmo que a vida me leve tudo pois eu levo em mim o que eu não esqueço.
Eu levo o teu sorriso guardado só para sorrir quando me lembrar de você.
E assim toda perda é um recomeço para quem não perde a esperança e mesmo que seja na lembrança encontra uma razão para viver.
Eu levo em mim o que não esqueço só para viver sem medo de te perder.

Quando perder
O medo de mudar
Encontro meu lugar
Sem querer

Quero mudar
O medo de lugar
Até não encontrar
Até perder

Eu já usei gravata, e até topete
Já joguei fora o meu trompete e os discos do Alceu
Eu já ganhei emprego e perdi o sono
Correndo atrás de um sonho que não era meu

Mas hoje eu larguei tudo e virei poeta
Eu não quero ser atleta, nem médico ou juiz
Eu moro numa ilha e tô me acostumando
Para quem nasceu chorando, até que eu tô feliz

Tire o peso de suas costas.
Quando partir, não leve o passado na mochila.

A vida não dura para sempre, é durante.

Allan Dias Castro
COEN, Monja; CASTRO, Allan Dias. A Monja e o Poeta. Rio de Janeiro: Sextante, 2021.

Nota: Trecho do poema Só por Hoje.

...Mais

Já temi correr o risco
De morrer de velho
Sem ter vivido o bastante,
Mas entendi que a vida
Não é depois nem foi antes.

A vida não dura pra sempre, é durante.

Allan Dias Castro
COEN, Monja; CASTRO, Allan Dias. A Monja e o Poeta. Rio de Janeiro: Sextante, 2021.

Nota: Trecho do poema Só por Hoje.

...Mais

Só por Hoje

Eu quero trocar a ansiedade de tentar viver cada dia como
se fosse o último pela tranquilidade de viver só por
hoje.

Viver só por hoje
Me fez parar de desperdiçar o tempo de um sorriso
Me perguntando quando a felicidade vai chegar.
Viver só por hoje
É não adiar a oportunidade que cada dia nos dá.

Vivendo só por hoje,
Sem desespero,
Cada dia não é o último,
É o primeiro.

Quando a gente quer falar que uma pessoa é especial,
Mas fica à espera da data ideal,
É como se, para viver o presente,
Precisasse esperar o Natal.

A saudade não morre de velha,
Mas se mata num dia: hoje.
Não quero ter que descobrir uma doença rara
Para só então me curar da monotonia.

Só por hoje vou tomar uma atitude,
Me tornar uma pessoa melhor,
Seja lá o que isso signifique.
Me livrar do peso de anos
Admitindo um erro, problema,
Pedindo desculpa, pedindo ajuda,
Ou ajudando a mim mesmo,
Trocando a mania de dizer sim sem vontade
Pela sinceridade

Quem vive à espera de um final feliz
Adia a felicidade que sempre quis
O agora é assim: ser feliz, e fim.

Essa consciência
Nos traz de volta pra casa,
Porque, às vezes, é a urgência
Que nos consome e nos atrasa.

Já temi correr o risco
De morrer de velho
Sem ter vivido o bastante,
Mas entendi que a vida
Não é depois nem foi antes.

A vida não dura pra sempre, é durante.
Quem tem apenas um instante
Para mudar uma vida inteira
Já tem tempo bastante.

É preciso dizer “Chega!”
Para chegar ao dia de hoje
Deixando, a cada passo, o passado,
Pois quem passa a vida planejando
Não tem tempo de viver os planos.

A gente só precisa lembrar disto agora
E não esquecer amanhã:
Vamos viver só por hoje
Para que seja por muitos anos.

Allan Dias Castro
COEN, Monja; CASTRO, Allan Dias. A Monja e o Poeta. Rio de Janeiro: Sextante, 2021.

⁠O tempo leva o passado, mas não o que passamos.

Allan Dias Castro
O colecionador de saudades. Rio de Janeiro: Sextante, 2023.
Inserida por pensador

⁠Para quem tem um coração
Repleto de boas lembranças,
Saudade não é falta:
É companhia.

Allan Dias Castro
O colecionador de saudades. Rio de Janeiro: Sextante, 2023.
Inserida por pensador

⁠O colecionador de saudades

Feliz de quem sente saudade,
Porque é sinal de que um dia
Dividiu a felicidade que sentiu.
Feliz também de quem deixa saudade,
Pois, se daqui não se leva nem a metade,
Só o que foi nosso de verdade
É o que ficou no outro quando a gente partiu.

Será que viver é colecionar saudades até deixar?

Às vezes me pego rindo sozinho
Lembrando da família, dos primos
E de quanto nós já rimos.
De tantos natais, de outros carnavais…
E quando fecho os olhos para rever tudo que já senti,
Eu sinto saudade dos amigos de sempre,
Que nunca mais vi.

Será que viver é colecionar saudades até deixar?

Só sei que não deixo mais o momento passar.
Cada chance que tenho de lembrar, eu aproveito,
Porque ocultar o sentimento de vazio
É fazer a dor ecoar no peito.
O amor está presente nas histórias que marcaram.
Já reparou que só conhecemos algumas pessoas
Através da saudade que deixaram?
O tempo passou, elas ficaram.

Dias atrás senti falta da minha mãe, liguei pra ela,
Que disse sentir saudades do meu pai,
E eu sei que ele sentia falta da mãe dele,
Que só conheci através da saudade que ela deixou.
Minha vó estava presente nas histórias que ouvi desde
criança.

Assim a vida perdura.
O tempo que afasta é o mesmo que cura.
Trouxe a partida, mas faz da espera esperança
Quando traz de volta um sorriso em forma de
lembrança.

Por isso eu parei de brigar com a saudade.
Quando ela bate, não revido.
Eu a recebo com um abraço e me sinto abraçado
Por tanto sentimento recebido.
Para não viver de passado,
Eu vivo com quem está do lado
O que vou gostar de lembrar.

Assim eu sigo colecionando saudades
Até deixar.

Allan Dias Castro
O colecionador de saudades. Rio de Janeiro: Sextante, 2023.
Inserida por pensador