Poesia Completa das Borboletas
Assim que chegar a aurora
Iluminando novo dia
Assim tu estarás acordada
Para alegrar minha vida
Ao Criador peço a dádiva
Que pelo resto da vida espero ter
Estar ao seu lado
Em cada novo amanhecer.
SONETO NUTRITIVO
Se liberte por demais da vã filosofia
No fado não se tem um alvo certeiro
Tenha a harmonia, seja companheiro
Avigore o tudo e o nada sem utopia
Tudo passa, se transforma por inteiro
E nesta corredeira leve-te sem agonia
O bom da esperança é sair da galeria
Sonhar o possível, lutar como guerreiro
Vencer é armar-se de amor, ter cortesia
O generoso partilha glórias de cavaleiro
Achar-se na sombra é meta de covardia
Não te percas no efêmero, só nevoeiro
Ter, não pertence a ninguém, é fantasia
A alma se nutre do bem, do verdadeiro
Luciano Spagnol
Novembro, 2016
Cerrado goiano
ENFADO (soneto)
O quarto penumbroso e triste. Meu viver!
Um silêncio na alma que ela parece morta
Eu num olhar vago, uma pujança absorta
Não tenho ânimo, nem uma reação sequer
Rabisco gestos pálidos que a nada importa
O mundo lá fora a passos largos. Ouço dizer
O meu aqui dento de solidão põe a embeber
O vazio lânguido, num isolamento que corta
E neste enfado, no enfado inquieto do ser
Que é que me interessa além desta porta?
Se sempre é o mesmo, o mesmo parecer
Aqui neste útero meu sonho se transporta
Que diga a sorte, e o destino o que quiser
Aqui poeto quimera, que abre comporta... (do meu envelhecer!)
Luciano Spagnol
Novembro, 2016
Cerrado goiano
“Tens o brilho da lua no olhar, não por ser de prata seus olhos e sim por serem mágicos.”
Charles Valente
Permita então que eu te beije, pois a saudade da sua boca e meu veneno, mas a sua saliva é meu remédio.
Charles Valente
A FAIXA
O verde da faixa dos pedestres,
em um piscar, esta lá, todo verde...
Movida a água, secando de sede.
No alto do poste, piscando não cansa
ali, abre alas em seu enfoque...
O tempo todo, demarcando a esperança.
Esperança de um sonho alado, sonhado
que esta do outro lado ao imaginar...
Tudo aquilo, que se pode encontrar.
Ali, sobre o solo, tintas no asfalto...
Em duas cores como se fosse zebra
demarcando os rumos dos seus passos.
Se passa em falso... Em cores erradas
zás! Decisão, inconsequente imatura,
e a conseqüência nem sempre, terá cura.
Antonio Montes
DESENCRAVA
Palavras apenas
serenas pequenas
em tema condena
antiga arriba
decida ofensa
fala o que pensa
ouve voz tensa
xingo, reticencias.
Palavras lava,
lava a cara
leva o tapa
lavra vergonha
desentala
move a bala
move a cara
desencrava
desembala
com palavra
na senzala.
Antonio Montes
DOIS PERUS
Dois perus... Glu, glu
pássaros novos...
Pelados embaixo do céu azul.
Lá vem o tempo,
tempão...
Nuvens carregadas d’água...
Levadas por ventos
relâmpagos
trovão.
É hoje que água cai...
Cai liquida molhada,
correndo enxurradas
apagando poeira
fazendo sementes nascer.
Cai pra mim,cai pra você
cai para amar, cai para se vê
Peru, vasa! Vasa! Lá vem a chuva
cuidado com o natal
vamos correr.
Antonio Montes
CHANURA
Lua cheia sobre as telhas
poço no rio, peixe na fileira
a cumeeira tem lá a sua coruja.
Luz baixa sobre a curva turva
apito de um sentido, sentimentos
grito... Uma falha no tempo.
Se solte, solte a sua vontade
mas não deixe a euforia
entornar as suas verdades.
Nem todo dia é dia de acerto
se segure, segure o seu cesto
não coloque seu plano no espeto.
Antonio Montes
Floresce em mim algo, vivo, mas sem pigmento
É rosa sem cor, mas repleta de sentimento
Nascida e regada pelas minhas sementes de dor
Era tristeza recatada, porém tornou-se bela flor
Agora está no jardim das lembranças, sonhos e pensamento
Há nesse lugar historias quebradas, tão vil sofrimento
Há também retalhos de finos carinhos unidos com louvor
Um jardim feito de podas, restos e horror
Nessa terra, agora encantada, a forma virou talento
E o afeto é meu caule, meu tronco, o sustento
Esse peso eu o levarei para onde eu for
Esse jardim outrora colorido eu chamava de amor
MINHA PESSOA (soneto )
Eu sou o do fio da meada perdido
O que poeta devaneio e quimera
Verão ou inverno é só primavera
Neste fado, sonhar, é permitido
Emaranhado, pensado, eu quisera
Em exequível gratulação ter vivido
Mas olhar amargo me foi servido
E tal refutado, tive sorte megera
Aos olhares um quase despercebido
Impelido pra muito além da biosfera
Espírito enlutado, dum senso sofrido
Nas tiranias, choro, sou pessoa sincera
Áspero, sem ser, de amor sou provido
E no querer mais, me tenho em espera
Novembro, 2016
Cerrado goiano
eu não posso dizer que te amo
alguma coisa tem
já duvidaram de meu amor
e sentindo esta dor
prefiro não mais amar ninguém.
O TECO-TECO
Cuidado com teco-teco
ele dispara e eu não breco
decida abaixo esta perto
para, pare! Vou dar um treco.
Olhe a lagoa, veja o marreco
bregueço, breco ou não breco
desenvolvido pelo progresso
hoje outro voar eu ate peço.
Não eu não quero passar perto
desse troço treco de teco-teco
ultima, estava com meu caneco
passando baixinho muito perto
matou assim o meu marreco.
Eu quero mesmo é um burrinho
para sair logo cedo bem cedinho
ainda assim sem vê no escurinho
descer muito bem devagarzinho
aquele estreito caminhinho.
Antonio Montes
CHORRILHO
Meu amor...
Vim as carreiras,
mas trago flores para você
... Margaridas, pétalas e vida
para avivar o nosso querer.
São flores da nossa estrada
mas essas, encontrei na feira
são para ti, oh minha amada!
esse amor, que tanto cheira.
Antonio Montes
Quando te habitei
Removi teu teto
Para observares as estrelas
Retirei as tuas janelas
Para aumentar teus horizontes
Desmanchei tuas paredes
Para ampliar teus limites
E quando desnuda
Andavas pelo mundo
Te trouxe para morar em mim.
GATO E PÁSSARO
O gato e o pássaro, lá de casa
o dia inteiro o gato pula
o pássaro vasa...
Voa e arrasa, com suas asas.
O gato com sua gula...
Extravasa! Todo sorrateiro
esgueira-se pelo canteiro
por detrás do capim santo
se esconde no seu canto
E fica ali o dia, inteiro.
E o pássaro?
O pássaro voa ligeiro
E lá do alto, voando
visualiza o mundo inteiro.
O gato com o saco se espanta
e se arranca em disparada carreira
levanta poeira
sem eira sem beira
e com sua mansidão
sai na escuridão, para roubar
mais um peixe na feira.
O pássaro?
O pássaro levanta-se do chão
se propagando pelo tempo
com sua vida costumeira
e segue desfrutando do sol
pela descida da comprida ladeira.
O gato e o pássaro...
Sempre apostos a se mirar
Não se amam
mas nunca param de se olhar.
Antonio Montes
ESTOU INDO
Idoso eu sou
com pouco anos
vivi a vida
com muito planos
toquei meu sonhos
e me enganei
nos desenganos.
Espero o ponto
da minha chegada
pesado eu vou
só com amor
não levo nada.
Antes limpei
hoje me sujo
trabalhei tanto
agora em planto
sou vagabundo.
Dores me levam
carnes tremida
nervos estão fracos
olhares buracos
turvos embaraços
com pouca vida.
Dias lembrei
hoje lembrado
pra tanto andar
ensinei caminhar
acalantei o chorar
hoje sou andado
Cantei pra dormir
segurei sua mão
sustentei seu corpo
me fez tanto gosto
caído no chão.
Já velei por amor
já plantei paciência
agora enfadado
acalmei a tal dor
nesse mundo irado.
Confesso, o caminho
que aqui me levou
me deixou sozinho
pobre passarinho
embrenhado em dor.
Quero amor
quero amor...
pra chegar aos meus restos
e mesmo se não presto
eu detesto protesto.
Vai chegar a sua vez
assim como cheguei
vai lembrar que um dia
tu foste criança
sujou fez estripulia
e eu os cuidei.
Quando eu não estiver
quem sabe a saudade
te levará a infância
cairá na verdade
da vida que é.
Antonio Montes
FAZER LÁGRIMAS
Não vou mais chorar...
Mas se por ventura
eu vier fazer lagrimas!
Farei baixinho
para que ninguém ouça
e nem venha me ver.
Não...
Eu não vou mais chorar!
Mas se eu chorar...
Tenha há certeza
que será por você.
Antonio Montes
FIM DE ILUSÃO
A vela sobre o tempo
inflama cresce a chama
e transborda de felicidade!
Ilumina em sua volta
crepitando o seu amar
E inebriada com o vento,
se apaga... Perde as chamas
sem ter tempo de chorar.
Antonio Montes
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