Poesia Amor Nao Realizado Olavo Bilac
Os sábios não consideram que não errar é uma bênção. Eles acreditam antes que a grande virtude do homem reside em sua habilidade de corrigir seus erros e continuamente fazer de si próprio um homem novo.
Em leito de penas / não se alcança a fama nem sobre as cobertas; / Quem a vida consome sem a fama, / não deixa de si nenhum vestígio sobre a terra, / qual fumo no ar e espuma na água.
Não existe ninguém que não possa ensinar algo a alguém, e não existe ninguém tão excelente que não possa ser superado.
Não há no mundo livros que se devam ler, mas somente livros que uma pessoa deve ler em certo momento, em certo lugar, dentro de certas circunstâncias e num certo período da sua vida.
A ignorância que se conhece, se julga e se condena não é uma ignorância completa: para que o seja, é preciso que se ignore a si mesma.
Se tivéssemos uma verdadeira vida não teríamos necessidade de arte. A arte começa precisamente onde cessa a vida real, onde não há mais nada à nossa frente. Será que a arte não é mais do que uma confissão da nossa impotência?
É indispensável conhecermo-nos a nós próprios; mesmo se isso não bastasse para encontrarmos a verdade, seria útil, ao menos para regularmos a vida, e nada há de mais justo.
O sucesso é uma jornada, não um destino. A ação é geralmente mais importante que o resultado. Nem todo mundo pode ser o número 1.
Não se pode dizer que o que é inteligível seja sempre belo, mas com certeza o belo é sempre inteligível, ou, pelo menos, deve sê-lo.
Não são os cabelos brancos que fazem o ancião; de qualquer velho que só tenha idade, pode-se dizer que envelheceu em vão.
Faz-se crítica quando não se pode fazer arte, como quem se torna delator quando não se pode ser soldado.
Parece um absurdo, e no entanto é a exata verdade, que, se toda a realidade for vazia, não haverá mais nada de real nem de substancial no mundo além das ilusões.
Não há animal mais degradante, estúpido, covarde, lamentável, egoísta, rancoroso, invejoso, ingrato que o público. É o maior dos covardes, porque de si mesmo tem medo.
Peca igualmente quem apressa o hóspede que não quer partir / e quem o detém quando este já está partindo. / O hóspede deve ser bem tratado se fica, e não deve ser impedido de partir se assim o deseja.
Geralmente, quando detestamos alguma coisa nos outros é porque a sentimos em nós mesmos. Não nos aborrecem os defeitos que não temos.
Pensa-se hoje na revolução, não como maneira de se solucionarem problemas postos pela atualidade, mas como um milagre que nos dispensa de resolver problemas.
Ao avarento falta-lhe tanto o que tem quanto o que não tem; ao luxo faltam muitas coisas, à avareza todas.
Tudo está na educação. O pêssego dantes era uma amêndoa amarga; a couve-flor não é mais do que uma couve que andou na universidade.
Não deve causar surpresa o fato de que as crianças nascidas fora do casamento sejam geralmente as melhores cabeças; são o resultado de uma hora espirituosa. Os filhos legítimos muitas vezes resultam do tédio.