Poesia Agua de Mario Quintana
Da série: Tudo pode virar poesia...
De manhã ela levanta... e abre a janela;
Pega água e rega a planta, que ganhou no dia dela;
Prepara o café do filho;
Na tigela põe um pouco de Sucrilhos;
Toma o café puro em sua caneca,
Depois de acordar seus dois sonecas;
"Querido acorde, já deu a hora...";
Por mais cinco minutos o marido suplica (e agora?);
"Filho, levanta, é hora da escola..."
A preguiça impera, mas ele não enrola.
Afinal, mãe é mãe e vice versa;
E ele sabe que não tem conversa;
Quinze minutos se passam, pai, mãe e filho se abraçam;
"Te amo mãe!"... "Te amo vida!"
E o dia segue, como essa poesia lida...
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POESIA E PROZAC
A gota d'água que transbordou
Um oceano de frustrações
O apodrecimento de frutos sazonados
Que despencam da árvore
Para se espatifarem no solo.
Bancário arrogante
Pretensioso escritor sem talento
Mais uma medíocre alma
A vagar por um mundo insano
Enquanto meus trabalhos literários
Eram devolvidos sucessivamente e
Se acumulavam numa montanha de tristezas
Ela experimentava muitos ricos
Aziagos pensamentos
A me fustigarem o orgulho
Na companhia do Prozac
Buscava as respostas
Nas garrafas de Jack Daniels
A poesia
É como um gole
De agua abrasador
Que queima como álcool
Bebida do torpor
Assim, como um animal
Sem avença
Descrença
Perdido
Ferido
Entre as estradas
Sem idas
Triste
Só
Único
Poesia
Nem sempre é para ter nexo
Do complexo
Teto
Minha
Só
Me
Sinto
Um animal
Sentimental sem ida
Perdido nas estrada
Entre verdejais poesias
Minhas!
Poesia e vida
A poesia escorre
Como água na cachoeira
Voa, cai e morre
Os olhos vêem a torre
Se esquecem da poeira
Uma perna corre
Na vida corriqueira
Perto da lareira
Escrevo um porre
Comovido por cegueira
Nenhuma poesia nasce sem nada
Nenhuma flor
Só tem bem-me-quer
Nenhum amor
Cresce sem água
Nenhuma cor
Nasce sem mistura
Nenhum rancor
Fica sem mágoa
Nenhuma dor
É insuportável
Ninguém se surpreende
Com o que já esperava
Nenhuma árvore
Nasce sem raiz
Ninguém planta seus sonhos
Em terra ressecada
Do Livro da poesia
poesia calma
feito água da fonte
toca a me banhar.
versejar constante
beijo de amante
pode incendiar.
poesia breve
perpassar de vento
posso te escutar.
poesia vinho
branco – doce – tinto
vem me embriagar.
A poesia é nobre, sem medida. E a alma é sua casa. Água torrencial ou chuva fina, é vento é lenha, é brasa, é vida..
Embora às vezes tenha, prescinde de métrica. Embora às vezes esbanje, dispensa rima.
"Poesia"
Sou a luz que reluz seu olhar...
Sou o caminho deve cruzar...
Sou a água que mata sua sede...
Até mesmo seu corpo banhar...
Sou seu sorriso mais feliz quando contente estar.
Seu passado...
Seu presente e seu futuro.
Sou seus passos...
Suas lagrimas quando se pega a chorar...
Sou seu amigo para quando precisar.
Estarei sempre ao seu lado...
Sem nunca de ti me afastar.
Sou que te guia na escuridão de seu inconsciente...
Sou quem te acorda para um novo dia...
Dispersando sua agonia.
Sua tristeza...
Sua dor.
Sou eu que estou sempre ao seu lado...
Ao seu lado quando mais precisa...
Até mesmo sem me chamar.
EU SOU JESUS...
Nunca deixo de te amar.
Nordeste sim!
O nordeste é uma poesia
que encanta muita gente
do sol forte que irradia
a água fria da nascente
parece ter uma magia
aos que vem passar um dia
e quer ficar eternamente.
Semana de Arte Moderna de 1922: Mário de Andrade era um idiota presunçoso, Oswald um picareta esperto. Do movimento, só sobrou quem não estava lá: Manuel Bandeira, Drummond, Jorge de Lima.
"Mário ficará arrasado. Perceberá que, para Mariana, ele terá sido amor de verão, enquanto ela, para ele, será o amor de toda uma vida. [...] Nada, porém, fará mais sentido para Mário-sem-Mariana."
A obra do Mário Ferreira é como uma mulher lindíssima coberta de sujeira, com os dentes quebrados, os cabelos empapados de lama e esterco, vestida com sacos de estopa e, para a satisfação e lucro de aproveitadores, vendida no mercado de escravos.
Meu Coração
Eu tenho um coração um século atrasado
ainda vive a sonhar... ainda sonha, a sofrer...
acredita que o mundo é um castelo encantado
e, criança, vive a rir, batendo de prazer...
Eu tenho um coração - um mísero coitado
que um dia há de por fim, o mundo compreender...
- é um poeta, um sonhador, um pobre esperançado
que habita no meu peito e enche de sons meu ser...
Quando tudo é matéria e é sombra - ele é uma luz
ainda crê na ilusão, no amor, na fantasia
sabe todos de cor os versos que compus...
Deus pôs-me um coração com certeza enganado:
- e é por isso talvez, que ainda faço poesia
lembrando um sonhador do século passado
20 de Junho de 1942
Tenho vontade de escrever, e tenho uma necessidade ainda maior de tirar todo o tipo de coisas de dentro do meu peito.
O verbo amar
Te amei: era de longe que te olhava
e de longe me olhavas vagamente...
Ah, quanta coisa nesse tempo a gente sente,
que a alma da gente faz escrava.
Te amava: como inquieto adolescente,
tremendo ao te enlaçar, e te enlaçava
adivinhando esse mistério ardente
do mundo, em cada beijo que te dava.
Te amo: e ao te amar assim vou conjugando
os tempos todos desse amor, enquanto
segue a vida, vivendo, e eu, vou te amando...
Te amar: é mais que em verbo é a minha lei,
e é por ti que o repito no meu canto:
te amei, te amava, te amo e te amarei!
(Do livro - Bazar de Ritmos - 1935)
Aprendi há muito tempo que as histórias não são totalmente verdadeiras ou falsas porque são alimentadas por meias-verdades, por mentiras bem contadas ou lembranças distorcidas.
Ela nasceu chorando. Talvez porque percebesse que sua mãe não a amava… Talvez por ser mulher em um mundo dominado por homens… Ou talvez por sentir que seu destino já estava decidido e que, para alcançar a felicidade, sua vida se tornaria uma dura e longa batalha…
Assim como o chocolate se mistura com a pimenta para fazer o mole, a alma dela se misturou com a dele na eternidade daquele instante.
Águas escuras dos rios que levam a fertilidade ao sertão. Águas que banham aldeias e matam a sede da população. Águas que movem moinhos são as mesmas águas que encharcam o chão e sempre voltam humildes pro fundo da terra, pro fundo da terra. Terra, planeta água...
CONTO DO MEIO
Quando pequeno, eu estava no aniversário de um amiguinho
e pus meu dedo no bolo.
Não coloquei e tirei. Não passei o dedo.
Apenas enfiei a ponta do indicador naquela parte branca.
O dedo permaneceu lá, parado, enfiado, intacto.
Todas as mamães me deram um sorriso falso.
Os papais estavam bêbados no quintal.
O único homem ali perto era o tio Carlos.
Tio Carlos se escondia atrás dos óculos e da câmera fotográfica.
Era bobo, agitado e gorducho.
Quase sempre sorrindo.
Tinha poucas, raras, nenhuma namorada.
Tio Carlos atrás dos óculos, da câmera e de namorada.
Meu braço esticado era a Golden Gate.
Uma conexão entre minha consciência
e aquele montante de açúcar.
A ponta do dedo imóvel, conectada, penetrada no creme branco.
Uma das mamães resolveu liderar a alcateia
e me pediu para tirar o dedo.
Pra que tanta coragem, perguntou meu coração.
Porém meu dedo,
afundou um pouco mais.
Olhei-a nos olhos sem docilidade.
Meu corpo imóvel.
O dela recuou.
Minha mamãe, sem graça,
falou que isso passa.
Eu atravancava, ria e dizia:
- Vocês passarão, eu... - estendia a aporia.
Eu era a Criação de Adão na Sistina.
Era mais que Michelângelo,
Era Adão no Bolo,
Era Bolo em Deus.
Mamães desconcertadas. Olhando umas para as outras.
O silêncio reinava,
o reino era meu.
Mamães desorientadas. Olhando para mim.
Tio Carlos com a câmera fotográfica
olhava para as mamães.
Acho que ele era apaixonado por umas três mamães,
ou mais,
ou todas.
Esperei um não.
Esperei um pare.
Ninguém era páreo
para um rei.
Tirei.
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