Poesia
Poeta
Um mar estrelado, seus olhos olham abismado.
É tanta luz, é tanta beleza...
Quer colocar tudo em versos, com certeza.
Um murmúrio de águas cristalinas.
Perfeição da vida.
Caminhos que se cruzam.
Vida que encontra vida.
O poeta olha com seus olhos sensíveis...
Coração a tudo perscrutar.
Quantas maravilhas pra ele em versos colocar.
Um mar imenso de água tão salgada.
Um infinito que se perde... parece no nada.
As ondas que não param um instante sequer... a areia vem molhar... depois voltam pro infinito mar...
Vem e vão num bailado cuja música a brisa está sempre a tocar.
Poeta que tudo vê.
Toca com os olhos do coração.
A perfeita natureza a florescer,
O dia que morre na noite... que vê todo dia nascer,
Que se passa na alma do poeta?
Quanta sensibilidade nela há...
Em poucos versos toda a maravilha do mundo consegue ele poetar.
No seu âmago busca esperança.
Vê dias maus... vê sim...
Aceita a dor e cada uma do seu jeito.
Dentro do peito ajeita cada uma de um jeito.
Passos
Meus passos...
Compasso.
Descompasso.
Um som solitário.
Desencontros.
Sem abraços.
Ficou um vazio.
Procuro uma paz...
Que nada nem ninguém de me trazer é capaz.
No passo, passo.
Do sonho à loucura.
Numa eterna procura...
O dia que nasce.
Nova esperança com ele parece que renasce.
A força da porta aberta.
Do meu âmago novos sonhos desperta.
Fonte de louca inspiração.
Respiro a magia...
Com o nascer de um novo dia.
Acalma-se meu coração.
O tempo passa.
O sol pelo céu passa.
O mundo reaparece: mais da metade é só desgraça.
Sim, a mesma paisagem.
O mesmo ar a nos rodear...
Flores... as mesmas pelo caminho continuo a encontrar.
Mas há tantas pedras...
No fim do dia só penso um mundo poderia rodar mais leve... mais devagar...
Mais amor poderiam os homens do seu coração tirar.
E se você olhar bem de perto vai perceber detalhes invisíveis para a maioria dos que nos cercam... só você mesmo conseguirá ver esses detalhes, estão nos entalhes de nossas vidas... foi vida em nossas vida finamente esculpida.
Era um tão grande amor... mas tão grande... que não cabia num espaço do infinito. E era um amor tão bonito... mas tão bonito que nenhum poeta jamais teria conseguido ter em versos escrito. E era um amor tão forte mas tão forte que nem a força da morte poderia pôr fim. E era um amor forte, bonito, infinito... por que teve de terminar assim?
E... só pra você saber... eu já sei o que Irene Peter disse uma vez... agora só falta você saber: “Só porque tudo está diferente não significa que alguma coisa mudou”.
E agora que você já sabe... acho que nem vai precisar chegar bem perto pra perceber que nunca amou como me amou... nunca quis como me quis... e não vai entender por que me deixou.
Prepare seu coração
Prepare seu coração
pras coisas que vou te contar...
o sol se apagou
e a lua parou de brilhar...
O amor que existe em mim
é o mesmo que você viu nascer,
crescer... e mais crescer...
mais amor se fazer.
Por que você não volta?
Não sabe a falta que faz?
Escolheu o caminho errado...
e por isso o sol continua apagado.
Remexo as palavras.
Faço poesia.
Tenho esperança, muita esperança...
De te convencer um dia.
Imenso céu azul
E essas nuvens que vagueiam pelo céu a esconder o imenso e azul véu.
Olho e vejo formas.
Às vezes formas disformes que nada formam ao meu olhar.
Um amontoado a mudar de forma e posição...
Sigo entre esses sentimentos diversos.
Queria colocá-los em versos.
Mas eles vão mudando... se transformando... outras cores tomando.
Nunca chego a um porto.
Não jogo âncora ao mar.
Estou eternamente a navegar.
Ondulante respiração.
Acelerado o bater do coração.
Ondas a me jogar... daqui pra lá... de lá pra cá.
Alternância entre o alto e o baixo.
Alternância entre a paz e o desespero.
Quero um lugar de calma pra minh’alma repousar...
Do lado de lá do mar?
Em outra geografia?
Na poesia?
Doces pitangas brancas
balançam sob Curupira,
que nasceu de calcanhares
para trás e andando
sempre em frente,
tudo é o jeito de falar
quando se trata de gente.
É preferível não julgar,
e outras coisas deixar
seletivamente passar,
em nome daquilo que
é para nos importar
ou deixar o vento levar.
Decidir que por pouca
coisa jamais buscar
com quem quer que
seja nos incompatibizar,
o importante é respirar
e a alegria cultivar.
Não precisamos com
razão ou mesmo sem,
rimar ou remar no rio
onde tudo nos dança,
e a palavra se faz lança
para quem sabe pescar,
buscar a rota e superar.
Se por acaso faltar espaço,
poesia ou entusiasmo,
silenciar é convite apropriado
porque não precisamos
falar sobre tudo e nem tudo
merece ou precisa que seja falado.
Ninguém Viu" – por Wallace de Oliveira Silva
Ninguém viu quando chorei no silêncio,
nem quando segurei o grito com um sorriso.
Fui forte pra todos, menos pra mim.
E ainda assim… ninguém notou.
Fui abrigo pra quem só sabia partir.
Estendi a mão pra quem já vinha armado.
Falei de paz, recebi guerra.
E ainda assim… eu fiquei.
Me chamam de ingênuo,
mas não sabem o quanto eu sangrei
pra continuar Não sabem quantas vezes eu me perdi
pra não perder o outro.
Cresci onde amor era luxo,
mas eu dava de graça.
Sonhei onde era proibido,
e mesmo assim… continuei sonhando.
Não é fraqueza querer ver o bem no outro.
É coragem.
Coragem de ser luz,
mesmo quando só te entregam escuridão.
De Pé Por Dentro" – por Wallace de Oliveira Silva
Tô cansado, mas sigo.
Com a alma rasgada, mas o olhar firme.
Ninguém vê o que eu escondo —
só sentem falta quando eu me calo.
Já levantei gente enquanto eu caía.
Já fiz sorrir quem nem sabia meu nome.
E mesmo assim, continuo doando
um pouco de mim em cada gesto.
Tenho mil cicatrizes,
mas nenhuma me fez virar o que eu jurei não ser.
Não jogo sujo,
não piso pra subir,
não aponto o dedo pra quem já tá no chão.
Já entendi que nem todo mundo vai me querer bem.
Mas isso não muda quem eu sou.
Porque quem é luz,
brilha mesmo em meio ao abandono.
E eu sigo aqui:
de pé por fora,
mesmo quando tudo desaba por dentro.
Num canto de um recanto, me ergo do cansaço.
No braço do seu abraço, onde enxugo o meu pranto,
A minh'alma se norteia e da angústia me desfaço, e num passo, eu passo, eu vivo...
Sentada, à beira do caminho, vendo a vida passar.
E pensando a vida passando, resolvi caminhar.
Despertei do que me adormecia... E adoecia.
Vivo agora uma guerra de paz...
Teu corpo é um Oceano
Toquei a tua água sem saber que era minha.
Tua corrente me puxou —
e achei que era perigo.
Mas era abraço.
Eu achava que era um barco.
Mas era uma gota.
E sendo gota, descobri:
não precisava salvar ninguém.
Bastava dissolver.
Teu corpo era oceano,
e eu tentei controlar as ondas.
Mas agora…
deixo que as ondas me contem quem sou.
Se for tempestade,
danço molhada.
Se for calmaria,
respiro fundo.
Porque voltei a nadar.
Não como fuga.
Mas como retorno.
Não Seja Um Artista
Ei, me escute: não seja um artista.
Ser artista é como ser alma num mundo de pedras quadradas.
Como ser cor num mundo que se tinge
com uma pálida gradação de cinza.
É como ser uma pintura infinita para molduras pré-fabricadas,
padronizadas, quadradas e duras.
Ser artista é cantar para surdos, pintar para cegos
e escrever poesias num idioma já extinto.
É como se manter dançando de olhos fechados
em meio a um desfile militar organizado em filas perfeitas
ao compasso frio e forte das botas que marcham.
Ser artista é se negar a seguir a receita para ser aceito,
não pela aceitação em si,
mas por ver o Sagrado através das suas próprias medidas.
Ser artista é resistir à tentação de ser medíocre.
É ter a Coragem de viver sem nenhum tipo de anestésico.
É suportar a dor para saber onde dói.
Suportar até transformá-la em Arte.
É escolher sentir o que se tem
na tentativa de um dia se ter flores.
Ser artista é ter esperança
num mundo que só tem certezas.
Então não seja um artista.
A não ser que sua alma não aceite outra coisa
que não a Arte.
Não seja um artista,
a não ser que seu coração bata acreditando que
um dia o surdo vai conseguir ouvir o seu canto,
que o cego poderá perceber as nuances das suas pinceladas
e que o idioma das poesias será novamente celebrado.
Não seja um artista,
a não ser que sua música soe mais alto
que o barulho de mil botas batendo
e que em suas formas tão singulares
o Sagrado se manifeste.
Definitivamente não seja um artista,
a não ser que as únicas flores que você espera na vida
sejam suas próprias dores transformadas.
Com a palavra,
Alice Coragem.
Resistência
Como vai você?
Eu?
Eu estou.
Me perdendo e me achando.
Mas estou.
Sobrevivendo e resistindo.
...
Talvez este seja o problema:
Resistir.
Melhor seria eu me render.
...
Hein?
Quando foi que nos ensinaram a resistir?
Você lembra?
Quando que entendemos isso como uma qualidade?
...
"Seja resistente na vida" diz o mundo.
Mas, por definição, resistência
'refere-se à capacidade de oposição à algo, de ser firme, de suportar as dificuldades e,’
Atenção:
'refere-se à recusa em ceder'.
...
Que lição estranha recebemos.
Pois ter a 'qualidade' de ser resistente na vida
Significa ter a capacidade de ser oposição à ela,
De não deixar que ela nos atinja.
De não deixar que ela nos toque.
...
Eu não quero ser firme.
Eu quero ser fluida.
Quero que, ao ser tocada pela vida,
Eu me molde.
Quero ser senhor das formas,
Não escravo delas.
...
Já as dificuldades não servem para serem suportadas.
Servem para serem superadas.
Suportar é passar por elas e sair ilesa.
Superar é passar por elas até sair mais forte.
Suportar é aguentar.
Superar é vencer.
...
E a recusa em ceder, da última parte?
Deus me livre não ceder.
Deus me livre ficar lutando com o coração endurecido,
E não me render ao aprendizado,
Ao crescimento.
...
A vida não foi feita para ser resistida.
Ela foi feita para ser experimentada, experienciada.
Não gaste vida sendo resistência ao que te toca.
Quem resiste, sobrevive.
Quem se rende, flui no voo da vida.
E se resistência é ser oposição à vida,
Resistência, na verdade, é morte.
Com a palavra,
Alice Coragem.
Espelho
A vida é sobre refletir.
E refletir é sobre se ver.
Sobre olhar seu reflexo e refletir de volta refletindo sobre sua reflexão.
Quem largar esse ciclo primeiro, morre.
E morte em vida é a pior que há.
Mas o morto não sabe disso...
Ele não reflete.
Com a palavra,
Alice Coragem.
Deixa o céu te ver
Quando nada mais te fizer sentido,
sai.
Senta lá no vento.
Se permite o silêncio.
Se ele não te sussurrar uma resposta,
pelo menos o Sol já te enxugou as lágrimas.
Com a palavra,
Alice Coragem.
Evidências
Hoje me peguei cantarolando uma melodia romântica.
Sem querer me vi no espelho,
e por querer, cantei pra mim.
Senti as palavras daquela canção, chorei me amando
e me olhando nos olhos, jurei que nunca mais me abandonaria.
Chega de mentiras!
Com a palavra,
Alice Coragem.
“ ”
Olá, eu sou Alice Coragem.
E hoje meu texto é diferente.
Porque minhas palavras são para aquele que quer ser lido.
Então eu vou te ler.
Meu texto hoje é em silêncio.
Sem as palavras,
Alice Coragem.
Ruídos Alheios
A vida é um trabalho contínuo
De parar cada pensamento
E questioná-lo até descobrir
Se ele é nosso mesmo
Ou se pegamos ele na rua.
Spoiler:
A maioria herdamos de nossos pais e de pessoas próximas.
E pensando bem, grande parte de nossas certezas não foram nem conclusões nossas...
Com a palavra,
Alice Coragem.
Propósito
Eu vou usar tudo que tenho em mim,
todas as minhas ferramentas de comunicação,
toda minha arte,
só pra você se ouvir.
O meu propósito não é falar.
O meu propósito é você se ouvir:
Existe, para além dessa nossa existência tacanha,
uma perfeita Poesia invisível,
orquestrando essa melodia chamada Vida
e convidando, insistentemente, nossa Alma para dançar.
Há neste meu propósito uma certeza ardente
de que a vida merece ser experienciada por completo,
afinal, viver é a nossa maior dádiva.
E nessa certeza mora uma Esperança viva
de que, enquanto tivermos uma alma
Deus poderá ser sentido.
Este é justamente o ‘Sentido’ da vida,
não esse monte de compromissos que você marca
só para fugir de ir pra casa se encarar.
E nem esses textos bíblicos que você posta
mas não entendeu que fé é sobre descansar.
Tampouco essa culpa que você insiste em se punir
por não ser perfeito ou apenas por errar.
Isso não é vida.
Vida é esse instante sagrado
onde sua alma encontra o Eterno.
E o meu propósito é te fazer lembrar disso.
Volta pra casa.
Com a palavra,
Alice Coragem.
MEU POEMA ERA...
Meu poema era nada! Um completo vazio
Mente?! Minha mente leve transitava pelo espaço sideral,
Em outro lugar bem distante, como que douta estratosfera
Um engodo! Meu poema era...
Maçante que pesava como o ar, impenetrável que se era.
Meu pulmão enchia-se pra citar um outro poema;
Declamar algum teorema quem sabe
De forma bem discreta seria... Qual tom eu poderia?..
Meu peito era um armazém de turvo ozônio.
Maçante! Meu pensamento era maçante e depois fugaz!
O pensar estava pesado; um fardo
Inexoravelmente pesado como o ar.
A inspiração passou como pássaros em revoada,
Pesado! Meu poema era...
poeta_sabedoro
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