Poesia
"Passou a lentos passos
Chegou e passou
Deixou no caminho seus traços
Deu uma passada e se cansou."
Viemos das ruas.
Sobrevivemos a noites escuras.
Seus livros trouxeram conhecimento.
Moldaram mentes, feito estátuas de cimento.
Mas nossas vidas foram escritas com sangue, suor e lágrimas, muitas lágrimas.
Sabedoria adquirida em cada beco e viela.
Olho no olho faz travar a sua gíria imitada.
Não me intérprete mal, sou a favor do conhecimento, amo a literatura.
Sei que livros são a chave e faz girar a fechadura.
Mas eles escrevem sobre o mar sem jamais ter se molhado.
Enquanto nos já navegavamos antes da informação.
Nossa vivência segue quente com a força de um vulcão.
Floral!
É engraçado eu perceber
Somente agora !
Apenas neste momento!
Depois de tantos sentimentos, tão bem sentidos!
Parar...
E realmente te ver na minha frente
Sempre fui muito conduzida pelos outros...
Isso sempre me fez ser
Cega e inocente.
Mas hoje eu te vejo!
E te reconheço
Não e a primeira vez!
Nem segunda !
Nem terceira!
Lembro que nos primeiro anos de minha consciência
Eu te vi na rua!
Estava correndo entre becos brincando de pega pega
Como qualquer outra criança na fase dos dentes de leite
Engraçado você ser tão direta e sutil!
Usar 3 jovens 6 anos mas velhos , para me parar
e perguntar!
- por que você esta passando nesta rua? não gostamos de bixinha!
Fali quando fui parada
Sem entender nem mesmo, o sentido da palavra !
com minha inocência
me vi sendo espancada
Engraçado que nesta idade eu chorava por qualquer coisa boba !
Mas neste dia o único eco que saia da minha boca
Era dos dentes de leite saindo, me sentindo oca!
Mas neste dia você deu seu aviso!
Eu dei o meu aviso também !
Eu não chorei !
Eu levantei !
Fraca mas levantei!
Peguei da mesma madeira
que usaram para atacar nas minhas costas !
fraca eu arremessei !
acertou nas costas dele também!
Bom voltaram..
Me bateram novamente ate eu ficar fraca ....
Me deixaram perto de uma vala.
Mas ali você entendeu que não seria fácil me intimidar!
Mesmo eu não sabendo quem era você!
Hoje eu sei! após você
Aparecer em tantos momentos
Em tantas formas
Diversas vezes
Comigo estando em diversas versões!
Conduzindo tantas pessoas!
Em minha volta!
Principalmente as que são de fora!
Não adiantou muito sua insistência!
Você viu que eu sou pura resiliência !
Hoje eu te enxergo e vejo que esta frequentemente
Me encarando de frente
Apesar de tudo
não tenho medo de você...
covardia!
a rosa do velho ocidente
Entre as brumas do velho ocidente,
Havia uma rosa que se destacava,
Com pétalas rubras e perfume envolvente,
Ela encantava a todos que a olhava.
Seu caule forte e espinhoso,
Escondia a delicadeza de sua flor,
Era como um tesouro valioso,
Que guardava todo o seu esplendor.
Ela crescia à beira de um rio,
Que corria tranquilo em seu leito,
E lá a rosa exibia todo o seu brio,
Deixando seu aroma pelo ar perfeito.
E mesmo com o tempo e a idade,
A rosa continuava a florescer,
Símbolo de força e de verdade,
Que nunca deixava de surpreender.
Assim era a rosa do velho ocidente,
Um tesouro de beleza e poder,
Que sempre será lembrada eternamente,
Como um exemplo de amor e de viver.
INTANGÍVEL
Guardei-te na gaveta das coisas novas,
arrumadas, qual gaivota que sobrevoa
a praia, antes de fechar a porta da tarde.
Guardei as razões que me deste
para te eleger. O teu gracejar constante
e aquele sorriso de inspirar poetas.
É tarde. A vitrola acusa cansaço
e os versos repetem-se na folha vazia.
Rendo-me à alegria de te sonhar
tão azul e tão presente como antes.
Sempre te soube interdito e breve.
Tão intangível, que magoa.
ALVORADA
Alvorece
as gaivotas acordam a cidade
os sinos cantam ao desafio
com os sonhos interrompidos
a maré lambisca a margem
os raios de sol diluem a bruma
e os meus lábios fogosos
engomam as rugas do teu corpo
com a mesma devoção
com que a natureza regenera.
Mesmo distante
Meu coração sente
Algo que nunca senti antes
Esse amor da gente!...
Te amo com desejo
Te amo com minha imaginação
Mas ao fechar os olhos te vejo,
E te sinto em meu coração!...
O Amor do subconsciente
Por mais que eu tentasse,
não conseguia, eu não era capaz.
Ainda assim, algo em mim sabia.
Tinha angústia,
tinha sentido,
tinha um sentimento tão profundo
que apenas se explicava no silêncio.
Toda hora, toda vez...
Era imperceptível, porém apenas para mim.
Irracionalmente eu era levado,
não apenas pelo olhar,
mas também pelo inconsciente.
Dessa forma, me apaixonei sem perceber.
- Gabriel Lira Franco
A mim muita coisa importa
que seja simples e do coração
mas não ligo se a rua é torta
nela continuo a missão
Não preciso de quase nada
vivo entre a calma e a polvorosa
não procuro sucesso na jornada
só a paz sob uma estrela silenciosa
Eis que já é novo dia
tudo brilha junto ao sol
e que tenha muita alegria
até chegar o arrebol
Mas quando a noite vier
seja tudo melhor ainda
sob a luz da lua há de ter
a sua noite muito linda
Que nela haja o amor
e nada que seja tristonho
muito carinho a seu dispor
um bom sono e lindo sonho
Outro lado
A cortina era um véu
Que dividia a sala
De um lado eu, olhos esbugalhados , boca roxa , roupa rasgada , semblante de fúria
Corri pra cortina puxando com força
Queria rasgá-la , eu estava com ódio
Eu queria furar a cortina toda com a faca que na minha mão estava
Pra chegar do outro lado
Onde estava eu
De semblante calmo , vagaroso
Bonitinho , arrumado , pele limpa , boca rosada
Enquanto o eu furioso não consegue chegar ao eu calmo
O eu calmo apenas toca a cortina e ela se abre
Ele chega ao eu furioso e em sua boca beija
Une sua carne ao outro
Na mais perfeita relação
Um mete o outro recebe
E assim um eu se torna o outro
O calmo se torna fúria
A cortina foi rasgada
Naquela tarde, experimentávamos o amor
Não deixamos para amanhã
Não flertávamos com a insegurança
E o que prevalecia era o seu sorriso lindo.
Belos são os cachos dos teus cabelos
Observo um cuidado se revelando
Pressinto o amor existente se aproximando
Há gratidão por ser quem tu és.
RACISMO
Eu fui julgado e condenado
Pelo um crime que eu não fiz
Apenas me diga, que dia isso vai ter um fim?
Eu fui escravizado e maus-trato
Preso na senzala, finalmente fui liberado
Mas não acabou, todo mundo minha voz vai ter que ouvir
Eu sou preto sim, e quando esse racismo vai ter fim?
Quando todo mundo partir?
Intragável
Como os poemas de Bukowski
Me deito com pensamentos viscerais
Os densos e poluídos aromas paulistas me despertam
A todo momento avisto veneno entre os dedos de alguém
E contam com os dedos quantos placebos restam no maço
Segregados da natureza, o que há de bom em não vivermos iguais animais?
Ideais que amam capitais não sei se ainda me confortam
Embora sempre haja um axé ou amém
Ando cansado de caminhar à tantos labirintos emocionais, e tudo isso se reduz a todo barulho que faço.
É como um útero cinza que habito:
ar, água, vias de sangue
circulam entre mim e sonhos.
Ruas se entrecruzam
com alguma surpresa:
trompas.
Na esquina, pode estar
qualquer forma de claustro, desespero,
antes mesmo do fim:
ovário.
A indiferença se disfarça de beleza, proximidade:
religiões, bares, barracas
de comida urbana disputam convivas.
O tempo não nos absolve
dessa correria encardida.
Dias nos fazem deixar um pouco do que somos
para trás:
placenta em lixo hospitalar.
Quando os olhos humanos não conseguem ver a solução do problema; o sentido do coração precisa ter fé para acreditar que mesmo sem ver Deus está cuidando de você.
E para isso não precisa muita coisa; basta somente acreditar que ele pode mudar a sua história de vida e num minuto e o passado que um dia te atormentava apenas servirá como experiência que gerar a cura na vida de outras pessoas e você terá autoridade, maturidade e experiência de vida para declarar que tudo pôde naquele que te fortaleceu.
Eu amo você como eu amo a lua ,
te olho nos olhos e te vejo como a lua ,
pois a lua ilumina a escuridão ,
assim como você que ilumina o meu coração .
❤️
