37 poemas sobre o tempo para pensar na passagem dos dias

Caçadores de Mentes
Vivemos em um tempo onde não se rouba apenas o que está nos bolsos. Rouba-se o que é mais precioso: a mente.
São caçadores invisíveis. Estão nas telas, nas vozes disfarçadas de conselhos, nos sorrisos que parecem verdadeiros mas escondem armadilhas. Eles não levam correntes de ferro — levam ideias distorcidas. Eles não invadem casas — invadem pensamentos.


O caçador de mentes não quer o que você tem, quer o que você acredita. Quer moldar seus desejos, suas escolhas, sua fé. Quer que você viva a vida dele, não a sua.


E aqui está a reflexão: ou você vigia sua mente, ou alguém a caça.
A disciplina é o escudo. A resiliência, a espada.
Só quem aprende a cuidar do que pensa pode ser livre de verdade.


No fim, o verdadeiro campo de batalha não está fora. Está dentro.
E a vitória é não deixar que ninguém, nunca, dite o ritmo da sua alma.


— Purificação

Depois de algum tempo;
Os holofotes, as aglomerações perdem a graça...


A visibilidade vazia, o excesso de companhia, fazer parte de uma manada paradigmatizada que nos diferença, perdem o brilho.


Aí percebemos que os bons, os verdadeiros bons momentos;


São aqueles que estivemos em paz!
Em contato consciente, com Deus e nós mesmos.

O luto e a luta
O obsceno deste tempo é ainda a indiferença diante da dor dos outros. A indiferença promove ouvidos surdos e lágrimas invisíveis.
Diante das dificuldades que todos nós estamos vivendo, frente aos tenebrosos dias, sofremos as angústias, decepções e traumas, nos deixando cada vez mais fechado para o mundo.
Afinal, do luto a luta é uma ponte de travessia lenta, na cicatrização das nossas feridas emocionais.

💫 “Ecos do Teu Nome no Infinito”


Quando pronuncio o teu nome em segredo,
O ar suspira, o tempo se inclina;
E cada estrela, em tímido enredo,
Desenha em lume tua face divina.


És como a aurora que beija os montes,
E veste o mundo de nova emoção;
Teu riso — fonte que verte horizontes —
Desata em música o meu coração.


Teu olhar é verbo que o céu recita,
É lume antigo que o amor acendeu;
E o meu destino, qual flor bendita,
Desabrochou só porque és meu.


Se em tua ausência o mundo se apaga,
É porque em ti reside o viver;
E toda saudade que o peito propaga
É o eco eterno do meu querer.


Ah, se puderas sentir o que sinto,
Saberias — enfim, sem temor —
Que o próprio céu, ao fitar-te, sucinto,
Abençoou-me chamando-te Amor.


— Maycon Oliveira Dos Santos

Tic Tac


O tempo passa,
as pessoas falam,
eu olho —
mas não enxergo.
Escuto —
mas não ouço.
Como se tudo fosse silêncio
e eu, um eco esquecido.


Estar presente ou não,
já não faz diferença.
Invisível,
me tornei sombra
de mim mesmo.


Quem sou eu?
O que sou eu?
Quem devo ser?
Quem quero ser?
As perguntas antes iam,
agora ficam.
Martelam.
Perturbam.
Enlouquecem.


No peito,
bate a falta.
Falta de algo,
de alguém,
de um gesto,
de um olhar,
de um abraço,
de um toque,
de um sorriso,
de uma palavra.


O peito está vazio.
Todos levaram o que havia.
Um amor?
Já não existe.
Uma felicidade?
Se foi.
Resta um corpo,
vazio,
com uma máscara sorridente
trincada,
empoeirada,
cansada.


E ainda assim,
ele anda.
Como se tudo não estivesse mudo.
Como se tudo estivesse bem.

O peso de ser eu.
É tão difícil ser eu…
É tão difícil ser eu,
mas, ao mesmo tempo, muitos queriam ser.
Não precisar trabalhar e somente estudar…
Mas no fundo ninguém sabe o quanto isso nos cobra.

O quanto as pessoas à nossa volta nos cobram,
o quanto é cansativo, estressante, deprimente.
Todos colocam a culpa em outra pessoa,
sendo que, na verdade, a culpada é você mesma.

Você não tem mais força pra continuar,
sempre nada, nada… e morre no seco.
É frustrante, vai passando, e tudo parece se tornar insignificante.

A dor se torna insuportável.
Nem amigos tenho mais,
a privação é tenebrosa.
O mundo à minha volta continua,
e eu me sinto parada.

Como continuar,
se sempre que consigo algo vem a desmotivação?
Se sempre que algo dá certo, ao mesmo tempo, dá errado?

É terrível…
Mas é a verdade.

— Fiuza, M

Tempo Perdido
Andei, caminhei, rastejei, guerriei
Cai, venci, perdi, voltei só tempo
Revela, destampa, oráculo da vida
Olho o que fui e agora...
Tardio tempo, talvez não tenho
Corro contra ele
Não tenho mais o tempo
Quero viver, não quero morrer
Mas não tenho mais o sentido da vida

Eu não quero esgotar todo o meu tempo nesse experimento
De morrer minha vida
Até viver minha morte

O pior sentimento, é quando a alma se perde do corpo. Quando mais tempo longe, maiores os danos.
Quando se encontram, já não se encaixam, não são mais os mesmos.
E aí ? Como se encaixar ? Se quebrando mais ainda.
Com isso, tu nunca será o mesmo.
Nunca se perca por causa de alguém, nem por nada.
...

Fomos criados para florescer com leveza, cheios de vida e esperança. Mas o tempo, as cobranças e o medo acabam pesando a alma. As culpas e exigências apagam o brilho que Jesus colocou em nós. E, sem perceber, o coração vai se calando... não com o silêncio bom, que traz descanso, mas com aquele que aprisiona e entristece.


Janice F Rocha

Queremos algo eterno porque não aguentamos o preço passageiro, a bagagem da vida e do tempo, que leva embora tudo aquilo que um dia a gente tanto se esforçou para ficar conosco e que nunca desejaríamos que fossem embora.


Abraçamos o tempo se a pegamos as memórias, criamos raízes fortes, plantações cheias de ervas daninhas enraizadas no passado, a persistência em coisas que já foram e não vão voltar mais. Porquê cativas o passado quando o que te espera é o agora?

Que o dia venha suave,
com o tempo certo das coisas simples.
Que traga sossego ao coração apressado
e um pouco de poesia às horas comuns.


Que seja leve o bastante pra sorrir
e intenso o bastante pra sentir.
Que tenha abraço,
cheiro de café,
um céu bonito
e paz morando dentro.


Porque o que faz um dia valer a pena
é quando a alma respira devagar
e agradece — só por estar aqui.


— Edna de Andrade
@coisasqueeusei.edna

O tempo passou,
e a vida que um dia pesei demais nas mãos
hoje sigo leve —
não superei,
não esqueci,
apenas aprendi a continuar
até chegar aqui.

A solidão
é o tempo em que o eu se torna paisagem,
e o silêncio, a canção mais honesta.
Ro Matos

Nos caminhos dos sonhos somos relíquias perdidas no tempo...
Somos bem aventurados ate que nos tornamos poeira,
Somos esquecidos pois o tempo passou e ao mesmo tempo parece que nunca existimos...
Apenas um nome e uma data de nascimento e morte.
?além quem foi... Embora ninguém o conheça?
O moribundo ninguém sabe quem era nada mais do que poeira deixada num canto escuro....
Seria possível seus fantasmas serem seus atos insanos.
Loucura que habita cada um de nós são fantasmas da manipulação.
Todo gênero é classificado e rotulado nas sombras da fogueira.
Tudo que dito esta no seu apogeu.
Em teu epílogo teu ego é o domínio das garras da dominação e alienação.
Vulgar o seja mente cega e obediente torna se escrava do sistema escravagista do clero burguês

⁠O que se pode esperar de um tempo inesperado?
Relógio parado,
tempo nublado,
suspiro cansado...
Lembranças de um momento amado.

A MINHA JANELA


Deixo sempre aberta
Assim vejo o Sol nascer
O tempo correndo
Até o escurecer.


Posso ver a noite de luar
Na imensidão da minha janela
Vejo toda a natureza
Pintada em aquarela.


Com minha janela aberta
Entra cheiro de flor
O vento sussurrando
Espantando o calor.


Posso ver o mundo tão belo
Até onde minha vista alcança
A saudade de um balanço
No meu tempo de criança.


Ouço o canto de passarinhos
A estrada e a cancela
A brisa que passa trazendo
Cheiro de cravo e canela.


Olho e não me canso
Esse mundo de magia
Um mundo de paz e canção
Salpicado de poesia.


Irá Rodrigues.

Acreditamos que somos matéria.
Porém somos somente tempo.
O tempo que vivenciamos diariamente.
É a unica coisa que realmente nos pertence.

O Lugar Sob o Nada
William Contraponto


Há um lugar sob o nada,
onde o tempo não se explica.
Nem vestígio, nem alvorada,
só a ausência que fabrica.


Ali, o ser se dispersa,
num silêncio que não finda.
O ressoar do que se versa
é memória nunca vinda.


Não há dor, nem alívio,
apenas o que não começa.
O todo é um delírio vívido,
e o nada, uma estranha promessa.


Quem chega não parte mais,
pois partir seria ter chão.
E nesse intangível que se refaz,
o nada aprende a ser mão.


Sob o nada há um sentido,
feito de falta e véu.
É o lugar do indefinido,
onde o nada roça o céu.

Cuide de suas instabilidades,
Para não se tornar um tornado.




"Não é sobre o tempo'