Poemas Rápidos
Menino Interior
Ainda embalado pela cantiga de Natal
Minh’alma pedala o velocípede com emoção
A bola os aniversários a piorra em coral
Enfeitam a memória da minha recordação
A brincadeira de queimada na calçada
As férias esperadas com ansiedade
O pique esconde com a meninada
Escreveram histórias e felicidade
Hoje acordei pensando no meu menino
O menino ingênuo, menino pequenino
Sorridente, alegre, brilhante, divino
Este menino interior que um dia evoluiu
Perdendo-se na saudade que o subtraiu.
Desenhando o adulto que surgiu...
Ah! Menino por que partiu?
A Vida Passa... A Alma Não
Na velocidade do vento a vida passa
A lentidão da infância o tempo abraça
Os ganhos e perdas ora caçador ora caça
A biografia e as lendas nossa carcaça
Fervilhando nas macambúzias alegrias
Entre as expectativas e melancolias
Nas promessas feitas pelos momentos
Tudo passa com os seus contratempos
Renascem as flores da confiança
Morrem primaveras de esperança
No vai e vem da eterna mudança
Firme é o Espírito, sua semelhança.
Na estória a doce loucura teórica
Confabulada em silenciosa retórica
De paixão, desilusão, recordação
Pois a vida passa... A alma não...
Saudades de mim
Levantei hoje com saudades de mim
Pelo tempo veloz eu fui ultrapassado
Já nem sei mais se é começo ou fim
Nesta rota de caminho cascalhado
Sigo em direção ao plano horizonte
Pois o por do sol me leva ao cerrado
O mais interessante é que virou fonte
Nela tento do menino ordenhar o fado
Assim aí eu possa ultrapassar a ponte
Do labirinto acidentado que hoje sinto
Nesta de buscar mais cor onde eu for
O cinza empoeirado me tornou absinto
Me pôs nu nos desejos de ser sonhador
E nas recordações arranquei o estopim
Pra atar na minh'alma os cacos do amor
E tirar da memória às saudades de mim
Luciano Spagnol
20 de maio, 2016
Cerrado goiano
Num instante
Os anos passam, e se vai o encanto
Tal a rapidez nos muros o cipreste
O olhar de cada velho nos diz tanto
Que a velhice de ilusões se veste...
Espanto!
Mas as almas permanecem com odores
Não envelhecem, são cheias de quimeras
Se nas poesias as desventuras e dores
Também tem as perfumadas primaveras...
e os amores!
Assim, neste fugaz passado e presente
Os sonhos são de todas as realidades
Orvalhada com seu sabor ardente
De saudade! Lembranças... e saudades!
Vorazmente!
Uivam os relógios, o tempo brada
Agitam-se as horas no horizonte
Da vida... torna-se uma escalada
Em um implacável desmonte...
rumo a eterna morada!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
17/07/2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
TOCAIA (soneto)
Ao sopro do vendaval no cerrado
No céu azul da vastidão do sertão
Segue veloz os sonhos do coração
Entre os uivos do já e do passado
A quimera, se acautela na ilusão
Prudente, contra o sentir errado
Tenta equilibrar estar apaixonado
Pra não sufocar a sofrida emoção
Na procela no peito esganiçada
Brami uma dor abafante e escura
Que perambula pela madrugada
E, em aflitivos véus da sofrência
Dando-lhe, assim, ar de loucura
No amor valência é ter paciência
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/07/2020, 15’15” – Triângulo Mineiro
SÚPLICA (soneto)
Se tudo muda e tudo perece
Se tudo cai aos pés da negaça
Se veloz a vida por nós passa
Pondo de lado o teor da prece
Se, se a inspiração desfalece
Se dói a dor que a dor enlaça
Se perde o encanto, a graça
O lhano, e aí a gente cresce
Se o amor tem a alma pura
E este amor também tortura
Nos gerando tolos e loucos
Se tudo tem no tempo valeria
Tudo vai, Pai! Por que não alivia
O sentir que me traga aos poucos?
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Setembro, 05/2020 – Triângulo Mineiro
paráfrase Auta de Souza
Página Virada
O tempo é veloz
É folha de outono amassada
É saudade num retrós
Fazendo da alma amarrotada
Ah! Poema de nostalgia
Com rimas em preto e branco
Que dói no peito sem serventia
O fado com crueldade e tão franco
Sim, quer me enganar com ilusão
Escondendo a vil realidade
Do poeta que fantasia a emoção
Bordando sonhos e felicidade
Nada sobrevive sem quimera
Nem tão pouco o amado ou amada
São flores sem validade na primavera
Oh! Tempo. Na desilusão, página virada...
(Não se pode ao sentimento esconder,
o meu amor não existe sem você)
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
03/01/2015, 22’18” - Cerrado goiano
BEIJA FLOR
Encanto, que encanta, peregrino
Leve, breve, rápido, não demora
Uma flor cá, acola, tão franzino
Beija uma e a outra e, vai a fora
Assim, com tal seu voo divino
Orna o dia e o palco da aurora
É tão enorme e tão pequenino
Que dá ligeireza faz a sua hora
Em um bale suave no céu voeja
De beijo em beijo, o bardo, seja
De uma poética dos trovadores
Saltimbanco que és, a sensação
Beija flor, da flor, doce sedução
Beija sem parar todas as flores!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
03 fevereiro, 2021, 05’40” – Araguari, MG
O tempo rouba o amor, passa tão rápido que quando pensamos que estamos iniciando na verdade estamos perto do fim, em uma história se diz; E viveram felizes para sempre, porém ninguém fala que o tempo passou e tudo acabou com ele.
Como eu queria ter tempo, ele passou e não me ensinou como adquirir-lo, porém se eu tivesse um pouquinho mais de tempo, pediria ao tempo um pouco mais de tempo.
Vejo o tempo passar
Na velocidade de um piscar de olhos.
Vejo o tempo passar.
Com o rodar dos ponteiros do relógio.
Vejo o tempo passar.
Será que ainda teremos tempo de mudar?
Enquanto penso.
Vejo o tempo passar.
A VIDA É COMO O RIO
A distância e o tempo do rio entre a nascente e a foz independe da velocidade da água; assim é a vida, nenhuma correria mudará a distância e o tempo da caminhada, então, é preciso regular o passo, erguer a cabeça e embebedar-se das belezas à margem da estrada...
Élcio José Martins
Foi rápido como o vento mas suficiente para sentir tua voz e arrepiar minha pele. Foi um segundo que se tornou eterno !
Tua presença em mim chega sem hora marcada e fica sem permissão.
Fazer o quê ? O amor é mesmo assim: sem limite, meio- louco e completamente dominante !
O tempo é veloz
Em mim
Lentamente
Não vejo portas
Estradas
Só
Ponteiros iguais
O mesmo som
Aquela música
Gravada
Sofá da sala
Sem caminhos
Sem sonhos
Ali
Largada
Saudade
Nas mãos
Nua
Coração
Embriaga
10/09/2019
Tentei te roubar segundo á segundo mas os momentos passaram rápido demais, o tempo passou...
O tempo não para, voa, consigo leva o que mas se deseja e se quer.
Comigo foi assim, o tempo te roubou de mim.
Tempo ao Tempo.
Reposta rápida.
Resposta rápida: o resultado do somatório das certezas com as incertezas, nessa ordem, é positivo ou negativo?
Tempo ao Tempo.
A sorte.
A sorte sempre passa rápido.
Ela é vaidosa e aprecia quem corre atrás dela.
Tempo ao Tempo.
Sintonia.
Com seu rápido olhar ela lê meus pensamentos.
Com suas breves palavras eu escrevo um livro.
Se a vida continua sem você?
Claro que sim.
A única diferença é a velocidade dela.
Com você, eu me contento com a paisagem, e acelero menos.
Sem você, acelero mais.
Daí chego mais rápido ou posso sofrer um acidente no percurso, desses capaz de mudar o caminho de alguém.
Meu eu...
Não sou corajosa como gostaria, nem medrosa como temia.
Não me aproximo rápido das pessoas como queria, nem me afasto como deveria.
Aprendi que no divagar do tempo, é que verei florir.
E que quando não há mais encaixe, o vento se encarrega de livrar-me.
Isso serve para o amor ou para amizade.
Mas sei também que o mesmo vento que leva, é o mesmo que se encarrega de trazer.
E é exatamente por isso, que penso mil de vezes antes de tomar decisões. Não sou de me arrepender por coisas feitas, só não posso dizer o mesmo, pelo que deixei de fazer.
Sei que a vida é feita de momentos;
Já chorei até pegar no sono,
noutro dia recolhi meus fragmentos.
Já sorri sozinha na rua e fui feliz o dia inteiro.
Já desisti de algo que tanto queria, mas já realizei o que nem imaginava.
Já me perdi e me encontrei.
Já pedi perdão e perdoei.
Estou sempre numa constante batalha comigo e com os comigos de mim.
Minha essência é a mesma de antes, só mudei o necessário para me autoproteger.
Eu sigo plantando sementes de amor sem-fim.
E por ora acredito que coisas boas estão por vir.
Porque quem espalha amor, amor recolhe e pode acolher.
Há mais primavera batendo na minha janela, do que inverno no meu coração.
E eu estou de braços abertos para dona esperança fazer a caminhada comigo.
Só tenho a agradecer ao meu Deus,
por me acordar, a _ cor _dar a tempo de viver.
E eu amo a vida, envelhecer é uma dádiva e eu não tenho escudo, só tenho horizontes!
Poema autoria #Andrea_Domingues ©️
Todos os direitos autorais reservados 05/10/2020 às 14:40 hrs
Manter créditos de autoria original _Andrea Domingues