Poemas Rápidos
"Correr"
Nunca será sobre distância, ou mesmo velocidade, mas sim sobre não se conformar com o sedentarismo.
PRESSA DO TEMPO - Demétrio Sena, Magé - RJ.
O ano passou tão rápido que quando março abril já era dezembro.
A baixo de zero
Nuvens e ventos velozes aos olhos,
aqui em baixo o frio corta a carne.
Corpos se encontram sem vida
na gélida são Paulo.
Amanhece e todos se escondem ,
Se protegem e aqueles que vivem no relento não tiveram a mesma sorte,
de ver o dia nascer , encontraram seu último descanso na calçada ,em baixo da ponte, e vejo as notícias e sinto o frio dentro do coração a lágrima cai como um floco de neve,
Sem socorro sem gritar a vida se foi num
Suspiro de adeus, num aperto firme com as mãos sobre o peito para se proteger.
Pois quem proteja nossa gente?
Quem olha nosso povo?
Sinto todas as vidas,
não sei acerto se estou feliz por ter onde me proteger,
pois de onde estou não consigo proteger ninguém,
isso é triste.
E o mundo fica mais triste ao amanhecer,
E essa chuva que cai em São Paulo parece as lágrimas da queles que não tem a quem recorrer.
PauloRockCesar
Arca
O fado é epílogo da saudade
Na sua rapidez, tudo passa
Amores, dores, rumores, fugacidade
Desenhando no rosto marca
Traçando na memória diversidade
Na vida fazendo fuzarca
Na alma bagagem e fertilidade
Passo a passo erigindo nossa arca...
Menino Interior
Ainda embalado pela cantiga de Natal
Minh’alma pedala o velocípede com emoção
A bola os aniversários a piorra em coral
Enfeitam a memória da minha recordação
A brincadeira de queimada na calçada
As férias esperadas com ansiedade
O pique esconde com a meninada
Escreveram histórias e felicidade
Hoje acordei pensando no meu menino
O menino ingênuo, menino pequenino
Sorridente, alegre, brilhante, divino
Este menino interior que um dia evoluiu
Perdendo-se na saudade que o subtraiu.
Desenhando o adulto que surgiu...
Ah! Menino por que partiu?
A Vida Passa... A Alma Não
Na velocidade do vento a vida passa
A lentidão da infância o tempo abraça
Os ganhos e perdas ora caçador ora caça
A biografia e as lendas nossa carcaça
Fervilhando nas macambúzias alegrias
Entre as expectativas e melancolias
Nas promessas feitas pelos momentos
Tudo passa com os seus contratempos
Renascem as flores da confiança
Morrem primaveras de esperança
No vai e vem da eterna mudança
Firme é o Espírito, sua semelhança.
Na estória a doce loucura teórica
Confabulada em silenciosa retórica
De paixão, desilusão, recordação
Pois a vida passa... A alma não...
Saudades de mim
Levantei hoje com saudades de mim
Pelo tempo veloz eu fui ultrapassado
Já nem sei mais se é começo ou fim
Nesta rota de caminho cascalhado
Sigo em direção ao plano horizonte
Pois o por do sol me leva ao cerrado
O mais interessante é que virou fonte
Nela tento do menino ordenhar o fado
Assim aí eu possa ultrapassar a ponte
Do labirinto acidentado que hoje sinto
Nesta de buscar mais cor onde eu for
O cinza empoeirado me tornou absinto
Me pôs nu nos desejos de ser sonhador
E nas recordações arranquei o estopim
Pra atar na minh'alma os cacos do amor
E tirar da memória às saudades de mim
Luciano Spagnol
20 de maio, 2016
Cerrado goiano
Ilusão (soneto)
No beiral do cerrado a vida que passa
tal passada larga e velocidade feroz
num galope de ilusão faz-se algoz
da mocidade se tonando fácil caça
O tempo traga um vinho sem graça
da ilusão ser iludida pela face tardoz
de que é possível ter mundo de "oz"
no tardar veloz do fado que nos abraça
E assim, nesta altiva e devaneadora voz
tenta comandar com cortina de fumaça
a ilusão sonhando em não chegar a foz
Doce ledo engano desta ilusão trapaça
servindo a esperança do que já é após
de amarga fantasia em cuia de cabaça
Luciano Spagnol
11 de junho de 2016
06'30"
Cerrado goiano
Encantamento
O tempo cá no cerrado
me fez um bom aprendizado
tudo veloz passava
no meu eu versado
assim, pude apreciar onde estava
e na saudade fui encantado.
E eu nem imaginava...
Luciano Spagnol
Junho de 2016
Cerrado goiano
Num veloz piscar, tudo passa e não para
Segue adiante, um instante, tempo vivido
E no mesmo sentido, as marcas na cara
Vindas, amores, idas, flores, no existir diluído
Não compensa o ódio, a nada se compara
Pois, tudo se desfaz logo ali, no jazigo...
Viver é breve, deve ser leve, uma peça rara!
Luciano Spagnol
Agosto/2016
Cerrado goiano
O SONHO
Posso ouvir o sonho passar
Veloz e ao vento a bater
Deixando lembrança no ar
E saudade no curto viver
Eu pensei que ao acordar
O tempo deixaria de mover
Pois, ele não se põe a parar
Nem depois de se morrer
Um passo pra frente, a girar
Outro pra trás, sem se mover
Muita coisa pra se lembrar
É impossível de tudo saber
Então deixe a quimera levar
Pra que se possa esquecer
Quem sabe outro possa achar
O que você não soube ver...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Miragem
Quimeras não me deixes só, no fundo
Do fosso da ilusão, deste veloz mundo
Subindo e descendo, remando trova
Tentando entender e ser alguma prova
Além, de estar debruçado no horizonte
Querendo mirar uma tal e desejada ponte
Que possa me levar ao outro lado, reverso
Se nas mãos só tenho o meu amor e verso.
(Pois, cada miragem, solidão, eu confesso).
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
TEM DOR...
Tem dor que dói pra valer
Tem dor que passa rapidamente
As que te fazem outro querer
E as que ficam n'alma da gente
Sempre com marcas no viver
E nunca para o âmago mente
Tem vario tipo de dor há ter
Nunca as que duram eternamente...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Mês de maio, 2017
Cerrado goiano
TUDO É FOI (soneto)
Num piscar de olhos, tudo é foi
Outros aléns são rapidamente
O tempo feroz é que nos corrói
E gera o amanhecer diferente
Então que o erro nos perdoe
Que a sorte seja contundente
Os olhares, olhares nos doe
Momento, muitos e ardente
Presenças, maior que a falta
Onde amor seja lhana pauta
E nos incendei da tal paixão
Nada nem sempre é à ribalta
Apressado por nós sem falta
A vida, em sua combustão...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, 27 de maio
Cerrado goiano
Num instante
Os anos passam, e se vai o encanto
Tal a rapidez nos muros o cipreste
O olhar de cada velho nos diz tanto
Que a velhice de ilusões se veste...
Espanto!
Mas as almas permanecem com odores
Não envelhecem, são cheias de quimeras
Se nas poesias as desventuras e dores
Também tem as perfumadas primaveras...
e os amores!
Assim, neste fugaz passado e presente
Os sonhos são de todas as realidades
Orvalhada com seu sabor ardente
De saudade! Lembranças... e saudades!
Vorazmente!
Uivam os relógios, o tempo brada
Agitam-se as horas no horizonte
Da vida... torna-se uma escalada
Em um implacável desmonte...
rumo a eterna morada!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
17/07/2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
TOCAIA (soneto)
Ao sopro do vendaval no cerrado
No céu azul da vastidão do sertão
Segue veloz os sonhos do coração
Entre os uivos do já e do passado
A quimera, se acautela na ilusão
Prudente, contra o sentir errado
Tenta equilibrar estar apaixonado
Pra não sufocar a sofrida emoção
Na procela no peito esganiçada
Brami uma dor abafante e escura
Que perambula pela madrugada
E, em aflitivos véus da sofrência
Dando-lhe, assim, ar de loucura
No amor valência é ter paciência
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/07/2020, 15’15” – Triângulo Mineiro
SÚPLICA (soneto)
Se tudo muda e tudo perece
Se tudo cai aos pés da negaça
Se veloz a vida por nós passa
Pondo de lado o teor da prece
Se, se a inspiração desfalece
Se dói a dor que a dor enlaça
Se perde o encanto, a graça
O lhano, e aí a gente cresce
Se o amor tem a alma pura
E este amor também tortura
Nos gerando tolos e loucos
Se tudo tem no tempo valeria
Tudo vai, Pai! Por que não alivia
O sentir que me traga aos poucos?
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Setembro, 05/2020 – Triângulo Mineiro
paráfrase Auta de Souza
Página Virada
O tempo é veloz
É folha de outono amassada
É saudade num retrós
Fazendo da alma amarrotada
Ah! Poema de nostalgia
Com rimas em preto e branco
Que dói no peito sem serventia
O fado com crueldade e tão franco
Sim, quer me enganar com ilusão
Escondendo a vil realidade
Do poeta que fantasia a emoção
Bordando sonhos e felicidade
Nada sobrevive sem quimera
Nem tão pouco o amado ou amada
São flores sem validade na primavera
Oh! Tempo. Na desilusão, página virada...
(Não se pode ao sentimento esconder,
o meu amor não existe sem você)
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
03/01/2015, 22’18” - Cerrado goiano
BEIJA FLOR
Encanto, que encanta, peregrino
Leve, breve, rápido, não demora
Uma flor cá, acola, tão franzino
Beija uma e a outra e, vai a fora
Assim, com tal seu voo divino
Orna o dia e o palco da aurora
É tão enorme e tão pequenino
Que dá ligeireza faz a sua hora
Em um bale suave no céu voeja
De beijo em beijo, o bardo, seja
De uma poética dos trovadores
Saltimbanco que és, a sensação
Beija flor, da flor, doce sedução
Beija sem parar todas as flores!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
03 fevereiro, 2021, 05’40” – Araguari, MG
"Boto meu pijama e me deito, o sono vem tao rápido, parece que estou correndo,
Meus sonhos são atormentadores,
Me sinto preso a uma enorme pedra afundando a tona no mar,
parece não ter fim essa agonia, ela vem todo dia,
Me acordo em meio á noite, me olho no espelho e não me vejo,
Parece estar em um grande pesadelo, querendo acordar e nunca mais sonhar."
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp