Coleção pessoal de demetrioMDS

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Engraçado de tão pesado.
A coragem se confundi com o medo
E mais uma vez estou de mudança.

Mudando de você.
Dos nossos hábitos.
Dos velhos vizinhos.

Mudando de mim.
Do nosso quarto.
Da velha chave.

Respiro e fecho os olhos,
Sentado lembro-me das outras, das tantas outras,
e imagino quando ou como acalmará dessa vez.

É ruim, é amargo,
É bom, é doce,
É insosso, é confuso.

Sabor estranho esse de ter que andar
sem saber olhar pra trás
para não sentir vontade de voltar e ficar.

Respiro e fecho o ciclo.
Mais um capítulo que acaba.
Outra vida que se inicia.

Seguir em frente é o que sempre me resta.
Por não saber parar,
Sigo, sigo em frente...

*De Mudança Com Seus Sabores (com medo da coragem)

Chego a me perguntar se a coragem
está em sair ou ficar em casa.
Levanto mais uma vez,
coloco a mochila em minhas costas,
páro em frente a porta,
inspiro, expiro e saio.

Caminhando tento encontrar
os motivos para estar aqui
e sinto como se a mochila me segurasse,
pedisse pra eu voltar rápido.
Mas a verdade é que não sei nada das suas intenções,
só sei de todo peso que ela carrega
e que talvez esteja tão cheia quanto eu...

Os dias tristes estão se tornando mais frequentes novamente.
Acho triste quando minha melhor companhia sou eu
e todos passam ser desinteressantes demais.
Só mesmo essas melodias melancólicas ou o silêncio
permito que entre em casa e fale comigo ou por mim.

Eu já não sei mais o que espera ou o que esperar.
Não quero ter que falar de tudo que não quero,
ou parar e andar lembrando do tudo que já disse ter esquecido
e sentir-me tão morto por permanecer meio vivo
vendo o futuro tão atrelado ao passado e perder o presente.

Vou dizer mais o que? O que tu gostarias de ouvir?!
Intenções não tão verdadeiras em mim não comovem mais.
Mãos entrelaçadas, corpos encaixados, olhos cansados.
Não digas saber algo de mim, pois nem eu mesmo sei.
Espero não precisar esperar muito por dias menos frequentes.

Dane-se tudo.
Hoje reservei a noite para mim.
Para refletir sobre meus dias.
Esvaziar um pouco a cabeça.
Desabafar sozinho em silêncio.
- É tão bom estar aqui.
- Não há alguém que te queira tão bem quanto eu.
- Obrigado pela agradável companhia.
- Vê se não some.

Acho que estou diariamente preocupado
e quase nunca consigo me ocupar,
porque queria resolver tudo.
Tudo agora, pra ontem.
Mas sigo com nada.

Com barba, barba por fazer ou sem barba,
não deveria importar, sabe?!
Você não percebe o quanto por vezes calado eu grito
para que enxergue mais do que esses olhos ordinários vêem.
Tem muito mais logo ali além dessa superfície dissonante.
Observe na serenidade concórdia
a beleza da riqueza da busca pela harmonia interior.
No auge exagerado dramático penso ser insulto quando vira,
fazendo careta ou sorrindo, e me pergunta quando vou voltar
a estar no seu padrão distorcido do que é bom para mim.
Será que realmente sabes? Sente a minha natureza?
Só queria um pouco mais de sensibilidade e vida,
sangue nos olhos e paz no coração.
Permita-me respirar...

Atravesso A Porta (bomba relógio)

Todos querem falar um pouco
que eu tenho que me acostumar
Que eu devo deixar pra lá
Aprender a lidar

Mas não,
Eu não sei aprender...
Mas não,
Eu não quero aprender...

Nos outros olhos vejo acelerada
a vida que escapa
Todos fazem tão pouco por si
E quem lhes quer bem sente (chora)

Minha consciência vive
em constante batalha
De tanta guerra sangro por dentro
E quase nunca me permito chorar

Fazem de piadas os meus sonhos
Juntam-se para rir um dos outros
Tão pobres de vida
seguem tão cheios de vazios

Sobre meus ombros carrego suplicas
Atrás dos meus olhos ninguém vê
Mas a cada vez que atravesso a porta
sinto que morro mais um pouco

Meu coração levanta todo dia
a bandeira clamando por paz,
Mas minhas pernas marcham enfrente
e estão cada vez mais cansadas à resistência

Meu íntimo grita pela vida
Não nasci e cresci igual
Me sinto um deslocado
Um barco fora do curso

Queria ser como o cara do filme
Ou o garoto do livro
Mas atravesso a porta
como um carro bomba

Depois Conto Mais

Já faz algum tempo a última
vez que parei assim
para escrever sobre mim.

Resolvi. - não,
- digo, A vida resolveu
me parar um pouco.

Parei para viver,
para deixar pra trás
os velhos causos e desencantos.

Cansado de escrever as mesmas
histórias com palavras diferentes,
resolvi fazer nova estória.

Estou um tanto distante
do teclado, do bloco de notas,
do tédio e da saudade.

Estou mais perto do peito,
dentro do coração
da face que muda ao me ver,

No nascer do contagiante sorriso,
No reflexo do olhar que brilha
e faz eu me sentir assim, vivo.

Por Medo Da Verdade

Em um dos sonhos de hoje
eu entrava em perseguição
atrás de uma verdade que
eu há tempos me vejo fugindo.

E eu via várias pessoas,
perguntava sobre outras,
desesperado corria pelas ruas,
mas ninguém queria falar.

E eu encontrei mais uma mentira que,
mesmo sem querer, aprendi a criar
desde que passei a fingir não me importar
com aquilo que tanto me vale.

Me foi tão estranho acordar
com a respiração afegante,
o peito sufocado, coração apertado,
sentindo-me perdido, fora daqui.

Levantar como em outros tempos,
sentir-me vazio, cheio de saudade,
refletir um pouco sobre tudo,
e me fazer vários questionamentos.

Onde você está agora?
- um amigo me perguntou.
Fugindo, eu acho...
Ou, eu simplesmente não sei.

É que se eu disser que estou bem,
sinto que estou dizendo estar satisfeito,
e não, não estou. Preciso mais de mim.
Tenho tido tanto medo da acomodação.

Então, meu bem, daquele dia em diante não falo,
não falo as palavras automáticas só para agradar.
Sigo assim, procurando, encontrando, focando o bem.
E as coisas seguem tendendo ao bem.

O importante agora é podermos sentir falta,
Ter essa enorme saudade sem explicação
que vale mais que as tantas outras coisas tangíveis.
Aproveita tranquila esse sentimento bom,
sinta-se feliz por estarmos assim, e por nós,
jamais esqueça de lembrar o que sentiu hoje.

Nem todo sentimento
precisa de palavras
para ser transmitido,
mas meu singelo carinho
está nessas entrelinhas,
em cada letra escrita
pensada especialmente
em você e para você.

Foi tanto que você
impôs a sua presença
que eu não pude
negar estar aqui
e não posso evitar
pedir para não partir

Assustador agora
é começar a sentir
as coisas perderem
a graça e o sabor
só porque você
não está junto delas
para compartilhar comigo

Não venha se despedir
Se sabes que levará
grande parte de mim,
E eu digo mais, a melhor parte.

É sempre uma sensação
muito forte e pesada para mim.
Vá assim, sem olhar nos meus olhos,
Roubar aquele abraço e o último beijo,

Não precisa nem olhar
para trás ou para o lado,
Que eu estou contigo,
Em cada lembrança no sorriso.

Ah, se eu soubesse como te ignorar
faria tudo para não me importar,
Mas eu não sei te olhar e não te chamar,
Te ver e não te querer...

Ah, talvez se eu soubesse o que pensa
poderia fazer o que espera de mim,
Só que fala pouco demais de ti
E não se permite estar aqui...

Felizes devem ser os que choram nas partidas.
Eu já não sei sentir dessa forma...
Difícil pra mim é ter que voltar,
fingir que mudei quando me mudei.
Mas em cada canto da cidade
me salta os batimentos a saudade.
É forte, não sei suportar sem deixar escapar
aos poucos, leve, nos cantos dos olhos.

Às vezes eu penso que também posso ser igual,
Que talvez a paz de ser alguém seja assim mesmo, simples.
Me pego imaginando como seria ter um lar,
um cachorro, não, dois ou três cachorros,
você e seu companheirismo em uma noite cheia de Terça-feira.
Afinal, como ela poderia ser vazia se estivesse assim?
Às vezes eu penso em você assim...

Por mais que eu diga que está tudo bem,
há momentos em que eu não consigo
fugir e fingir não me importar,
quando na verdade me salta aos olhos
e me aperta forte o coração.

Você não sabe como é vazio
olhar para trás e não te ver mais.
Ainda tenho marcado em mim
as suas caretas e os seus sorrisos,

as palavras bem encaixadas,
as noites não dormidas
e tudo mais que você trazia consigo
que te torna insubstituível.

Eu sei que é egoísmo meu
querer que viva para sempre os meus sonhos,
mas é tamanho o egoísmo seu também
escolher deixar os planos
e tudo que vivemos abandonado.

O mais embaraçoso para mim
é tentar te substituir hoje,
mas te olhar amanhã com o peso
da comparação e sentir saudade.

Às vezes eu lhe vejo.
Às vezes ignoro que ignora...
Às vezes sinto muito.