Poemas que falam do Silêncio
Quarto Escuro
"Assuntos complexos que fazem parte de alguns lares, mas ninguém quer falar deles, mas estão ali em todos os momentos só arruinando a estrutura, como uma infiltração na base de uma construção, até que um dia tudo fica oco e a casa cai."
Silêncio impossível do pirilampo voar
Som descartável o impede a escutar,
Criação imensurável, incapaz de aspirar
Quão vulnerável, insectum iluminar.
Não saiu nem uma palavra
entalada bem na garganta
Apenas silenciei.
O coração pela dor partido
E tudo se perdeu...
Em silêncio
[Apagado]
Pensando de aferrado:
“Vale mais o eco íntimo
De tudo que chega ao fim.”
(CÓRIA, Mali. Coração calado. In: GONDIM, Kélisson (Org.). Vozes Perdidas no tempo. Brodowski: Palavra é Arte, 2020. p. 80).
Eu te amo em silêncio
Não sei como isto aconteceu
Mas sinto que também me ama
Com o seu olhar no meu
Sempre que nos encontramos
Nós ficamos nos olhando
Sem dizer nada um pro outro
Só os corações falando
Parece que tem um ímã
Que puxa o nosso olhar
Eu fico te admirando
Sem conseguir disfarçar
Você é um homem alegre
Gentil e lindo também
Em você eu vejo tudo
O que desejo em alguém
O dia que não te vejo
Fico sem felicidade
Olho suas fotos no face
Pra matar minha saudade
Eu te amo loucamente
Não sei mais o que fazer
Não quero me revelar
Mais sofro em te querer
(SOPHIA, Ireni. Te amo em silêncio. In: GONDIM, Kélisson (Org.). Vozes Perdidas no tempo. Brodowski: Palavra é Arte, 2020. p. 71).
Vá humanidade...
Segue teu destino apático
Onde só há vaidade
Nesse teu agir sistemático
Cale-se humanidade...
Hoje o mundo é tão fanático
Então não digas nada
Nem mesmo a "verdade"
Quem me dera fosse só silêncio...
Quem me dera se tivesse resposta
Neste mundo tão vazio
Silêncio é a melhor proposta
É tudo tão passageiro...
Nesse planeta de gargantas falantes
Me sinto tão estrangeiro
Meus olhares são tão contrastantes
É melancólico dizer...
Que eu nada posso fazer
Pasmo-me
E sinto pena
Sinto dó...
Com a certeza de perecer
Me sinto só
E minha garganta já tem tanto nó
Nesse mundo...
Em que muitos pesam ouro
E valerão...
Pó.
Julgar
Ouvir em silêncio, se colocar no lugar do outro, Compreender;
Ouvir em silêncio, aplicar seus ideais, julgar;
É difícil, para nós, sabermos oque é certo, e o que é errado;
É difícil, como pessoa, se colocar no lugar do outro e continuar acreditando ser bom;
Ser bom é o que importa?;
Falar é difícil;
Falar é fácil;
Não falar é difícil.
Ah, esse silêncio gritando em meus ouvidos, clamando pra eu me mexer...
E esse corpo dormente, doente, carente, querendo te ver...
Ah, tempo, negocia comigo, vai!?
Sabedoria.
O silêncio
Não conheço outra sabedoria melhor que o Silêncio.
Calar-se deixando ser levado pelo Espírito de Deus, é a melhor opção.
Até desafiaria alguém se quiser debater comigo sobre o tema,(SILÊNCIO).
Eu,
Continuarei de boca fechada.
Sou um eterno aprendiz.
Sou muito pequenino para debater com pugilistas que se dizem ser os melhores.
Sou muito pequenino para debater com os que dizem ser perfeitos.
Sou muito pequenino para debater com os que dizem ser bacharéis e na verdade são,
Apenas linhas de carretéis que ao desenrolarem se embolam e não sabem sair do emaranhado.
Pois até agora o que sei, é que a sabedoria está na mente,
Não na boca....
O inimigo que causa raiva,ódio e outros sentimentos ruins,
Pra mim, ele só é um derrotado perante o Deus que está vivo e ele nunca dormiu.
Mais se alguém insiste em alimenta-lo dentro de si,
O que podemos fazer é,
Orar...
Apenas orar....
Sem mais.....
Autor : Ricardo Melo
O Poeta que Voa
Estesia
Entre suaves acordes musicais, escondo-me exausta
da lida da vida, recostada sobre almofadas macias.
Acariciada pelo zéfiro da madrugada luto contra a sonolência
que me esgalha e a monotonia que me abate tacitamente.
Tento fugir das mesmices, reinventando tangentes,
fugindo aos padrões, às normais e às secantes banais,
esculpindo as minhas mais íntimas emoções.
Refugio-me de mim, de tudo e de todos, enquanto o lápis
traça e retraça, estraçalha a minh’ alma abstrata
fazendo surgir diversos temas, oblíquos poemas.
Sinto florescer o ardente desejo de varrer o sofrimento
que me seca e estesia pronunciando um novo acento
uma nova leitura, uma vida nova brotando no âmago.
Por alguns instantes absolutos perco-me
nas vibrações sonoras e não sinto o passar das horas.
Sinto reinar o silêncio superno que vem povoar o afã
O ímpeto estoura um bramido e punge a veia poética e o elã.
Enquanto mergulho nas palavras e escondo-me
entre pontos e vírgulas, acende-se uma luz
à minha volta que transfigura integralmente o meu ser.
e nesse acentuado instante, inicia-se
a minha existência cromática e vertiginosa.
Umbelina Marçal Gadelha
O que guardastes?
Por simples curiosidade
O que guardastes de mim?
O tom enérgico?
A amizade? A ternura?
A solidão? A desilusão?
Que pena!
Por que não guardastes o meu amor?
Se foi por ter-me ferido a alma;
se foi por ter-me ouvido sem me escutar;
se foi por ter-me usado, me esnobado,
esqueça, para sempre, esqueça.
Para mim, o que realmente importa,
e encontrar-me muito além
deste mundo vil,
é saber que já não me podes alcançar.
E mesmo que desejasses,
os meus mortais silêncios
não conseguirias ouvir.
São surdos os ouvidos
e mudas as línguas
das paixões vencidas.
Umbelina Marçal Gadelha
Baseado na música "The Sound of Silence", escrita por Paul Simon e interpretada por Paul Simon e Garfunkel.
Olá solidão, minha velha amiga!
Preciso desabafar com você mais uma vez.
Por que uma visão me surgiu calmamente,
Deixando apenas suas sementes antes que acordasse.
E assim que essas sementes germinaram, cresceram violentamente em mim;
Dentro do som do silêncio.
Novamente em sonhos atormentadores, eu andava sozinho por ruas estreitas de pedras.
Sobre um fraca luz de um poste, ajeitei minha gola devido ao frio e a névoa.
Nesse momento minha visão foi totalmente ofuscada pelo intenso brilho da Luz de Neon que irrompeu na noite,
E tocou o som do silêncio.
Essa Luz passou a desnudar tudo a minha frente,
Então pude ver muitas, incontáveis pessoas que falavam mas nada diziam, pessoas que ouviam mas nada compreendiam; e ainda, pessoas que compunham canções que voz alguma irá cantar.
E mesmo assim ninguém ousava perturbar
o som do silêncio.
"Tolos", pensei, "vocês não percebem?
O silêncio é como erva daninha,que cresce a sua própria vontade?"
"Escutem", eu gritei, "Talvez eu possa ajuda-los. Segurem minha mão, talvez eu possa puxa-los."
Porém minhas súplicas ecoaram no silêncio, como uma leve chuva que só é ouvida
Nos profundos poços do Silêncio.
E as pessoas passaram a curva-se e rezar para o luminoso deus que elas mesmas criaram,
Mas a tal Luz avisava, nas palavras que nela iam se formando, dizendo:
"As palavras dos profetas estão registradas nas paredes, como dos metrôs e cortiços, e tais palavras são incessantemente sussurradas
Ao som do silêncio.
Zéfiro soprava aura sublime
um vento que não sufocava
e por causa de CLARA pluma
o silêncio e poder roubava
de musas que vagava-lúmen
Em alguns momentos de timidez..
Dizer-me que preciso falar
Sim falo!
Falo demais..
Palavras sem nexo, falo demais por não ter nada a dizer.
E no final compreendo o porque meu silêncio diz tanto aqueles que não precisam de palavras..mas que compreendem a alma apenas pelo olhar.
O silêncio
não bebo da fonte da superficialidade, sou originário dos ossos até as curvas minha face sem uma vírgula sequer. estou aqui construindo um castelo de areia em um chão solido mas sem ondas para derrubar , sera que isso o suficiente ? em um mundo que banaliza esforços.
todo meu silêncio é uma devoção do que eu poderia dizer mas que me falta palavras.
♫♪♫...Penso noventa e nove vezes e nada descubro;
Deixo de pensar... ♫♪♫...
Mergulhando no abismo do silêncio...
Eis que a Luz da verdade se revela.
Parei de pensar, estava envelhecendo...
Voltei a crescer...
Bom, Próximo já é 2023, ♫♪♫...
Meu silêncio é um grito de socorro
Minhas lágrimas são solidão
Meus sonhos são feitos de espinhos
Minha realidade é só escuridão.
Me tornei folha ao vento,
sem rumo e sem destino.
Que desatino - de homem a menino
No endereço de todos os perdidos:
Avenida dos Desesperados,
número zero à esquerda.
