Poemas que dizem sobre Contos de Fadas
►Eu Só Queria
Aqui me encontro sozinho no quarto
Procurando onde posso ser animado
Talvez eu esteja sendo dramático e equivocado
Afinal, o ano ainda não foi terminado
Mas acho que ficarei solitário
E não era isso que estava sendo esperado
Não era isso que estava sendo imaginado
Gostaria, de verdade, de admirar os fogos com alguém do meu lado
Estando abraçado até a chegada do meu aniversário
Talvez eu esteja sendo odiado e não estou sabendo
Talvez magoei alguém a algum tempo
E, por isso eu fui deixado para sofrer nesse tormento
Eu ainda estou feliz, mas, mesmo assim
Sinto como se faltasse algo em mim
Desejo alguém aqui comigo, para celebrar o festival natalino.
Como já dito, me resta agarrar ao materialismo
Ele nunca foi o favorito, o escolhido
Porém, por ele fui acolhido, sempre esteve de braços abertos
Para que os meus buracos fossem cobertos
Mas agora me encontro certo do que quero
Se vou ou não conseguir, depende do que farei à seguir
Não quero passar a virada de ano sentado aqui
Quero ir pra lá, quero ir ali, pra qualquer lugar
Mas eu sinto como se algo estivesse a me segurar
Impedindo-me de movimentar, deseja me isolar
Não consigo pedir ajuda, a ligação está muda
Não consigo me debater, com tão pouco esforço nada irá acontecer
Alguém venha me chamar para sair
Alguém venha me tirar desse Rio Nilo
Quero me divertir, quero sorrir
Acho que eu mereço, talvez sim.
Mas, as vezes me sinto tranquilo
É estranho, mas as vezes me esqueço que estou sozinho
Claro que não estou à procura de um paraíso
Somente estou descrevendo o que agora sinto
Não é um sentimento indeciso, já explico
Gostaria de vivenciar algo aleatório, diferente
Isto faz de mim uma pessoa carente?
Mas eu não me importo se sou ou não
O importante é descrever minha emoção
O que importa é interpretar e anotar o que dita meu coração
Se estou errado em fazer isso
Peço perdão pelo que fora escrito.
Eu tento sempre tornar essa sensação invisível
Buscando um motivo para não em tornar depressivo
Tento ficar feliz, e algumas vezes eu consigo
Porém, outras vezes eu me sinto reduzido
Quem me vê, diz que estou esquisito
Pois minha depressão possui uma vasta área de concentração
Que de tão extensa, não possui escapatória, uma área ilusória
Formando assim uma grande prisão
Eu ainda procuro uma solução, para não sentir mais essa solidão.
Já não sei quantas rimas depressivas que por já foram escritas
Gostaria que essa fosse a quinta
Mesmo escrevendo, corro o risco de me chamarem de vítima
"Nossa que dó, sua vida é muito sofrida"
Com a intenção de debochar do que tento passar
Tenho que aturar, já que preciso continuar.
Eu só queria alguém para conversar
Eu só queria alguém para alegrar
Eu só queria alguém para o ano novo apreciar.
Meu nordeste
Meu nordeste tem de tudo
Não à lugar nesse mundo
Nem se quer parecido
E se tem tá bem escondido
Meu nordeste é pura beleza
Onde não à tristeza
O seu povo é a maior riqueza
Meu nordeste de tudo dá
Só basta plantar
E esperar a chuva Deus mandar
Meu povo é sofrido
Mas nunca arrependido
Terra de cabra da peste
Onde o sol estremece
Mas meu povo não esmorece
Aqui não falta crença
Já vem de cedo, desde criança
Pois o amanhã é a nossa esperança
Se um dia tiver que parti
Pra longe daqui
Não quero sem saber
É aqui que eu quero morrer
Minhas raízes estão nesse chão
Bem no pedacinho do sertão
►Às Doze Horas
Foi uma surpresa com certeza
Que acompanhado com a tristeza
Receber um Feliz Natal mudou meu dia
Apesar de não estar feliz não havia motivos para não sorrir
Eu apenas esqueci o que sofri, e agora estou aqui
Dizendo que este domingo fará, pra sempre, parte de mim
O domingo que não me diverti, o domingo que me escondi
Esqueceram deste ser aqui, será que sou tão fácil de esquecer?
Até o anoitecer, do meu melhor amigo nada ele veio a me dizer
Nem se quer uma palavra, aquelas "boas festas"
Mas algo aconteceu que me aqueceu
Outras pessoas, de palavras me aqueceram
Sim, elas me acolheram nesta noite sombria
E mesmo não estando conversando com amigos em alguma esquina
Eu estava aqui, enxergando ao fundo o sentindo da minha vida
O mais lindo não foi os lembretes, e sim os enfeites
Poder enxergar depois de tanto tempo aquele verde.
Admirando o pisca-pisca daquela árvore
Admirando até mais tarde
Também as belas luzinhas em volta da praça da cidade
Não sei onde está minha felicidade
Mas nessas luzes eu encontro uma solidariedade
O vermelho, o amarelo, o azul
Todos eles me confortam, que sinto como se fosse explodir, kaboom
Eles são belos, cada um me provoca harmonia
Incompreendida, desconhecida e enriquecida de auto-estima
Este Natal me mostrou como minha vida pode ser corrigida
Que tudo que passei, do amigo que ali em cima citei
Faz parte da trilha seguida à risca
O que terá no fim da linha é incerto, mas me sinto mais perto
De 2016 aprendi de tudo um pouco, e agora eu peço
Que em 2017, eu me torne mais esperto.
Esse ano trouxe consigo várias coisas loucas
Trouxe consigo várias coisas boas
Não posso, e não devo esquecer o que vivi
Não posso esquecer das alegrias que senti
A cada passada de ano eu me torno mais humano
A cada ano eu crio um novo plano
E, no próximo mês eu estarei aqui outra vez
Escrevendo sobre o que possa acontecer
Tenho noção que algo terei para dizer nesses papéis
Talvez no próximo mês eu consuma de um a dez
Folhas e mais folhas rodeando meus pés
Farei o máximo que puder.
E, neste início da madrugada, com as festas cessadas
Minha mente se encontra calma, simples e atualizada
É relaxante não sentir o perfume da solidão indesejada
Portanto, me deito aqui, com minha bermuda e mais nada
Olhando para o teto, e imaginando uma terra encantada
Em pensamentos parto em uma jornada natalina
Ultrapassando cada colina, com estrelas coloridas no céu
Visitando no espaço, Saturno e seu anel
Hoje termino a tal "celebração" na solidão, por opção
Mas está rima não é escrita com intuito de mostrar uma depressão
Pelo contrário, meu coração está tranquilo, e vejo o horário
Doze horas acaba, na rua a farra que se alastra
Batendo na porta de minha casa
Oh noite conturbada
Boa noite para todos, felizes ou não
Aqui termino mais uma reflexão
Utilizando um pouco de minha imaginação
E mesmo que não tenha saído como planejado
Meus pensamentos aqui estão guardados e assegurados.
►Fica Comigo?
Não diga que eu não te avisei
No dia que te conheci eu te contei
Que sou apaixonado e que me entrego muito rápido
Alguns até me chamam de otário, afobado, apressado
Mas este sou eu, gostou? Muito obrigado
Talvez você deve me achar um desajeitado
Mas você me disse que, naquele dia olhou em mim por um outro lado
Carismático, descontraído e animado
Alguns até disseram que o que aconteceu não foi por acaso
Outros, que eu fui um sujeito sorteado, premiado
Por ter aproveitado sua companhia intima em seu aniversário
Lembro até que seu pai estava preocupado
Indagando por que você não saía do quarto
Me lembro que eu fiquei totalmente calado
Imobilizado, desejando ser menor para me encaixar dentro do armário
Aterrorizado em pensar que seu pai me julgaria um safado
Acabei fugindo ofegante, e com o cabelo bagunçado
A festa era até de noite, mas sai com o Sol escaldante
Esse dia foi realmente marcante.
Quando voltamos à nos ver você me perguntou por que eu fugi
Afinal, eu não tive tempo nem de me despedi
Mas eu lhe disse que quando sai, eu senti falta de ti
Você se lembra que eu até tentei te recompensar?
Eu juntei um dinheiro, e no shopping comprei um colar
Fui te visitar para te dar
Lembra quando seu pai começou a gritar?
Dizendo que eu era apenas um moleque rebelde
Que eu iria ser a pedra em seu futuro
Que não éramos para ficarmos juntos
Ele até me acusava de ser irresponsável, imaturo
Eu me lembro que disse a ele: "Sinto muito".
Era uma tremenda confusão, nossa relação era rodeada de discussão
De sua família dizendo que, o que eu sentia por ti não era paixão
Que eu estava apenas por "curtição"
Eles falavam para você que eu acabaria machucando o seu coração
Confesso que fiquei com medo de você acreditar
Confesso que já tentei me imaginar sem você
Foi quando eu consegui entender, pude perceber
Que o meu sentimento era de verdade, claro como a claridade
Que com você as horas não passavam,
Que eu sentia felicidade, estando contigo de mãos dadas
Mas sua família não gostava da ideia de sua Cinderela
Namorar um jovem garoto de favela
Porém o meu sentimento era indiscutível e destemido
Lembro de quando apareci na porta do seu condomínio
E toquei o interfone, disse ao seu pai que eu queria ficar contigo
Ele desceu as escadarias, abriu a porta e veio falar pessoalmente
Não me lembro do ocorrido, mas lembro que ao entardecer daquele dia
Eu te dei um sorriso.
Não diga que eu não te avisei
No dia que te conheci eu te contei
E, ainda hoje eu não mudei, eu me apaixonei
Superamos o preconceito social e nos transformamos em um casal
Estou aqui depois desse tempo todo, correndo o risco de ser chamado de bobo
Para dizer que você se tornou meu tesouro
E que farei o possível para que ninguém encontre o mapa
Venho então, por meio desta carta esfarrapada, perguntar
Quer ser mais do que minha namorada?
Vamos juntar os lençóis, estava esperando o momento para ficarmos a sós
Esse garoto aqui só está pedindo
Fica comigo?
VIRADA
Começa a haver meia noite, memoração
Como se tudo no tilintar das taças finda
Calam-se os corações, os fogos falam
Abraços hão de haver, de haver ainda
E o universo inteiro sozinho...
O meu fadário calado e na berlinda
Do silêncio na inspiração d'um ninho
Ruídos da rua, passos de ida e vinda
E os festejos sussurrando baixinho
E sozinho o universo inteiro...
Felicitações me são dadas do vizinho
Pelo ar ecoam acumulação de cheiro
Então deixo ilusões na taça de vinho
E velo solenemente o meu cativeiro
E inteiro sozinho o universo...
No rés do chão ter esperanças é roteiro
Já o pensamento na saudade disperso
Esperando, escutando, leve e sorrateiro
Qualquer coisa, antes de dormir, averso
Sozinho, solitário não, romeiro...
Vou dormir! Amanhã, dia outro e diverso.
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Poeta do cerrado
ADEUS ANO VELHO
Deste que passaram-se horas
Do velho ano
Do ano que já é outrora
Agora recordação, tempo profano
A cada segundo, minuto, hora
Dia após dia, quotidiano
O tempo vai, vai embora
Sorrateiro e ufano
Muito antes, antes de mim
Veloz e insano
Sem parar, até o fim...
No diverso plano
Vida que segue, "Quixotesco" no seu rocim
Adeus velho ano!
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Poeta do cerrado
SONETO SONHADO
Sonhei que saudade de ti sonhava
Aqui pelas bandas do meu cerrado
Foi tão bom, uma pena ter acabado
Pois nele, sonho, contigo eu estava
Que pena... era um sonho sonhado
De lembranças em que a alma lava
Onde a tua falta na minha ali ficava
Em um silêncio d'um afeto amado
Sonhei hoje contigo, nem imaginava
Ter-ti tão manifesto ali ao meu lado
Num sonho, que nostalgia passava
Queria de ti, não estar desamparado
E sonhar-ti, onde só amor anunciava
Eterno sonho, eternamente no fado...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro, 2017
Cerrado goiano
CHUVA NO CERRADO ( soneto)
Canta chuva, no cerrado, uma cantata
E há, feérico coro no planalto fustigado
De gotas do céu num tilintar animado
Como que um suave retinir de prata
Bendita chuva que ao chão imaculado
Batiza a secura com água que desata
Verdes relvas e fulgor novedio da mata
Num renovo de um frescor empanado
Alvor ideal que desponta na fragata
Do sertão, num úmido beijo desejado
Arejando, generosa, em trínula volata
Ah! Num regozijo do viver denodado
Num delíquio louco, ri-se escarlata
A encantada chuva que cai no cerrado
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro, 04, 2017
Cerrado goiano
CERNE (soneto)
Do ventre do cerrado ergui meu gemido
Estrugido duma saudade que me eivava
Furtando o fôlego duma dor que escava
O coração já aturado e um tanto dividido
Da solidão a tramontana reviu-se escrava
No cerne da sofrença no peito desfalecido
Que és de tudo escárnio no fado contido
Grito! Que ao contentamento então trava
Que labareda tal me arde no esquecido
Me remanescendo qual tétrica cadava
E me prostrando na réstia do suprimido?
E, se toda sorte aqui me falhe, és clava
A esperança, dum regresso ainda vivido
Factível, sem os que a quimera forjava...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro, 2017
Cerrado goiano
LACUNA (soneto)
Solidão, de insistir-te, não és esquecida
A saudade anda exagerada em te trazer
Nem sequer és o pretexto do meu viver
Pois se a sorte é triste, alegre é a vida!
Nada neste exagero é de fato pra crer
Se há ganhos e perdas, vinda e partida
Ter desvario é querer chuchar a ferida
O vital é mistério, bom é se surpreender
Pois a mesma estória tantas vezes lida
Traz história enlouquecida ao escrever
Tudo passa, não é só subida e descida
Ai, pode voar o tempo, tempo morrer
Tudo tem princípio e o fim, na medida
E nesta metamorfose, vai o nosso ser...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
2017, início de janeiro
Minha Caetité
Teu passado é de glória
Faz parte da história
Povo hospitaleiro
O sol brilha de Janeiro à Janeiro
Terra do amor
Tem o seu filho mais ilustre, um grande educador
Sua história e verdadeira
Ele é o grande Anísio Teixeira
Deixou o seu legado
Caetité princesinha do meu estado
O povo é soberano
Não a quem não conheça, Waldick Soriano
Tem garoa no mês de julho
Minha terra é o meu orgulho
Pois digo com toda certeza
Aqui não há tristeza
O povo é quem diz
Caetité cidade feliz
Quem aqui vem
Fala que não tem
Um lugar que faça tão bem
Terra de muita fé
Essa é minha terra
Essa é minha caetite
Você é inexplicável
Uma tempestade que devora
Você está aqui,
Ou não foi embora
Você é assim
Cheia de surpresa
Mas sabia que muito especial pra mim
Você é o começo
Ou será que é o fim
Como você mesmo diz "enfim"
Você é a brisa do mar
É o seu jeito de amar
É o medo de dar
E não receber
Mas quem te conhece
Vai perceber
Você é meiga
Em uma garota durona
Você é sim
Só basta enxergar
Não com os olhos
Mas com a alma
Você é o que devora
Mas também o que acalma
Tem seus defeitos
Mas me fala quem é perfeito?
E você é perfeita com os seus defeitos
Bem assim, do seu jeito
Meio desacreditada
Que não foge de qualquer parada
Garota marenta
Que diz que não gosta de frescura
Mas tu é um poço de doçura
Um pouco de tudo
De surpresa e loucura
Uma verdadeira formosura
O mundo pode ter feito você chorar
Mas sabia que nesse mundo você foi feita pra se alegrar
Basta apenas acreditar
Você é o doce mais doce que há
Você é coisa mais linda
Que Deus colocou no mundo pra poder amar.
ENTRANHAS (soneto)
Então? Poucos estarão ao teu lado
Tua sorte vai até quando fores útil
O desprezo é porção do lado fútil
Lamentável, da ingratidão é aliado
De tão cego o afago se torna inútil
Vários hão ambição, pouco agrado
Onde o olhar se faz fragor calado
E o abraço repulsa num solo fértil
Afaze-te ao discernir denodado
Da injustiça encontrarás o covil
Da proteção o ferrolho trancado
Não te faças de amigo neste ardil
Nem formidável no vil acordado
A dor calejada, pode ser gentil!
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano
AMOLDO VERSOS (soneto)
Eu amoldo versos como artesãos
Do barro inviolado a transfiguração
Livre é o saltimbanco do coração
Que trova alumbramentos cortesãos
Nas pontas dos dedos em convulsão
A quimera arranha os tarares anciãos
Com a lira d'alma nos gemidos sãos
Escorrendo expressão da imaginação
Gota a gota, tato a tato nos corrimãos
Das vozes que aos amados clamam
E das odes que saem como bênçãos
Neste improviso tem dores, emoção
Solidão. Na cata dos sensíveis grãos
Da poesia. Transformados em canção!
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano
SOLIDÃO BORRALHEIRA (soneto)
Erma solitária solidão borralheira
Que atulha o cerrado de melancolia
No entardecer encarnado em romaria
Alongando o minuto em hora inteira
Assim só, os sonhos vão pra periferia
A espiar a sofrença além da fronteira
D'alma, caraminholando oca asneira
A crepitar agonia em atroada sombria
O vazio do imenso céu sem cabeira
Nos engole com chilreio e zombaria
Galopando apertura numa carreira
Tétrico encanto da solidão crua e fria
Que do silêncio é a sua mensageira
E que ao coração saudades anuncia!
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano
QUIMERAS DOLOROSAS (soneto)
Estou solitário no cerrado sem cores
Nas lembranças tristuras guardadas
No peito vis nostalgias desmaiadas
De sortes desfolhadas e sem flores
As tardes de mesmices requentadas
Que a solidão arrefece aos arredores
Enquanto vão esgarçando as dores
Perdidas saudades hão em toadas
Quantos gemidos, quantos valores
Por estarem dolorosas nas ciladas
Largam as quimeras nos bastidores
E nas presunções alheias, estacadas
Que fazem da condição só temores...
Me vou arrastando entre vergastadas!
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano
O AMOR MEU (soneto)
O meu amor pode ser afim à todo mundo
Os deslizes mais ou menos à toda gente
Porém, ele tem um particular facundo
Insiste em ser fidelidade integralmente
É diferente de ser só um amor profundo
Vai além do temporal, quer eternamente
-se importa? Ah! Importa completamente
Pois é rotundo no peito, e n'alma fecundo
Ele tem sombra e, também é reluzente
Necessariamente é simples e jucundo
Sempre evidente, nunca está ausente
Todavia, ele será ferozmente iracundo
Se das profundezas o bem for poente
Pois amor que é amor do amor é oriundo!
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano
Se eu falar que estou apaixonado
O que pensarão de mim?
Que sou um bobo,buscando a felicidade?
Que sou um ingênuo, acreditando em algo que não é real?
Ou dirão que eu sou humano?
Pois não somos nós que somos capazes de nos apaixonarmos? Não!
A paixão está presente em tudo,
Seja no nascer do sol,que espera 24 horas pra encontrar a sua amada lua,
Seja nos animais,quando o macho não consegue se separar mais da fêmea, como um lobo protegendo sua alcateia,ou um tigre protegendo seu bando.
O que dirás aos homens quando lhes perguntarem sobre o amor?
Dirá que é um mito como as historias infantis?
Dirá que é uma criação fictícia?
Ou dirá a eles que o amor é inexplicável?
Não somos nós que os sentimos?
Entao como somos capazes de explicar o inexplicável?
A mente do homem, se expande cada vez mais,com o conhecimento,
Mas para conhecer o amor,não é necessário senti-lo primeiro?....
Sentir aquele sabor descendo seco pela garganta.
Aquele coração pulsante,palpitando como uma música, batendo e batendo,em milésimos..
Se os homens virem ate você
Em verdade vós dirá
Que o amor nenhum homem
Jamais pode explicar
Que nenhum homem pode escapar
Que nenhum homem dele fugirá.
Não temas ser de pouca força
O amor é oque molda o homem
E a arte que confude a nossa visão
A musica que deixa nossos ouvidos
Sem ouvir o resto do mundo
São a filosofia e a razão pela qual
Todos nós ainda procuramos viver
Não precisamos cada um
De um pouquinho de amor?
Olha bem pra mim..
Olhe bem como uma coisa leva a outra
Você não percebeu?
Eu estava falando de paixão,
E comecei a usar a palavra amor..?
"Por que?" você me dirás
E eu lhe direi
Porque o amor
E o que leva as ondas ao mar
E o que leva os passarinhos a cantar
E o que leva o poeta a escrever
O amor te fez nascer
E o amor te faz renascer
No amor não existe morte
Porque viveremos eternamente, no coração de quem um dia nos amou.
Se quer amar e ser amado
Não se prenda ao passado
Pois da paixao
Da amizade
Da inimizade
Até do ódio
Qualquer caminho
Pode te levar ao amor.
Não sei o que há comigo
Pois quando escrevi isso,
Eu ja estava apaixonado
Pela mulher mais bela
A poesia que se forma nela
O canto aquarela
Que ela me faz ouvir
Visao distorcida
Alma vivida
Venha até mim, e me faz ser feliz.
Tu és a poesia da qual
Escrevo e descrevo a cada dia
Tu és o ar que respiro
A paz,em meio ao conflito
A rosa em meio ao espinho
Tu és a minha vida.
Amar, amar,e ser amado
Eis a questão do amargurado
Que pensa que sabe,
O que é amar
Se apaixonar,se apaixonar
E ser apaixonado
Eis a questão do iludido
Que pensa que todo amor,
É um imenso conflito
Mas sem amor,guerra em sua mente terá.
Só digo tudo,e ao mesmo tempo nada
Estou confuso ela é a minha amada?
Mas e claro que sim!
Pois foi com ela que aprendi
Foi com ela que senti
E foi ela que perdi
Mas no final eu continuei,amando-a.
Sou um escritor des escrevendo
Tudo que já explicaram sobre amar.
Pois em verdade vos direi
Escrevendo eu, que ja amei
Que o amor pra explicar? Ninguém
Mas pra sentir? Alguém
Então venha amar? Você também.
Eu um escritor apaixonado
Escrevo isso em verdade
Para amar,não tem gênero,
Etnia ou idade
Basta ter caráter
E compreender o real significado
De amar.
Tu me amas? Eu te amo
Você que está lendo pensou em alguem?
Corra atrás!
O amor e loucura, o amor e se arriscar!
O amor e sonhar e realizar.
Não pensou em ninguém?
Pois fique tranquila
O sol nasce para todos
E a sua hora vai chegar
E só você ter a paciência de esperar
Como para todos o sol também,
Vai nascer,você vai entender o que e amar
Se ja ama não perca tempo
Se arrisque mesmo que seja um não
Voce tentou,e foi ai,que quando mesmo
Você receber um não estiver de cabeça erguida
Você terá aprendido, a se amar.
Pois saiba que para amar
So depende de você querer sentir
Se permita sentir,e você
Não se arrependerá.
Continue andando de cabeça erguida
Se trata de amar não de viver em uma ilusão e para compreender o real significado de amar,ser amado,e viver do amor
Basta seguir a você
Sua vida
E seu coração
Agora vá e viva!
Pois o amor é para todos
Mas nem todos,são para o amor.
O amor não se explica
Se sente.
Va amar,va buscar o amor
E uma aventura,sem começo,
E sem fim,pois que ama
E busca o amor
Para todo fim
É um novo começo.
E o que esse escritor
Antes que essa poesia ei de morrer,
É que eu te amo
Como vós me amou após se encantar
Por minhas palavras.
E mais uma vez pra terminar
Não releia isso, agora va praticar
Pois todos nos nascemos
Pra amarmos e sermos amados
Entao vá meu caro leitor
Em meu ultimo fôlego de vida
Em verdade eu te digo
Você meu amigo
Vai viver
Vá amar
O que eu já sinto por você que está lendo
Minhas palavras, e o que você já sente por elas,
Isto também
É amor
Vá e vá e mais uma vez em meu ultimo fôlego lhe peço e suplico
O último pedido deste escritor,
Vá e ame
Vá amar.
CERRADO DUAL (soneto)
O cerrado tem dia de sorrir, e ele sorria
Tem dia de melancolia, e ele entristecia
Porém, também, tem dia de total silêncio
E na quimera dum colossal o vário é cio
É mistério, sequidão, chuva, calor e frio
Deitados sob o céu que provoca arrepio
É a tristura com o espanto da sutil ironia
Que muito desflora, muito recria, poesia
E nesta galeria de tanto, dele o encanto
Da sequidão ao empapado num só canto
Num bale dual, no seu cenário desigual
É o cerrado, das cores e do seu pálido
Soprando no planalto o seu vento cálido
Transmutando a diversidade no plural...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano
SONETO DO AMOR EXATO
Da ventura, terá sempre o invejoso
Por não ter a lua amasia tão divina
E uma paixão tão pouco peregrina
No coração eleito no olhar amoroso
Amor, será sempre suspiro glorioso
Regado de adulação pura e cristalina
Vermelhas rosas, e emoção inquilina
Um gesto, revelado um tanto airoso
É harmonia que nos amestra, contina
Não emulando, e sim no afeto ditoso
O sentimento no espírito, lamparina
Que então, não seja o ter ambicioso
Que o mal que queira o bem ensina
Pra no amor não ter amor enganoso
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro, 2017
Cerrado goiano
