Poemas Nao quero dizer Adeus
Quase
eu quase morri.
não foi por falta de dor,
mas por excesso de espera.
quase fim,
quase meio,
quase gesto inteiro que se perde no intervalo.
quase vida —
essa sombra acesa que não ilumina.
quase amor —
esse sopro que não toca,
mas levanta poeira no peito.
quase ida,
porque eu ainda volto em sonhos.
quase vinda,
porque nunca cheguei por completo.
quase morte,
como um adeus sussurrado sem convicção.
quase destino,
feito linha torta que não ousa ser traço.
quase eu,
quase tudo,
quase nunca.
Pensar todos pensamos, saber pensar, direi, já não é para todos.
Pensar aprende-se pelo exercício da mente, ou seja, pensando, mas retirando dessa experiência factos e amadurecimento intelectual, no aperfeiçoamento e repetição das "sinapses neuróticas": a mecânica da nossa intelectualidade.
Decorar, o aprender sem pensar, é mesmo um desastre. Isso não é sabedoria, é simples conhecimento, porque a sabedoria, a verdadeira, reside não no que sabemos, mas naquilo que fazemos com esse conhecimento.
A aprendizagem resulta do aprender a pensar.
Ser fiel a si mesmo é o primeiro passo para não se perder no outro. Quando quem amamos não está, percebemos o quanto a vida é dura — e curta. Esperar finais felizes parece ingênuo diante da realidade que insiste em nos quebrar.
Mas há força na dor. As partes que se quebram revelam quem realmente somos. A ausência do outro escancara a necessidade de presença de si. E quando dizemos “nunca mais”, talvez estejamos, enfim, dizendo “agora, sim” — para nós mesmos.
O Homem dos Sete Instrumentos
Chamam-me assim —
homem dos sete instrumentos —
mas não sabem:
não são sete,
nem instrumentos.
São cicatrizes.
São fomes.
São vozes que nunca couberam num só corpo.
Toco o violão como quem acaricia um amor perdido
que ainda respira na madeira.
O piano, como quem dialoga com espectros —
meus mortos têm teclas.
Canto como quem sangra acordes pela garganta.
Escrevo como quem rasga o próprio peito
à procura de um som
que ainda não nasceu.
Componho canções, poemas,
romances e vertigens.
Verso o que não sei nomear.
Não sou um, nem sou muitos.
Sou aquilo que sobra
quando o som se desfaz,
quando o aplauso se cala
e só resta o eco.
Sou o intervalo entre duas notas,
a pausa onde mora o abismo,
o silêncio que sustenta a beleza.
Cada instrumento em mim é um vazio domesticado,
uma ausência que aprendi a afinar.
Cada palavra, um grito soterrado.
Cada acorde, uma oração profana.
Sou feito de ecos e assombros,
de mãos que buscam o invisível,
de olhos que enxergam o que não se mostra.
Carrego um palco dentro do peito —
feito de memórias e ruínas —
onde cada noite,
sem que ninguém veja,
enceno minha última vez.
Se me chamam homem dos sete instrumentos,
é porque ainda não perceberam:
sou o que resta
quando a vida desaprende a dizer,
quando o mundo se recolhe
e só o humano
ainda insiste
em cantar.
O Vício Invisível
William Contraponto
O pior vício é aquele que não se vê,
não há marcas no corpo a denunciar,
mas na mente, o jogo cresce em segredo,
e o coração se perde no não-lugar.
Não há suor, nem tremor na mão,
é o silêncio que arrasta a razão,
sem dor visível, mas um abismo profundo,
onde o ser se dissolve em pura ilusão.
A cada aposta, um pedaço da vida,
mas ninguém vê, e ninguém pode saber,
é o vício que se oculta na mente perdida,
como um fogo que consome sem aparecer.
E o pior é que não se sente a prisão,
não há correntes, nem marca a pele,
mas a alma se fecha, sem direção,
e a esperança se esvai, sem que se revele.
O AMOR QUE EU SEMPRE QUIS
Não busquei um amor para um minuto,
para uma hora, um dia, um mês, um ano,
nem pretendi amor substituto,
por uma mero capricho leviano.
Quis um amor, sem me cobrar tributo,
sem metas a cumprir, sem grande plano,
que fosse livre, inteligente, arguto
e até capaz de se mostrar insano.
E te encontrei, sem procurar por ti,
porque de mim estavas muito perto,
tal como agora estás comigo, aqui,
ouvindo-me dizer que sou feliz
por nossa comunhão ter dado certo
e por teres me dado o amor que eu quis
Tudo dói — e eu nem sei por que.
As lágrimas queimam como se carregassem algo que não cabe mais em mim.
A mente, um redemoinho de pensamentos sombrios.
O corpo, exausto de existir.
Estar vivo, às vezes, é dolorido.
PEZINHOS
Pisas em mim com teus pezinhos;
Não querendo me humilhar;
O fazes pois sou o teu mundo;
E tu es o meu céu!
O amor não é posse,.. é desfrute.
O amor, quando visto como posse, pode sufocar, gerar dependência e até afastar aqueles que queremos perto. Mas, quando entendido como desfrute, se torna leve, livre e genuíno.
Amar é apreciar a essência do outro sem a necessidade de controle. É permitir que a pessoa seja quem ela é e, ao mesmo tempo, encontrar alegria na conexão compartilhada.
O amor como desfrute sugere uma relação baseada na admiração e no respeito pela liberdade do outro.
Quando amamos sem a necessidade de possuir, permitimos que a conexão seja espontânea e verdadeira. Isso também evita expectativas irreais e frustrações, tornando o amor mais leve e saudável.
꧁ ❤𓊈𒆜🆅🅰🅻𒆜𓊉❤꧂
Valdecir Val Neves - Vila Velha - ES
Eu o vi no caminho da dor,
Com os olhos cansados, sem direção.
Já não andava com o brilho de antes,
Levava no peito a contradição.
Eu não o julgo, eu reconheço,
Também já chorei na escuridão.
Sei que às vezes o mundo atrai,
E tenta calar o som da salvação.
Mas oh, meu irmão, eu ainda creio,
Que a graça te alcança outra vez.
O Pai continua à porta, esperando,
Com vestes novas e anel de Rei.
Teu lugar na mesa está vazio,
Mas o banquete ainda não acabou.
O Pai ainda espera à porta,
Com o mesmo amor que nunca mudou.
Não há pecado que Ele não perdoe,
Não há ferida que Ele não cure,
Não há abismo tão profundo
Que a Sua graça não ultrapasse com amor puro.
Volta, mesmo sem palavras,
Mesmo sem forças pra explicar,
Porque o Pai não exige discursos —
Ele só quer te abraçar.
Naquele dia de justiça santa,
Diante do trono e do Rei fiel,
Quem não estiver no livro escrito
Não verá o Reino, nem o céu.
Mas há esperança para o arrependido,
Graça para quem deseja voltar.
O sangue do Cordeiro ainda clama,
E chama quem quiser se entregar.
Não me contenha em moldura ou muro,
Sou tempestade no traço mais puro,
Entre o delírio e o sonho mais duro,
Habita em mim o futuro inseguro.
Eu rio quando me dá vontade, e até quando não me dá.
Eu não controlo o meu ânimo, quem mais poderá?
É Impulsivo.
Não recolho as palavras que saem da minha boca, mas apenas as que entram na minha mente.
Eu salvo e guardo no subconsciente.
Isso pode me dar ânsias?
Eu guardo muito.
Prefiro a safra da laranja que a de manga.
Há um gosto ruim nisso.
Chorar na chuva esconde as lágrimas.
Prefiro música triste.
Não gosto de praia.
Queria que chovesse
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