Poemas Melancólicos
DEPRESSÃO
Se alguém pudesse ler o teu olhar
enxergaria uma neblina densa,
ventos, tornados e a tormenta imensa
que o teu sorriso insiste em disfarçar...
Se alguém tivesse o dom de mergulhar
no que tu calas, e a cabeça pensa,
descobriria a correnteza intensa
do mais revolto e perigoso mar!
E, sob o véu desta aparente calma,
veria monstros te assombrando a alma
soprando escuras nuvens do desgosto...
E entenderia todos os momentos
nos quais a chuva dos teus sentimentos
transborda o peito e escorre no teu rosto...
Existe dentre todos os meus problemas paredes imaginárias, que quando permito elas se abaixam para que todos os meus demônios venham, me ataquem.
Ó mundo doce e cruel, a ruindade reina em todos os lugares.
Doce e amável vingança por que se infiltrastes sob as correntes sanguíneas?
Amável e doce amor, por que me me abandonastes quando mais precisei de ti?
Ó incansável beleza, por que reina dentre os podres?
Há megera tristeza, por que vens só quando lhe convém?
Por que me engole assim? Sem dor nem pudor?
Queria que me deixaste em paz, para que por 1 segundo eu me permita viver sem o medo de te ter por perto!
Para que por apenas 1 pequeno e miserável segundo eu sinta a felicidade de me ver livre de seus dias cheios de tormento!
Hoje viverei sofrendo por ti,
Amanhã apenas me lembrarei de sorrir,
Mas depois será um adeus por nunca ter me escutado.
O ontem me deu medo,
Para hoje eu viver.
Mas o amanhã deixou claro que não consegui...
Vozes dizem que fui longe...
Mas você me deixou só sem um adeus.
Hoje escrevi sobre tudo o que prometeu.
Que estaria bem e sorrindo mesmo sem você aqui perto.
Mas adivinha eu me matei!
Ser o cara que faz tudo dar certo, que bagunça p arrumar, que ensina a importância do afeto, a importância do "estar", o incentivador, por muitas vezes o divisor de águas... é muito difícil.
As vezes um pouco de reciprocidade, de reflexão do percurso, ou um singelo bom dia... Preenche um pouco o espaço da distância e tira a sensação do "só".
Não é sobre ter alguém e sim viver um sonho.
É isso.
Jefferson Caldas
SENTIMENTOS
Jaz o ouro do pó da terra, onde as palavras não podem expressar sentimentos. Jaz da água tanto sentimento que palavras são poucas para nós dois. Jaz o medo do amor; medo do final feliz; medo de gritar ao mundo, aquilo que sempre quis. Se eu julgo os teus olhares, encontro-me no paraíso, se jaz aqui o vento inquieto, amarei-te eternamente, sendo com ou sem teto.
Sabes, eu só mesmo queria
Poder ver te naquele crítico dia
Saber, poder, dar te um beijo
Esse, que é meu mais intenso desejo.
Nada dura para sempre, seria
A chama ardente que tanto ardia,
Que tanto causara regalo como dor
Esta peça, nunca reminescente de outro amor.
Eu, com esta amarga sabedoria
Sou algo a que toda a gente se oporia
Porque não há outro que nesta hora
Possa viver como eu no mundo lá fora.
Continuo aqui, na ferrovia,
A passar a ferro algo que ninguém queria,
Nem neste nem noutro qualquer mundo,
Continuo aqui, sempre, surdo e mudo.
FAMÍLIA CONSTELAÇÃO
Juntos, as estrelas brilhavam, formando a família constelação. Quem olhasse o céu pelo norte, encontraria as mesmas estrelas daqueles que olharam pelo sul, pois, há coisas que a distância, o tempo, a dor, o caos, e todas as coisas que remalinhem agora a tua mente, não são capazes de separar. Houve um dia, em que certa estrela observou uma luz cair do céu, achou haver perdido um membro de sua família, mas nunca houve de existir estrelas cadentes, aquilo que se via era apenas meteoro. Nascemos, e é preciso que cortem o cordão umbilical, mas há laços que nunca hão de separar.
Como dói não ser recíproco
Como dói a indiferença
Essa mata mais que guerra
Mesmo que você não me pertença
Meu coração, por ti, se enterra.
Por onde passa a mudança
Tudo no mundo muda
Seja tamanho ou altura
As vezes muda comprimento
Então, muda espessura.
Há quem mude por prazer
Também se muda por tristeza
E há quem muda na dúvida
Ainda, os mudam com certeza.
Tem quem muda por vantagens
Ademais, quem muda de graça
Os que acham difícil mudar
Até de lado da rua ou da praça!
Mudança inicia ao nascer
Sai do silêncio ao choro
Depois abre os olhos e ver
Solta a língua diz desaforo.
A infância
Sempre recordamos nossas infâncias
Lembramos das flores
E encaixotamos as dores
Negligenciadas
As flores
Murcham
Apodrecem
E morrem
Quase sempre solitárias!
Já aquelas dores...
Inquietas
Naquela caixinha
Tão apertada
Crescem
Consomem
Matam
Mas nunca morrem!
Em tempos difíceis, lembre-se:
"tempo de chorar e tempo de rir,
tempo de prantear e tempo de dançar,"
Eclesiastes 3:4
E então seu coração se acalmará porque saberá que tudo em breve passará.
Cabelos como da cor das tulipas,
olhos quentes como o próprio sol,
jeitinho de estrela famosa,
pena que nunca pude dizer,
que em todo aquele tempo eu
amava você.
Chuva, aquela que cai lá fora, transborda nas folhas, alagam as caules
Ela também cai aqui dentro, goteja no rosto, inundam as vestes, retratam as marcas
O volume não dita a beleza, a tragédia, o que mostra é a gente, e dentro da gente, o sol não se põe, só chove, só molha, aqui chove, enchente.
Copo de Vidro
Quando um copo de vidro é quebrado,
você pode tentar colar seus cacos.
Mas este copo se tornará frágil,
e ele quebrará de novo e de novo.
Não importa quantas vezes você cole,
serão caquinhos cada vez menores,
nunca será um todo novamente.
Serão apenas caquinhos desconexos,
que você tenta e tenta conectar.
Não importa o quanto você se apegou,
ele não será mais aquele copo.
Sendo assim, termine de quebrá-lo,
quebre em pedacinhos menores ainda.
O transforme em areia novamente,
e deixe-o ser levado pelo vento.
PAPAGAIOS
Sempre admirei muito os papagaios. Amava as cores vivas, seus olhares profundos, e a sua fiel inteligência. Ao contrário dos outros, ele diferia, era especial, sabia falar. Por muito tempo admirei somente a forma em que se expressava. Ele sempre ME dizia o que EU queria ouvir, repetia as minhas palavras exaltando MEU ego, chamava por MIM a todo instante. Com o tempo fui deixando a infância, e como consequência comecei a questionar as falas e o comportamento raivoso do meu papagaio; toda vez que lhe dizia, "Por que você está me tratando dessa forma?", ele repetia a mesma fala, mas eu era criança demais para entender, e sempre me culpava. O papagaio que muito admirei quando criança, para mim já não fora mais o mesmo, mas ele era, ele sempre foi assim.
A VISITA DA MORTE
Às vezes a morte grita nos meus ouvidos, por sorte, já não me assusto mais. Tornou-se comum para mim, gritar, buscando ofuscar o grito do fim. A morte não tem feição! Aparece sempre quando estou sozinho, me oferecendo seu abraço em meio a carência, e por mais doloroso que seja recusar, nunca o aceitei. Vivo nessa torre como Rapunzel, esperando que pelos meus cabelos alguém me salve; a verdade é que há anos aguardo esse momento, mas é difícil encontrar alguém! Eles nunca pensam que quem está em cima precisa de ajuda para descer.
DOR
Se o vento soprar silêncio
E me perguntar o que é a dor
Direi no vão momento
Que é ausência de amor.
Mas, se insistir o que é tristeza
Causa de nos magoar
Direi então é a beleza
De sorrir para não chorar
Que são fagulhas de espinhos
Que penetram minh´alma
É a distância do carinho
Do tudo que fez-se em nada
Posso dizer sentida
Que a dor é pranto que cai
Que é todo o mal que fica
Quando todo bem se vai.
HORMÔNIOS
Apenas falando, você me injetou serotonina. Fiquei louco de alegria e minha única vontade era de partilhá-la com o mundo. Assim o fiz, compartilhei, compartilhei, compartilhei, até o momento em que o efeito da injeção passou, e eu me vi carente do teu afeto. No dia seguinte você não me aplicou serotonina, fiquei triste, e mesmo sem intenção, compartilhei...Custou entender que meu humor já não pertencia mais a mim, e sim ao reflexo da forma que você me tratava. Bobamente acreditei que tudo era reciprocidade, quando somente perdia-me em ti, a ponto de, agora, não saber quando realmente estou feliz.
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