Poemas Juventude
A primeira idade, infância e adolescência,
é a fase de aprender para poder viver;
a segunda idade, juventude e idade adulta,
é época de viver aquilo que aprendemos;
já a terceira idade é tempo de ensinar
tudo aquilo que aprendemos vivendo.”
A revelia
Sou o poeta que escreve seus versos nos muros
artista dos becos e das vilas que declama suas dores e amarguras
sou o filho do meio, de outros tantos, criados a revelia e sem recursos por uma dona Ana ou uma dona Maria...
Na rua sou ligeiro, nem bala perdida me acha
sou rima faceira que combina em seu corpo tempo e espaço, ódio e amor, paz e guerra
sou a linha de frente da guerra, a lâmina da faca, o cano do fuzil
sou o verbo inteiro, vez ou outra partido ao meio, transformado em refrão
sou o mundo inteiro e o meu bairro
e o desespero da mãe quando falta o pão
sou a minha esperança
a ponta aguda da lança - nunca se esqueçam!
Sou o pai de família que acorda todos os dias bem cedo
e segue firme sem pedir arrego, sem desejar vida fácil.
Sou o pretinho longe do tráfico, salvo pelo passinho e pelo futebol
sou a segunda parte do hino nacional que ninguém canta:
a liberdade
os campos verdes
o lábaro que ostentas estrelado.
Sou apenas mais um filho da pátria Brasil com nome de santo
feito outros tantos Silvas nos becos, nos morros, nas periferias
apenas mais um brancopretovermelhoamarelhoíndio e favelado
renegado pelo sistema, vestindo preto por fora e por dentro.
Máquina de moer jovens e afins#11;#11;
Tá! Eu me deixei levar. Mas o assédio era grande demais!#11;
Aqui na periferia é tudo meio assim, páh!
#11;Tá ligado? Difícil de segurar.#11;
E sem perceber, Tum! Seu mundo cai.
#11;Feito o mundo de tantos outros por aqui.#11;
Aqui na quebrada é foda, ninguém goza dos direitos plenos#11;
aqueles garantidos pela Constituição.#11;
Os políticos quando aparecem, agem como se fizessem favor pra geral#11;
parecem fingir que não existem problemas,
se pudessem, invisibilizariam-se. Mas não podem!#11;
De vez em quando têm de mostrar a cara.#11;
Aqui não tem praça, não tem quadra de futebol, não tem lazer pro jovem#11;
não tem quase nada. Tem muita coisa; ciladas e tal. #11;
E agora, é esse cada um por si de todos os dias#11;
essa agonia de caminhar pelo bairro observando 360 graus#11;
sendo observado, como se presa fosse. Aviso: - Fácil a caçada não será.
Posso garantir que haverá resistência, luta e sangue também terá.#11;
Talvez, amanhã, até corpos encontrem pelas sarjetas. Garanto: #11;
- Não terão pouco mais de uns verões e algumas primaveras.
#11;Dados estatísticos de uma realidade cruel, números#11;
que, infelizmente, incrementarão a próxima campanha de um político qualquer.
A pior velhice
não é aquela que vem com os anos;
é aquela que está dentro das pessoas
ainda na flor da idade.
Na ponta da lança
Da taça jogada ao chão com força,
o sangue que se esvai como em um serpenteante rio em curvas
em busca de direção na vida
desembocando em um mar de dúvidas.
Do vinho derramado por todo o caminho
a dor contida na lágrima que percorre sentidos
- de choro e de riso.
Fazendo transbordar oceanos inteiros
com uma só gota de inquietude e bruteza
entalada no canto esquerdo do olho direito,
estupefato por enxergar tanta maldade.
Olhos cansados do dia inteiro
e devido a fumaça opressora instalada no caos proposital,
agora muito vermelhos.
Do rio de sangue e de lágrima
que se forma no contorno de segundos intermináveis...
A malta de guerreiros mascarados que segue:
Com a mácula imposta a sua honra,
por uma gama de ações, antes impensáveis!
Desembestados na linha de frente da guerra,
Varrendo tudo pelo caminho
como uma manada desembestada de touros,
fazendo jus a armadura herdada
e defendendo bravamente seu tão cobiçado ouro.
De lá:
A espada covarde que aponta e assina a pele,
mirando alvos estáticos
e braços erguidos ao ar.
Do lado de cá do front:
Os punhos cerrados da malta
e a coragem que transborda no peito.
E o que se vê em meio a tudo isso
é apenas a sombra de um velho gigante,
que a propósito... Acaba de acordar!
Até que um dia tudo mude,
e os silenciados não tenham mais que se calar.
'Neguinho'
Censuram-te!
Não permitem-lhe o livre pensamento
a livre expressão.
Vendem-lhe produtos que não lhe servem a nada
obrigam-no a andar sempre na linha
e andando sempre tão reto, jã não percebes
o quanto te curvas, o quanto és servo de tal esquema?
Que sistema é esse, que cega nossos jovens, cega nossos adultos
e agora, cega também as nossas crianças?
Enquanto você dorme tranquilo este teu sono alienado
a morte espreita-o, feito um predador à presa.
Sem que percebas, fecham o cerco à tua liberdade
já não és mais livre, mesmo que pague, se puder pagar!
Mas antes, acenam-lhe com uma invenção de última época
afagam-lhe a nuca com um mimo qualquer.
Tocam música boa ao pé dos teus ouvidos
amaciam a tua carne com as marcas da moda
as propagandas enchem a tua mente do mais absurdo vazio
não há em você mais consciência ou razão.
Inerte e sem reação, você perde, o sistema ganha.
Em menos de um segundo, uma bala perdida
- bem no meio da testa - te encontra por acaso,
numa esquina qualquer de um bairro qualquer da periferia.
O sistema vence mais uma
e você perde toda a sua inocência de uma só vez.
Saudade.
A língua portuguesa é tão rica e por esta mesma causa tornou-se muito invejada pelos inventores de palavras. Basta receber alguns comentários mais afoitos para sentirmos quão grande são as palavras criativas de resumos e invencionismos, nesta nossa tão querida e maltratada língua, por parte exclusiva das grandes "pérolas do Enem nacional". Isto faz-me recordar que somente nós, usuários deste vernáculo temos uma única palavra que exprime um grande e gostoso, ou não, por vezes triste sentimento, o qual chamamos de saudade.
É esta uma das palavras mais presentes nas poesias de amor da língua portuguesa. Pena que a educação em "lato sensu", presente verdadeiramente entre os anos de 1950 a 1970, quando as escolas profissionalizantes grátis, com o "curso científico", nos auros tempos do "tesouro da juventude", enciclopédia, até hoje insuperável em compêndios e conteúdo, presentes na maioria das bibliotecas escolares, eram ofertados a grande massa populacional, incluindo os menos abastados trabalhadores e aos seus filhos, por direito, quando tanto as prefeituras, estado e governo federal, comungavam de um ideal único, que era o desenvolvimento e a preservação da soberania nacional, resquícios das benesses implantadas pelo saudoso e insuperável presidente Getúlio Vargas, verdadeiro e único pai dos pobres.
Transformados que fomos em eternos órfãos, por mais que morramos nós e nossos sucessores filhos, nunca nos sentiremos novamente, um dia, adotados sequer, pois o egoísmo indecente daqueles herdeiros políticos que o sucederam, desde então, sequestrando nossa capital federal aqui do Rio (RJ), para escondê-la, a seu bel prazer e deleite, nos mais longínquos rincões do sertão brasileiro, sonegou-nos o simples direito adquirido de sermos, ao menos, felizes.
“O pássaro se torna, uma águia, quando sabe pousar.
Assim, é a primavera aliada à vida,
se tornando juventude,
sem dias e nem horas contadas.”
Ela se prende, dentro do seu quarto e arrepende.
Ele só corre, por esse motivo mal ele dorme.
São apenas dois jovens e vocês imaginando bobagens.
Não são dois jovens, são apenas dois personagens.
Somos sopro, somos pó
Nada se joga fora
Nada devemos perder
Agarre com força as oportunidades
A sua juventude não é eterna
A eternidade é infinito indeciso!!
O albino
O branco
O preto
O menino
O mano
O neto
O idoso
A idosa
Os pais
Formam o verso
Da prosa
De paz
Pois todos somos iguais
Todos todos todos
Somos todos iguais!
O que transforma as meninas de hoje em mulheres mas cedo?
A alto suficiência de se própria ou fato do corpo aparentar uma mulher ao invés de uma menina.
isso é o mistério da vida na atualidade.
Quando as meninas se ornam mulheres mas cedo e com isso vem a dura realidade da vida de uma verdadeira mulher.
E cedo contrair filhos e marido, e logo uma casa para cuidar esquecendo assim sua juventude.
Que perdida não tem mas volta a não ser a dura realidade.
RIO VERDE
A nuance da mocidade
Habita-a,
Arde como brasa.
Na pele,
Nítida as intempéries
Vividas na luta
Seara, bem como, na cinza.
O Rio Verde,
Profundo e inestimável,
Enaltece a riqueza
De sua alma.
O mundo é atroz,
Mas sua sutileza deixa-o
Afável e vívido.
Dessarte, não tema.
Sobre o tempo...
"Constantemente... me vejo lembrando da minha infância. O mais engraçado de tudo é que... mesmo quando eu era ainda criança, tinha consciência a respeito do tempo, sabia que era uma fase e não queria que ela morresse, jamais.
Eu procurava fotografar, com os meus olhos, cada instante, com uma riqueza imensa de detalhes, para depois, no futuro... me lembrar dos bons momentos. E assim foi... eu não queria aceitar a morte da infância e o nascimento da adolescência... depois não queria aceitar a morte da adolescência... para ingressar na vida adulta.
Por quê? Eu não sei... mas esta sensação ainda me acompanha. Aceitar a morte dos eventos, ainda que sejam incompletos, ciclos que não foram fechados de forma clara, coisas mal resolvidas... "
A sociedade contemporânea testemunha uma geração juvenil marcada por uma inquietação e desorientação palpáveis, cujas dificuldades atravessam tanto o campo profissional quanto o pessoal.
Nesse cenário, os pais se apresentam como pilares de apoio, empenhados em oferecer direcionamento e amparo aos seus filhos.
Contudo, os jovens revelam uma tendência a desistir facilmente diante dos desafios, seja abandonando empregos às vezes após o primeiro revés com o chefe, ou mudando de rumo acadêmico no meio do percurso, desencadeando um futuro impregnado de incerteza e desânimo, onde as promessas de sucesso se distanciam progressivamente, deixando os jovens em um estado de apreensão e falta de clareza em relação ao seu destino.
Quero seduzir o tempo
Para ir mais devagar
Subornar o meu relógio
Para deixar de girar
Achar a infinitude
A fonte da juventude
E a vida eternizar
O JOVEM
Muito pai já controlou
a vida do filho seu.
Lá na frente não viveu,
só fez o que o pai mandou,
não criou, não inovou.
O jovem tem rebeldia,
é pessoa arredia.
Não é só má-criação,
é também demonstração
de que quer autonomia.
O coro e o desaforo do moço fazem parte da idade, mas não podem ser soltos ao gosto.
Exigem um esboço — de limites, de rumo, de estrada —, pois sem norte, a juventude se perde na própria pisada.
Cabe ao adulto, com firmeza, tato e sabedoria, ser guia, para que o impulso não vire ruína; sem freio, a juventude se atropela na própria sina.
Amor e seus sentimentos
Amor saudades = sofre-se com
a ausência.
Amor querer = importante como
viver.
Amor companhia = não existe
interesse carnal, só o
sentimental.
Amor conveniência = nada traz,
nada deixa, só desânimo e
impaciência.
Amor distante = desespero ,
sonhos, saudades.
Amor de infância e juventud e=
são puros, sem maldade cheios
de querer.
São os mais difíceis de se
esquecer.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras R.J
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Membro da ACILBRAS
TEMPO DE CRIANÇA
Guardo na minha lembrança
as antigas brincadeiras.
Era grande a gritadeira
lá na minha vizinhança
no meu tempo de criança.
Jogar bola e pedalar,
fazer a pipa voar,
soltar forte o peão,
tudo na recordação...
que vontade de voltar!
