Poemas inteligentes
Sacode poeminha!
Chegando em delicadas brisas.
Levando tantas peninhas.
És paz para hora da farturinha.
Lugares áridos...
Olhas a dintância e o relento, vê!
Súbita consciência em fazer-te azul...
Clareando pensamentos dos dias de teu sol.
Pois tudo o que Deus criou é bom, e, nada deve ser rejeitado, se puder ser recebido com ações de graças.
1 Timóteo 4:4,5
Não dá voz ao que pensares, nem transforma em ação um pensamento tolo.
Sejas amistoso, sim, jamais vulgar.
Os amigos que tenhas, já postos à prova,
Prende-os na tua alma com grampos de aço;
Mas não caleja a mão festejando qualquer galinho implume
Mal saído do ovo.
Procura não entrar em nenhuma briga;
Mas, entrando, encurrala o medo no inimigo,
Presta ouvido a muitos, tua voz a poucos.
Acolhe a opinião de todos – mas você decide.
Usa roupas tão caras quanto tua bolsa permitir,
Mas nada de extravagâncias – ricas, mas não pomposas.
O hábito revela o homem,
E, na França, as pessoas de poder ou posição
Se mostram distintas e generosas pelas roupas que vestem.
Não empreste nem peça emprestado:
Quem empresta perde o amigo e o dinheiro;
Quem pede emprestado já perdeu o controle de sua economia.
E, sobretudo, isto: sê fiel a ti mesmo.
Jamais serás falso pra ninguém
Adeus. Que minha bênção faça estes conselhos frutificarem em ti.
A administração, organismo autoritário,
é feita de papel, isto é, de figuração de coisas.
(In: O Avesso das Coisas - 6º Edição, 2007.)
Ambição
A ambição torna os homens audazes;
a audácia sem ambição é privilégio de poucos.
- Carlos Drummond de Andrade, In: O Avesso das Coisas - 6º Edição, 2007.
O cego e a guitarra
O ruído vário da rua
Passa alto por mim que sigo.
Vejo: cada coisa é sua
Oiço: cada som é consigo.
Sou como a praia a que invade
Um mar que torna a descer.
Ah, nisto tudo a verdade
É só eu ter que morrer.
Depois de eu cessar, o ruído.
Não, não ajusto nada
Ao meu conceito perdido
Como uma flor na estrada.
Cheguei à janela
Porque ouvi cantar.
É um cego e a guitarra
Que estão a chorar.
Ambos fazem pena,
São uma coisa só
Que anda pelo mundo
A fazer ter dó.
Eu também sou um cego
Cantando na estrada,
A estrada é maior
E não peço nada.
Do livro "Fernando Pessoa - Obra poética - Volume único", Cia. José Aguilar Editora, Rio de Janeiro (RJ), 1972, págs 542/543. (Fonte: Projeto Releituras)
Abat-Jour
A lâmpada acesa
(Outrem a acendeu)
Baixa uma beleza
Sobre o chão que é meu.
No quarto deserto
Salvo o meu sonhar,
Faz no chão incerto
Um círculo a ondear.
E entre a sombra e a luz
Que oscila no chão
Meu sonho conduz
Minha inatenção.
Bem sei... Era dia
E longe de aqui...
Quanto me sorria
O que nunca vi!
E no quarto silente
Com a luz a ondear
Deixei vagamente
Até de sonhar...
(Extraído de Cancioneiro – PDF Ciberfil Literatura Digital - Página 7)
Escrevo e divago, e tudo isto parece-me que foi uma realidade. Tenho a sensibilidade tão à flor da imaginação que quase choro com isto, e sou outra vez a criança feliz que nunca fui, e as alamedas e os brinquedos, e apenas, no fim de tudo, a supérflua realidade da Vida...
(Fonte: PESSOA, Fernando. In “Correspondência (1905-1922)”, Lisboa: Assírio & Alvim, 1999, p.150. / Fonte: Templo Cultural Delfos)
Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! Ser ‘gauche’ na vida.
(Do poema "Sete Faces"/in: Alguma Poesia, 1930.)
Porque eu sou do tamanho do que vejo E não do tamanho da minha altura.
(Do Livro do Desassossego - Bernardo Soares – Fonte: Domínio Público)
"Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações". (O guardador de rebanhos)
“Os Deuses, se são justos em sua injustiça, nos conservem os sonhos ainda quando sejam impossíveis, e nos dêem bons sonhos, ainda que sejam baixos”.
(Do livro do Desassossego - PDF – Bernado Soares)
Nunca sei como é que se pode achar um poente triste.
Só se é por um poente não ter uma madrugada.
Mas se ele é um poente, como é que ele havia de ser uma madrugada?
( Alberto Caeiro [Heterônimo de Fernando Pessoa])
"A fé e a incredulidade trocam de lugar a todo momento no homem curioso”.
(em "O avesso das Coisas". São Paulo: Editora Record, 2007.)
Cada dia é tão só-um!
Dura tão pouco e arde tanto!
Quanto mais de mim me espanto
Mais o tédio □
(escrito em 17.5.1913), In Poesia)
“A beleza ainda me emociona muito. Não só a beleza física, mas a beleza natural. Hoje, com quase oitenta e cinco anos, tenho uma visão da natureza muito mais rica do que eu tinha quando era jovem”.
( trecho da última entrevista. in: "O suplemento Idéias", do Jornal do Brasil, de 22 de agosto de 1987.)
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