Poemas Góticos
Ventania no Cerrado
Chia o vento no cerrado seco
Num grito fugaz de melancolia
Zumbindo a sequidão num eco
Nos tortos galhos em poesia
Este vento que traz solidão
E também traz especiaria
Dando aroma a esta emoção
E combustão a esta ventania
Calado pelo canto da seriema
Que com o sertão tem parceria
Choraminga o cerrado em poema
Das folhas secas em sua correria
Desenhando no vasto céu dilema
Do rústico e o belo em poesia
Musicando a natureza suprema
Da diversidade em sua agonia
(Vai o vento em sua romaria.)
Luciano Spagnol
...Pedaço de mim é poesia
Escritas em pedaços de vigor ou melancolia
Pedaço de mim é paixão
Nos pedaços do afeto onde sempre fiz alusão
Pedaço de mim é dor
Antagonizada nos pedaços da alma em louvor
Sou pedaços, parte, um todo no amor...
Só uma vida
Só o amor
Um par de pês
Muita Melancolia
Minha querida
Foi você que me salvou
Você que me afundou
Uma bela visão
Uma coisa vivida
E uma composição
Um sofrimento
Uma ilusão
Um pensamento me fugiu
Uma vida
Um sentimento
Um amor
Um sofrimento
Um céu azul
Uma estrada
"Melancolia da Chuva"
Ouço a chuva
Que se atreve a bater na janela,
Formando poças e passarelas,
Abrindo caminhos rumo à imaginação.
Agora a vejo delicada e singela,
Chamando-me de poeta, dizendo que sou dela
Sem dispor - se da razão.
O barulho dos respingos no chão,
Mostra ao meu redor a solidão,
Traz - me em memória tua face,
Lembrando - me que contigo sou enlace
Que completa a tua canção.
Sua ausência deixa um vazio.
Sem rumo escrevo estas frases,
Até que essas poças transformem - se
Rios.
DESATINO (soneto)
Ó melancolia do cerrado, a paz me tragas
Solidão em convulsão, aflição em rebeldia
Dum silêncio em desespero, e irosa agonia
Ressecando o coração de incautas pragas
Incrédula convicção, escareadas chagas
De ocasos destinos, e emoção tão fria
Do horizonte de colossal tristura sombria
Que rasga o choro em lacrimosas sagas
Ó amargor do peito engasgado na tirania
Duma má sorte, e fatiadas pelas adagas
D'alma ao léu, tal seca folha na ventania
Pra onde vou, nestas brutas azinhagas
Onde caminha a saudade na periferia
Do fatal desatino em pícaras pressagas?
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano
Melancolia
Sombria melancolia que me
assola ao meio dia,
a meia-noite me desafia,
deixa a manhã fria,
à tarde me causa paralisia.
Via que me tira alegria,
quero dias e noites de sabedoria,
uma vida sadia sem terapia,
outra vez a primavera que minha
vida floria com eufonia,
o inverno que você aquecia,
o verão que amor entre nós havia.
Escrever uma poesia
Não acontece todo dia
Pode ser um estado de graça
Ou de melancolia.
Djanira do Carmo Lopes
Outono
Deus criaste o outono para aumentar minha melancolia.
As sombrias paisagens bucólicas, nos remete à pensamentos conflitantes.
Árvores despidas, tremulando entre a neblina fria, até que o incessante vento despoja a veste branca e os dias curtos com ares secos amargam até o céu da minha boca.
Preciso de cores, cheiros e o brilho das mágicas flores.
Quero revigorar a vida, dias longos e ensolarados para reabastecer-me de vibrações e energias positivas.
Que o equinócio da tristeza tenha um lindo e breve fim.
Quero a vida!
Eram as estrelas de Bilac
A valsa de Casemiro
A melancolia de Florbela e a sensibilidade de Cora
Que me faziam Sonhar!
Sim, eu escreveria também!
Às tardes
Todas as tardes perto do sol se por,
toma conta de mim, uma melancolia
uma saudade, aquela falta do teu
carinho, o calor do teu amor tua presença.
A ausência tua dói, fazes falta amor.
Só resta deixar o pensamento vagar,
lembrar de tudo que vivemos, os risos
dados em momentos difíceis de esquecer,
tínhamos um sentimento forte , só nosso.
Um querer lindo que até hoje ninguém viveu,
só você e eu.
Se dele te lembras não sei, partistes não posso
por ti responder.
Para mim, não consigo ficar sem nele lembrar
esquecê-lo então, nem pensar.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Para mim a melancolia é uma apatia doentia
Que no presente não impede que um passado
Momento volte no tempo pra trazer de volta um
Antigo sentimento, sentimento que ainda existe
Meio triste, mas que resiste e insiste, pois ainda
Aquiesce, aparece, pede, aquece e até parece
Que não desaparece no pensamento, que não se
Perde ou que se esquece com o passar do tempo!
Guria da Gaúcha Poesia
Melancolia é quando o pensamento
Aquiesce o momento que pede aquele
Sentimento que ainda nos aquece, que
Não se perde e se esquece com o tempo!
Guria da Gaúcha Poesia
Lamentando o hoje
Melancolia, melancolia,
Ouço o seu grito,
Melancolia, melancolia,
Me preocupo com a noite e o dia,
As aves cantam na janela do meu quarto,
A lembrança de você todos os dias,
Por mais que tente dizer que não,
Tanto faz, a solidão não me deixa em paz,
O perfume das rosas,
Entontecem meus pensamentos já tão tristes,
Por seu perfume de rosa, que não mais existe,
Por ter somente a lembrança sua,
E me perder nas horas,
Noite e dia, os jardins choram,
Por falta do néctar de suas pétalas,
No amanhecer, na aurora.
Tudo que passa, volta,
Tudo que volta, não tem sentido,
Pois a vida, é mais que esperar,
É escolha, é saudade, é solidão,
Sentir para viver,
Viver para suportar,
A falta de alguém para amar.
Esperar, é sábio,
Reconhecer é divino,
Notou-se que para ela,
És somente um outro alguém,
Que na sua vida atrapalha,
Pois ela sem você, viveria muito bem.
MELANCOLIA
Tem dias que a alma se agita,
E a gente se cansa de correr uma milha sem sair do lugar.
Tem dias que a gente queria gritar tudo aquilo que sufoca,
E em outros a gente quase se asfixia com as verdades que não vomitou.
Tem dias que a gente é dia nublado,
Desses que se desabam em água, destruindo algumas coisas mas lavando tudo.
Tem dias que a gente abre os olhos mas não quer acordar,
E em outros a gente nem dorme porque os olhos não fecham.
Tem dias que a gente se enrola, se embola,
Se aperta com a esperança da dor passar.
Tem dias que o coração se angustia,
E até pensamos que ele pode mesmo se partir.
Tem dias que a gente ri pra não chorar,
E em outros a gente apenas chora mesmo.
Tem dias que a gente foge da vida,
Mesmo sabendo que ela sempre encontra a gente.
Tem dias que a gente espera que passe logo,
E outros que passam quando menos se espera.
Mas a alma é forte, se recupera.
A alma acalma quando encontra colo,
E se cala quando encontra abrigo
Nos braços do Pai.
Polinizada lá se vai a buganvília
Deixando a carestia e melancolia
O bico de papagaio se falasse
Duvido se para o céu não cantasse
Chega a ser fatigante encontrar as petúnias
Da raridade de achar nessas megalomanias
A extinção cerca a venustidade ademais a jade
Causando o cinéreo com tons de salubridade
Matando a foice o multicolor congênito
As que mesmo a orquídea floresce, deixando-me atônito
Fantasma dos sótãos escuros
Não deixa de aflorar na pedra dos puros
Camélia rosácea que representa os crisântemos
Que suporte a pressão dos ventos eternos
O cadáver que tornou a sua dor
Seja pacificada em breve flor
Que onde for que encontre sua extravagância
Para meus olhos e uma bonança
Sinal nas cores e formas uma linda lembrança.
Noite de melancolia
etéreas nuvens vestindo o infinito
um canto ecoa na imensidão
sombras indefinidas vagando pelo azul
um leve clarão de saudade
devagar a divagar a alma flutua
nos versos translúcidos de céu e mar.
Só melancolia
Quando lhe via
Sorria e sentia
Tristeza havia
Pois ja sabia
Depressa te vi
As seis tu parta.
Fone mudo.
Sou a música mais gritada
E você a lenta melancolia
Arrepios e inspiração
Fé e salvação
Abra seus olhos e veja
Melodias não saem do papel
Se ninguém as tocar
Vamos tocar, vamos cantar
Estourar o som
Vamos cantar, vamos tocar
Até que as luzes se acendam
Eu estarei aqui
Gritando e gritando
Enquanto meu fone mudo
Escuta a minha mente
E toca seu coração
Me desculpe
Vou desabafar
Uma dor
Que me faz desabar
Oh vida
Quanta melancolia
Dor ao peito
Que me agoniza
Sufocando-me
Em todo momento
Vou desistir de viver
Me perdoe
Ninguém sentirá falta
Vou me desabar
Num precipício
Que será o local
Do meu suicídio
Oh vida
Que vai embora
Tão tão depressa
Não fará falta
Para ninguém
Pareço um ser
Que é desconhecido
Como uma cor
Pintada numa
Máscara de veludo
E em meus momentos de fúria
Não havia ninguém lá
Apenas o desespero
A melancolia gritava em minha mente
A tristeza me mantinha vivo
Os dias eram longos
E nesses momentos, eu era honesto comigo mesmo
Não havia felicidade
Não havia controle sobre nada
O que há é a tristeza sempre presente
E ela se esconde dentro de cada pessoa
Queremos ignorá-la
Mas ela é o bicho papão de cada um, a personificação do medo
A evitamos a qualquer custo
Mas é apenas nela que somos racionais
Que vemos o mundo como realmente é
Na escuridão, nós somos nós mesmos.
