Poemas e Poesias
Vezo
Furtarei a tua fragrância...
Sinto todos os dias
O teu aroma!...
Vou me banhar no teu corpo,
Todas as noites de jasmim!
Só para degustar o teu
Perfume.
Geração
Bem vindo ao mundo
Suas primeiras palavras
- O choro...
Amamentou-se...
Bem vindo em casa
Sorria,
E assim aprendeu
A sorrir (que lindo!).
Não há mais boas vindas?
Já veio ao mundo!
(Amanhã e depois
Vai começar a sua história,
A nossa história... - Família)
O universo é uma escola
Imensa (boa sorte!).
Logo lhe jogam
No mundo
Para continuarem
Dando novas
Boas vindas.
Partida
Cava
A
Cova
De quem
Vai
Embora,
Sem a despedida.
Não há consolo
Abraço
Para quem fica.
Cava
A cova
De quem parte
E vira estatística
Nem todos
Se importa
Com a vida…
A
Vida
Do outro
Que vai
– Fica esquecida.
Não resta
Mais memória,
Queima
Os arquivos
Da história.
E espalham
Que nada
Vem sendo
Realidade
No coração
Humano
Também há
Maldade.
Cava
A cova
No mundo
De pessoas
Viva e por dentro
Morta.
Sintomas
Fonte a brotar linfas,
E seus cabelos soltos
Ao vento. – Guerreira.
Bravo o cacto a
Brotar no chão,
E vejo a sua beleza.
Aroma a exalar
Pelo ar, abuso de
Palavras é sinal
De amor. Apaixonado
Estava, rosa a face
Da amada,
Sinal de vergonha
Pode ser sintoma,
De querer…
Viver
É gostoso
Você saber
Amar a vida
É como você
Se banhar
Em um mar
De pétalas
De lírios
E sentir
O cheiro
Do lis
Vagarosamente.
É belo
Saber viver
O dia
Não deixando
Que ele escureça.
...
Não deixando de sentir...
Amor clandestino
Em toda minha vida
Subirei penhasco;
Subirei a plenitude;
Subirei o sublime;
O Monte Evereste,
O Cristo Redentor,
Degraus curvosos...
Apontarei que Maracujá
É a minha vida;
Sem Maracujá
Não sobrevivo;
Sou de Valéria
Mas beijo o interior
Da Bahia
Primeiro subirei
O infinito...
Para chegar
Ao maracujá!
Amor inefável
É inefável
A tua clemência!
O teu martírio, inexorável...
É mister
Saber cuidar-se.
Nem sempre
Se encontra uma mão,
Cuidado!
O seu coração
Que tanto
Sofre
Ficará lasso
Constantemente.
Pretérito do passado
Paixão!
Cores quentes...
(Que sonoridade).
Não! Não...
Por que roubaste
O meu ser oculto?
Miserável!
Deixo-me no nada.
Arrancou-me, mutilou-me
Deixando-me no além.
Ingrata,
Seus rastros
Voltaram
Para tentar roubar
Este lugar vazio
Que você me deixou
-pretérito, quero distância
De ti.
Fragrante
Assim como o aroma
Você me transforma!
Mirando o universo
Deixa-me no ar
A cada vento
De todos os momentos,
Não me esqueço
De você inadmissível
Fragrância
Vinda de todas
As partes do universo!
Foi amor
Não sei como
Mas tudo rolou,
Me entreguei a você
Da cabeça aos pés.
Tudo foi chamas
Que hoje se apagaram,
E só me restam
Lembranças.
Musicalidade
Vem distante
Não sei de onde,
É suave,
Não sei como
Esta caminhando
Pelos ares...
É uma música
Que vem
Da primavera.
Indecisão
Viver,
Morrer,
Ressuscitar
Extremos da vida
Tudo vai do que
Fica, tudo
Foge...
Em tormentos
Mas, no fundo,
Tudo é vício,
Tudo é droga
Coca-cola
Deita e rola
Num papel de cetim
E eu vou
E nunca fico...
Amor em distância
Anda nos ares
Olhando o infinito
Se procura vitória
Que vença.
Máquina
Às vezes a vida parece
Uma espécie de máquina agressiva
Uma máquina livre
Feito um pássaro
Cria asas, voa alto.
Perde-se
Deixando mágoas
Em formas de cachoeiras:
Bate e rebate
Nos seixos
Desmancham-nos,
Aos poucos diminuem,
Os torna um ser pequeno
E aos poucos se sentem pisoteados.
Porém, não bem somos
Uma máquina
Mas somos um ser
Capaz de se aperfeiçoar.
Vida
Amar, amar a sorte de viver,
E de tudo crer em Deus...
O mundo acabou, acabou para
Renascer em flores...
Poucos sabem o valor de viver!
Sonhar o impossível, e beijar
O infinito, e erguer a mão
Na plenitude, é ver a sorte
De renascer.
Renasça, e sempre
Como uma mariposa alçando
voou e um tigre nas vitórias,
Sem deixar de amolecer o coração.
De coração
Nos momentos montanhosos,
Vou exaltá-lo.
Que venha a ser
O pico do monte Evereste,
O levarei até o topo.
Quero guardar momentos
Eufóricos de um ser
Fantástico, extravagante, plácido.
Quero fracionar eternidade
À procura de um ser
Íntegro, não vendável, não comprável
Não tão fácil de ser encontrado
Você, meu grande amigo.
Fica tão triste a minha cidade !
Quando a criança que passa fome, tromba, rouba
se marginaliza e não vê perspectivas.
Quando quem pode não faz, quem faz quase nunca pode.
Fica tão triste a minha cidade !
Quando embriagado pelo poder,
o homem engana, trapaça e mente
Quando crescem os prédios e diminuem o verde.
Quando a desgraça bate à porta de uma família
e os vizinhos fecham as suas para não ouvirem os gritos.
Quando faz frio e não há manta ; faz calor e não há água.
Fica tão triste a minha cidade !
Quando quem deveria dar exemplo, peca.
Quem deveria dar segurança, oprime,
Quando há doces e brinquedos na vitrine,
A criança pedindo e o pai, no bar, bebendo,
Fica tão triste a minha cidade !
Quando a mentira é amiga do dia
e a vergonha se esconde na noite.
Quando a coragem termina e
a testemunha não comparece.
Quando o barulho ultrapassa a capacidade do sentido
e o ar quase impossível de se respirar , é vida.
Quando aos domingos e feriados suas ruas ficam desertas
Fica tão triste a minha cidade !
Quando há na segunda-feira, o choro, o cheiro da morte.
o carro batido, o cansaço, a estrada e a velocidade.
Quando o ônibus passa de manhã e a tarde,
com gente pendurada, com os pés dentro e o corpo fora.
Quando a alegria é a síntese de um momento bom,
e a desgraça é duradora, analítica e densa ..
Quando há o grito de gol e a alegria se agita,
a torcida se irrita, o pai de família e a criança,
antes de voltarem para casa passam no pronto-socorro.
Fica tão triste a minha cidade !
Quando o homem é triste,
pois a cidade triste é o homem triste.
