Poemas e Poesias
Apenas quero ouvir o som da dor do mundo,
Daquele que respirou profundo,
Ou daquele que chegou ao fundo.
De viver sorrindo,
Mesmo que na vida tudo está se distruindo.
Falou apenas para a escuridão,
Que existe um vazio em seu coração.
Quando aqueles que mais importavam lhe deixaram na mão,
Medindo tudo que sobrou, adivinhe encontraram a depressão.
Pegou a dor e a decepção,
E pulou pra ver se podia deixar sua solidão,
Criou asas apenas para ter sua própria punição.
Impossível ñ amar,
Mas apenas eu quero odiar,
Sentimentos que ñ quero corresponder,
E nunca quis me submeter,
Ferir aqueles que estão felizes,
Apenas deixaria cicatrizes.
Quem ao longe me deixou viver,
E agora é o mesmo que não posso esquecer.
"Solstício de Verão,
Estação de abundância.
Nele vem uma nova década,
Anúncio de uma Nova Era.
A beleza das orquídeas,
Aquece o coração"
Citação do livro 'DESPROGRAME-SE'
"Caminho feito de flores,
Presença de boas vibrações,
Centelha de amor,
Que abrasa a Terra
Alimento espiritual,
De beleza, paz, amor e alegria"
Citação do livro 'DESPROGRAME-SE'
500 mil motivos
para chorar
500 mil mortes
500 mil motivos
500 mil histórias
500 mil famílias enlutadas
500 mil despedidas
500 mil vidas que poderiam
Ter sido evitadas...
*Leandro Flores in memória às 500 milvítimas do covid/19.
O Consultório
Lugar de lágrimas, mas também de sorrisos
Muitas vezes onde se nasce a esperança
Lembranças de quando criança
Momentos de alegria e às vezes de dor
Que legal essa tal de empatia
Que no consultório me guia
Insight, dessensibilização, livre associação
Ressignifição e sensação
A luz ambiente
O sofá atraente
Um lugar que você se sente
Acolhido e compreendido
E onde nunca falta o lenço amigo
ENTRE PEDRAS E ROSAS
Por que razão felicidade é tão difícil?
Por que viver se torna às vezes sacrifício
Para dois seres que se adoram, como nós?
Que culpa temos de gostar-nos tanto assim?
E vamos gritar, rogar, lutar até o fim,
Vencer a angústia que sufoca a nossa voz!
Que importa o tempo de distância em nossas vidas?
Que importa a sombra de um passado de feridas,
Se nossas almas são ligadas na paixão?!
Que importa o espaço que separa nossos sonhos?
Que importa o curso de caminhos tão tristonhos?
Nem tempo e espaço, um grande amor reduzirão!. . .
Você se oculta sob o medo do passado!
Você confunde o nosso estado com o pecado!. . .
Não se atormente com a censura que nos pune!
Não se impressione com o desprezo dos mais frios,
Dos que do sentimento puro estão vazios!
Importa mais é a chama ardente que nos une!
Que importa a prova que contenta a sociedade?
Que importa o culto onde se esconde a falsidade
De dar-se o sim, sem ter certeza de o lucrar?
Que importa o brilho da aliança sem direito?
Que importa a marca dos tabus, do preconceito?
Importa mais é que possamos sempre amar!
Vamos unir os corações num só desejo!
Vamos calar nossa paixão num longo beijo,
Fazer do mundo um colossal jardim em flor!
Vamos viver a nossa vida sem receios!
Sejamos dois amantes de alma e corpo cheios
De muita luz!. . . De muita paz!. . . De muito amor!...
A ESPERANÇA É A ÚLTIMA QUE CORRE!
Vesti meu terno de domingo singular;
Botei perfume de alfazema pra agradar;
Corei meu rosto de cobiça de encontrá-la;
Saí de casa com meu passo de esperança;
Cheguei bem cedo na pracinha sem tardança;
Sentei num banco do jardim para esperá-la;
"Tem que ser hoje! Vou dar fim ao meu anseio!"
Colhi três ramos de determinada flor;
Lembrei palavras pra dizer com muito amor;
Provi meu peito do frescor daquele instante;
Cantei poemas e canções por distração;
Contei estrelas no horizonte em oração;
Sorri pra lua, com prazer no meu semblante.
"É só esperar pra ser feliz! Verá! Verá!"
Traguei fumaça de cigarro como um louco;
Senti pontadas de suspeita pouco a pouco;
Cruzei as mãos, adivinhando a má verdade;
Baixei meus olhos carregados de certeza;
Desfiz meu peito com soluços de tristeza;
Deixei cair três ramos murchos de saudade.
"Ela não veio! Santo Deus. . . ela não veio!"
Sequei meu rosto amolecido pelo pejo;
Ergui meu vulto fatigado de desejo;
Rumei meus passos no retorno à solidão;
Despi meu corpo umedecido da garoa;
Deitei meus sonhos num colchão largado à toa;
Dormi com a dor do desengano, da ilusão.
"Ela virá! Sei que amanhã ela virá!. . ."
AMOR VERSUS AMOR
Olhei teu rosto e então eu vi!
E te confesso — estremeci;
Me perturbei, me comovi.
O que de há muito eu carecia
Ali floria, tão patente,
Tão nítido, tão eloquente
Que eu temia ficar demente
Se não fosse vero o que eu via!
Se fossem palavras apenas,
Alguns gestos, algumas cenas
A traduzir ideias plenas,
Tranquilo eu podia ficar.
Pois palavras no ar se apagam;
Gestos. . . se diluem, se vagam;
E cenas. . . somente propagam
O que é simples, preliminar.
Mas o mais puro, o mais profundo,
O amor que aspira neste mundo,
Ali no teu rosto rotundo
Se espelhava, em todo esplendor.
Teus olhos, nos meus cravejados,
Lançavam apelos velados;
Rogavam que fossem amados
Com igual parcela de amor!
TEM QUE SER ASSIM?
já cansei!
já cansei!
Quanto custa o amor? Onde comprar?
Em que mercado o posso encontrar?
Se não, quem pode, pra mim, fabricar?
Já cansei de investigar. . .
Em que loja posso achar um querer?
Quem pode, por caridade, vender
Tal virtude, tal bem, esse prazer?
Já cansei de buscá-lo. . .
E alegria? Como hei de conseguir?
Que arquiteto há de, dela, me cobrir?
Que feitiço fá-la sempre sumir?
Já cansei de almejá-la. . .
Quem pode, a paz, ao meu peito transpor?
Que súplicas devo orar, por favor?
Que preço pagar e granjear amor?
Já cansei de pesquisar. . . já cansei!
Amor, querer, alegria e paz;
Meios de consumo que não têm mais.
Jóias raras -- saíram de cartaz!
Já cansei de procurar...
já cansei!
já cansei!
TODOS AMAM AS CORES
Muitos gostam do vermelho, a cor da vida;
Da chama ardente, que corações balança.
Muitos gostam da cor verde da esperança;
Da ramagem donde brota a flor querida.
Muitos escolhem o azul do céu sereno,
Que refresca os olhos e acalenta as almas.
Muitos preferem o branco das nuvens calmas;
Da paz tão rogada no globo terreno.
Preferências variam, pelas mil cores,
Revelando os mais diferentes valores
De tons, que reflete o arco-íris composto.
Só uma questão se faz no mundo aquarela:
- Afinal. . . o que seria do amarelo,
Se todo indivíduo tivesse bom gosto?!
PENÚLTIMA ORAÇÃO
Salve, minha Rainha, onde quer que estejas!...
Minha Rainha antiga, de um reinado antigo,
De um sonho deslumbrante que eu vivi contigo!
Quando naquela véspera, sob as cerejas,
Qual anjo enfurecido tu alçaste voo,
Desmoronaste o templo. . . mas eu te perdoo!
Perdoo pois pressinto que ainda voltarás,
Pois nosso amor foi grande, foi belo, foi puro,
Foi algo que não morre, não se esvai no escuro.
Não sei por onde andas, nem sei como estás,
Mas sei que sentirás toda a palpitação
Que sai deste lamento em forma de oração:
Não quero ser o elétrico azul celeste
A coroar planícies de um futuro bem.
Bastava ser um ponto, pra não ser ninguém!
Não quero ser a noite, que as angústias veste,
Ou mesmo a madrugada que lhes dá guarida.
Bastava ser um instante dentro em tua vida!
Não quero ser o banzo, ou mesmo a nostalgia,
Martirizando a fonte da felicidade.
Bastava ser um leve sopro de saudade!
Não quero a pretensão de ser pura alegria
Exposta em gargalhadas, mas de ser, no entanto,
Sorriso refletido no teu rosto em pranto!
SE EU MORRESSE AMANHÃ
Quantas vezes alguém perece em vida
Sofrendo a angústia de um amor desfeito!
E muito embora a dor lhe aperte o peito,
Consola-se na lágrima vertida.
E cerra os olhos (lembrança sentida).
Rememora o passado, satisfeito
De carregar um coração estreito,
Porém saudoso da paixão perdida.
Por isso é que eu me enlaço na paixão.
Por isso é que eu creio na salvação
Da alma, pelo amor que se perdeu.
Porque quem vive sem paixão. . . não vive!
Quem a domina. . . só metade vive!
Quem por ela morre. . . ao menos viveu!
TEMPO SEM TEMPO
Três meses passam... mas não passa a nostalgia.
Três meses passam... vai crescendo dia a dia
Uma revolta... uma saudade... uma esperança...
Três meses passam... e esta espera me atordoa.
Três meses passam... e a cidade me magoa
Com o mesmo chão... mesma rotina... igual lembrança...
Três meses passam pelo tempo e vão passando...
Três meses passam... e um de nós dois vai ficando
Sem mais revolta... com saudade... com esperança...
Três meses passam... três estágios da partida.
Três meses passam... fica apenas a sentida
Dor do tempo. Dor da espera. Dor da privança.
Três meses chegam... a alegria quase vem.
Três meses chegam... e um de nós agora sem
Uma revolta e uma saudade... só esperança...
Um ano passa... pouco tempo vida nessa.
Um ano passa... passará muito depressa
Com um ficando com coragem e confiança.
Três meses passam... passa tudo e nada volta.
Três meses chegam... despedida da revolta.
Tempo sem tempo... sem surpresas... sem mudança...
Um ano passa... passa a prova da saudade.
Ano de amor... ano de busca... de amizade...
Tempo de dar... de ter... de amar... sempre a esperança!...
Luz é você?
Esta tudo escuro, estou cego
Tudo esta coberto, meu coração eu checo
ainda bate? ou acabou de parar?
a verdade, não sei falar.
Minhas emoções, agora sem valor
Foram sufocadas pela dor.
Ainda vivo ou sinto?
também não sei, por que ainda existo?
A luz me sufocou
E aos poucos me matou
A escuridão foi o que me restou
Mas no momento crítico algo me segurou
será que a luz para mim retornou?
Estava certo de que faria o melhor
Mas nestes momentos perco a noção do certo ou errado
Pois a escuridão está sempre ao meu lado.
não consigo evitar
ela sempre está lá
Soprando no meu ouvidinho
para minha vida tirar
Mas de uma coisa tenho certeza
Quando a luz a mim retorna
ela reinará
e a escuridão, coitada
Não mais vaga achará
Luz, por que me abandonaste?
Me despedaçou e depois me deixaste.
Não quero a escuridão
será que o que eu fiz foi tudo em vão?
Luz é você?
Veio me resgatar?
Sorrindo ela me disse:
"Não se preocupe,
Final feliz Haverá"
Este será o desfecho?
Sabe, não sei lhe dizer
mas para ser sincero
este é o meu querer.
Luz, cadé você?
Dessa vez eu dei tudo de mim.
Os fragmentos contidos no ser, restantes de todas as tentativas em vão, juntei um a um com o resquício de força e a última esperança.
Mas não formam suficientes. Suficientes o bastante pra suprir todas as dores já suportadas, todas as lágrimas já derramadas, todas promessas descumpridas, todas expectativas frustradas. Não foram suficientes para conseguir ficar o tempo bastante pra se fazer presente, pra ter o contentamento de estar e permanecer. Dessa vez, finalmente vejo um fim, porque tudo que tinha findou-se, de todas as formas e maneiras possíveis deixei...
Deixei ir e não quero voltar, não quero o novo porque tenho medo de vê-lo partir novamente, e já não se fazem mais corações como antigamente.
Ajude-me
EU sinto o ar fresco em minha pele
Como é bom poder sentir
Me faz refletir sobre a vida
E como é bela a vida
Nada é eterno
PRECISO entender isso
Tempo que vai
Tempo que vem
DE tudo que já passei
Agradeço por sobreviver
Em cada abraço pra reaquecer o meu coração
AJUDA bastante pra vida valer a pena.
Escrever
Minha vontade é só de escrever, escrever e escrever. Escrever sobre política, religião, preconceito, homofobia, intolerância, "injustiça que assola nosso país", e outros assuntos que alimenta a massa. Mas aí estarei escrevendo somente o que todos já sabem, apenas em um ponto de vista diferente. Então, a partir de hoje minha preferência vai ser escrever sobre mim, sobre os meus fracassos não confessados, as minhas dúvidas, os meus desesperos e angústia
MARCO LITERÁRIO
Aponta o dedo
com a ponta do lápis.
A sua chave conectiva
exclui uma parte.
Cunha à vista
o movimento sintaxe e
reivindica o permanente dito.
Falsifica em crase
Fecha-se lacrado
Acusa-o lacrativo.
Literato práxis,
insinua diminutivo
e tende a achar ridículo
tudo que não é de praxe.
SAUDADE DE CASA
D’onde o sol corta a neblina.
Daquelas curvas acentuadas.
Deste barro em que sou carne.
Da terra indígena roubada.
Das linhas que marcam o asfalto.
Do mato que beira a estrada.
Das terras preenchidas de pasto.
Do deserto verde que desmata.
Dessa mistura de suas falas.
Das velhas cordas do violão.
De todo amor que nos embala.
Daqueles versos de sua canção.
