Poemas de uma Avó Aniversariante
Élcio José Martins
FAMÍLIA
Família tem contorno de ilha,
De avó, de mãe e de filha.
Tem o pão e o amor que compartilha,
Tem lição e instrução de cartilha.
A família é o esteio,
É o início, o fim e o meio.
É a avó com o coração cheio,
É o avô com as brincadeiras de recreio.
Família é a razão da vida,
Calma, suave ou atrevida.
É só perdão mesmo em bola dividida,
Só desiste dos seus, quando termina a partida.
É a rosa mesmo que o espinho doa,
É o calor mesmo ao tempo e na garoa.
Mesmo longe segue na proa,
Tem família severa e aquela que ri à toa.
Família é segurança,
É o ritmo da dança.
É a fé e a esperança,
É o sorriso e a alegria da criança.
Família é porto seguro,
É a liberdade cercada de muro.
É o verde fruto maduro,
É o amor latente, eu juro.
Família é o remédio e a cura,
É o ornamento de ternura.
É o médico que afasta o tédio.
É o lar, não importa o tamanho do prédio.
Família é a busca no aperto,
Na discórdia, no erro ou no acerto.
É a melodia do concerto,
É o símbolo que não precisa de conserto.
É a calmaria nas temidas tempestades,
É o amor no ceio das maldades.
É o entender das tenras falsidades,
É o afagar dos sonhos, dinamitando as vaidades.
Fujo, corro e escondo,
Pra mim, sou um estrondo.
Mas quando nada sai redondo,
É na família que acabo me recompondo.
Família é o astro que brilha,
É a lar recheado da mobília.
É a alegria dos pássaros cantarolando,
É raiz, é vida, É DEUS que está provando.
Élcio José Martins
Dona – fia
Eu conheci hoje a avó de um amigo, mulher e pessoa incrível,
mora em uma pequena fazenda, quase nunca vai à cidade,
seu lugar é no campo sendo acordada pelos pássaros.
É Inconfundível com seus óculos grandes já amarelados pelo tempo,
famosos óculos de fundo de garrafa, creio que ela os adquirira antes mesmo
desse nome ter sido atribuído a eles.
Com sua coluna já um pouco torta pelo peso da vida, mulher baixinha, sim!
Em estatura, e imensa em coração.
Conhecê-la foi como se Deus tivesse me permitido ver e tocar no rascunho da humildade, da bondade e da hospitalidade, beleza nobre e peculiar.
Carrega consigo o olhar de um poeta.
É uma verdadeira poetisa, corrijo! Mas seu rascunho é a vida.
E porque é chamada de “Dona – fia”? Bem, porque fora uma moça a vida toda.
SER AVÓ
Ser avó é muito mais que descobrir que o tempo passou para as mulheres.
É mais que ser feliz com a isenção das dores do parto.
É descobrir um novo amor quando pensamos já tê-lo conhecido na sua plenitude.
É um cuidado extremo e uma dependência que só alimenta a alma.
É viajar quilômetros para se estar junto por algumas horas.
Como diria a Rachel de Queiroz, ser avó é uma arte.
Avó não estraga, avó educa da forma mais serena e sábia que só a elas o tempo foi capaz de ensinar.╰ღ╮╰ღ╮
A velha casa do meu avô
(Devaneios de um jovem)
Ah, meus tempos de criança, dos momentos que vivi e hoje me recordo na casa grande do meu avô. Me lembro que à noite ficava na varanda da casa, no primeiro andar, me pendurava na grade pra ver a rua e o mais lindo era ver os navios ao longe, com suas lindas luzes amareladas e brilhantes no mar. Entre as imediações da praia do Janga e Olinda, lá eu via eles passarem, como uma simples coisa me deixava tão feliz e ainda me deixa, ah como aquilo era bom, e me maravilho porque isso ainda vive dentro de mim, bons tempos passei naquela casa, naquela rua D sete. Lembro também das vezes em que meu avô me pedia para tirar seus belos cabelos brancos, um a um, para parecer mais jovem, ó céus, como isso tudo era gostoso. E a minha vó, com o seu amor, como era mimosa e amorosa minha vó, sinto tantas saudades dela, nela eu acreditava que tudo era um mundo sereno de paz e tranquilidade. Bom sentir esses devaneios de pura intencidade da melhor época da vida de um ser humano. Como eu era feliz na velha casa do meu avô.
Vida Mar
Brincadeira de novo
Alta maré
Enterrado é o avô
Baixa maré
A outras, mãos laçadas
Alta maré
Despedidas são dadas
Baixa maré
É contrato de sócio
Alta maré
São papéis do divórcio
Baixa maré
Névoa entre memórias
Mais
Baixa
Maré
Tumba dedicatória
Pra
Sempre
Maré
Tanta saudade.
Do tempo que passou .
Onde tudo era mais bonito.
Até as estórias que meu avô contava.
Eram inocentes.
Hoje não há histórias há maldade.
inveja e terror.
__Sophia Vargas ♥
03/01/2010
Inara
Inara
Inara é doce como uma avó
Que mima e aconselha os netos
É sábia e calma
Ajuda a todos que a procuram
Traz paz e luz
Para as nossas vidas tumultuadas
E me entende como psicóloga.
MEMÓRIA
Minha avó fazia café bem doce. Talvez, por uma necessidade de se procriar além dos filhos legítimos. Biscoitos na gordura, pão de queijo no forno, bolo de chocolate em cima da geladeira. O cenário aparentemente bucólico escondia guerra das mais matutas em orvalhos e outras fragrâncias. Cheirava a cozinha um cheiro forte do que se come. No quintal, cheiravam as flores um cheiro que se vislumbra. Alimentar dos produtos da casa vigorava a minha carne. Alimentar do beija-flor que tomava o néctar de hibiscos em diversos matizes alimentava a minha alma. O cachorro latia freneticamente. Eu não sabia que o bichinho também comia: a alegria das folhinhas em domingo. Ao pé da jabuticabeira, meu Drummond chorava todos os lirismos nascidos da terra caudalosa, terra de muitas veredas e rupturas. Minha mãe afagava meus cabelos, o pai e os tios viam futebol, a pequena irmã devorava porções de desenhos animados.
Não fosse eu poeta, esta prosa seria pólvora. Não fosse eu poeta, partículas cintilantes de minha vida perderiam na guerra dos tempos que não se curam: saudade.
Na Terna Brandura do Cárcere
O Último Avo de um Amor Extinto
Em qual formato desconexo,
Depositamos desta vez,
Encharcadas expectativas ?
Quão afastados de nós mesmos
Pudemos chegar, sem ferimentos
Graves ou pesares terminais ?
Vislumbres precisamente balizados,
Experimentos da farta engrenagem,
Tudo estaria certo, exceto por nossa
Irrecuperável disposição à auto sabotagem.
Falências agendadas
Com antecedência,
Decompostos em
Nossa compostura célebre.
Resta-nos septos pútridos,
Hábitos promíscuos
E a terna brandura do cárcere.
Arrepios raivosos percorrem
Cada processo das vértebras,
Pálpebras aplaudem frenéticas,
Cãibras confirmam o torpor faminto.
LER
– Por que devemos ler, avô?
perguntou o menino.
E o avó respondeu com sapiência:
– Ler, meu querido netinho,
ajuda a compreender o mundo
e estimula a inteligência.
Para minha avó materna que amo muito.
Minha mãe está cuidando da senhora,
Com todo o amor e dedicação de uma filha.
Com a idade está infelizmente debilitada,
Surgem sempre alguma doença e feridas em seu corpo.
Que aos poucos, mesmo cuidando, vão se agravando,
deixando todos a sua volta preocupados.
Espero que não sofras, sua vida já foi de muita luta, perda e dor.
Foi uma guerreira e continua sendo.
É merecedora de paz, tranquilidade e muito amor.
Eu lhe darei um amor de neta infinito.
Agradeço sempre a Deus por ter te escolhido para ser
minha avó.
Sou muito grata por tudo que a senhora fez por mim,
Pela minha irmã e por meus pais.
E a data 17/04/2017 está chegando e 91 anos se aproximando.
Sei que em algum momento não estará mais entre nós,
Nem aguento imaginar essa possibilidade,
É uma realidade e sentirei saudades.
Vou sempre me lembrar de tudo que vivi ao seu lado.
Dos conselhos marcantes que me destes,
Das frases que mais usava, que eram engraçadas.
A propósito, ninguém se esquece de suas frases,
Tanto que, em seu aniversário de 90 anos,
Criei plaquinhas com as suas frases mais usadas,
Foi muito divertido e se tornaram um sucesso aquelas
plaquinhas.
Carregarei a senhora em meu coração e seus ensinamentos.
Enquanto tenho a oportunidade de tê-la ao meu lado,
Aproveito cada dia como se fosse o único, lhe dando carinho,
Para sentir-se amada e feliz enquanto está viva.
Todas as minhas palavras são um resumo,
Considero poucas aos pés dessa grande guerreira.
Hoje minha avó morreu
A verdade é que foi tudo tão rápido e automático que não pensei nela
Só conseguia pensar no meu pai.
Sei que é loucura mas não consigo imagina-la morta
Pra mim ela sempre vai estar na frente da casa sentada na cadeira de macarrão proseando com os vizinhos.
Já meu pai não,
Ele está aqui e vejo os anos pesando sobre seus ombros.
Eu vi ele chegar hoje andando devagar, eu vi a dor nos olhos dele
E eu vi lágrimas que não via há muito tempo
Talvez nunca tenha visto como aquelas.
E me doeu tanto
Doeu na alma ver (incapaz de reverter) alguém que amo tanto exalando aquela dor tão real, tão intensa.
Pai tudo o que eu queria era arrancar isso de você, mas seria egoísmo demais não deixar você viver o seu luto.
O tempo tudo cura, você só precisa saber que ela está nesse momento, sentada na cadeira de macarrão, com a caixa de fumo do lado, fazendo pacientemente o próprio cigarro. Ela vai pedir um café pra depois do cigarro e vai rir de tudo isso. Daquelas gargalhadas doidas que se seguiam de um beliscão que era a forma dela dizer Te amo.
Ela está melhor que nós.
Eu te amo demais.
Eu queria que você nunca esquecesse disso.
Que olhar que tudo vê!
Olhos do meu neto bebê...
Do mundo não ficará à mercê;
o avô poeta escreveu tudo pra você!
(De Sebastian Striquer para o neto Luigi)
Há muito tempo, quando eu ainda era uma criança, perguntei para o meu avô qual o motivo de existir pessoas boas e pessoas ruins no mundo.
Ele deu um sorriso sarcástico que apenas ele sabia dar, e me deu um exemplo de duas pessoas vindo de encontro com a outra em uma calçada bem estreita, onde uma teria que parar para ceder algum espaço para a outra passar.
Meu avô disse que se as duas pessoas fossem ruins, ambas não passariam, pois nenhuma das duas pessoas estaria disposta a ceder algum espaço para a outra, e acabariam apenas brigando. Se as duas pessoas fossem boas, ambas também não passariam, pois as duas pessoas estariam dispostas a ceder o espaço para a outra passar, e dariam início a uma competição eterna de quem era a mais generosa. Se uma pessoa fosse boa e a outra pessoa fosse ruim, ambas passariam, pois a boa cederia o espaço e a ruim não hesitaria em passar.
E finalizando, ele me disse que é assim que o mundo segue, e que eu deveria aprender a conviver com isso, escolhendo um dos caminhos, o bem ou o mal.
Reflexão diária 21/11/2016
A caixa
Em uma fazenda moravam seu avô e seu neto e no celeiro desta fazenda havia uma caixa velha e empoeirada, e o menino por sua vez vivia a indagar o que havia naquela caixa que nunca fora aberta. Então já em seu leito de morte o avô chamou ao neto e lhe falou ao ouvido tudo que tem nesta fazenda agora pertencerá a você inclusive a velha caixa. Então após sua morte o jovem correu e foi direto abrir a caixa e para sua surpresa havia um simples bilhete que dizia, esta caixa está em nossa família a muitas gerações, esse foi o modo que nossos antepassados encontraram para nos ensinar que tudo tem seu tempo e a hora de Deus não a nossa.
Carta ao Meu saudoso avô, falecido em seu centenário.
Seu Antonio,
Seria muito simples dizer na data de hoje “Feliz aniversário ou Parabéns por mais esta data” o Sr. Não acha?
Afinal não são poucas as vezes que o Sr. Tem ouvido isso, são 94 anos que esta data nos orgulha.
Abençoado aquele 15 de janeiro do ano de 1913, que trazia ao mundo uma estrela a ser admirada e amada e respeitada. Hoje comemoramos mais, bem mais, que um aniversário. Hoje nós aprendemos que viver sem amarguras, sem rancores nos leva a longevidade e o Sr. nos mostra a cada dia que isto é possível, que perdoar aos outros é perdoar nossos sentimentos e com isto a nós mesmos.
Sua vida nos prova que guardar rancores e amarguras significa envelhecer mais que as rugas causadas pelo castigo do tempo, aliás, aprendi com o Sr. que o tempo deve nos deixar saudade, pois só sentimos saudades das boas coisas da vida.
Então, seu Antônio, ao invés de usar os velhos clichês de Feliz aniversário ou Parabéns; prefiro agradecê-lo por todos os ensinamentos que ainda temos recebido através de sua experiência e sabedoria.
Gostaria de agradecer a DEUS pela oportunidade que me deu de tê-lo como avô, ao tempo por me dar tempo para que eu pudesse entender aos seus ensinamentos.
Embora eu esteja ausente gostaria de pedir que todos os presentes o aplaudissem e o fizessem com orgulho, como se tivesse aplaudindo uma ópera de Verdi.
Deixo um grande e carinhoso beijo, e não tenho como deixar de me render ao velho clichê.
FELIZ ANIVERSÁRIO SEU ANTÔNIO
Marcos Antonio vieira da costa
Manaus, 15 de janeiro de 2007
Minha avó já dizia: "Boca fechada não entra mosca"
Sigo à risca esse ditado... Não critico, não aponto dedos acusadores,
não traio confidências e nem sou dona de verdades!
Cika Parolin
...Ao voltar para casa, Pai e Avô inconsolados cantavam o hino Brasileiro, como se prestassem as últimas condolências ao soldado guerreiro que morreu em defesa do seu país, antes de entrarem em casa sentiram ambos uma estranha brisa vindo do oeste e compreenderam que era o soldado que soprara ao encontro deles para dizer que descansou…"
http://franklinsousa.com.br/soldado-ferido/
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