Poemas de Sol
"O Caminho do Lobo"
Nas entranhas da floresta, onde os raios dourados do sol mal ousam penetrar, desenrola-se uma jornada misteriosa e ancestral: o Caminho do Lobo. Uma trilha traçada não apenas por pegadas na terra, mas pelas histórias sussurradas pelo vento entre as árvores antigas.
O lobo, ser solitário e ao mesmo tempo intrinsecamente ligado à sua alcateia, encarna a dualidade da vida. É um símbolo de coragem, perseverança e intuição. Aqueles que se aventuram a trilhar o Caminho do Lobo buscam não apenas compreender a natureza selvagem ao seu redor, mas também mergulhar nas profundezas de sua própria essência.
Caminhar por entre as sombras da floresta é uma metáfora da jornada interior, na qual os obstáculos representam medos a serem superados e os momentos de tranquilidade lembram que é preciso encontrar paz na solitude. Cada passo é uma escolha, e cada escolha molda o destino do viajante, assim como as pegadas deixadas na terra contam a história da jornada.
No Caminho do Lobo, as estações se entrelaçam como capítulos de uma narrativa infinita. A primavera traz a renovação, o florescer das ideias e a conexão com os instintos mais puros. O verão é um tempo de fervor, quando os desafios se intensificam e a busca pela verdade interior se acirra sob o calor do sol. O outono chega com a reflexão, a queda das folhas representa o desapego do que não serve mais, preparando o terreno para o inverno da introspecção profunda, um período de quietude e autoconhecimento.
Assim, aqueles que se aventuram no Caminho do Lobo não apenas trilham uma rota física, mas abraçam uma jornada espiritual de autodescoberta e evolução. E, quando finalmente emergem das sombras da floresta, encontram não apenas o fim de uma trilha, mas o início de uma compreensão mais profunda do mundo ao redor e do lobo que reside dentro de cada um de nós.
Desfrute os raios do luar
Que hoje o sol quis beijar
Foi surgindo imponente revestida de beleza sem fim
Mistério e segredos que despertam a imaginação
Ela surge devagarinho
Exibindo seu encanto
É amor, é amor.
Quem dera se caísse sobre mim o raiar de um belo pôr do sol
Não, caiu um viaduto inteiro enquanto passava por baixo dele.
Coitado?
Não
Um brasileiro comum como qualquer outro
Talvez igual você
Que acordou pela manhã atordoado sem saber se estava atrasado.
Correndo depressa para debaixo do chuveiro
Talvez consiga despertar desse sono que não consegue colocar em dias há tempo, ou talvez que só lavou o rosto por falta de tempo.
Que pediu a benção a mãe, se não for filho de mãe solteira pediu ao pai também.
Que tirou um cochilo dentro do ônibus no trajeto de casa para o trabalho, do trabalho para casa.
Passou direto da parada do ônibus, estava dormindo e acordou no ultimo terminal sobre o grito do trocador ou motorista: chegamos ao terminal.
VIDA
A cada dia
Quero o sol e a lua...
Quero o ar e o mar...
o açúcar e o sal.
o beijo puro ao olhar singular
dos seus olhos.
Quero tudo...
e o nada nem cogito.
Busco o riso mas o choro
é um risco iminente,
neste agito vivo intermitente.
Sobrevivo à quedas improváveis
em sensações imprevisíveis;
Indissipável dentro de mim.
Eis a emoção de viver
a cada dia.
QUERO VOCÊ
Quero ser sol
que brilha reluzente na sua face;
Quero ser brisa
que suavemente deslisa
entre seus cabelos;
Quero ser riso facil
que desabrocha em sua boca sem pedir licença;
Quero ser a água do banho
que percorre continuamente no seu corpo.
Quero ser noite
que te cobre ao dormir.
Enfim quero ser parte
do seu cotidiano,
até ser totalmente parte inteira
de ti.
Michele
O céu amanheceu nublado.
Era o sol dizendo nas entrelinhas, hoje é o seu dia de brilhar. Mas ela não se deu conta.
Ela levantou da cama, agradeceu a Deus, não teve muito tempo pra pensar, nem pra se emocionar. Ficou reticente mesmo sendo o seu dia, mesmo sendo ela a homenageada.
No caminho de casa pro trabalho sua mente a traiu, sobre várias questões que ela sequer desejaria pensar. E se... Mas se... Deu de ombros, e agradeceu. Pensou em Deus, e fez uma retrospetiva, saldo positivo, mesmo com perdas e dores. Não tenho muito tempo pra pensar, disse ela, cá com seus pensamentos, pois o dia seria longo e trabalhoso.
Ela é sensível, doce, amável, ciumenta.
Do tipo que faz birra até conseguir o que quer.
Ela é inteligente, espontânea, autêntica, despojada, estilosa, vaidosa nem tanto, mas se cuida e tem uma beleza rara.
Ela é forte. Nem tanto. Mas lá no fundo é frágil como um cristal, mas num todo é forte. Sua força a faz conquistar o mundo e as pessoas por onde passa.
Ela é feliz. Ao menos, tenta ser. E vai buscando sua felicidade em detrimento do que a vida pôs como obstáculos.
Ela é guerreira.
Ela se tornou especialista em driblar as intempéries que a vida lhe impôs.
Ela é simples, porém complexa.
Ela é um paradoxo.
Diz não querendo dizer sim, diz sim querendo dizer não, e diz talvez querendo dizer sim ou talvez.
Sim, ela é complicada.
Mesmo sabendo o que quer as vezes não sabe dizer.
Sofre por antecipação, e às vezes oculta para não sofrer.
Se reiventa pra tentar provar pra si que e é capaz.
E sorri até mesmo quando tudo se torna um fardo e desconfortável.
Opa, chegou. Abriu os olhos assustada. Quase passando de seu ponto, seu dia começara.
E mais uma vez se dar conta que hoje é o seu dia de brilhar.
Noite
Período de escuridão entre o pôr e o nascer do sol.
Noite foi a nomenclatura escolhida por Deus para às trevas que, antes, cobria a Terra.
Noite configura sofrimento e profunda tristeza. Mas não.
Jesus nasceu numa noite, não por acaso, esta mesma noite, mas não uma noite comum.
Foi a noite em a humanidade sorriu.
Foi a noite que ressignificou o sentido das nossas vidas.
O choro pode até durar uma noite inteira, mas o dia vem.
Em que o sol resplandece e nasce outro dia.
No qual podemos levantar e viver.
Claiton de Paula.
A tarde cai serena, o sol já se despede,
E a sombra longa esvoa sobre o chão que pisei.
Em cada brisa fria que a alma, triste, sente,
Um pensamento aflora que o tempo não desfez.
lágrimas Viraram Sol
Chorei mares, rios e tempestades
Nas noites frias de ausência e dor.
Mas, reguei sem saber, as saudades com gotas que hoje florescem o amor.
Cada lágrima caiu por um motivo,
Mas nenhuma se perdeu no vazio.
Transformei o pranto em alívio, e fiz do silêncio um doce arrepio.
O que era cinza, ganhou cor.
O que era medo, virou abrigo.
De cada queda, brotou flor.
De cada choro um novo riso.
Hoje sorrio com alma inteira,
Não por ter esquecido o que sofri,
Mas porque fiz da dor passageira,
O trampolim que me trouxe aqui.
PREFÊRENCIAS
Gosto muito de você...
Gosto tanto de você...
Gosto mais de você
Do que o sol se pondo...
Gosto mais de você
Do que ficar compondo...
Gosto mais de você
Do que fla x flu em decisão no maracanã
Do que das manhãs
Ensolaradas de Nova Iguaçu,
Do que sorvete de cupuaçu...
Gosto mais de você
Do que mocinha de minissaia
Gosto mais de você do que banho de praia
Gosto mais de você
Do que das lembranças de Del Castilho,
Do que do shopping lá do Iguatemi
Do que um mergulho lá no piscinão
Gosto mais de você
Do que domingo na Quinta
Do que do fantástico de antigamente
Do que da Ana Paula Padrão
Gosto mais de você
Do que doce de jaca
Do que soltar pipa
Do que lingüiça na feijoada
Gosto mais de você do que das letras do Chico
Do que dos poemas de Drummond
Do que da sensibilidade pungente de Cecília
gosto mais de você do que pensar que eu sou uma ilha...
RAÍZES
Sei de mandioca,
Batata-doce e beterraba
Sei de raízes...
Até que o sol se encolha
Atrás da serra
Até que a boiada atravesse o riacho
Até que a tarde fique morna
E a passarada se aquiete,
Sei que o espantalho vigia o milharal
E que Guilhermina,
Moça velha encalhada,
Sonha com um marido,
Sei que é um perigo
Atravessar o rio na parte mais funda
Pro mode piranhas,
Sei que no canavial
Tem espírito de porco...
Ali morreu meu cunhado
Picado por uma serpente...
Ali conheci beatriz,
Com quem aprendi a gostar de raiz...
Aprendi a colher beterraba,
Batata-doce e mandioca...
Aprendi a contemplar o céu estrelado,
A me proteger de lobisomem e Ets,
A enganar saci pererê
Aprendi que a enxadada
faz a terra girar
Proporcionando madrugadas e auroras
E faz a gente envelhecer...
Mas beatriz também se foi
E hoje olho o gado, o riacho, a serra,
Castigo a terra com a enxada
E a terra gira, gira, gira...
E floresce a vida...
JOOAKINA E SERAFIM
O sol já brilha à pino
Porque ainda dormes Serafim?
Lembro-me de ti, madrugador,
Falavas em pegar o sol com a mão,
Hipérbole ou não, mas tinhas tudo sob controle...
Era bom ouvir teus passos e o som da tua voz
Entre as plantações de café...
Cantarolavas canções que embalavam nossos sonhos...
Vieram crises, mas eras incansável, forte,
voluntarioso...
Foram tempos de lutas, mas eras um guerreiro.
Agora o teu olhar longínquo, alem do que, não podemos ir,
Alem dos nossos limites,
Será a pressão, a labirintite?
Letícia telefonou, mas não mencionei a queda,
Pra que preocupá-la? Tiras de letra...
Esquece os meninos, nem meninos são mais...
Cresceram... se foram... também tenho saudades
Suas risadas, suas brincadeiras ao redor da casa
Enchia tudo de vida...
Foram tempos inesquecíveis.
Agora temos o rex, o golias, as galinhas...
Temos um ao outro, me prometeste seria pra sempre...
Queria te confessar algo que nunca te disse:
Sempre te amei
Sempre amei esse teu jeito ousado
Tinhas o olhar insistente, a mão quente...
Agora o teu olhar parado... atua mão... fria...
Acorda Serafim! Serafim!
Serafim! Serafim! Serafiiiiiimmm!!!
Eu tenho um pé no horizonte
e outro no paraiso
eu tenho uma fonte infinita de riso
e um sol se pondo atrás do monte...
Eu tenho um verso na mão
e um poema no coração
mulheres despidas na mente
sol a pino, vivo perigosamente...
Na caatinga
rimas de despedidas
feridas abertas
é minha sina
penso que sou poeta
tenho um firmamento
a dois metros de altura
durmo com as estrelas
conheço suas ternuras
tenho deus como amigo
ludibrio o inimigo
reformulo o paraíso
não há fruto proibido...
Eu tenho versos nos dedos
e um poema no coração
mulheres despidas na mente
sol a pino na caatinga
rimas de despedidas
feridas abertas
é minha sina
penso que sou poeta...
FAGULHAS
Esses grãos brilhantes,
Diamantes vãos
A enfeitar a noite a ilusão...
A adornar a solidão
A salpicar o teu poema com fagulhas
Você que delira a contemplar estrelas
Tê-las é delírio,
Lírio é flor do campo
Eu canto as dores do mundo
As alegrias não...
O TIGRE E O SOL
Uma deusa pintou o mundo de amarelo e preto
pôs duas presas, muitas surpresas então surgiu o tigre
quando o sol se punha
a tigresa era o punhal no peito do pensador
seus beijos eram as unhas
que arranhavam o amor
e quando o sol se nivelava com a floresta
o tigre pulava pros trópicos em chamas
o tigre urge e o tempo ruge,
quem diz o contrário se engana.
Nas noites os olhos do tigre iluminava as savanas
predador sem igual ele caça o sol
ou o calor que emana no sangue
o tigre e o sol viram as florestas arderem em chamas
viram as árvores tombarem
ante a violência humana
e a solidão felina aderiu a noite como caminho,
a solidão como ninho
e o crepúsculo como o carinho da diva solar...
ESTRADAS EMPOEIRADAS
Dos pardais cigarras e morcegos são os finais de tardes
O sol de verão bronzeia a solidão
De silhuetas anônimas nas colinas
E entre os nascentes e os ocasos adolescem as meninas.
Eu sei que o amor é pertinente a todos os sonhares,
Quem não se amou um dia se amará
E o que é solidão além do chalé branco sobre a duna,
Além da vela encardida que se aventura na imensidão domar
O que me faz pensar que a solidão até faz bem
É perceber que as coisas mais profundas
Afloram nos momentos solitários...
Penso que algum dia todos tiveram
Suas estradas empoeiradas com zumbis e ETs;
Suas fobias e inseguranças,
Mas um herói, uma oração, um talismã,
Qualquer crendice que nos protegesse
Todos tivemos; eu tinha uma sobrinha,
Meio tia por ser mais velha
Acho que ela foi o meu maior carinho de infância
Juntávamos latas ou apenas perambulávamos
Porque não é fácil ser anjo sem ruas de brilhantes,
Pétalas de estrelas
E ter apenas barracões com tetos de zinco para nos abrigar,
Mas eu tinha seu poder
Que suponho vinha da sua franja caindo nos seus olhos;
Não tinha ainda a idade do tempo,
Nem tempo de idade, nenhuma outra noção
Eu só tinha a sua presença e a sua mão;
Talvez eu tivesse algum poder,
Talvez o poder de não poder nada,
Talvez o catarro escorrendo do meu nariz lhe protegesse do mundo,
As minhas unhas sujas, os meus dentes proeminentes
Eu era um anjo, ainda não me encantava com dunas
E brancas casas de praia avarandadas,
Ainda não me encantava pelo que ostenta ou pelo que seduz;
Um saco, algumas latas, chicletes e amendoins,
sua franja e seu sorriso, sua mão; que viesse os zumbis e ETs...
AVESSO
Depois do horizonte
tem outro horizonte,
tem uma fonte,
tem outros verbos,
então o sol se põe
e repousa preguiçosamente...
Esperando Ícaro
e a sinfonia da tarde
arde nas penas
dos que são passarinhos
outros versos,
displicentes, dolentes, incandescentes...
a tarde desfalece,
alguns poucos raios,
um aceno, um ensaio de luz
e de cores quentes...
depois das tardes,
tem outras auroras
no outro lado do planeta,
que é o avesso do crepúsculo...
outros Ícaros outras sinfonias...
Criar novos verbos,
alimentar novos crédulos...
inventar novos deuses...
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