Poemas sobre o Silêncio
O tempo e o silêncio
O tempo perguntou para o silêncio porquê ele estava tão calado.
Não obteve resposta e seguiu adiante.
O silêncio vendo o tempo ir-se colocou-se a pensar no porquê insistia em não falar e tão somente pensar.
Então, pensando bem, o silêncio levantou-se e começou a caminhar ao invés de só pensar ali no canto sozinho, sentiu o sol, aproveitou a primavera e todos os seus encantos. Inebriou-se com o perfume das flores …
Ao reencontrar o tempo, o silêncio lhe dá um demorado abraço e pela primeira vez sussurra em seu ouvido: o tempo é o elixir de todos os males.
mão tenha medo do meu barulho e sim do meu silêncio
Lembre-se do trovão barulhento mais nocivo
O relâmpago silencioso mais mortal
Um oceano com gotas de vida, traz na maré a tranquilidade.
Assim como a imensa paz de um tsunami, a cidade transborda.
Inunda a alma, como um silêncioso poema de desespero.
Tudo vai ser silêncio
Tudo vai ser silêncio
E eu não consegui te encontrar.
Jaz um amor que não teve começo
não teve meio
não teve fim
teve apenas uma longa espera
que findou-se no silêncio de mim.
19/01/14
Sentimentos incomensuráveis cabem no silêncio; é coletânea
De letras que dependem de uma interpretação irrestrita
Para que formem juntas aquilo que se pretende passar.
O silêncio é espaço muito maior do que aquele que ocupa o ar.
A vida continua...
no alto da mais alta montanha,
no mais profundo vale,
no meio de cada rua.
E a vida continua
no silêncio da dor,
no calor do verão,
num grito de amor.
E a vida continua
segue sua lida,
seu seus planos,
segue por toda a vida.
É relativamente difícil pensar com clareza, quando se têm uma mente barulhenta.
No entanto,
o silêncio que emudece, o que não pôde ser dito,
grita de forma sorrateira, porém intensa,
tudo o que não foi expressado.
Revelando, com uma sutileza peculiar,
que por vezes, chega a ser impiedosa e cruel,
a necessidade de falar,
a fim de evitar, o adoecimento da alma.
O som do silêncio
Amo o som que o silêncio da minha própria companhia faz.
É um som que não precisa de palavras, não exige respostas, não impõe presenças.
É o som de estar em paz comigo, de me reconhecer sem pressa, sem máscaras, sem obrigação de ser algo para alguém.
Nesse silêncio, descubro nuances do que sinto e do que sou.
Escuto pensamentos que costumo silenciar, percebo emoções que ignorava.
É um espaço onde posso existir sem me explicar.
Onde não preciso ser forte o tempo todo, nem estar certo, nem ser compreendido.
É no silêncio da minha própria companhia que entendo o valor de estar comigo.
Não como fuga do mundo, mas como reencontro.
É ali que respiro de verdade. Que me acolho.
É ali que o barulho de fora perde a força — e o que resta é essencial.
Esse silêncio tem som.
Um som calmo, denso, honesto.
E aprendi a amá-lo. Porque é ali, nesse som quase invisível,
que me sinto inteiro.
Voz do Silêncio
A mente fala sem som, sem ruído,
Sussurra segredos num tom escondido.
Revela verdades que o peito guarda,
Enquanto o mundo apenas olha e tarda.
É surpreendente a alma calada,
Que pensa alto, mas diz nada.
Entre gestos mudos e olhares vãos,
Grita por dentro, com as próprias mãos.
Mas poucos creem no que não se vê,
Duvidam do sentir que não dá pra ler.
Querem provas, querem demonstração,
Não ouvem o eco do coração.
Ainda assim, a mente resiste,
Insiste, persiste, mesmo triste.
Pois no silêncio há mais do que se diz...
Há um universo por quem é feliz.
Ao despertar do sono pela madrugada, me deparo com pensamentos,
bons, ruins,novos e velhos que surgem do nada...
- E, é do nada também vão saindo um por um, até que: no final, só fica comigo o Espírito Santo
ao pegar no sono.
QUANDO DEUS SE CALA EM MIM
O que eu queria agora
era silenciar as vozes que gritam por dentro,
as urgências que não cessam,
as perguntas que não dormem.
Queria sentar comigo,
sem pressa, sem cobrança,
e me oferecer escuta
sem precisar consertar nada.
Habitar o intervalo entre o que penso e o que sinto,
o espaço onde as respostas não se obrigam a nascer.
Porque nem todo vazio é ausência.
Às vezes, é chão.
O que procuro agora
é um lugar onde caibam as contradições,
onde a dúvida não seja erro,
mas matéria-prima do ser.
Carrego em mim perguntas que não se resolvem,
ideias que não querem ponto final,
mas que insistem em permanecer,
como quem caminha mesmo sem destino,
e ainda assim, me levam.
E em meio a esse território sem margens,
ressoa em mim o sentimento
do cancioneiro quando revelou
o desejo de encontrar um lugar
onde Deus pudesse ouvi-lo.
Deus,
essa Presença que não encontro
quando tudo em mim se volta para dentro,
como se, ao mergulhar em mim,
eu me escondesse d’Ele
ou Ele de mim,
no pacto silencioso
entre o limite e o infinito.
Não é distância,
nem ausência.
É o vestígio de um encontro
ainda não vivido,
mas pressentido no fundo mais fundo
do que sou.
E o que não me responde
não cala, espera.
Como quem sabe
que o nome de Deus
não se diz,
mas se sustenta.
E se um dia eu me alcançar,
que seja por ter sustentado
o silêncio onde Deus sussurra.
Porque há verdades que não se dizem,
há presenças que não se provam,
há sentidos que só nascem
quando já não precisamos entender.
Alcançar-se não é chegar,
é permanecer inteiro
na travessia que nunca se conclui.
E talvez seja isso:
ser morada do que não tem nome,
vigília de um Deus
que não se mostra,
mas nos habita.
A estrada é um livro aberto de terra,
onde a alma escreve passos,
sem título, sem ponto final,
só versos
entre curvas e silêncios.
Nunca te pedi nada, e mesmo assim, sempre me deste tudo de que precisei.
Nos momentos em que me perdi de mim, foi em ti que me reencontrei.
E mesmo quando não vejo saída, és tu quem sempre me mostra o caminho para continuar.
O bem-estar chega sorrateiro
Chegando sem aviso
Chegando em silêncio
Em silêncio se instala
E naturalmente se espalha
Espalhado o vemos
E até partir o acolhemos.
O ECO DO SILÊNCIO
Atenção! O que muitos chamam de "primeiro sinal" de violência — NÃO É O INÍCIO DE NADA! É o RESCALDO de um processo lento, contínuo, INSIDIOSO, que começou muito antes! Não foi com o tapa que tudo começou — foi com a palavra ácida, com o olhar que despreza, com o silêncio que fere MAIS que o grito!
É PRECISO DIZER BASTA!
Cada vez que se cala diante de uma pequena agressão, não se está perdoando! Está-se ENTREGANDO! É a dignidade sendo corroída, centímetro por centímetro, dia após dia! A violência não brota do nada! Ela germina na indiferença, cresce na tolerância covarde e explode na omissão!
O AMOR PRÓPRIO EXIGE REAÇÃO!
Amor não é contrato de dor! Amor é respeito! Amor é reciprocidade! SUPORTAR o inaceitável não é virtude — é submissão disfarçada! Não se engane! O PRIMEIRO SINAL é o ALERTA! É o grito da consciência exigindo AUTODEFESA!
PORTANTO!
Valorize sua integridade! Proteja sua paz! Não aceite o inaceitável! NÃO HÁ SEGUNDA CHANCE para o que NÃO DEVERIA TER ACONTECIDO NEM UMA ÚNICA VEZ!
O Silêncio
O que é o silêncio?
O silêncio é calma,
O silêncio é meditação,
O silêncio é sabedoria.
Onde está o silêncio?
O silêncio está na natureza,
Está no universo,
Está em Deus,
Está dentro de nós.
Quando o silêncio está presente?
O silêncio está no individual,
O silêncio está no coletivo,
Está no pensamento,
Está na oração,
Está no luto,
Está na paz interior.
Aonde quer que eu vá,
O silêncio está comigo,
Minha companhia,
E sua companhia,
Essa é a realidade.
Frase:
O silêncio é uma droga viciante: entra sem perceber e, quando se dá conta, já não consegue mais sair.
Reflexão:
No começo, o silêncio parece descanso. Um alívio. A gente se cala para evitar conflito, para poupar explicações, para não se machucar de novo. Mas, aos poucos, esse silêncio vira hábito — e, sem notar, ele ocupa tudo.
Você começa a engolir sentimentos, engavetar palavras, esconder dores. E, quando tenta falar, já não sabe como. O silêncio, quando vira refúgio constante, deixa de proteger e passa a isolar.
É como uma droga: traz um alívio imediato, mas cobra caro depois. E sair dele exige esforço, coragem e, muitas vezes, ajuda.
Falar não é fraqueza. É libertação. Porque o silêncio só é saudável quando é escolha — não quando é prisão.
O peso do silêncio
Dizem que nascemos sozinhos e morremos sozinhos. Dizem isso como se fosse uma verdade fria, científica, quase um aviso. E talvez seja. O que ninguém diz, ou talvez finjam não perceber, é que, entre o começo e o fim, a solidão também aparece. E não é aquela que se resolve com companhia, é outra, a que mora dentro.
Chega uma hora em que o tempo desacelera. As visitas ficam mais raras, os telefonemas cessam, e a casa vai ficando grande demais para quem já viveu nela cheia de vida. Os móveis guardam mais memórias do que utilidade, e a alma, essa danada, começa a tropeçar em lembranças que insistem em não morrer.
Sinto-me como um velho pilão esquecido no canto de uma varanda. Já fui força, já fui utilidade, já fui indispensável. Hoje sou história que quase ninguém pergunta, silêncio que quase ninguém ouve.
As mãos tremem, a visão falha, a juventude se foi, mas o que mais dói é o espaço vazio na rotina, como se o mundo seguisse em frente e eu tivesse ficado preso em algum ontem que não volta.
Conto os dias, sim. Não com tristeza, mas com certa dignidade de quem sabe que ainda está aqui. E se ainda posso escrever, lembrar e sentir, então ainda sou. Mesmo que meio apagado, mesmo que decorativo, ainda sou.
E quem ainda é, ainda pode ser. Nem que seja só abrigo para uma saudade, ou um canto sereno onde a vida, mesmo em silêncio, continua a respirar.
HERESIA
Te engulo como quem já morreu de fome. Com os olhos cerrados na vertigem do teu cheiro. Te tomo como anjo que escolhe cair não por pecado, mas por desejo de habitar tua alma, como quem entra sem pedir licença, nu de si mesmo.
Sou ausência que arde sob tua pele. Memória do toque mesmo sem o toque. O silêncio entre nós virou idioma. E tua respiração, confissão.
Cometemos a heresia da carne como quem reza com o corpo. Sem culpa. Sem o peso dos que condenam.
Te envolvo sendo, às vezes febre, às vezes brisa. Num abraço onde o mundo silencia e só resta esse instante: nós. Em transe. Em verdade. Em tudo que não nos cabe.
Se há uma força nisso, é aquela que dilacera e acalma. Que fere com ternura. Que transforma a heresia do desejo carnal em uma forma de permanecer, mesmo quando os corpos se afastam.
Augusto Silva
Nem todo escuro é abrigo
Já estive lá também, sabe...
Onde o escuro se disfarça de acolhimento
e sussurra verdades com voz de promessa.
Mas nem toda sombra é momento.
Nem toda venda liberta.
Às vezes, ela apenas esconde.
Querer o desejo da entrega como voo...
Mas e se for só vertigem?
Vontade de cair?
E se deixar ir for só se perder de si mesma?
Silêncios nem sempre sussurram uma voz.
Às vezes, ensurdecem.
E o toque que busca... pode também ferir.
Tremores não são bússolas para sentimentos.
Desejo e medo dançam juntos no mesmo compasso.
E o que parece casa... pode ser só saudade do que você já foi.
Não, ninguém te leu.
Ninguém sequer te imaginou.
E você calou mais do que consentiu.
Tem quem se ache especial por descobrir alguém.
Mas você teve que aprender a seguir
sem precisar de olhos que te adivinhem,
sem depender de respirações alheias para lembrar quem é.
Nem toda noite guarda epifanias.
Algumas só passam.
E tudo bem.
Porque às vezes,
ver é mais seguro que sentir.
E seguir inteira,
é incendiar-se por dentro
e deixar as cinzas se tornarem solo fértil
para crescer, de novo, em si mesma.
Augusto Silva.
