Poemas de Saudade de Poetas Portugueses

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O mundo que queremos não é o mundo que estamos vendo
Prova disso, é que quase sempre estamos perdendo
O irmão que escolhemos, para segurar a nossa mão, está nos deixando na escuridão
Os sonhos que nos foram creditados estão morrendo antes de sermos acordados
Nesta hora, lembramos dos poetas, que quase sempre nos dizem: ainda bem que existem a lua e o sol, que nunca deixam de brilhar, como prova de que tudo vai passar
Então, o que faremos com o nosso medo?
Levantaremos e gritaremos
Porque existe vida, mesmo quando estamos no chão
E o nosso tempo, meu irmão, pede paz e união
Seguimos a caminhada, porque temos que estar de pé e o nosso alimento é a fé
Entre o viver e o partir, quero viver muito mais do que deixar de existir

Inserida por SuzanaPedroso

Desconcertado


Ando desconcertado
com uns tropeços ai
do meu coração.

Ando tentando não errar os passos dados
tentando não trocar
os pés pelas mãos.

Ando dando passos errados
desconcertado
em meu próprio refrão.

Perdido nas lembranças
de outros tempos
lembranças de um antigo amor.

Ando minguado
choroso
feito eu só!

Paro as vezes ao lado dela...
Relembro os doces desejos meus
pretendidos ao auscultar sua voz.

Morro nos versos poéticos, ora lidos...
Revivo nos segundos que estou só!
Caminho desconcertado pela vida.

Na rua da casa dela, nem passo mais.
Lembra-me as flores no muro
dos beijos, dos abraços, do fim.

Inserida por JotaW

Seja o claro da noite,
Ou no escuro do dia.
Estou presa aqui.
Para sempre.
Sem sequer,
Um antecedente.
Sem saber o que buscar.
E por meio deste poema,
Mostro minha alma,
Perdida,
Encontrada,
Sonhadora
E desacreditada.
Que anda por ai.
Sem saber,
O que o mundo realmente,
Teme
E continua a esconder de mim.
E isso desde sempre

Inserida por mayrla_stayce

Cegos talvez ainda somos
Cegos ainda andamos
A primitiva beleza
Ainda não conhecemos
Por quanto tempo irá
As luzes artificiais nos cegar
Por quantas noites
Vamos peregrinar
Até que céu se torne
A companhia para os solitários
A tela para artistas
E versos para poetas.

Inserida por ShandyCrispim

Ato de criar

Em algumas noites, muito especiais,
Um ou outro privilegiado insone
Pode observar espectros voantes,
Envolvidos por névoas muiticores.

São os poetas, sintetizados em pura energia,
Que nessas noites peculiares, flutuam
Volatilizados, colorizados, afortunados,
Integralmente envolvidos no ato de criar.


(Versos Livres de Luiz Vila Flor)

Inserida por luizvilaflor

IMERGIR
Queria poder me expressar, me esvaziar com palavras, mas me sinto incapaz;
É como se eu estivesse presa dentro de mim mesma, me afogando num mar de ideias, sentimentos, pensamentos,
a cada dia mais distante da beira, imergindo.
Quem me dera ser igual aos poetas,
que simplesmente falam, e falam bonito,
é como se fossem íntimos das palavras;
eles têm o dom de expressar qualquer sentimento, qualquer ideia ou emoção, em palavras, sejam elas escritas ou faladas.
Quem dera eu ter esse talento;
Isso é realmente um dom, uma dádiva de Deus para as pessoas,
meros seres humanos, para nos fazer sorrir com seus pensamentos e sentimentos bonitos.
Quem dera eu ser uma poeta;
Iria escrever sobre tudo,
compartilhar com os outros um pouco do que se passa na minha cabeça,
um pouco da beleza que existe dentro de mim,
Iria falar sobre minhas ideias loucas e divertidas, expressar meus pensamentos cultos e inspiradores
Iria me esvaziar, colocar pra fora o que tem preso dentro de mim, e é bom;
Mas me sinto incapaz;
Incapaz de me expressar por inteiro,
incapaz de transferir emoções tão grandes em um pedaço de papel tão pequeno
E sigo assim, transbordando num mar de emoções e pensamentos;
presa dentro de mim mesma, imergindo.

Inserida por millesds

Normal
Não darmos atenção
Ao que temos
A gente não olha
pro céu
Com os mesmos olhos
De um preso.

Inserida por moloki

Poeta é como um cometa que passa rapidamente, realiza desejos e depois some.
Descobri de maneira triste que os poetas são MORTAIS.
E talvez seja por isso que alguns precisam de apenas 12 horas para viver uma eternidade...

Inserida por PCChio

E em meio ao Nada e ao Etéreo
Entre o Sim e o Não
A clareza e o mistério ...

Assim são OS POETAS
Reluzem na Luz
e em meio a qualquer Escuridão.

Inserida por Paulamonteiro

Porta aberta

A porta está aberta
O portão destravado
Sobre a cerca um jardim
Vivo a cultivar

Margaridas, Cravos e Hortênsias
A cima da porta e janela
Se estende a perfumada sombra
Do Jasmim dos poetas
Florescendo a esperar

A porta está aberta
Os olhos estão brilhantes
A boca adocicada
O desejo ansioso
Pelo tocar

A fragrância é de amor
Em noite de Luar
É latente, viçoso
Feito as flores do lugar

Inserida por Kawlima

Certas manhãs

Certas manhãs
Há certas manhãs
Em que a vida transcende,
Eleva-se a planos inimagináveis,
E uma luz, toda especial nos envolve.
.
Nessas manhãs
Surge uma energia nova,
Essencial como o ar, como o sol,
E o mundo circundante, todo, se ilumina.

(Versos Livres de Luiz A Vila Flor)

Inserida por luizvilaflor

Madrugada

Há aqueles que dizem amar o silêncio da madrugada. Com o passar dos dias, notei que de silenciosa a madrugada não tem nada. É um som tanto peculiar. São pessoas com os pensamentos a toda intensidade, são aqueles que dariam tudo para não pensar em nada. São aqueles que calculam suas horas que ainda restam até que tenham que começar um novo dia. São aqueles que morrem de amor, pobres sofredores do amor… São os loucos, são os poetas, são os líricos. São os que sentem demais, e os que não sentem nada. São aqueles com um universo de coisas boas em seu interior, mas que não fazem idéia de como usar isto. São os que carregam mais peso emocional do que qualquer outro. São dos que amam as estrelas, e sua eterna companhia. São dos que amam as luzes e ruas vazias. São dos que amam o som do vento uivando no lado de fora. São dos que não foram esquecidos, mas sentem que como se fosse. E não é nada mais do que uma simples madrugada.

Inserida por ShandyCrispim

Hoje o dia se declarou pra noite
Mas só que a noite
Não gosta de coisa quente
Nem coisa de repente
A noite é muito lenta
Gosta de coisas frias
Gosta de coisas lentas
Gosta de namorar ela mesma
Não gosta de namorar o dia
Pois a noite não namora o dia
A noite namora os poetas."

Inserida por maxwellrodrigues

Logos

Em grego PALAVRA também é resultado. Não só um escrito, é ação. Além de invadir os ouvidos a palavra é ingerida pela boca. Tem gosto, tem cheiro, tem inteiração. Lendo a versão original de escritos que falam acerca do criador, percebi que para o verbo se fazer carne, profetas precisam ser poetas.

Inserida por Epifaniasurbanas

⁠Amor quebrado com força de poesia


O amor espatifou-se
Nas eiras da vida.
Marcas deixou
Nas calçadas,
Nos beijos,
Ventos e camas.
Rastejando
Conheci penhascos
De náufragos
Outrora errantes.
Arranquei lodos da terra,
Essência das flores,
Dei sabor de inverno à primavera,
Destrui nações,
Apalpei corpos voluptuosos,
Ladrei.
No mundo sub-mundo
De dó a si dissipei
Os espectros da liberdade.
Afogando no eco das tristezas,
Tive forças e ressuscitei.
Hoje sou árvore de raiz profunda,
Que bebe o leite da terra,
E me embriago de natureza.
Livro: Travessia de Gente Grande
Escritor: Ademir Hamú

Inserida por AdemirHamu

⁠Envidraçada
Você disse: “Não me questione... nunca...”
Frase feita, determinada.
Mas, a cozinha era pequena com fogareiro de duas bocas, perdido sem intenção de nada e o pior, não havia cheiro e calor de coisa alguma.
Mas o aroma de seu beijo navegava em minha boca e eu precisava dar um jeito de digerir seu feitio.
Tínhamos que namorar. Peguei suas mãos ásperas para sentir seu movimento, sua energia e o modo que manipulava e você as retirou: triturei as cebolas e
Chorei!...
Olhei em seus olhos sem desviar, para descobrir qual era o seu tempero e a sua hora. Você desviou e duvidou e eu acreditei no Curry como condimento e companheiro.
Abracei você desavisado na sala e sussurrei amores e você desdenhou.
Fui à cozinha novamente, piquei as maçãs ácidas e verdolengas e percebi que estava em descompasso, não era a hora.
Na biblioteca, você distraiu na leitura sobre motores e aquecimento e observei sua atenção e namorei seu perfil e sua paz.
No quarto, sozinha, retirei o avental, pintei minha boca e desejei a mim mesma, paz e discernimento das verdades.
Voltei ao escritório e com segurança disse que estava tudo pronto.
Você, descansadamente, arqueou as sobrancelhas e perguntou:
—O que você fez hoje?
Respondi:
—Frango ao Curry.
E você. num silêncio mordaz, sentenciou:
— “Não como frango!"
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠Construa uma casa
Que tenha ressonâncias
De sua infância
Que seja tão ninho
Quanto as choupanas de Van Gogh
Ou tão forte
Quanto o endométrio
De seu primeiro abrigo.

Construa uma casa
Cristalina
Como seu coração
Meigo
Grato
Que entoe sempre
O exercício fugitivo das saudades.

Construa uma casa
Onde haja o convívio
Da escuridão e da luz
Onde insetos e nepentes
Travarão um pacto
De néctares e cantos
Ninguém precisará evadir-se
Não haverá amantes trágicos
Ou reféns
Nas manhãs silenciosas de inverno.

Construa uma casa
Onde tudo seja permitido
Bailar com os morcegos
Acariciar as estrelas
Ao som dos soluços da madrugada.

Construa uma casa
Onde possa ouvir
O ruído das águas subterráneas
E o adormecer das cigarras
Onde possa ver um imenso ramo de oliveira
Fraternal,
Devorando a indiferença dos homens.

Livro: O Outro Braço Da Estrela – Poemas
Capa e ilustrações - M. Cavalcanti

Inserida por AdemirHamu

⁠O Compasso do Vôo
Tocou um tango.
Ele levantou-se, saiu pelo salão, abandonou a mesa e a comunhão de todos que o cercavam e na multidão ele a viu; era ela todos seus dias, era ela todas suas noites.
Aproximou e disse:
— Dance este tango comigo.
Ela indignada com a transparência respondeu:
— Não sei dançar tango.
— Isto não importa, tango é uma dança masculina; comigo você não perde o compasso.
Ela levantou-se e viu o mundo em alto relevo descortinado acima de sua verdade.
Caminhou até o salão, petrificada, nem sabia como tocá-lo em público.
Ele providenciou o enlace. Pegou suas mãos úmidas e
geladas, segurou-as com firmeza e as trançou em seu corpo.
Ela sentiu seu movimento e desta vez não podia fechar os olhos, inalou seu cheiro sem poder beijá-lo, percebeu suas pernas fortes e não podia entrelaçá-las. E por um instante o vinho recém aberto a deixou tonta em um só gole.
Dançou, jogando seu ritmo nas batidas sufocadas suspiradas do bandónion.
Suspirou, puxou coragem e dançou aos olhos de todos. E no mundo emparedado ela viu o fio do prazer e com volúpia dançou esparramando todo seu desejo.
Neste instante, o salão foi inundado de um perfume fragmentado e indefinido da lágrima que escorre, do pensamento cheio de saudade, do prazer de sua voz e da incerteza do encontro frente à maciez do contato de seu beijo.
E todos perturbados com o banho de verdades em pétalas frente estes sentimentos, dançaram embriagados abraçando seus pares. E no amontoado esprimido do anonimato, eles os amantes, se perderam sem julgamento.
E nas asas do desejo e da imaginação emergiram na noite e no compasso fálico desse desejo onde mora a morna volúpia longe das paredes livres, perderam-se no horizonte em um vôo flutuante sem destino certo.
Onde a noite é suave ao adormecer, onde pairam e
pousam as almas amantes que se deitam para simplesmente amar.
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠Presença, amor e devaneio


Não duvides que lhe traga
As manhãs alongadas
E nem te deixes confusa
Nas noites mais desatadas.
Os versos que plantaste
Em minha boca
Ardem sossegados à espera de teus beijos.
Se houver vazio
Tentarei renovar as ausências
E volver oceanos
Para inundar tua ilha.
O amor tritura lentamente
As pedras do caminho,
E meus canteiros agitam opulentos
À afogar tua ânsia,
E as espumas de teu dia a dia.
Dialogo com tua aceitação,
E abraço teus carinhos enfardados
No ventre insinuante de tua pelve.
Livro: Travessia de Gente Grande
Ademir Hamú

Inserida por AdemirHamu

⁠Sonhos aposentados (parte 01)


Seu marido havia morrido, nem sabia quando, em que dia,
de que jeito, simplesmente morrera, sem anúncio fúnebre, sem
santinho em branco e preto, morreu sem dores, anestesiado, acima
dos lamentos.
Agora ele vivia de alma emprestada.
Deus sabe de quem, esperando sei lá o quê, talvez secar
esfarelar, virar húmus, voltar a terra.
Quis ressuscitá-lo à vida, abriu as janelas que deram vista às
montanhas ondulando, pés de café para que ele percebesse o ciclo
da vida, mas quando chegava cerrava todas as ventarolas com frio,
muito frio.
À noite, deitava com as mãos geladas, cruzadas sobre o peito,
era seu único movimento, e de madrugada exalava de sua boca um
hálito esquisito de fundo de baú, cheirando a curtume.
Agora, esposa tinha certeza, ele havia morrido mesmo.
Ele levantava, dizia exatamente a mesma coisa, vestia as
mesmas roupas, os mesmos sapatos, as mesmas meias. Caminhava
pelo mesmo corredor ao trabalho, dia a dia, cumprimentava as
mesmas pessoas com as mesmas faces doentias, os mesmos assuntos
e recortava e dizia as mesmas palavras. Não acrescentava, não
diminuía, era linear, hermético, impermeável, morno, quase frio,
pois ainda não estava completamente morto.
Sua face endurecera, não esboçava nada, nenhuma estação,
era dura como porcelana. Seus cabelos caíram e ralearam, a pele
ficou manchada de pintas que mais pareciam pequenas necroses.
Passou a ficar pálido, leite, quase transparente, às vezes
custava a perceber sua presença translúcida.
A casa também começou a mudar lá dentro; um frio intenso
que toda criação, gato, cachorro, papagaio, passarinho e pensamento só
ficavam e chegavam até a cozinha, onde o fogo a lenha espalhava calor.
Não podia mais amá-lo porque o frio dele cortava-lhe a pele,
e o calor dela derretia seu corpo.
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

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