Poemas sobre saudade
Não vejo o frio como ausência de calor.
Na forma mais poética de enxergar o mundo,
é o jeito do inverno falar sobre o amor:
aqueçamos nossos corpos no abraço.
Vem, deita, se aconchega.
Fica mais um pouco.
O frio é ausência de calor;
A incredulidade é ausência de fé;
A escuridão é ausência de luz;
A ostentação é ausência de algo interior e o desrespeito é a total ausência de humanidade!!!
PARTIR
Navegar-te foi ausência
Entender-te foi silêncio
Parto agora sem ressalvas
Parto também o meu peito
Logo à frente um sorriso
Ao sul de algum lugar
A vida é partir
A morte é ficar
Além do ser não há o nada, porque o nada já é uma ideia. Além do ser não há sequer a ausência, pois ausência é medida em relação ao que poderia ser presente. O que está além do ser é o inominável absoluto — não aquilo que não conhecemos, mas aquilo que não pode sequer ser cogitado, pois toda cogitação é já um ato
Se o ser é o campo onde tudo se manifesta, então além dele só pode haver a pura impossibilidade, não como uma barreira, mas como uma ausência total de necessidade. Não há tempo além do ser, não há espaço, não há movimento: há apenas o que nunca poderia ter sido, e ainda assim, não é.
Mas ao mesmo tempo… talvez não haja ‘além’. Talvez o erro seja pensar o ser como algo com bordas, com limites, com um exterior. Talvez o ser não tenha fora, e tudo o que somos capazes de imaginar como ‘além’ seja apenas uma dobra interna, um não-lugar que só existe como ilusão de afastamento.
Se for assim, não há além do ser: há apenas o ser, infinitamente curvado sobre si mesmo, experimentando-se em múltiplas formas, inventando abismos para sentir a vertigem da sua própria infinitude.
Talvez, no fim, perguntar ‘o que existe além do ser?’ seja o próprio gesto que revela a impossibilidade da pergunta: porque o ser é o campo onde a própria pergunta se forma. O que está além é o que jamais poderá ser pensado, sentido ou dito. É o absoluto silêncio, não como falta, mas como aquilo que nunca pôde ser interrompido pelo som.
Então, talvez… não exista ‘além’.
Talvez só exista o ser, pulsando sem motivo, sem fim, sem fora.
O Grito Invisível
Grito em silêncio para não ferir,
mas cada ausência é um porvir.
Quem não escuta, não sabe a dor
de quem sorri sem ter amor.
Quem vive na promessa morre na saudade! O futuro é hoje, o amanhã pode ser uma ilusão, a mudança deve ser feita hoje e não no amanhã.
Até á próxima vida
Autoquiria
Tenho saudade de tudo, das ilusões criadas
Dos passos que tracei naquela estrada longa e desconhecida
Era o ar e aquele vento que me envolviam com suavidade.
Aquela leveza, era a força que agia sobre o meu peito
Ora com calma
Ora com furor
O soprar do meu desejo.
O meu sangue coloria nos meus olhos, a vida que gostaria de ter!
Agora o fugaz poder
O controle, o deleite!
Tracei meu caminho marcando os meus braços.
E na bela noite , senti a vida no escoar daquele carmesim, num intenso vermelho a transbordar sob minha permissão.
Abriu-se no escuro, a minha ânsia
Ali, ali onde os meus passos cintilam e tomo rédeas do destino.
Iludo-me, incerta e decidida.
Lacero - me...
Para a menina Alice✨❤️🩹
CRISTAL QUEBRADO (soneto)
Neste versejar estreito e amarrotado
uma saudade, dura, estirada na rede
de verso tedioso, o dia, assim, despede
suspirando com sonho desencantado
e em um canto da imaginação, a sede
de ilusões, desejos, no pesar bordado
delicado tal um copo de cristal lavrado
em que, às vezes, a sofrência excede
é trova com choro, o que muito sente
cada rima, uma rima com uma solidão
bêbedo de dor, que dói n’alma da gente
poética que faz o coração abandonado
deixando o soneto cheio de sensação
nota, e cicatriz de um cristal quebrado.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 junho, 2025, 19’36” – Araguari, MG
Cê loco
Paixão para quê?
Na ausência: um sofrido
Na presença: um entorpecido
Paixão é uma invenção,
Do capitalismo com certeza
Feita para comprar, gastar e entregar
Chocolate, presente e coração
É caro: custa a paz, o sono, e a vida
Não tem tratamento
Quando não mata
Fica a vida toda
Por isso se proteja,
Pois quando acontecer
(E vai acontecer)
Vai doer, vai durar , vai matar
E com certeza vai ficar
E você ainda vai ter um sorriso
Bobo o resto da vida
Valorize quem você ama enquanto ainda pode dizer isso olhando nos olhos.
Depois que vira saudade, o que mais dói é pensar:
“O que eu mais queria agora era poder estar ali de novo.”
O eterno reencontro
Amizade é luz que não se apaga na ausência,
vento que sussurra histórias antigas
e renova o calor do encontro.
Amigo é aquele que vê não apenas o que somos,
mas o que somos capazes de ser
e nos ama nessa possibilidade infinita.
Na desigualdade que nos une,
na diferença que respeitamos,
cresce uma árvore imensa,
cuja sombra acolhe corações cansados.
E quando o mundo tenta separar,
quando a vida desenha rotas distintas,
a amizade verdadeira se faz ponte,
um reencontro eterno, sem fim.
Pois amizade é arte de nunca esquecer
que, em algum lugar, um outro coração
bate no ritmo do nosso,
esperando para sorrir junto mais uma vez.
Ah, voltou a madrugada
E de novo a estrada
De uma nova canção
Ah, senti saudades
Chorei de fases
Que nem conheci
Ah, Jobim que compôs
O tom que se foi
Mas que sempre vai
Ah, solidão no meu peito
Que se desfaz num defeito
Que se deu por se dar
Ah, meu Deus, por que foi tão
Grosso o laço da solidão
Que em meu coração se desfaz
Ah, se eu soubesse agora
Como tudo lá fora
Brilha claro como o sol
Ah, se a lua estivesse pronta a me dizer
Que o passado...
Ah, sou jovem aprendiz
Poeta que diz
Versos sem amor
Ah, eu falava de amor
E você... só se for
Ah, mas a poesia acaba
E de novo se inicia
Pra tardar meu coração
Voltas antes, como dizia
Todo mal que me fazia
Me diria... com perdão.
Ah, de que se serve a vida?
Se de tudo o que querias era imensa paixão.
Em quê o tempo nos ajuda?
O que ele pode nos deixar.
Uma saudade profunda, uma ferida a se curar;
Nos deixa experiências;
-Amor? Afeto? Sei lá .
Talvez lembranças bonitas,
E um jeitinho carinhoso de se apegar.
Mas um dia se acabará o meu tempo,
E como todos se perguntam.
Como eu irei me acabar?
Sozinho, abandonado? -Com amigos a me rodar.
Sabe, espero que o tempo seja justo.
Seja paciente e devagar.
Aliás o tempo é infinito, e jamais irá se acabar.
Reflexão
O silêncio não é apenas a ausência de som, mas sim a presença de um espaço para a introspecção e a conexão. Ao cultivarmos, podemos descobrir uma fonte inesgotável de paz, clareza e autoconhecimento para refletir e escrever, tornando-se uma forma poderosa de processar emoções, organizar pensamentos e obter clareza.
Ao caminhar em um parque, sentar ao lado de um lago ou simplesmente observar o céu, sentiremos que a natureza tem imensa capacidade de acalmar a mente e promover uma conexão.
Façamos então, pausas conscientes das telas, das redes sociais e das notícias. Permitindo-se ficar offline por um período para se reconectar com o mundo real e consigo mesmo.
Silente
A fala é tempestade e o escutar, um jardim esquecido — onde floresce a ausência do sentido.
Ausência Silenciosa
Essa falta a qual contemplo
Diante do silêncio medito
Palavras essência de uma ausência
Silêncio que conduz a versos
Singular forma de existir diante do caos.
Espuma de Aço
Passei fome —
como quem mastiga a ausência com os próprios dentes.
Passei frio —
como se o mundo tivesse esquecido meu nome.
Tive medo de dormir,
como se o sono fosse um portal sem volta.
Temi ser incendiado por mãos anônimas,
esfaqueado por sombras sem rosto,
baleado por silêncios armados.
Achei que a qualquer instante
me enjaulariam por crimes que só a miséria conhece.
Achei que o azar me atravessaria como um carro sem freios.
Achei que acordaria num hospital,
com tubos dizendo o que restou de mim.
Tive pensamentos que se transformaram em presságios.
E presságios que bateram à porta como visitas indesejadas.
Coisas que temi… e que vivi.
Nunca imaginei sentir esses medos.
Nunca imaginei que seria a morada deles.
Mas eu os enfrentei —
não com bravura,
mas com a entrega de quem não vê saída.
Fechei os olhos,
não para fugir,
mas para pular.
Como quem salta de um avião sem paraquedas,
mergulhei no invisível,
me entregando a Deus com a fé de um desesperado.
Os dias passaram como segundos —
e os segundos, como preces sufocadas.
Quando enfim toquei o solo,
não havia pedra, nem asfalto,
mas um vazio que me acolheu.
Como se o próprio abismo
tivesse mãos.
Não foi ele que me segurou.
Foi a ausência do medo.
Foi o sangramento interno de um coração que desistiu de resistir
e se dissolveu —
espuma de aço.
Espuma: porque já não pulsa.
Aço: porque já não quebra.
Sem emoção,
mas também sem dor.
Sem esperança,
mas longe do pavor.
Nem vivo, nem morto —
apenas desperto.
Saudade, de ter saudade
Esqueci como é
ter aquela ansia
em ver outro alguém,
da empolgação,
da preocupação,
sentir a pulsação
do coração.
De lembrar de detalhes
que serão só meus,
de querer que o resto
dos meus dias,
também façam parte
dos planos teus.
Saudade,
de poder sentir saudade.
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