Poemas de Partida
QUE BOM SERIA
Que bom seria
Se não houvesse despedida
Porque é tão triste
O momento da partida.
Que bom seria
Se eu pudesse ver o dia
Ao lado dela
Amanhecendo
Que alegria!
Me desse ela
Toda a chance
Que eu preciso ter
Pra que a envolvesse
Em meus braços
E então lhe dizer...
Eu lhe diria:
Que ela é, minha alegria
Minha paz
E que irradia
Toda a força
Ao meu viver.
Diria mais
E muito mais
Eu lhe daria
E a veria como eu
Tão contente, de prazer...
Ausente - Presente
A dor causada pela partida de uma pessoa estimada nao é proporcionada pela saudade. Mas sim pela incerteza de saber para onde foi e com quem está. Sofremos nao por que o outro se vai. Sofremos sim por ver uma imagem a menos no espelho.
Junto com você, vão-se minhas promessas e meus segredos.
Nao estou falando de alguem que realmente morreu. Afinal de contas, nao é preciso morrer para entao sumir.
Estou falando de um ausente que, de tao ausente, se faz presente.
Meu parente amado. Tu te tornastes, ao fim, um ente-querido ao me deixar de lado.
-Ordep
LINHA DA VIDA (soneto)
A linha da vida, na vida é sinuosa
Da partida a emaranhada chegada
Quimera criada e felicidade caçada
Já a morte... Ah! A morte é teimosa
E nesta estrada, a sorte misturada
Certeza e surpresa bem manhosa
Mas tudo com uma pitada furiosa
De cor e sabor, se bem aproveitada
Tal qual uma poesia em sua tosa
Irresoluta é a linha a ser traçada
Porém, é elaborada na sua prosa
E no tem tudo e no não tem nada
Há saída, entrada, espinho e rosa
Como corredeiras (vida) não fica parada...
Luciano Spagnol
Novembro, 2016
Cerrado goiano
A linha da vida, na vida é sinuosa
Da partida a emaranhada chegada
Quimera criada e felicidade caçada
Já a morte... Ah! A morte é teimosa
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Ponto de partida
Tudo nesta vida tem um ponto de partida,
Eu sei que a nossa estrada é bem longa,
Mas estou disposto a contigo caminhar...
Desde que queira ao meu lado estar!
Nós podemos escreve uma bela história,
Cada dia será um capítulo à parte!
Nas descobertas em toques e beijos...
Cada pedaço equivale a uma década,
Namoro, noivado, casamento e filhos,
Depois vem a velhice e a morte!
Mas como tudo ainda é muito recente,
Vamos vivendo no extremo da felicidade,
Mas sem esquecer a proposta anunciada!
A partida
Encontramos-nos em meio à despedida,
Mas afirmo que eram dias maravilhosos...
E este era o lugar de sempre nesta alegria,
Onde trocávamos os nossos sentimentos...
Pode acreditar que o tempo ainda corre,
Mas na vida em tudo muito se renova...
Hoje o velho amanhã terá o seu renovo,
É o nascer e morrer em todas as pessoas.
Tanto na chegada quanto na triste despedida,
As lágrimas são sentidas com muita comoção...
Mas os rastros que ficam são de linda magia,
Consequência dos bons momentos de emoção.
A partida abre mão de toda continuidade,
E mesmo sentida às vezes ela é necessária.
O questionamento trai a nossa felicidade,
Orgulho descrente de uma decisão acertada.
NOVO TEMPO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Por um dia sem ranço de mágoa passada;
uma nova partida pro sonho de após;
pela voz renovada pra cantar a vida
que renova os caminhos; recicla os contextos...
Nossos braços abertos acolhem o mundo
sempre novo, refeito e disposto a girar,
esse ar que nos ronda não quer desperdício
com aqueles cansaços inférteis e fúteis...
Pelo amor a nós mesmos, amemos viver,
ver nos olhos à frente um espelho perfeito
e reler nossa história com olhar maduro...
Ninguém seja guerreiro, lutador, herói,
porque dói guerrear; combater; brandir arma;
recriar uma era que não era humana...
Sempre há um “porém”...
Entre um jogo e outro, entre uma parte e outra de uma mesma partida... Entre um apelo e um aplauso, a reza e a resenha, entre a palavra e o palavrão, a defesa e o ataque, uma trave e a outra, o goleiro e o gol, entre um gol e outro...
Sempre uma pausa, uma causa, um “porém”...
- Pode ser do mesmo... Mesmo ângulo, mesmo ponto, mesma parte, até no mesmo time, mas, nunca da mesma forma.
LEVEZA
No derradeiro, se percebe no fado:
que a solidão contém partida e vinda
as lembranças fitas em laços, atado
a lua na solidão tá sempre na berlinda
a madrugada não é grande nem pequena
que o possível no possível pode ainda
que a saudade é frágil como uma pena
e que as coisas mais leves, tem cheiro,
que a van filosofia prescinda...
Luciano Spagnol
2016, dezembro
Cerrado goiano
Poema do imaginário
Vamos pulsar a vida
Expulsar e por de partida
Qualquer forma de desamor
Some no abraço o laço acolhedor
É preciso amar
É preciso atar
No olhar, a cumplicidade
Chegar mais na felicidade
Como quem chega
Para alguma parte
E sempre rega
O sonho em arte
A vida em entrega
“O silêncio é o exato momento do nada no lamento.”
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
Momentos de partida!
Nunca estaremos preparados para o momento da partida. Seja ela de uma mudança geográfica ou espiritual. A verdade é que quando esperamos uma criança nascer, de fato esperamos na esperança de uma nova fase que irá começar.
Isso não acontece na partida.
Seja uma promoção de emprego em outra cidade.
Uma casa nova em outra cidade.
Uma bolsa de estudos em outra lugar.
Um Ente querido Falecido. Luto.
Sim o luto, é o único sentimento que não podemos compreender ou talvez sentir. Essa dor da partida, de saber que nunca mais veremos aquela pessoal amável próximo a nós. Mesmo que em nossa memória nos restarão imagens, risadas e conversas compartilhadas nunca irão satisfazer a ausência de alguém.
A saudade e o amor aquela pessoa te fará ser forte para continuar. Mesmo que em segundos você queira desistir, persista!
Quando os olhos
Presenciam partida,
A memória se encarrega
De guardar momentos
especiais no coração.
Partida não protege.
Partida testa constantemente o pensamento interior.
Testa a força.
Testa a resistência.
Testa a fragilidade.
Atesta por quanto tempo tudo fica em curto circuito.
Atesta que se perde o juízo.
Quando demos por nós a partida já estava acabando.
Nem um apito.
Nem um sinal.
Nem um juiz.
Discretamente, ele, o tempo, passou.
Quando demos por nós já é hora de aterrissar.
Pareceu um passeio em montanha russa:
Ora acalmava, ora corria como vento primaveril, ora subia vertiginosamente e se ouvia murmúrios, risos, piadas brincadeiras e descontração e lá...lá em cima momentos de tensão, avaliação e de repente a descida quase vertical, sabíamos que tudo iria dar certo pois estavamos juntos.
Mas...
Chegada está a hora.
Nos entreolhamos como se nos conhecêssemos de priscas datas.
Tem um quê de silêncio em mim que ameaça derramar pelos olhos, pois sei que mais um pouco e não seremos mais os licenciandos de toda quarta à noite.
Um certo amargor incomoda com um gosto, uma vontade de querer ficar mais.
Mas... é mesmo assim.
Sem apito, sem juiz e sem montanha russa, o que vale é que chegamos e, se aqui ficar um vazio físico, pelo menos sairemos, todos, preenchidos de um calor inesquecível chamado amizade e da certeza inequívoca, que aprendemos mais.
Há dias de chegada
e dias de partida...
Mas, que tanto uns quanto os outros
sejam floridos e repletos de esperança.
Cika Parolin
Na imensidão de palavras
Sempre existe um "agente" de partida
Que reune, da coerência e Paz
Em meio a essa tormenta de emoções
Vai explicar
Difícil entender
Pode ser a parte em mim com mais sinapses possíveis
As que ligam o cérebro, coração e essa vontade visceral de escrever.
Meu roçado.
Desde a minha partida
não tiro leite de gado
não vejo a terra sofrida
não planto no meu roçado
se a chuva for permitida
o sonho da minha vida
É ter de volta o passado.
A vida continua mesmo depois da sua partida.
Sei que os dias de felicidade que vivi ao seu
lado não voltarão.
Mas a reciprocidade do amor que recebi
de você, foi com a mesma intensidade que
eu te amei...
Estações do amor.
Vi sua partida ontem...
Estava de branco,
Tristezas nos olhos...
Dois corpos estranhos!
Fostes para longe...
Além de meu olhar!
Vi-te além dos montes...
Chorei para regressar.
Deixaste-me triste,
Chorando às malas feitas...
Nelas dobrasse o amor!
Por cima versos de meias.
Olhar distante na estrada...
Marcou o dia de ida,
Foi embora tocando nada.
Ficou o corpo na cama...
Um sofá cheio do todo!
Dias de silêncios e dramas.
Nas meias Palavras que deixou...
Só contas que me amavas!
Mas o tempo tudo esfriou.
Denise Valentim
06/2016
https://www.facebook.com/VidaAires/
Recomeço.
Fiquei despedaçada,
aos cacos e em ruínas
Aos prantos com a sua partida
Tomei uma dose de mim mesma
E me refiz de pedaços em pedaços,
juntando todos os cacos
Recomeçando uma nova vida.
