Poemas de Luto
AMOR E DESPEDIDA
Um adeus que não se deseja professar, prolonga as noites de nossa alma
Ora! Não que sejam as noites uma ausência de luz, ou mesmo a dissipação do calor esplendoroso
Mas, a presença de uma luz calma como a lua, na qual os olhos podem penetrar em profunda contemplação, numa ausência de si mesmo
Uma espécie de inclinação devota, rendida e vulnerável a algo que se revela infinito, no efêmero de nossa experiência terrena...
O amor puro, sem matéria.
O único e verdadeiro amanhecer de nossas almas!
Um minutinho de silêncio
Um segundinho de paz
Por todos que já se foram
E não voltam mais!
✯
Para o povo do RS muita Fé e devoção
Solidariedade, justiça e compreensão
Muitos Abraços, sorrisos para esse povo
Num momento tão sofrido.
+♡‿♡
Despedidas é um efeito cômico da vida,
Vem da sabedoria, da tristeza,
Que todos vamos para debaixo da areia.
Vem da inocência, da tristeza,
Que vamos ficar juntos a vida inteira.
De promessas quebradas,
Mentiras esparrafadas...
De memórias tristes,
E momentos felizes...
Vem a majestosa realidade dizer que agora é tarde.
A morte se veste de sol
A morte, essa ingrata, que cheia de empáfia e malícia se veste de sol e brilha todos os dias nas manhãs mais cinzas e sujas, como se fosse alguma espécie de tempero pra vida, já morna e sem sal de alguns, surge e caminha soberana pela avenida.
Num relance, ela te acena com um pisco doce, leve e suave e você ingênuo corresponde e vai, imberbe e juvenil e aparentemente cego e ou entorpecido, você abre a guarda se ajeita e a segue em busca de mais uma dose de seu próprio destempero, agora, também, seu próprio veneno.
A morte é a corrupção da vida e o corpo aonde ela se encerra, a ânsia e a arrogância são as celas que aprisionam os imberbes e os cheios de ligeirezas, a morte é safa e calculista, transita pelo caos das noites feito os boêmios e notívagos, sempre à espreita ela escolhe, acolhe e envolve as suas vítimas como quem se assenta em uma mesa de bar qualquer para o último gole e abraça o desconhecido como se já fossem íntimos. Amigo... A saideira, por favor! Vamos comemorar, hoje é um grande dia.
25-08-2017
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Último pôr do sol que vi que ele estava vivo, e enquanto eu admirava esse pôr do sol, eu sentia que algo estava errado, passei aquele dia com o pensamento nele, liguei para minha mãe, pois estava angustiada demais, infelizmente o pior aconteceu, ele se foi, e sua partida tão prematura nos tirou o chão, naquele dia uma parte de mim se foi também, a dor do luto não passa, pois a dor da saudade não acaba, se transforma ao avançar dos dias, meses e anos..
as lembranças viram companheiras de estrada é uma dor física, uma dor na alma, uma dor que dura para sempre, só Deus sabe a dor que sentimos com a sua partida meu irmão, eu sinto tanta sua falta, você deixou muito amor entre nós, e seu amor continua pulsando no nossos corações, sei que você está na glória de Deus, e eu estarei aqui orando por você, eu aprendi que mesmo com tanta dor é possível seguir em frente, não importa quanto pareça impossível,
é importante ter em mente que qualquer um que já não esteja entre nós gostaria que seguíssemos em frente, que continuássemos nossas jornadas com fé, pois a vida vale a pena, mesmo assim
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E Prefiro acreditar que não dissemos adeus, mas um até breve, apenas nos separamos para que o destino nos dê um reencontro feliz no final da minha estrada
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Você estará sempre vivo dentro do meu coração, te amo irmão
Adeus Pantera Negra
Descansa agora em paz
Infelizmente não terei
Meu heroi forte e sagaz
Porém tenho a certeza
De que no céu tu lutarás
(Poesia dedicada ao ator Chadwick Boseman, o Pantera Negra dos cinemas, que morreu em 28 de agosto de 2020, aos 43 anos de idade, vítima de câncer).
Sobre partidas
Depois que ele partiu, os sons ficaram diferentes. Ouvia o barulho do relógio, dos carros, ouvia o riso lá fora, longe. Parecia tudo de outro mundo, achava tudo estranho. Amava tudo isso, coisas cotidianas, mas sentia falta das mãos, dos olhos e do sorriso, das conversas. Sentia falta da porta se abrindo, da bagunça, daquela vida suave. Procurava, procurava e, estranhava, só conseguia encontrar o seu amor no silêncio. No silêncio aprendeu outro jeito de amar, como se comungasse com alguém muito maior, e Ele, bondoso, devolvesse as memórias de tudo que havia sido bom. Dormia abraçada com suas lembranças e, nessas horas, no meio da dor, até paz sentia. No silêncio aprendeu outro jeito de amar quem partiu e quem ficou.
Se o Sentimento
Não Tiver Força para Continuar
Não há Sentido, Nele, Conter Amor.
Pelo amor até se encontra morte. Há luta.
Mas à sua desistência, sua morte. Há luto.
Resto da paixão
O que paira é lembrança... admiração, vontade, esperança... nunca haverá consumação... pois é pura imaginação... a mente prega peça... auto-engano cheio de promessa... o luto é demorado... antes de dormir e acordado... a imagem vem sem permissão...como um pedido de salvação...
Pq não desaparece falsa ilusão?... maltrata alma... sem dó e perdão... esse é o resto da paixão
Turvo Sentido
Quando nos azuis astrais das águas geladas,
O coração não for mais o cavalgar do corcel,
Serei eu nas lágrimas das amenas cavalgadas,
Navarca na luta com a fantasia, ou na rua, menestrel.
Enquanto uns entretêm,
Outros lhes dão sentido.
Muitos riem!
Enquanto os mesmos lhes dão ouvido,
Monocórdico gemido na noite esguia,
Eu no escuro sonho com uma luz que brilha.
Luto ao som da trovoada em noite fria.
Se eu ao menos tivesse sido pardal de gente,
Erigido na mente, renascido diamante do bruto,
Não tragaria de mim constante que se lamente.
Não faria da noite dia, nem da esquiva morte, luto!
Filho do cravo mudo
E da espingarda silente.
De que muitos riem!
Enquanto outros lhe dão com tudo.
Decibel de incertezas turvas no brilho do escuro.
Capitel donde assisto à peça humana no teatro mudo.
E é tudo um drama, onde nada gruda em dia de entrudo!
Enquanto a geada não cresta o fundamentalismo besta,
O arrebatar de um sino toca o feudal preço do cinismo.
Sonho com o fluido escuro que entra por uma fresta,
Sou eu a humanidade que não presta... a sonhar que cismo!
Enquanto o amor for tudo
E tudo o que amei só:
Ridículos riem;
Poucos terão dó!...
E a poucos eu direi,
O quanto eu amei só!
A nossa farda não abafa o ser humano que a traja;
choramos, sangramos, temos sonhos, frustrações!
Verdadeiramente unidos por uma fé inabalável,
uma vontade incorrigível de viver por um ideal!
Amo a sociedade que sirvo
e ainda, se for preciso,
por ela morrerei!
Quem já perdeu amigo, irmão, ente querido,
imagine-se aqui, e quantas vezes já chorei!
10 anos sem meu pai. Não perdi. Ninguém perde o que não tem.
To aprendendo a lidar com a situação. Na verdade eu nao perdi meu pai. Pq não se perde algo que não temos.
O que acontece é que nós, não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual,
Somos seres espirituais vivendo uma experiência humana.
E Deus usou meu pai para que através dele eu pudesse vim aqui na terra viver essa experiência humana e cumprir a missão que Deus determinou antes de me enviar.
O que aconteceu é que meu pai cumpriu a missão e Deus chamou ele de volta.
Em breve eu tbm irei cumprir minha missão e meu pai estará me esperando de braços aberto para me ajudar a apresentar para Deus, o relatório de minha experiência humana vivida aq na terra.
O unico bem que podemos dizer que temos chama-se (Deus).
Tudo que achamos que temos está só emprestado inclusive nossos pais, irmãos, parentes e amigos. Tudo isso pertence a Deus. Ele é o dono de tudo.
Isso, e somente isso, é que me conforta. Apartir do momento que passei a pensar assim eu consegui aceitar a triste despedida do ser humano incrível que Deus me emprestou para que eu pudesse chama-lo de Pai. Meu eterno Pai. Saudade infinita, logo estaremos juntos novamente.
Desde que você se foi o sol não se pôs mais
Desde que você se foi eu perdi a minha paz
Como é difícil entender
Como é difícil aceitar
Que nos céus você estar
A sua morte é uma cicatriz permanente
Uma dor que eu irei carregar para sempre
As horas passam, mas ainda sinto que você está aqui
Em meu pensamento sua voz eu posso ouvir
A culpa não é da enchente, mas de "assassinos" que roubam a possibilidade de melhores condições de vida, planejamento urbano e saneamento básico para população brasileira em prol de viabilizar interesses próprios.
#lutopelasvitimas #oroporjustiçasocial #orepelasfamilias
27012020MG
Fotos têm mãos que sacodem, pés que transportam, asas que arrebatam.
Respiram, têm corações e lágrimas.
Têm a pele arrepiada pela emoção.
Mostram o que está aqui.
E o que já partiu.
Exalam o cheiro da esperança.
Ou da saudade.
Infinitas..
não é solidão.
é invasão consentida.
um tipo de presença que não pede licença
porque sabe que ainda tem a cópia da chave.
•
o lado esquerdo da cama cede.
não por hábito.
mas por teimosia do lençol.
o corpo ausente continua exigindo espaço ~
e eu cedo.
•
a toalha continua úmida.
não sei se é da última vez
ou de alguma memória que escorreu
quando eu não estava olhando.
•
o som do gelo ainda cai no copo.
como se tivesse a quem servir.
mas ninguém brinda comigo.
nem o silêncio.
•
a morte não te levou.
ela só desfez o contrato.
ficou com o nome,
com os papéis,
com a parte que convence os outros
de que você se foi.
mas o resto ficou.
os ruídos leves no corredor.
o perfume que reaparece ~ sem explicação.
essa mania absurda de eu ainda saber
o ritmo da sua respiração
mesmo sem você.
•
ninguém me disse que o luto fala baixo.
que ele deita do meu lado
e às vezes respira junto.
que eu ainda viraria de lado à noite
esperando um corpo
que aprendeu a não chegar.
•
não sei se sinto falta
ou se me converti naquilo que faltava.
na forma da ausência,
no vulto do costume,
no intervalo entre a porta abrindo
e ninguém entrando.
•
não sei mais se sinto falta.
ou se já sou feita só disso.
da tua falta com forma.
com corpo.
com tempo marcado.
com trilha sonora que insiste
em tocar quando não devia.
•
isso não é saudade.
é ocupação indevida.
com senha do wi-fi.
com chave da porta.
com espaço no armário.
uma ausência que não partiu.
só se instalou.
e tem me mantido acordada
no mesmo ponto
em que você deixou de me amar.
como se esse ponto fosse
casa.
fim.
ou castigo.
Juliana Umbelino • O Luto Sou Eu
#Luto #Poesia #LiteraturaBrasileira #Relacionamentos #Leitura
sem justiça, sem perdão — só protocolo
ninguém é salvo.
alguns só têm boa assessoria.
há quem confunda resposta com redenção.
mas o que é dito publicamente
raramente se parece com o que sangra no privado.
o mundo aprendeu a pedir desculpas
como quem emite um recibo:
com data, com cálculo, com linguagem neutra.
desculpa hoje vem com asterisco.
com planejamento de imagem.
com legenda que diz “aprendi muito”
sem dizer o quê.
ninguém quer ser perdoado.
só esquecido.
e rápido.
a justiça também virou performance.
é lenta onde devia ser urgente.
é veloz onde devia ter escuta.
e se você gritar,
vão dizer que perdeu a razão.
se ficar em silêncio,
vão chamar de consentimento.
não há saída fácil
quando quem escreve as regras
também decide quem merece exceção.
no filme,
a ilha prometia liberdade.
e entregava anestesia.
a dor era arquivada.
os traumas, redesenhados.
o passado, editado para caber numa narrativa rentável.
não é ficção.
é estrutura.
é o feed onde tudo parece harmonia,
mas ninguém pergunta quem limpou o chão depois da festa.
o mundo não quer justiça.
quer justificativa.
e isso — isso é o mais desolador.
perdão, aqui,
não nasce de consciência.
nasce de conveniência.
e a paz?
ela existe —
mas só pra quem pode pagar pela versão limpa da própria história.
quem sobrevive,
sabe:
não há reconciliação onde o poder segue intacto.
há só o silêncio de quem entendeu tarde demais
que perdoar também virou moeda.
e que a justiça, hoje,
é só uma sala com espelhos.
e ninguém mais reflete.
Juliana Umbelino
I. a parte em que ninguém percebe
há dias em que o mundo continua ~
mas eu não.
eu me arrasto dentro da roupa.
cumpro compromissos como quem finge
ainda habitar o próprio nome.
me sento onde sempre me sentei,
mas algo em mim não chega.
o corpo levanta,
mas não comparece.
•
há horários que evito.
nomes que pulo.
itens na gaveta que não toco há meses.
não é superstição.
é autodefesa.
ninguém entende.
porque continuo funcionando.
mas já não pertenço à máquina.
•
II. a parte que só eu escuto
há um som que só eu ouço.
não é voz,
não é memória,
não é aviso.
é uma frequência baixa
que vibra quando tudo está em silêncio.
uma presença que não se mostra,
mas me atravessa.
me obriga a manter as janelas fechadas,
a não reorganizar os móveis,
a conservar os espaços como estavam
no dia anterior ao que nunca mais passou.
•
não estou esperando nada.
mas também não fui.
é isso que ninguém entende:
o não ir.
o continuar por engano.
o viver como quem segura a respiração
no fundo da piscina
sem saber se ainda é possível subir.
•
III. a parte em que eu entendo
as coisas não melhoram.
elas se adaptam.
e chamam isso de cura.
eu aprendi a conversar sem falar.
a sorrir sem acionar músculo.
a dormir com a sensação
de que algo ainda respira ao lado.
talvez seja eu.
talvez não.
mas sigo deitada.
olhando pro teto
como quem espera uma explicação
que não chega.
•
e então amanhece.
como se nada tivesse acontecido.
como se meu corpo não estivesse carregando
o peso exato
do que ninguém ousa perguntar.
e eu levanto.
porque a vida, ao contrário da morte,
não precisa pedir permissão pra continuar.
Juliana Umbelino • O Luto Sou Eu
#LeitoraVoraz #Luto #Sentimentos #Lar #LiteraturaBrasileira
eu cresci ouvindo duas vozes.
uma dizia: abaixe a cabeça.
a outra perguntava: até quando?
•
no começo, obedeci.
porque ensinaram que ser boa
era o mesmo que não incomodar.
que ser certa
era não querer mais do que te dão.
e eu quis.
quis tudo.
quis entender o que havia em mim
que doía mesmo quando tudo estava calmo.
quis saber se a fé podia existir sem promessa.
se era possível amar sem se oferecer em sacrifício.
•
foi assim que aprendi a diferença entre culpa e chamado.
culpa grita quando você se escolhe.
chamado sussurra quando você esquece de si.
•
tem gente que ouve Deus nas igrejas.
eu ouvi dentro de mim.
no dia em que parei de fingir que tava tudo bem.
no dia em que parei de repetir o nome dos outros
como se fosse meu.
•
não me tornei melhor.
me tornei honesta.
com a raiva.
com o medo.
com a sede de parar de agradar
quem nunca teve fome de mim.
•
há quem diga que a vida é sobre encontrar paz.
mas ninguém avisa que, às vezes,
a paz é barulhenta.
ela chega quebrando os móveis
onde você guardava a versão que os outros aceitavam.
•
no fim, eu entendi:
o inferno não são os outros.
é a tua própria voz
cada vez que você se cala pra caber.
e o céu?
o céu talvez seja esse instante exato
em que você decide nunca mais se explicar.
—
Juliana Umbelino
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