Poemas de Lembranças
Em todo lugar lhe procuro,
Vou afundo e te encontro
Em meus pensamentos, me descuido
Esperando o seu retorno,
Não há lugar físico em que esteja
Somente em lembranças
Nessa ruína, se despeja
Minha enorme insegurança.
Nas ondas te vejo,
Elas te levam pra bem longe,
E é aí que eu percebo
O quão difícil é a morte.
...Dona Maria descobriu-se portadora de um dom extraordinário e de uma maldição que a impedia de ser plenamente feliz: ela era uma viajante do tempo, capaz de revisitar qualquer momento de sua vida. Um eterno retorno, em pequenos recortes temporais. Se sua vida tivesse sido preenchida apenas por momentos felizes, realizações pessoais, encontros incríveis e grandes feitos, que bênção seria! No entanto, não foi assim. Ela era incapaz de controlar o destino de suas viagens, e é aqui que reside sua maldição. As chances de encontrar-se revivendo terríveis momentos de solidão, arrependimento, violência ou escárnio, prevaleciam...
Recorte do livro Tempo que o Tempo me deu
O embalar nos braços e memorar cada momento.
Evocar o cheiro, a textura da pele e o som da risada.
Explicar o inexplicável.
Sensação inenarrável!
LEMBRAR VOCÊ
quando amanhecer a escuridão não irar dominar vc, mesmo que se o
nascer só irei se lembrar de vc mesmo que me faça chorar eu só vou lembrar
de vc mesmo que o mundo for se apagar eu só queria ficar mais um segundo perto de vc
mesmo sabendo que não irar durar mesmo sabendo que no final ira se lamentar
e na aquele momento as minhas lembranças iram se apagar, e no final só irar sobrar seu sorriso
o mais lindo do jardim.
A paz... essa promessa que, silenciosa, se esconde no amor que carregamos por aqueles que partiram. Às vezes me pergunto se a mereço, se um dia poderei repousar nos braços da tranquilidade. Mas sei, em cada batida do meu coração, que a paz vive no amor que permanece. Ela se esparrama nas lembranças, nos sorrisos que compartilhamos e na saudade que agora me envolve como um abraço distante.
Talvez a paz não seja um fim, mas um caminho. Um caminho que percorremos com a certeza de que, ao final dessa jornada terrena, o reencontro nos espera. Como uma brisa suave, ela toca nossas almas, prometendo que nada foi em vão. Que todo amor vivido é eterno. E que, após uma longa viagem, aqueles que amamos estarão lá, à nossa espera, como o pôr do sol que se esconde apenas para ressurgir, mais belo, no amanhecer.
E assim, sigo... Sigo com a certeza de que a paz não é apenas para quem se foi, mas para quem ficou, carregando no peito um amor que jamais se apaga.
Natais de minha infância
Lembro-me com saudades dos natais de minha infância,
Das vésperas do grande Dia, a grande tolerância,
Devagar passavam os dias, quase parecendo que iriam parar,
Na cassa as preparações para a data mais linda do ano, o nascimento do Menino Jesus.
Naquela época, era por Ele que eu esperava,
Era Ele que, além de ser o maior dos Presentes, ainda nos trazia presentes,
Era Ele o Motivo dos preparativos da festança,
Quanta alegria e esperança no coração daquela criança!
A véspera chegou. Era noite do dia vinte e quatro de vários e longínquos dezembros,
Meus pais, felizes a cantar músicas natalinas, que até hoje me lembro,
“Natal, Natal da crianças, Natal da noite de luz, Natal da estrela guia, Natal do Menino Jesus...”
Quanta alegria havia em tão poucas palavras, no coração da criança que fui.
Hoje, boas lembranças invadem minha mente, mesmo que aquelas pessoas que tanto amei aqui não mais estejam.
Os presentes, que eram entregues somente no dia de Natal, não mais assim o serão.
Os preparativos, ainda, fazem parte da família, mas somente por tradição.
As crianças que hoje aguardam esse dia tão especial, não entendem o verdadeiro motivo dessa agitação.
Mas eu, que hoje sou, daquelas mágicas noites um saudoso ancião,
Não permito deixar morrer em mim tão lindas lembranças, de paz e esperança,
Tento, com muito esforço, fazer que minhas netinhas saibam, um pouquinho que seja,
Que o avô delas, um dia, também foi criança.
A. Cardoso
O piado da coruja
Quase meia noite.
Quando criança, essa era uma hora de arrepiar,
Hoje, sinto saudades daquelas noites de arrepios, ouvindo uma coruja piar.
Agora, homem feito, barba na cara, brancos cabelos e pelos,
As lembranças das fases anteriores me fazem sentir com vitalidade de criança.
Sentir saudades me faz sentir vivo, talvez até mais ativo,
Não é ser saudosista, muito menos um escritor ou um artista,
Mas a certeza que valeu a pena da minha vida ser o próprio autor.
A. Cardoso
Dia dos Primos
Hoje é dia dos primos
Que às vezes é como um irmão
Com quem muito rimos
E quando nos reunimos é só diversão
Ainda quando crianças
Juntar os primos é a maior alegria
São momentos de boas lembranças
Uma emoção que contagia
Quando vamos crescendo
Podem se estreitar os laços
E mesmo se não estamos nos vendo
Quando nos encontramos, há amor nos abraços.
Se tatuo a minha infância na pele
toda e completa extensão
do meu corpo não é suficiente
ele tem ligação direta na
linha da pipa colorida
que permeia o céu das
lembranças inalcançáveis
a infância dura
uma vida inteira no adulto
que busca voltar atrás
do que passou e ainda fica
o pular incessante
da esfera em consciência de saber
que mais vale uma infância bem vivida
do que uma vida adulta inteira
sem saber o que significa ser criança.
Ainda buscando me encontrar, voltando ao ponto exato onde me despedi de mim, e cai no abismo da inércia.
Não, não voltei do fundo do poço, voltei pra dentro de mim e despertei de um coma profundo, onde meu corpo estava adormecido, enquanto matavam minha alma sufocada, da forma mais desumana e atroz, que seja possível imaginar.
Acordei!
Voltei a respirar...
Sigo tentando abrir a caixa das lembranças, e recuperar as memórias de um tempo em que me reconhecia no espelho.
De quem é esse rosto?
Sim, ainda sou eu, com todas as marcas e cicatrizes que me tornaram totalmente diferente de quem eu era, porém mais intensa e forte.
Não tenho lembranças do meu sorriso de outrora, aquele sorriso inocente, da menina que esperava sempre o abraço que nunca veio.
Mas esse que hoje vejo no espelho é de alguém que sobreviveu, mesmo refletindo dor e cansaço, tem um brilho diferente.
Gosto dele.
Mostra minha verdade.
Não lembro mais daquela menina, ela está muito distante agora, portanto não saberia o que lhe dizer, como confortá-la, os sentimentos mudaram, alguns morreram, outros nasceram por pura teimosia. Porém, posso dizer a mulher que me tornei:
"Você foi incrível!"
"Que orgulho de você!"
Agora, sei de todas as minhas vulnerabilidades, por isso e por causa disso, conheço também a minha força.
E, só pra engabelar a vida, vou continuar sorrindo...
Já posso sentir a brisa suave do vento tocando o meu rosto.
Que alívio...
Sigo sobrevivendo...
(Nanci Cavalcanti)
Eu ainda converso com você quando grito para o céu,
E nas noites em que o sono te abandona,
Você escuta os ecos dos meus pensamentos furtivos.
Baseado na música “SACRIFICE” de autoria e interpretação de Elton John.
Isso é normal para todos
Quando as coisas dão errado.
Lembranças viram fraquezas
E a tentação é grande.
Mesmo no local seguro de cada comprometimento
A fidelidade é perseguida pela doçura enganosa.
E então a dúvida se aninha nesse local antes seguro.
Há vezes, alguns corações congelam
Apesar do gosto adocicado.
Mas a verdade?
Algumas coisas são mais bonitas quando estão em desfoque.
O problema?
Não é nenhum sacrifício.
Pois é apenas uma declaração
Pois são apenas dois corações que se amam
vivendo em mundos diferentes.
Falar o que sente não é nenhum sacrifício
Não há sacrifício em declarar-se, nunca.
Mas feridas cicatrizadas depois disso
Levantam muros para a proteção
E é assim que tudo se acaba.
Nós?
Nós apenas perdemos a mão,
Deixando muitas pedras intocadas.
O olhar é calmo, sem nenhum maldizer,
Mesmo que o ciúme queime.
E o coração?
Ficará e seguirá gelado
Sem se importar com o gosto que ficou.
Então foi um erro?
Visto de perto, até diamantes tem defeitos.
E a verdade?
Nunca houve sacrifício,
Pois foram apenas declarações.
Domingo
Perguntas para um campeão
rostos que lembram outros
olhos cheios de ternura
nove à mesa
busco equilíbrio
Os últimos cajus caem do pé
como pontos, virgulas
antes de saltarem às risadas
Vinho verde
Portas e janelas abertas
mergulhos em caixas de fotografias
Tesouros
deitados em retalhos no jardim
a profundidade insuspeitável do olhar
do ponto de vista das formigas
ser movida pela felicidade que brilha
Antes... criações fantásticas
Construir uma, e outra vez...
Aprendemos muitas brincadeiras na infância e com elas,
Despertamos para um mundo de sonhos e fantasias!
Com o tempo vamos mudando em relação a muitas coisas...
Mesmo que o tempo passe,
Essas lembranças continuam vivas na memória
São elas que fazem a nossa vida mais doce!
Aprendemos que uns dias são belos e outros não são tão belos assim...
Mas devemos fazer de cada dia um ato de esperança!
O que é a morte, senão o esquecimento,
Um silêncio profundo que vem com o tempo?
O corpo pode cair, esvair-se no ar,
Mas o que somos, o que vivemos, ninguém pode apagar.
A morte não é o fim, mas a ausência do olhar,
A distância que cresce quando param de nos lembrar.
Mas quem toca a alma, quem imprime no peito,
Não morre jamais, permanece no perfeito.
O corpo se apaga, mas o espírito arde,
Em cada lembrança, em cada saudade que invade.
Na memória dos que ficam, a vida ressurge,
E nas palavras que ecoam, o ser se refugia.
A morte é só uma curva na estrada do ser,
Um ponto que nunca é definitivo, mas se faz entender.
E quando o último suspiro for dado, o último ato concluído,
Seremos eternos, pois o amor que deixamos será sempre ouvido.
Enquanto alguém contar nossas histórias com amor,
Viveremos, imortais, como a eterna flor.
A morte não pode nos calar, pois a vida é contada,
Na memória que preserva, nossa alma é eternizada.
Tou indo ali tocar ideias
falar de rosas,
flores.
Tou indo ali e volto já:
vou cantar saudades,
relembrar amores !
Se demorar um pouco
deixa rolar...
é que dei de cara com sorrisos
e sorri,
dei de cara com as lembranças
e lembrei.
Tudo outra vez...
E nós continuamos no faz de conta:
Faz de conta que não doe
Faz de conta que a alegria não vai
Faz de conta que a tristeza não vem !
Fica o riso travado, engasgado...
Ficam os olhos distantes !
Tudo outra vez...
As mesmas músicas
Locais
Os desejos, as vontades...
Palavras soltas no vento
Perdidas no tempo !
Tudo outra vez...
Outra vez a saudade
Outra vez as lembranças...
A poesia do mar é canto
Pássaros e voos
Livres
Incertos
Desertos
Imensidão
Aguas
Peixes e rios
Conchas
Pegadas...
Sol
E vento
Palavras jogadas
Pedras
Perdidas lembranças !
09/07/2017
Se eu enlouquecer
Sem problemas
Já sou louca mesmo
Se eu gritar
Sem problemas
Já grito mesmo
Se eu te mostrar quem sou
Sem problemas
Já me mostrei
Se eu chorar tua falta
Sem problemas
Sempre faltou mesmo
Se eu sofrer saudades
Sem problemas
Já sofro faz tempo, já sinto...
Se eu seguir teus passos
Sem problemas
Faz tempo que sigo de longe
Sei de você
Escondida...
Se eu espernear, cair no choro
Sem problemas
Choro mesmo, sofro.
Se eu te cantar calada
Sem problemas
Canto mesmo faz tempo
Se eu te lembrar as vinte e quatro horas
Sozinha,
Sem problemas
Lembranças dormem comigo !
02/10/2017
Sempre pode existir o outro momento, o depois,
Sempre pode existir foco, força, fé e a esperança...
Quando não pudermos nos nossos caminhos sermos dois,
Sejamos então, apenas um, inteiros e com boas lembranças...
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