Poemas de Dança
No centro da roda
foi a sua vez de estar,
Você cantou animado
para a gente dançar
a Dança do Tamanduá,
Os teus olhos de mim
você não parou de tirar,
Os meus olhos não
olhavam para outro lugar,
Foi assim que a gente
começou a namorar.
Não nego o meu
sangue caipira,
A minha poesia
catira dança
do Centro-Oeste
ao Sudeste,
E deste coração
jamais se tira.
Seguindo a cadência
do ritmo meloso
da embaladora música
para dançar juntos
na fila da Dança da Arara,
Quando estou contigo esqueço
do relógio e o tempo para,
A todo o instante te desejo
com a chama do amor que
nada neste mundo apaga.
Onde o santo e o profano
se encontram o nosso
amor dança o Sairé,
Você é o Capitão do meu
destino e eu a Sairapora
escrita para guiar o seu
caminho e assim a festa
tem feito morada em nós.
Com as duas mãos vou
escrever poesia no ar,
Vou entrar na roda
de Dança das Pretinhas d'Angola
para o teu coração
de longe de vez capturar;
Os meus quadris vão se soltar
e com minha saia vou sarandear,
E você vai acabar se declarando
para mim quando menos pensar.
Celebrando a Dança dos Engenhos,
dançando a Dança do Bangüê
festejo os teus doces trejeitos.
Vamos dançando até o chão
um seduzindo o outro,
estamos presos pelo coração.
No final de tudo como já
sabíamos sempre foi eu e você
dançando a Dança do Bangüê.
Com todas as tuas manias,
eu te louvando com olhar
e foi te cobrindo de poesias
que você passou a me amar.
No ritmo da vida e dos engenhos
não há como contestar,
tu és a minha música favorita
que eu escolhi dançar.
Nas mãos hipnóticas
gira o laço durante
a Dança dos Vaqueiros
de Marajó amada,
No fundo este laço
gira para me fazer
a sua dileta capturada,
Para subir ao altar sei
que sou a candidata,
Não precisa falar nada
porque estão todos vendo
que está escrito na sua cara.
Mais veloz do que
a Dança do Tambor
é a Súcia que eu vou
dançar com o meu amor.
Com meu suçador
serei boa suçadeira
dançarei a noite inteira,
e não estou de brincadeira.
Quando chegar a Jiquitaia
sem despedida do meu amor,
de mãos dadas iremos
para onde só nós sabemos.
Com o seu olhar de caçador
você entrou na roda
para dançar com o teu andor
caipira a Dança do Marimbondo,
Você chegou com aquele charme
maroto sem me dar desconto,
e fez o meu coração arrebatado.
Na zabumba você pendurou
a casa do danado,
Espantava o bichinho por
todos os lados,
Trocamos olhares apaixonados
e não importamos se seremos
por quem quer que seja reprovados.
Sim, dessa vez você deixou a garrafa
para equilibrar na cabeça de lado,
Sei que não dá para disfarçar,
que você está apaixonado,
que quer ficar comigo colado
e anunciar o orgulho de bem amado.
Neste mundo quase perdido
que a cabeça da gente pira,
Para viver o amor profundo
tenho certeza que chegou
a nossa tão esperada vez;
Nos meus braços você encontrará
o teu refúgio e toda a calidez,
e segura nos teus encontrarei
a sensatez e toda a magna poesia.
A toada que canta
todas as Cunhãs
cruzou a Amazônia,
Você me convidou
para a Dança Toada,
Ultimamente você
anda vivendo entre
a poesia e a insônia,
A tua alma não anda
sossegada e sei que
sou eu a sua amada.
A Dança do Barreado
que eu prefiro é
a que faço com ele no meu prato,
O Barreado é filho
do Entrudo e o quê
ele me deu e ainda
me dá quando é preparado
mantém o meu coração completamente apaixonado,
Não vai demorar muito
tempo para servir um bem
saboroso para colocar
no meu e no seu prato.
Todo o dia vejo a dança
que você tem feito
para me pegar no laço,
Já sei no que isso vai
acabar dando entre nós,
Vou te agradar preparo
churrasco, galeto
e arroz carreteiro,
E você vai me dar
o seu mimo e de sobremesa
o seu delicioso beijo.
Todo o dia será dia
de poético desejo,
No aconchego dos teus
braços eu me vejo.
A mulher de branco dança
ao som da tempestade,
Todos ouvem o som
da cidade submersa,
O amor guarda igual
mistério e se consagra
no seu rito poético.
Dança a Corticeira-da-Serra
e se enfeita pouco a pouco
para embelezar a nossa terra,
Falar sobre o tempo, o amor,
escrever todos os dias ao poema
mantém vivo o meu interior;
Estar sozinha não faz com
que eu me sinta diminuída,
Sozinha ou acompanhada o quê importa é estar de bem com a vida.
O vento dança o baile
junino com o Ipê-Verde
no meu caminho,
Todos os dias tenho
um grande motivo
para trazer você
com festa e carinho.
Ver contigo a dança
das Bracatingas
cumprimentando o céu,
Receber como prêmio
o mel do teu amor
é o meu maior desejo,
Lado a lado estaremos
porque apaixonados
nós estamos e sabemos
muito bem o quê queremos.
O Camboatá-Vermelho dança
um bonito baile com o vento,
Não consigo mais tirar você
do meu coração e do pensamento,
És a poesia d'alma e do sentimento.
Tornar-me a fada que dança
junto com as folhas fascinantes
das carnaúbas maranhenses,
Imaginar me põe viva
com desejos incandescentes
fazendo que eu seja poesia
silenciosa que te inunda
por todo o lugar que você anda,
Desabrochar junto com
as jitiranas da Barra do Corda,
Ser a testemunha apreciando
a tua mão carinhosa espalhando
solanos azuis perfumados
no destino que nos farão plenos indissolúveis e acordados
num pacto de cumplicidade
com a eternidade: indissociáveis.
Quando Sol e cada mistério
do Hemisfério Celestial Sul
fazem a sua própria dança,
O meu coração se derrama
de amor pelos tons de turmalinas
das nossas florestas divinas
que são paraísos que brindam
com beleza e com grandeza
a perpetuação da vida
no chão da nossa Pátria,
e assim faço com que
se cumpra a inspiração
para que com amor e paixão
entregue um poema
que chegue na sua pulsação.
Teus Detalhes
A lúnula dança em seus dedos,
uma lua mínima que esconde
o controle das próprias marés,
branca de silêncio e segredos,
como se as mãos fossem ninhos,
guardando sonhos que dormem
nas linhas de sua palma.
Em seu coração, quatro cavidades ressoam;
os átrios recolhem memórias,
enquanto os ventrículos sopram sonhos.
A aorta, em silêncio, germina,
levando o amor e o sangue às extremidades.
E, nesse compasso oculto,
cada batida floresce.
Nos seus olhos,
a luz se desenha sob as escleras,
em lemniscatas, um caminho sem princípio ou fim,
um infinito que repousa entre o tempo,
que envolve sem pesar,
um laço suave de ternura
que flui entre a glabela e a pele.
É tão leve, tão profunda,
como flor que se abre na espera,
desabrocha em silêncio e cresce no cuidado.
Sua beleza é quieta,
uma prece que o coração faz
sem saber que está rezando.