Poemas da Névoa

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Névoa,

À medida que a bruma abraça o rio!
Dedos da aurora tecem franjas de luz
pela água adentro...

-- josecerejeirafontes

Lua Serena

Já era quase dia
E a lua
Ainda brincava com
A rendada névoa alva
Que pouco a pouco
Dissolvia-se
Nas cores ígneas
Da manhã

Quem sou?
Não sei se sou uma sombra, ou um ser perturbado por uma névoa esquizofrênica.
Não sei o que sou... ou o que me tornei... me sinto como uma dor fantasma... como uma veia, só que sem sangue.
Isto tudo iludi minha mórbida e suposta existência, ainda não sei, talvez eu esteja infinitamente perdido... como uma voz conversando com uma caverna... talvez eu seja o eco de uma vida passada... Tudo é tão embaraçoso... ou estou realmente no limbo?
No fundo sei que estou preso... mas onde?
Para onde fui? (no inferno, você imagina)
Numa poça, eu posso ver olhares fúnebres e distorcidos
Olhos sem brilhos, como uma mortalha sobre o olhar de um cego.
Sinto que não importa onde quer que eu vá, minha mente não dar vida além dessas muralhas sombrias e transparentes.

A paisagem mórbida e fúnebre me assombra.
Para onde foi enviada minha sombra profana?
Presa nessa floresta infestada de vultos com olhares melancólicos?!
Caminho, e caminho e nada muda, apenas a profunda escuridão em meu interior:
- Quem sou? Para onde fui arrastado? Qual será meu castigo?
Talvez isso seja um pesadelo, ou apenas a mente de um esquizofrênico.

Olhar distante...

Quisera eu poder dissipar
Essa névoa que envolve tua alma
Que eterniza a efemeridade do tempo
Nas horas de solidão entre ti e o mar

Sei bem, nada posso ou espero
Se o temor me faz companhia
Se as ondas se quebram em silêncio
Se me vejo teu inverso, em agonia

Então,
O que mais tenho a dizer-te?
Vai! Arranca de mim a última lágrima
E deixa-me ir, contigo...

FASCINA-ME

Fascinam-me as imperfeições de teu corpo,
A nevoa de teus cabelos
A profundidade de teus olhos
A perfeição de tuas mãos
A suavidade de teus dedos

Fascina-me-me o ardor de teus beijos
A tocar-me os seios com a delicia
De teu hálito

Fascina-me sentir teu corpo junto ao meu,
Tornando-nos um só,
Fascina-me-me ter teus dedos em meus lábios,
Ao provar-me o desejo

Fascina-me apertar-me com teus braços
E o entrelaçar de teus quadris
Fascina-me ver o reflexo de minha vorácia
Através de teus gemidos...

Contudo, Fascina-me ouvir teus sussurros ao meu
Ouvido, enquanto me fazes apenas tua.
Num momento sublime, onde não há
Duvidas apenas o espetáculo
De te- lo meu.

(Marta Freitas)

⁠Há momentos em que a alma almeja o refúgio do silêncio, onde as interrogações se esvaem como névoa ao romper da aurora, e as respostas moldadas pela mente perecem em sua efêmera fragilidade. O ato de viver, por um ínfimo e plácido instante, encontra repouso. É nesse delicado interlúdio que concedemos ao coração, com sua sabedoria atávica, o privilégio de sussurrar o que sempre soube, mas que os ruídos do mundo abafavam. E ele sussurra, com a leveza de uma brisa acariciando as copas das árvores, revelando mistérios que só o silêncio é capaz de desvelar.

É na quietude do cosmos que captamos a voz de Deus, sutil como um eco longínquo, porém tão inabalável quanto uma montanha. Mesmo quando o intransponível se ergue à nossa frente, e os olhares ao redor nos envolvem em incredulidade, é Ele quem nos sopra ao ouvido: vai, avança, e concretiza. Pois, quando até o último vestígio de fé em nós mesmos se rompe, Deus permanece crente, sustentando-nos com a esperança que já não conseguimos vislumbrar.

⁠A angústia se instala no peito,
Um peso que sufoca, que aperta,
Uma névoa densa que cobre o horizonte
E a alma se perde na solidão.

A depressão, vil companheira,
Sombria e implacável em sua dança,
Cinzas que se acumulam no coração
E diluem as cores da realidade.

Mas em meio à escuridão que domina,
Há uma chama tímida, uma centelha,
A esperança que persiste, que insiste,
Guiando para a luz no fim do túnel.

⁠Aceitar-se é de vital importância para ter paz interior.
A névoa mental que te atormenta é você quem a colocou lá.
Abra a janela da alma e deixe o sol entrar!

“A Catedral dos Lamentos”

Sob arcos quebrados, o céu se cala,
A névoa dança onde o tempo embala.
Catedrais choram com vitrais partidos,
Guardam segredos, amores esquecidos.

Anjos caídos vigiam em pedra,
Olhos vazios, memória que medra.
O sino ecoa em tom de agonia,
Marcando o fim da última alegria.

Nos corredores, passos sem dono,
Sombras deslizam em eterno abandono.
Um véu de pranto cobre o altar,
Onde promessas vieram a se quebrar.

E ali, entre ruínas e dor silente,
O amor renasce… sombrio e ardente.

A Névoa da Ignorância

Em campos largos, sem fim a vista,
Caminha a alma, cega, distraída.
Os olhos não veem o sol que insiste,
Escondido entre a névoa da mente adormecida.

A ignorância veste-se com um manto sutil,
Mais leve que o vento, mas denso no espírito.
É como um eco, profundo e infantil,
Que grita certezas sem nenhum critério.

Não se conhece o que há além do espelho,
A verdade oculta, a dúvida sem fim.
E quem permanece ali, preso no seu brilho,
Desconhece o mar calmo que existe.

Mas há quem busque, quem queira enxergar,
Rasgando a neblina, arriscando o olhar.
E ao levantar o véu, o mundo se faz inteiro,
Revelando-se ao fim como um fogo verdadeiro.

Quando o dia finda, e a mente se esvai,
Em névoa de cansaço, onde a força cai,
Em ti encontro abrigo, um porto de paz,
Meu amor, meu refúgio, que o peso desfaz.


Não exijas de ti, o brilho constante,
Permita que o descanso seja o teu amante.
Meu ombro é teu travesseiro, meu abraço, teu lar,
Onde a alma cansada pode repousar.


Em teu silêncio, escuto a tua voz,
A essência que amo, mais forte que nós.
Cuidarei do teu ser, com ternura e fervor,
Até que a luz retorne, com todo o seu fulgor.


Nosso amor é a força que nos faz seguir,
A calma que acalma, o dom de existir.
E mesmo no cansaço, que a vida nos traz,
Meu amor por você, sempre, sempre me satisfaz.

Há um vinho perdido, soterrado num fiapo de névoa fora da criação.
Não é uva, não é sangue é memória de um tempo anterior ao tempo.
Os astrólogos disseram que quem o encontrar sentirá o gosto de tudo que já foi sentido.
E também o que jamais deveria ser.

Os reinos em guerra não o buscam por sede, mas por fome de trono.
Querem o cálice, não o conteúdo.
Querem ser os que ditam o silêncio.
Não beberão, mas farão com que outros se curvem ao aroma.

A Rosa Inteira
William Contraponto


Na névoa fria da ignorância, broto,
um livro aberto é sol no meu jardim.
A mente é chão, mas só floresce o roto
que rega o verbo e poda o próprio fim.


A chama pensa antes de queimar,
e o vento sussurra ideias no grão.
Quem teme a dúvida, deixa de andar,
preso no espelho da convicção.


Sabedoria é faca de dois gumes:
corta ilusões, mas fere o coração.
São pétalas que o tempo não resume
sem se perder em busca de razão.


A rosa só é rosa inteira e viva
se guarda em si perfume e cicatriz.
O fruto nasce onde a raiz cativa,
e o pensamento é chão que pede bis.


Quem colhe cedo, perde o maduro;
quem crê demais, não vê o entrelinha.
O tempo ensina em passos tão obscuros,
mas cada luz é dúvida que germina.

Inspiração ...


O silêncio da manhã se desdobra, sem pressa.
A névoa se ergue sobre o campo úmido, um véu branco
que se desfaz ao primeiro toque de luz.


O olhar se detém na textura da casca antiga:
rugas de tempo e resiliência.
Cada fissura guarda uma estação,
uma tempestade vencida.
A seiva que sobe é a persistência invisível da vida.


O café esfria na xícara
maas a mente desperta
As ideias não chegam como raios,
mas como marés suaves
Vêm do fundo, trazendo pequenos detritos,
até que surge a clareza.


Há beleza no inacabado:
no rascunho, no instante entre intenção e gesto.
Respirar fundo,
Afrouxar o controle.


A inspiração não é evento,
é estado de escuta.
É notar o que quase ninguém vê
o som de uma chave girando,
o azul preciso de um céu de inverno,
o cheiro de chuva tocando a terra seca.

A névoa desce,
abraça o asfalto frio,
Onde a visão se rende
ao infinito que não se vê


Estrada molhada,
pista que se esvai,
Onde o verde ao lado,
em bruma se retrai


​Lá na frente,
luzes tímidas a surgir,
Guiando o passo
que insiste em prosseguir


Não importa o destino,
nem o que se perdeu,
Só a jornada
que a neblina te deu


​Um convite ao silêncio,
ao caminhar calmo e lento,
Onde a pressa não existe,
só o presente momento


Entre o céu e o chão,
um véu a cobrir,
Seguindo em frente,
sem saber o que virá a seguir

Fragmentos de razão flutuam no éter,
Cleópatra dissolve-se em névoa atemporal,
Horfmann murmura em ecos sem bordas,
amor transborda nas fissuras da luz,luminescência frágil descortina o vazio,
ondas sem tempo ondulam sem rumo,
palavras dispersas rompem a forma,
silêncios entrelaçam o que não se vê,e no entrelaçar das sombras e brilhos,
a luz revela o mistério: o amor é a razão que transcende o tempo e habita o infinito.

A SOLIDÃO

A solidão é tão silenciosa
Que nem as tempestades moverão
A névoa que amedronta vossos corações.
Vossos dias de silêncios ficarão emudecidos
Por medo de perder a identidade
Que vós pensais em obter.

No silêncio da noite perguntei:
- Quem sois vós diante da escuridão que deixastes?
- Que medo é este que pensa em se apossar dessas almas frágeis prometendo cuidar e aconchegar em seu colo?

Ele respondeu:
- Sou o silêncio que tanto vos procurais para acalentar vossas almas amarguradas...

A sabedoria vaga querendo adentrar. Abra suas portas e peça lhes que entre e mostre a verdade...

Em meio a névoa densa ,que minha vida invade,
estou aqui...
seguindo teus passos,procurando em teus braços,
no teu amparo o caminho certo.

Inserida por marciamorais

PROSSEGUIR...

Quando tudo aponta o caminho da derrota...
quando tudo diz: desiste;
uma névoa de lágrimas é removida...
e a gente que aposta no amor...insiste…
Queremos prosseguir...ainda que sem rumo...
sem ter para onde ir...perdido no mundo.
Nesta hora em que todos somem...
olhamos para o céu todo acinzentado...
e buscamos uma réstia de nuvem branca...
um pedacinho de céu azul...
para ali...firmarmos o pensamento...
pedirmos ajuda, e acreditar...
que podemos um pouco mais...
que nada está terminado...
que tudo pode ser transformado.
E...movidos por uma força maior...
vencemos às barreiras...pulamos obstáculos...
enfrentamos os leões na arena...
os acusadores...os difamadores...
e sem pedras na mão...sem revolta...
oferecemos o nosso melhor...de coração...
oferecemos o perdão…
Passamos pela estrada sem dar volta...
sentindo no vento a esperança...
no luar...a luz que guia a nossa criança...
no dia que nasce,
a verdadeira oportunidade de crescer.
E é assim...
diante da superação das próprias dificuldades...
que deixamos para trás o medo da luta...
para dor...damos adeus...
e finalmente, saindo dos espinhos,
descobrimos o quão maravilhoso é a Vida.
Não desista dos seus sonhos.
Jamais!.

Inserida por carlatoscano

Dias frios

Meus dias tem estado frios
Longe dos teus braços
Mediante a nevoa da ansiedade
Meu sorriso meia boca
Desenha minha escassez
O meu corpo pede sua alma
E minha alma ..seu corpo pede
Faço de mim a permissão como exemplo
E o orgulho dos reprimidos
Forte sou por querer-te tanto e não lhe ter
Ter e não usufruir do que posso
O amor está ao meu favor
Mais a vida não
Contra regras ,me apoio na verdade
Me faço poder e sangue
Sou fiel ao que sinto
E mulher de palavra
Lhe procuro em meu ser
E percorro o caminho da incerteza
Lhe presenteando com meu meigo coração.

Inserida por JulianeGonzaga