Poemas a um Poeta Olavo Bilac

Cerca de 305051 frases e pensamentos: Poemas a um Poeta Olavo Bilac

BARULHO
Hoje acordei zonzo
Com o barulho do mundo
Não escutei ferramentas em orquestra
Para um firme propósito
Socorro!
Também nem sabia que o ócio berrava!
E lá “ele” estava
Nada fazia, tudo julgava
Cruel diapasão
A si perfeição
Ao outro afinando
Eram gritos esganiçados
Desmedidos
De arrancadas e freadas inopinadas
Correndo, parando
Seguindo gritando
Entre nota e outra
Segue apontando
Aos outros bradando
Aquilo que “é certo”
Tormento, lamento
De tudo se escuta
Onde andas labuta
De luta diária
Sutil salafrária!
Oh errante caminheiro
Deixe de lado o vespeiro
Segue teu sonho
Com tua batuta regendo
Os dentes rangendo
A ti não pertencem
O julgamento prossegue
E tua sentença bem sei
Mais cedo ou mais tarde
Em tamanho alvoroço
Corpo judiado
Com espírito moço
No silêncio da alma:
Tua coroa é o esforço!!!

Inserida por alfredo_bochi_brum

⁠TUDO OU NADA
E o que era tudo foi pouco
E o que parecia nada foi demais
Em um nunca uma desculpa
Negação do equívoco
Veneno e não antídoto
E num sempre acusação
Aponta erros sem perdão
No amor inanição
Atitude acanhada
Não muda o tudo e nem o nada.

Inserida por alfredo_bochi_brum

ALÉM DA CONTA

Lindo desejo um dia surgiu
Lançado no espaço transformou o vazio
O que era esperança virou emoção
Caminhos distintos navegando no mundo
Mergulho profundo tesouro no mar
Oh quão bom encontrar sentido na vida
Família unida lastreada no amor
É grande o fervor, energia imensa
A gente nem pensa e virou realidade
Fraterna amizade - fermento divino
Menina menino - Marttina e Afonso
Que vem e não passam causando alvoroço
É a mãe é o pai - embalando seus sonhos
Regando as sementes prum mundo melhor
Entre passo e tropeço o importante é andar
O caminho é eterno e não tem mais fim
Dignidade e respeito valores maiores
Batem forte no peito empurrando o destino
Amor e Justiça sejam o norte
Não importa o mais forte e sim a essência
Valores forjados que o dinheiro não compra
Família feliz é o mais lindo que conta!

Inserida por alfredo_bochi_brum

E DE PEITO ALERTO⁠

E lá se vem mais um aperto
E não adianta mais conserto
E parecia estar tão perto
E fico aqui boquiaberto
E insistindo em estar certo
E caminhando no deserto
E a navegar em mar aberto
E um coração a descoberto
E num futuro que é incerto
E sigo aqui de peito alerto!

Inserida por alfredo_bochi_brum

⁠POR UM FIO
Cá no sul está frio
E na pele arrepio
Sentimento vazio
Sem falar nem um pio
O sossego anda esguio
Busca forças bravio
Desancora o navio
Mundo a fora no rio.

Inserida por alfredo_bochi_brum

⁠HOMEOPATIA
Deserta via árida
Aqui me sinto um pária
Aos imensos pecados
Vai-se um rastro de mágoas
E a vida sem nódoas
Como um paiol sem pólvora
Ao fraco apavora
Ao forte lhe devora
Mas ali sem demora
Lição doída agora
Remédio pra aurora!

Inserida por alfredo_bochi_brum

⁠LÁ TEJO
Queria ter um lampejo
Te emprestar o que eu vejo
Sonho de mãe pelo Tejo
Nas correntes meu desejo
Nesse corpo em desapego
Rumo ao mar e ao sossego.

Inserida por alfredo_bochi_brum

⁠ANDARILHO
Enquanto aqui o sol se esconde
Em algum lugar não sei onde
Já vai estar cruzando um bonde
Alguém pergunta e tu respondes
Juntos onde quer que se ande!

Inserida por alfredo_bochi_brum

⁠CIRCUNSTACIAL
Estava pronto pro retorno
Um coração o meu contorno
E a saudade saltou do forno
A circunstância deixou morno
Foi no caminho algum transtorno
Na paciência me transformo
E no acaso eu me conformo
Mas é no amor que eu me reformo.

Inserida por alfredo_bochi_brum

⁠CLAUSURADO
Cá estou no meu costado
Num sentimento intrigado
Não me parece do agrado
De um coração maltratado
Cada vez mais apertado
E na rotina atrelado
Na ausência dum afago
Espera algo mudado
Deixa de ser libertado!

Inserida por alfredo_bochi_brum

⁠CEVADURA
O que vindes pescar?
Uma angústia pro anzol?
O que tens a cevar?
Um projeto em estol?
Na coragem encalhar?
Sempre há um farol
Força para enfrentar
A vida em caracol
Muito amor pra vingar
Alegria no rol
Outro porto a mirar
Na Luz raio de Sol!

Inserida por alfredo_bochi_brum

⁠CREPÚSCULO
No oriente brilha lua
No ocidente a luz recua
Mais uma noite se aproxima
Um sol laranjo se dizima
Que mistérios têm lá em cima?
No lusco-fusco nos ensina
Nem sempre é o brilho que fascina
Um acalanto pra retina
Em meio a tanta pantumima
Penumbra de paz repentina
Depois de mais uma rotina!

Inserida por alfredo_bochi_brum

⁠MARATONA

Lá se foi a areia da ampulheta
Por um tempo a gente vira atleta

Vai correndo muito sem perceber
A beleza de cada entardecer

Gravado fica o rastro da jornada
E que sejam belas as empreitadas

Por aqui vou chegando de mansinho
Feliz com ascensão em torvelinho.

Inserida por alfredo_bochi_brum

⁠PORTO ALEGRE

Ampulheta a passos de lebre
Na busca de um Porto Alegre
Nesse intervalo que a vida segue
Ser útil e cuidar o que negue

É preciso estar sempre pronto
E feliz com aquilo que monto
Nessa alegria é que encontro
Um vibrar nas conquistas dos outros.

Inserida por alfredo_bochi_brum

FISGA SOLAR
Que atração radiante o sol
É uma dádiva que fisga
Mais que um peixe olhar pro anzol
Vai clareando alguma cisma
Ceva os sonhos de um mortal
Que mal sabe o que precisa
Meio-dia tudo igual
Quando a sombra está concisa
Reconforta um ideal
Que "é levado" mais acima!

Inserida por alfredo_bochi_brum

⁠ALÉM DA MORTALHA
Lentamente cai a mortalha
A um novo ano promissor
Tempo atorado com navalha
Só resta olhar o que ficou
Um perdoar às próprias falhas
E acreditar no que mudou
Pra enfrentar novas batalhas
Ressurreição que acordou!

Inserida por alfredo_bochi_brum

⁠INVOCAÇÃO
Então ergueu as mãos pro céu
Na infinitude do acaso
Quase convocando um milagre
Um anjo pintado a pincel
Revoa tirando do arraso
Esperando o golpe do sabre!

Inserida por alfredo_bochi_brum

⁠PAREJA
Lancei as cevas pra vida
Prum espinhel solidário
Na esperança que fisga
Um esforço paritário
Na comunhão pretendida
Se tem um justo ideário.

Inserida por alfredo_bochi_brum

⁠INCISIVO
Enfim: hora de partir
Bem assim cortar ao meio
Afiar um novo norte

Chega de pra si mentir
Destemido e sem receio
Arriscar a própria sorte

Não há como consentir
Sempre os mesmos aperreios
Ir com fé chega de açoite!

Inserida por alfredo_bochi_brum

⁠CASTELO DE CARTAS
E era um mundo colossal
Que deslumbrava o próprio súdito
A estupidez era abismal
E a escravidão era o refúgio
Maravilha de luxo e belo
Em suas grimpas muito altas
Mas sustentadas no flagelo
Então assim não eram aptas
Era de carta esse castelo!

Inserida por alfredo_bochi_brum