Poemas a um Poeta Olavo Bilac

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Em obséquios de pouca monta, quem aceita pratica um ato de tanta urbanidade como quem oferece.

Era um homem corajoso diante dos perigos e pusilânime diante dos aborrecimentos.

As verdades mais triviais parecem novas quando se enunciam por um modo mais elegante e desusado.

Em cada vida, em cada coração, um dia - por vezes com a duração de um instante - ressoa a dor do mundo. E o homem fica justificado.

O crítico é semelhante ao ator; tanto um como outro não reproduzem simplesmente o mundo poético, mas integram-no, preenchendo as lacunas.

O convívio com um artista não é a melhor forma de desvendar o mistério da sua obra. Mas é talvez a melhor forma de o destruir. Ou de supor que..

Vergílio Ferreira
FERREIRA, V., Pensar, Bertrand, 1992

Deveria existir uma pitada de diletantismo na crítica. Pois o diletante é um entusiasta que ainda não se acomodou e não está preso aos hábitos.

Quando elas nos amam, não é de fato a nós que amam. Mas é bem a nós que, um belo dia, elas deixam de amar.

Paul Géraldy
GERALDY, P., L'homme et l'amour, 1951

A coragem pessoal de um chefe é tanto maior quanto tem uma má consciência de chefe.

A apetência para a ociosidade implica um apetite católico e um forte sentido de identidade pessoal.

A posteridade é um colegial condenado a decorar cem versos. Chega a aprender dez de cor, balbucia algumas sílabas do resto: os dez, são a glória; o resto, a história literária.

E virá um dia em que nos falta uma única coisa e não é o objecto do nosso desejo, mas o desejo.

Querem conhecer a civilização de um povo? Reparem naqueles que erguem monumentos.

Cesare Cantù
CANTÙ, C., Attenzione!

A estreita ligação do erro com a verdade nasce do fato de um erro simples e consumado ser inconcebível e, por ser inconcebível, não existir. O erro fala com duas vozes, uma delas afirma o falso, mas a outra desmente-o.

Aparece, desaparece: é toda a história de um homem, tal como a do mundo ou a de um micróbio.

É preciso que a Terra seja um lugar deveras estranho para a virtude, uma vez que ela aqui apenas sofre.

Quando se vê o estilo natural (do escritor), é-se assombrado e arrebatado, pois esperava-se ver um autor e encontra-se um homem.

Só há vantagem em substituir um homem por uma máquina, desde que esse homem encontre trabalho noutro local.

Não é a multidão... que às composições de um século confere fama e autoridade, mas sim pouquíssimos homens de cada século, ao juízo dos quais, pelo fato de serem mais eruditos do que outros de alta reputação, a multidão acaba por consagrar.

Quanto a sexos, apenas conheço dois: um que se diz sensato, o outro que nos prova que isso não é verdade.