Poemas a um Poeta Olavo Bilac
Sem EXTENSA cultura literária e filosófica, sobretudo sem conhecimento suficiente da evolução interna do marxismo, ninguém pode sequer apreender a noção de guerra cultural, muito menos entrar nessa guerra com proveito.
O esforço legislativo é útil para controlar a nomenklatura e os corruptos em geral. Como arma contra a hegemonia intelectual e cultural, é não só inútil como contraproducente.
Só quem AMA A LITERATURA entende o que eu escrevo. Quem conhece apenas o código jornalístico ou o jargão da sua profissão. deforma tudo.
Para meninos de ginásio, passar de ano e obter seu diplominha é a prova máxima de superioridade intelectual. Mas continuar pensando assim na idade madura é prova de infantilidade.
A realidade da vida humana é a tensão entre o desejo e o sofrimento. Jesus ensina isso. Fugir dessa verdade é autocastração espiritual.
Na lista das minhas obras inéditas, nem incluí, para evitar discussões extemporâneas, os seis volumes do 'Tratado de Astrocaracterologia', que, ao contrário do que imaginam os palpiteiros ignorantes, não é uma obra 'de' astrologia (nunca escrevi uma) e sim 'sobre' astrologia, uma obra de filósofo e não de astrólogo.
Uma teoria qualquer não se julga pela sua analogia direta ou inversa com outra, mas pela sua apreensão correta ou incorreta dos fatos.
Grandes homens como Romano Galeffi, Miguel Reale, Paulo Francis e Ives Gandra da Silva Martins foram humildes o bastante para consentir em aprender comigo. Empombadinhos preferem antes permanecer burros para sempre do que admitir, por um minuto que seja, que eu sei algo que eles não sabem. É um espetáculo patético, e eles nem se vexam de repeti-lo de tempos em tempos, com iguais e nulos resultados.
Não me julguem mal. Já pratiquei o jornalismo -- confesso --, mas foi só porque tinha filhos pequenos para sustentar.
É preciso mostrar ao povo, diariamente, os crimes hediondos do comunismo e apontar à execração pública os nomes dos seus cúmplices nacionais.
A esquerda transfere todo debate do campo da razão para o da persuasão psicótica, onde ela é absolutamente invencível.
Muitos não entendem esta coisa tão simples: Colaboro com uma política que está moralmente certa sem presumir que ela seja estrategicamente sábia.
Os assuntos sobre os quais tenho opiniões claras e definidas são aqueles de que tratei nos meus LIVROS E CURSOS DE FILOSOFIA. No resto, ou tenho opiniões casuais, relativas e provisórias, ou não tenho nenhuma. Enfatizando psicoticamente esta parte e suprimindo sistematicamente o conteúdo da minha obra filosófica, o jornalismo marrom-cocô da Fôia, da Veja etc. cria em torno da mim um farelo de malentendidos, dando a impressão de que essa poeira fecal de sua invenção é o 'pensamento do Olavo de Carvalho'.
Onde há liberdade de imprensa, a distribuição do espaço na mídia acompanha a divisão das preferências ideológicas entre a população. No Brasil, a opinião majoritária da população está TOTALMENTE EXCLUÍDA da grande mídia. Isso é liberdade de expressão?
“É natural no ser humano o desejo de conhecer.” Quando li pela primeira vez esta sentença inicial da Metafísica de Aristóteles, mais de quarenta anos atrás, ela me pareceu um grosso exagero.
Precisei viajar um bocado pelo mundo para me dar conta de que Aristóteles se referia à natureza humana em geral e não à cabeça dos brasileiros. De fato, o traço mais conspícuo da mente dos nossos compatriotas era o desprezo soberano pelo conhecimento, acompanhado de um neurótico temor reverencial aos seus símbolos exteriores: diplomas, cargos, espaço na mídia.
Aristóteles tinha razão: o desejo de conhecer é inato. O Brasil é que havia falhado em desenvolver nos seus filhos a consciência da natureza humana, preferindo substituí-la por um arremedo grotesco de sabedoria infusa.
O aprendizado é impossível sem o direito de errar e sem uma longa tolerância para com o estado de dúvida. Mais ainda: não é possível o sujeito orientar-se no meio de uma controvérsia sem conceder a ambos os lados uma credibilidade inicial sem reservas, sem medo, sem a mínima prevenção interior, por mais oculta que seja. Só assim a verdade acabará aparecendo por si mesma. O verdadeiro homem de ciência aposta sempre em todos os cavalos, e aplaude incondicionalmente o vencedor, qualquer que seja. A isenção não é desinteresse, distanciamento frio: é paixão pela verdade desconhecida, é amor à ideia mesma da verdade, sem pressupor qual seja o conteúdo dela em cada caso particular.
A isenção não é desinteresse, distanciamento frio: é paixão pela verdade desconhecida, é amor à ideia mesma da verdade, sem pressupor qual seja o conteúdo dela em cada caso particular.
Não há nada mais estúpido do que a convicção geral da nossa classe letrada de que não existe imparcialidade, de que todas as ideias são preconcebidas, de que tudo no mundo é subjetivismo e ideologia.
Nenhuma crença prévia, por mais sublime que seja o seu conteúdo, vale esse momento em que a inteligência se reconhece no inteligível. Quem não viveu isso não sabe como a felicidade humana é mais intensa, mais luminosa e mais duradoura que todas as alegrias animais.
