Poemas a um Poeta Olavo Bilac
A beleza é alimento da alma. E sobretudo a beleza do que você imagina. Isso é muito mais importante do que a praticidade exterior [...]. Energia vem da motivação. Motivação vem do desejo. E o desejo aparece da imaginação. É a partir do que imagina que você cria os polos de desejo, e daí vai atrás daquilo. Então, trate de imaginar as coisas, imaginá-las bem, com clareza, com nitidez. Isso é muito importante.
Quem vem com aquelas feições de escândalo, gritando 'Onde já se viu, em pleno século 21?' acredita que a ciência só progride, nunca regride. Ou seja, NADA SABE de história das ciências.
Cadeia não foi feita para recuperar ou fazer justiça com ninguém. Foi feita apenas para separar aqueles que não prestam da sociedade.
Tudo o que não seja feito para a glória de Nosso Senhor Jesus Cristo é futilidade, e às vezes crime.
Só indivíduos anormalmente simples e sinceros conseguem sentir-se à vontade na condição de pecadores crônicos que contam com a paciência divina para ajudá-los a livrar-se progressivamente do pecado sem grandes dramas ou encenações de arrependimento exagerado. A maioria escolhe entre revestir-se logo de uma carapaça de santidade postiça — compensando o desconforto mediante vituperações histéricas da imoralidade alheia — ou proclamar que o pecado está certo e Deus é que é o errado.
No Brasil raríssimas pessoas têm o senso da justiça e da injustiça, da verdade e falsidade. Os demais substituem-no pelo de amizade e inimizade. Não condenam alguém por ser culpado nem o absolvem por ser inocente; condenam-no por ser inimigo, absolvem-no por ser correligionário. E não apenas fazem isso, mas imaginam que todo mundo age segundo esse critério, faz o mesmo que eles fazem, quer o mesmo que eles querem.
Algum ser humano é capaz de conhecer por inteiro a bondade de Deus? Nunca. Portanto o conhecimento que temos dela não é percepção de um objeto e sim apreensão repetida e cada vez mais intensa de uma QUALIDADE infinita, como numa assíntota, a curva que vai se aproximando de uma reta sem jamais chegar a tocá-la. Não apreendemos jamais o Bem absoluto, só o Bem MAIOR. Maior e maior. O Mário Ferreira deu a essa capacidade de apreensão progressiva o nome de "tímese parabólica". É o único meio pelo qual conhecemos a bondade divina. O amor a Deus, portanto, é escalar e progressivo, a revelação crescente e infindável de um Bem infinito, "superior a todo entendimento". Ora, se o amor a Deus, sendo a raiz de todas as virtudes e de todo conhecimento, é de tipo escalar, toda e qualquer compreensão que possamos ter do bem e do mal, das virtudes e dos vícios, dos pecados e castigos é também necessariamente escalar.
Ao longo da História e em todos os quadrantes da Terra, tantas são as sociedades onde se nota o predomínio do macho, que, se fôssemos acreditar na teoria feminista de que esse predomínio se assenta no 'mito machista' da inferioridade das mulheres, teríamos forçosamente de concluir que esse mito não é um mito de maneira alguma, e sim, entre as crenças humanas, uma das mais bem provadas pela experiência histórica universal. É por isso que digo que não sou machista o bastante para ser feminista. Tanto entre os seres humanos quanto na maior parte das espécies animais, o predomínio do macho é um dado da natureza e não prova a superioridade ou inferioridade de ninguém, assim como o fato de os leões comerem pessoas em vez de ser comidos por elas não prova que sejam superiores a elas na escala evolutiva. A única inferioridade que observo em algumas mulheres é a sua adesão entusiástica a uma teoria que, a pretexto de 'empoderá-las', acaba por afirmar implicitamente -- mas não menos forçosamente -- que são de fato inferiores.
Muitos símbolos e mitos pagãos reaparecem nos episódios da Vida de Nosso Senhor Jesus Cristo e nas doutrinas da Igreja. Daí alguns concluem que o cristianismo não é senão um prolongamento da sabedoria pagã. Outros querem que esses símbolos (como o dia do Natal) sejam banidos para 'purificar' a fé cristã. Os primeiros não entendem a diferença entre um mito meramente contado e um fato de dimensões míticas REALMENTE ACONTECIDO. Os segundos não entendem que a religião verdadeira e definitiva tem o direito e o poder de assimilar e cristianizar o que ela bem deseje.
Medito constantemente a minha experiência pessoal, separando nela o que é essencial, necessário e universalmente humano daquilo que é acidental e periférico.
Com grande pesar, noto que em quase todas as pessoas, mesmo as mais inteligentes, a evolução do seu entendimento paralisa num certo ponto e não caminha mais nem um passo. Aquilo que entendem, entendem, e o que não entendem já não lhes interessa mais. Entram no ciclo do repetitivo e se mostram incapazes de ajustar seu intelecto a situações novas, questões novas e novos enigmas.
Muitas dessas pessoas são religiosas, mas, pergunto eu, pode haver o amor à verdade sem a ânsia de MAIS verdade? A paralisia da inteligência não reflete uma indolência cognitiva, uma indiferença pelas verdades ainda não conhecidas? E por acaso Deus não ordenou que O BUSCÁSSEMOS, que MEDITÁSSEMOS dia e noite? Santo Agostinho não ensinou que só em Deus a nossa inteligência pode encontrar o repouso, que portanto repousar antes disso é desistir de Deus? Não é patente que só uma grande e permanente tensão do espírito humano em direção a MAIS VERDADE atende ao mandamento do espírito divino? Se a sua inteligência parou, a sua alma se petrificou nas rotinas do culto e acha que com isso está "servindo a Deus". Da minha parte, não tenho a menor pretensão de servir a Deus. Nem imagino para quê Ele precisaria dos meus serviços. Mas sei que eu preciso d'Ele e só n'Ele encontrarei o repouso das minhas inquietações. Sugiro, portanto: Pare de "servir a Deus" e comece a PROCURÁ-LO.
Acreditar em certos fatos porque a fonte é confiável é “religião”? Quem fez mais coisas extraordinárias pelo bem da espécie humana do que Nosso Senhor Jesus Cristo? Você conhece alguém mais confiável? Se Ele diz que é o Filho de Deus, quem sou eu para duvidar? Se Ele manda fazer tais ou quais coisas, não devo pelo menos tentar fazê-las, na medida das minhas forças modestíssimas, na esperança de um dia conhecê-Lo e estar com Ele na eternidade, conforme Ele prometeu? Isso é “religião”? Para mim é simples bom senso.
Aderir a uma idéia por simpatia imediata, sem ter idéia das suas fontes e das grandes correntes culturais, políticas, religiosas e ideológicas em que se insere como instrumento, é ser feito de IDIOTA. E, como já expliquei, o idiota útil é sempre idiota demais para saber a quem é útil.
Prestem atenção. Pela MILÉSIMA vez: Não há uma só idéia na sua cabeça que seja da sua própria invenção, que não tenha uma história de séculos ou de milênios e que não seja parte de uma corrente histórico-cultural que talvez não pareça ter nada a ver com ela. A coisa mais importante, para quem começa a estudar filosofia, é rastrear uma a uma as origens das suas idéias mais habituais e queridas e descobrir que deixar de ser um idiota útil É TRABALHO PARA MUITAS DÉCADAS.
Vale a pena empregar cinco ou dez anos da sua vida lendo as Obras Completas de Aristóteles? Vale, mas com uma condição: que você não faça isso para conhecer "a filosofia de Aristóteles", mas para entender algo dos objetos, temas e problemas dos quais ela trata -- a estrutura da realidade, o funcionamento da cognição humana, o sistema das ciências, a linguagem e o pensamento, a ordem do Estado e da sociedade, a vida dos animais etc, etc. Em suma: leia tendo sempre em vista o conselho de Eric Voegelin: "Não estude filosofia. Estude a realidade." Se você entra no empreendimento com esse estado de espírito, não encontrará jamais um mestre melhor que Aristóteles. O homem é sempre de uma objetividade direta, intransigente e totalmente desprovida do elemento "frescura".
A doutrina cristã do livre artítrio é uma ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA, não uma psicologia. Ela se refere à espécie humana enquanto tal, no seu sentido mais universal e genérico, e não ao indivíduo concreto tomado num momento dado da sua existência real. "O homem" tem livre arbítrio, mas ESTE homem, ESTE indivíduo, pode estar privado do exercício do livre arbítrio como está privado, em maior ou menor grau, do uso da razão. É a diferença entre o pecado isolado e o VÍCIO. Dizer que todo pecador tem a qualquer momento a liberdade de se abster do seu pecado vicioso, só não o fazendo porque não quer, é confundir o universal com o particular, o necessário com o contingente, a essência com o acidente, e proceder como os maus pastores de que fala Mateus, 23:4: "Eles atam fardos pesados e os colocam sobre os ombros dos homens. No entanto, eles próprios não se dispõem a levantar um só dedo para movê-los."
A ignorância, o esquecimento, o entorpecimento, o emburrecimento, nos persegue o tempo todo. A hora que você entende que você é assim, você entende que a humanidade também é, e que esse é um dos mecanismos fundamentais da história humana.
Aquele que espera entender algo da realidade analisando as palavras da Bíblia, em vez de primeiro sondar a sua própria experiência interior para então poder saber do que a Bíblia está falando, esse atua na pura esfera do automatismo verbal desprovido de profundidade e densidade. Isso não é ler a Bíblia: é estragá-la.
Se a filosofia é o amor à sabedoria, ocupação de amantes dispostos a pagar com a vida o preço da sua conquista, a poesia é, em contrapartida, o amor que a sabedoria tem até mesmo pelos homens que não a amam, e que, desatentos e dispersos, não podem escapar de receber ao menos um pouco dela, forçados a isto pelo corpo, que não escapa ao fascínio da harmonia e do ritmo.
